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domingo, 23 de março de 2025

PROPAGANDA 21 (Nº26): DUAS GUERRAS, UM CÉREBRO, ZERO CONSISTÊNCIA

 


Análise de como a propaganda profunda age ao nível do sentimento das pessoas; o lado racional não é posto em causa; por isso as pessoas pensam que estão em controlo do que pensam e que não se deixam influenciar pela propaganda mas estão completamente erradas. Veja no vídeo acima a demonstração.


PS: Depois de ver o vídeo acima, não ficará surpreendido por uma notícia como a seguinte ...

Israel’s Hellish Attack on the Palestinians

The Genocide Continues 


... ser completamente obliterada dos noticiários mainstream!

sexta-feira, 21 de março de 2025

COMO É QUE SE «FAZ» POLÍTICA NOS DIAS DE HOJE?

 Não irei fazer-vos uma recitação do que eu julgaria ser a maneira «correta» de fazer política, por outras palavras, de uma casta (ou grupo, ou classe, ou camarilha) se dirigir ao povo, ao «bom povo», do alto da sua sabedoria, para o iluminar sobre os caminhos que (supostamente) os meus colegas de partido (ou de máfia, ou de seita, ou de religião) desejam que «passe» para os cérebros «lentos» dos meus concidadãos.

Certamente, este conceito de «fazer política» está muito atrasado no tempo: Só alguns «iluminados» (sejam eles moderados ou extremistas, revolucionários ou reaccionários, de esquerda ou de direita) se dedicam a fazê-la assim, exactamente como o fazem desde há mais de cinquenta anos e nunca desaprenderam! 

Não, creio que todos temos diante dos olhos (pelo menos dos olhos da mente) esses imensos cartazes publicitários, que enchem literalmente a paisagem, com as suas cores primárias e as caras sedutoras e sorridentes, acompanhando os slogans eleitorais. Estes, curiosamente, destacam-se por não veícular qualquer ideia, apenas banalidades, sentimentos, truísmos ou seja, o vazio. O vazio é a forma política que assumiu a propaganda visual dirigida às massas. Este vazio é acompanhado, na «media de massas» pelo reforço dos preconceitos, dos lugares-comuns, do «vêem; nós somos como vocês: Votem em nós, porque nós é que vos compreendemos», etc. 

Esta tática resulta, porque toda a formação do cidadão se transformou - desde há muito tempo - em mera «formatação»: 

- Não é mais do que uma constante e vigorosa lavagem ao cérebro. Lavam-te o cérebro a toda a hora, mas sobretudo quando, diante do écran do televisor ou na Internet, segues um pseudo «debate», onde apenas se afirmam as personalidades narcísicas seleccionadas como «adversários», numa justa verbal sobre qualquer coisa, sobre uma coisa qualquer. O tema é - em geral - algo susceptível de «agarrar» a audiência, de lhe dar um «frisson», de a fazer sentir-se inteligente, esclarecida, do lado do bem, etc...

A decisão de voto que te querem forçar a tomar é irrelevante, no melhor dos casos, apenas mais uma camada de servidão e de engano suplementar. A faculdade de «escolha», tida como o supra-sumo do que chamam «democracia», é como entre dois detergentes: um com embalagem castanha e o outro, ocre. Ou - se preferires - chocolate embalado em papel prateado ou dourado mas, nos 2 casos, com o mesmo gosto a mixórdia sintética.

E lá vamos nós cantando e rindo! Estamos na véspera do alargamento da IIIª Guerra Mundial que começou - como as duas outras - em solo europeu.  Só que, desta vez se aproxima dos 30 anos - de 1999 a 2025:

Esta IIIª Guerra Mundial começou, pelo menos, quando a aviação da OTAN/NATO, bombardeou a Sérvia (hospitais, escolas, embaixadas e edifícios civis, em Belgrado e noutras cidades) e não em resposta a qualquer ameaça que o regime sérvio da altura tivesse feito à OTAN, ou a seus membros. Tratava-se de «libertar» o Kosovo, a região sérvia agora controlada pelos EUA/OTAN que aí possuem uma mega base militar. Um território sob ocupação, onde o povo autóctone, sérvio e kosovar, sobrevive miseravelmente.

E lá vamos nós cantando e rindo... 

Para não estragar o coro angelical, continua-se dando porrada, prendendo e expulsando os pacifistas que se atrevem a defender o povo da Palestina, porque «todos os habitantes de Gaza são do Hamas» (palavras do ministro de defesa israelita e doutros responsáveis do governo). 

Mas, como dizem ao povo (ao bom povo!) que eles (pacifistas) são terroristas disfarçados, está tudo esclarecido: Qualquer manifestação de solidariedade, de compreensão, de simpatia humana para com eles, seria demonstração de cumplicidade com o horrendo crime de assustar as almas dos bons. Entenda-se: desde os cristãos sionistas, passando pelos valentes soldados do IDF orgulhosos dos seus crimes de guerra, aos torturadores dos campos onde sofrem milhares de «terroristas» civis, incluindo mulheres e crianças.

Este discurso já está a tornar-se demasiado «radical»! Para amenizá-lo, deixo a humorística nota final:

O povo da minha aldeia está confuso com a catadupa de insultos da propaganda anti-russa, na comunicação (anti)social, fazendo-se eco das vozes «politicamente esclarecidas»: Sempre confiou na grande utilidade e no pacifismo das mulas ruças*, com séculos de bons serviços enquanto auxiliares em todo o tipo de trabalhos, principalmente nos campos. 

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*Ruço: o tom de pelagem dos animais, entre o cinzento o castanho.


PS: Entretanto, em Portugal, tem-se uma amostra do panorama europeu de profunda crise de legitimidade das oligarquias e da sua total incompetência. Traduz-se numa nova ronda eleitoral, a 3ª em três anos, após dissolução  do governo e da maioria parlamentar...

 

 

segunda-feira, 10 de março de 2025

TULSI GABBARD DIZ A VERDADE EM RELAÇÃO À UCRÂNIA E AO PAPEL DOS EUA NA GUERRA


 A não perder! Como membro da Administração atual do Governo Trump, Tulsi Gabbard diz aquilo que muitos de nós - pacifistas - denunciámos.... mas fomos ignorados, ou arrastados na lama ou perseguidos... 

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

CRÓNICA DA IIIº GUERRA MUNDIAL (Nº38): QUANDO O TECIDO DE MENTIRAS SE DESFAZ

 Em todas as frentes, verifica-se a subida à superfície de verdades até agora escondidas ou obscurecidas. É como se um balão estivesse mantido submerso debaixo de água, fosse largado e subisse à superfície, de repente. 

A verdade sobre a pseudo pandemia do COVID vem ao de cima, com provas irrefutáveis da montagem, destinada a encobrir o maior acréscimo de concentração de poder em poucas mãos, por magnates e instituições financeiras globais. Como disse desde o início (ver os artigos neste blog, desde Fevereiro/Março de 2020), esta montagem não correspondia aos critérios da boa ciência, em biologia molecular e em biologia populacional. Daí a necessidade de intoxicação das massas com falsas (fake) informações e da perseguição terrorista contra médicos e científicos honestos, que ousaram desmascarar os estratagemas montados pela tecno-bioestrutura globalista.  

Nada poderá fazer voltar o Mundo ao que era. As desesperadas tentativas de fact-checkers, censores ao serviço da Nova Ordem Mundial globalista, foram completamente goradas. 

O jogo terá de ser modificado: O poder globalista tem de mudar de narrativa; tem de ceder nalguns pontos, para manter o controlo, sob pena das massas se aperceberem do logro em que foram mantidas durante anos, ou mesmo decénios.

Na impossibilidade de tudo resumir, deixo aqui - abaixo - alguns vídeos que nos esclarecem sobre vários aspectos de geopolítica, sobre a guerra tecnológica e os jogos de poder da oligarquia mundialista. Eles poderão modificar as perspectivas das pessoas. Basta que estejam minimanente interessadas em conhecer a verdade. 

Analisem estes documentos: É nestes momentos que a verdade vem ao de cima.









Desde 2022, as Crónicas da IIIª Guerra Mundial têm sido um repositório de informação honesta, fazendo contrapeso à propaganda dos poderes. Podes consultar estas crónicas AQUI.
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PS 1 (09/02/2025) : Um refugiado da Síria na Alemanha fala com conhecimento de causa do que se passou no seu país. Ele era jornalista e cobriu muito do que se passou desde o início da guerra civil na Síria. Fala com inteligência sobre as ingerências neste martirizado Estado do Levante, herdeiro da mais antiga civilização agrária. 
A não perder:






sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

A CREDIBILIDADE DUMA SUÍÇA NEUTRAL

 


Jean Daniel Ruch, o embaixador suíço reformado é entrevistado por Pascal Lottaz (Neutrality Studies). Ele dá-nos muita informação e contextualização das recentes falhas de diplomacia. Estas conduziram ao estado de «neo Guerra Fria» em que vivemos hoje. 

Além dessa constatação, ele advoga um papel ativo dos cidadãos para construção de uma verdadeira neutralidade. Propõe criar-se uma base sólida para futuras conversações de paz. Este «clube» ou «rede» informal, poderá ajudar. Para além deste objetivo, um conjunto de países neutrais pode ser como um «lubrificante» para conversações entre as principais potências com vista obter-se sólidas garantias de segurança colectiva. Esta era a intenção inicial, com a criação OSCE. Tal evolução no continente europeu, teria efeitos globais; facilitaria o caminho para a paz mundial.

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

O DISCURSO DO ÓDIO E A MONTANHA MÁGICA

Hoje, abrimos um jornal qualquer, ouvimos um programa de rádio ou televisão, ou consultamos uma página de Internet e deparamo-nos com dois tipos de discurso: ou uma série de futilidades, mais ou menos «engraçadas», ou supostamente «úteis», ou então peças sobre política, geopolítica, sobre figuras de estadistas, ou ainda relatando atos terroristas ou ações bélicas.
Os leitores são puxados - de uma forma ou de outra - a consumir notícias, nas quais, afinal, são cada vez mais frequentes os apelos ao ódio, ao ódio cego e vesgo, contra certos povos, correntes políticas, ou individualidades.
Os autores dessas peças consideram que os leitores devem partilhar com eles, os sentimentos de aversão, de repúdio, etc. Evocam situações do passado, mas apenas com o objetivo de avivar o medo. Note-se que nem sequer procuram comparações pertinentes com as respetivas figuras históricas.
A propaganda é um instrumento de destruição do espírito crítico. É uma forma de fazer a guerra, mas sem risco verdadeiro, pois apenas se explode em insultos e insinuações gratuitas, contra aqueles cuja imagem se pretende destruir junto das massas.
O discurso do ódio tem sido o instrumento das ditaduras, em especial das totalitárias. Encontram-se tais discursos na boca de Hitler, de Estaline, etc, mas também e sobretudo, nos seus «lacaios», que faziam de comentadores ou jornalistas, nos órgãos de comunicação, completamente controlados pelo poder.
A situação atual é perfeitamente paralela com outras ocasiões, que antecederam as duas Guerras Mundiais. É mais acentuada a massificação da média; aumentaram (mas não em diversidade) os canais que chegam aos ouvidos e olhos dos cidadãos. Mas, a monotonia do discurso político é a mesma, característica típica da propaganda prevalecente: «Canta-se» o mesmo, em todos os tons, com todos os instrumentos e todas as vozes. O resultado é um discurso obsessivo, amplificado, seja sobre o que for.
Em geral, são falácias, que se destinam a esconder os podres do poder, do regime, sempre designando os Outros, como sendo os maus, os causadores das desgraças, os perversos, que só agem para nos destruir ou escravizar, etc.
Este discurso, que se tornou o mais comum, é dicotómico, simplista, sem a preocupação de fornecer dados não-enviesados, nem de tentar uma abordagem realista, objetiva: É também com palavras de que são feitas as guerras, as tragédias da nossa Era.


Para tanto, socorro-me de uma cena do famoso romance de Thomas Mann, «A Montanha Mágica» onde o autor faz evoluir seus personagens, numa micro sociedade. Eram os doentes de um sanatório e seus acompanhantes, nos Alpes suíços. O local de convívio era o refeitório, onde doentes e familiares tinham reservadas suas mesas respetivas. Nestas ocasiões, eram discutidas notícias internacionais; nesse tempo, a informação era apenas veiculada pelos jornais. 
Normalmente, havia cortesia entre pessoas das diversas nacionalidades que aí se encontravam. Mesmo quando discordavam frontalmente da opinião política de seu interlocutor, exprimiam a discordância de forma firme, mas bem educada. Não lhes passava pela cabeça, como gente de boa educação, de se porem a insultar os que tinham opiniões contrárias às suas próprias. 
Mas, à medida que Agosto de 1914 se aproximava, notava-se uma agitação cada vez maior, um alçar do tom das vozes, que subiam num burburinho diferente do habitual. E esta agitação ia aumentando, à medida que se aproximava aquilo que iria ser a 1ª Guerra Mundial. No momento em que rebentou efetivamente, com declarações de guerra das diversas potências, com marchas dos diversos exércitos e sua colocação em posições perto das fronteiras, os hóspedes do sanatório dos Alpes, enfurecidos uns contra os outros, esqueceram toda a 'civilidade' e 'educação', insultando-se grosseiramente para logo se envolverem em cenas de pugilato.
Este episódio do livro - que me ficou gravado na memória - traduz muito bem o clima histérico que antecede estes acontecimentos trágicos. Não acontece isto com toda a gente mas, se tivermos uma amostra suficientemente grande, veremos que existem sempre algumas pessoas mais exaltadas, mais acaloradas. Tenho verificado este fenómeno em várias circunstâncias da minha vida; agora também, o insulto, o discurso do ódio, tem vindo a substituir-se ao sereno sopesar dos vários argumentos.
Note-se que a média ao serviço dos grandes poderes tem tido um papel de «atiçador do ódio» entre as pessoas, fazendo eco ao comportamento das figuras de proa nos governos e partidos de poder.
Nós devemos resistir às «sereias do ódio», devemos conservar o nosso espírito crítico e sobretudo autocrítico. Primeiro, devemos compreender os fenómenos que ocorrem nestas ocasiões: Levam a uma radicalização das pessoas, envolvidas em catadupas de propaganda.
Segundo, devemos ter em conta que nunca nos dizem a verdade do que se passa, de como as decisões que mais nos afetam foram tomadas, a quem - de facto - estas decisões beneficiam, quem as encomendou.
A nossa ignorância pode ser devida - nalguns casos - à teimosia de só ouvir ou ler o discurso de um dos lados (o nosso, claro).
Mas, embora a censura e o «nevoeiro da guerra» sejam reais, existe o secretismo nas deliberações e decisões dos poderes. Eles podem argumentar que, senão, o inimigo saberia logo o que se estava a preparar e o lance perderia totalmente a eficácia. Mas, as deliberações mais vastas, as estratégicas, não cabem nesta tipificação.
Acontece com frequência que a lógica verdadeira que impulsiona um campo a entrar em choque com outro, tenha a ver com «razões» não apresentáveis:
- A vontade de poder dum chefe ou dum grupo de dirigentes políticos;
- o forte interesse em obter assim posições de chefia no Estado Civil, ou nas Forças Armadas
- estar-se ao serviço de grandes fortunas, tais como os multimilionários Georg Soros, a família Rothschild, os Rockefeller e os donos das empresas tecnológicas (Microsoft, Tesla, Amazon ...);
etc.
De qualquer maneira, a democracia, mesmo o «ersazt» que nos servem no mundo Ocidental, acaba por se evaporar, ficando apenas a «casca» da mesma, ou seja, aquilo que formalmente define uma democracia, mas que é sistematicamente desrespeitado ou mesmo, espezinhado: São as constituições (intactas no papel, mas violadas na prática), as eleições formais (de onde certas forças políticas são excluídas), etc. que permitem conservar as aparências de democracia liberal.
É aquilo que se pode claramente observar hoje, tanto nos EUA, como nos seus aliados da OTAN.
Os dados estão lançados; só não sabemos ainda em que momento as pessoas irão acordar para aquilo que venho dizendo há muito tempo: Estamos numa Nova Guerra Mundial, com uma nova cortina de ferro, um novo confronto entre potências, usando países frágeis ou movimentos de guerrilha, como «proxi».
A probabilidade do desencadear da guerra nuclear nunca foi tão grande como agora.
Temo que a cidadania dos diversos países só abra os olhos tarde demais.

quarta-feira, 19 de junho de 2024

CRÓNICA (Nº29) DA IIIª GUERRA MUNDIAL: UM ANIMAL É MAIS PERIGOSO SE ESTÁ FERIDO DE MORTE

Os imperialistas estão furiosos; a «ordem emergindo do caos», saiu-lhes furada. Estão como animais feridos de morte, que sabem que vão morrer; batem-se com o desespero de quem já não tem hipóteses de ganhar. 

Mas, repetem a ficção de que Ucrânia pode ganhar aos russos: A OTAN, recentemente, pela voz de Stoltenberg (seu Secretário-geral), reafirmou o compromisso em admitir a Ucrânia como membro da OTAN. 

Só que este país precisava de satisfazer um requisito imprescindível: tinha de vencer a guerra contra os russos. Ora, aqui está um exemplo de hipocrisia e maldade, eternizando o que os dois povos (Ucraniano e Russo) já sofreram. Os próprios estatutos da OTAN proíbem a adesão de um candidato, se este estiver em guerra. Portanto, a OTAN aposta na guerra «eterna» com a Rússia, usando a Ucrânia.

Entretanto, o petrodólar já recebeu a sua sentença de morte. E foi MBS que veio dar a estocada final. Lembrem-se do caquético e servil Biden vir, há um ano atrás, pedinchar ao príncipe herdeiro Mohamed Bin Salman, que este se juntasse ao embargo do petróleo russo e - ainda por cima - fizesse baixar substancialmente os preços, inundando de petróleo saudita o mercado mundial. 

 https://www.youtube.com/watch?v=IVijYJlMf_8      LENA PETROVA

A «cimeira» da Suíça foi um enorme fiasco e a prova provada da incapacidade dos súbditos do Império em fazerem a política da paz (verdadeira) . Para eles, a paz significa a capitulação da Rússia. Isto não está sequer remotamente dentro dos possíveis. 

Como alguém que «busca encarecidamente a paz», apressaram-se a fazer afronta atrás de afronta, roubando as reservas russas em divisas à guarda dos bancos ocidentais e entregando esses ativos, pertencentes ao povo russo, ao regime criminoso e mafioso de Kiev. 

Não satisfeitos com isso, assumem armar a junta resultante do golpe fascista de 2014, com mísseis de cruzeiro, capazes de alcançar qualquer ponto dentro da Rússia. Para quem quer fazer figura de «pacificador», não está mal, não senhor!  

https://www.youtube.com/watch?v=hJGsRBdFMpA   NEUTRALITY STUDIES

O pânico dos poderes dominando o Ocidente, ou seja, as chefias dos países vassalos do imperialismo e que já foram - no seu tempo - potências de primeira-grandeza, possuidoras de vastos domínios coloniais, mostra como são totalmente desapiedados, em relação à população civil palestiniana, que eles olham como se «não fosse em seu poder parar esses massacres imediatamente». 

Como estão, aliás, muito preocupados com os ucranianos; Têm-se esmerado em prolongar a guerra, uma guerra com zero hipótese do regime de Kiev vencer, com ou sem armas estrangeiras, com ou sem tropas «mercenárias» (militares que despiram a farda, mas que continuam a ser pagos pela OTAN). 

Dizem fontes insuspeitas que, pelo menos, morreram 500 mil soldados ucranianos nesta guerra de atrição («meat grinder» = moedor de carne). 

Muitos mais irão morrer inutilmente, para satisfazer a gula insaciável do complexo militar-industrial (principalmente dos EUA) e não menos insaciável gula de Blackrock, Vanguard, Monsanto e congéneres. Desde o princípio desta guerra, têm sido aqueles, os grandes compradores de terras ucranianas de primeira qualidade, para somar aos seus avultados investimentos em muitas áreas, desde os fundos financeiros aos terrenos agrícolas, nos EUA e um pouco por todo o lado. 



A característica saliente neste fim de império e de novo milénio, é que as guerras imperiais constantes não são lançadas para serem ganhas, são guerras "eternas", ou seja duram muito para melhor encherem os bolsos dos contratadores, das empresas abutres, grandes bancos «sistémicos», fundos de investimento financeiro e, claro está, das fábricas de armamento. Eles sabem que não podem vencer, então vão provocando os seus adversários que entretanto se organizaram.

Como? Como fazem eles o «cerco a 5 dimensões» à hidra imperial?

- Monetária-financeira (divisa dos BRICS usando «blockchain»)

-Desenvolvimento em infraestruturas e tecnologias (BRICS);

-Integração dos sistemas de defesa;

-Aumento da capacidade nas tecnologias de ponta (ex.: semicondutores);

- Trocas comerciais com todo o mundo, numa base de reciprocidade e interesse mútuo.

Face a estas iniciativas estratégicas, o que tem o Ocidente para oferecer?

-Mais neocolonialismo;

-mais «revoluções coloridas»;

-mais ameaça de invasão aos recalcitrantes;

- mais sanções

-mais propaganda

https://strategic-culture.su/news/2024/06/18/hegemon-orders-europe-bet-on-war-and-steal-russia-money/      PEPE ESCOBAR



terça-feira, 28 de maio de 2024

CRÓNICA (Nº 28) DA III GUERRA MUNDIAL: Quebra das referências e imposição de ordem totalitária

 Tenho acompanhado, com angústia, a evolução da minha sociedade, deitando também uma olhadela ao que vejo pelo mundo fora, através dos media (tanto «mainstream», como «alternativos). 

Não gostei nada, mas mesmo nada, da estupidez da campanha de massas para fazer as pessoas temerem uma infeção banal, por coronavírus, como se fosse o fim do mundo. Esta foi uma campanha de medo, de coerção (com máscaras - sem efeitos de proteção demonstrados - para servir de símbolo da servidão). Pior, verificou-se a perseguição de sumidades médicas e científicas que realizaram terapêuticas com ivermectina ou hidroxi-cloroquina. Foram brutalmente difamados por «jornalistas» ao serviço dos globalistas. Isto tinha uma (má) razão de ser: O facto da tão desejada, pelas multinacionais farmacêuticas, autorização especial de colocação no mercado das vacinas que tinham fabricado. Ela só era possível, caso não existisse já um medicamento eficaz para combater a epidemia. Daí a criminalização do uso daqueles dois fármacos, para obterem a autorização de «urgência» e a colocação no mercado das "vacinas" mortíferas. 

Mas, o cenário não se ficou por aqui: A clique globalista conseguira fazer passar despercebido um crash do sistema através dos «lockdown» (confinamentos). Estes serviram para a operação de colapso programado de grande parte das empresas, sobretudo, as que tinham intervenção na economia real, como fornecedoras de bens e serviços. Em contraste, foram favorecidos o grande capital financeiro (bancos sistémicos, fundos especulativos) e as grandes empresas tecnológicas (Microsoft, Apple, Facebook, Google, etc.), as quais tiveram um boom, graças aos confinamentos e à «nova economia», instalada ou reforçada por ocasião dos «lockdown», em muitos sectores de serviços. 

Porém, uma tomada de controlo parcial da economia nunca seria considerada suficiente para os poderosos deste mundo. Eles estavam cientes da necessidade da falência completa do sistema, seguida pela «Nova Ordem», à maneira deles. Isto só poderia ser disfarçado com uma «boa guerrinha», das que causam imensos mortos, feridos e destruição. A sua preferência era ser longe das sedes de Wall Street, do Pentágono, da City de Londres e da OTAN, em Bruxelas.

Durante todo o ano de 2021, na Ucrânia, a guerra não declarada, mas guerra de extermínio da população civil russófona, teve rédea larga. Os ocidentais estavam a armar e treinar o exército da Ucrânia, ao nível de serem considerados tão eficazes como os da OTAN (os ucranianos foram persuadidos que iriam abrir-lhes as portas da OTAN e da UE...). No Ocidente «não viam» o sofrimento nestes anos todos (8 anos de guerra civil), apesar de um número estimado de vítimas civis de 15 000,  nas populações do Donbass. 

Finalmente, a Rússia invadiu a Ucrânia com uma força militar destinada a proteger os russos étnicos, habitantes das duas repúblicas separatistas do Donbass.  O governo de Moscovo sentia-se obrigado  a vir em auxílio a estes russos, para evitar um banho de sangue (o «dever de proteger», reconhecido pela ONU). Mas, logo foram desencadeadas sanções e mais sanções (longamente planeadas), com ataques histéricos de políticos americanos e europeus ocidentais, assim como da media ao serviço dos grandes interesses.

Claro que a manobra de isolar a Rússia lhes saiu furada. A situação era tal, que a Rússia se tinha longamente preparado para as sanções. Por um lado, a sua economia era muito mais saudável do que os ocidentais imaginavam e por outro, não  existiu isolamento da Rússia, devido à recusa do «Sul Global» e dos BRICS em se alinhar numa guerra económica contra  a Rússia. 

Os ocidentais mostraram que estavam fora da realidade e que, de facto, estavam a proporcionar a criação doutro bloco rival (e maior) da OTAN e amigos. Ou talvez não, talvez estivessem cientes das realidades e - no entanto - convencidos de que a globalização à sua maneira e gosto, era impossível de ser alcançada. Terão decidido acabar com ela, criando uma situação de guerra mista ou híbrida, para «segurar» os países Ocidentais e seus Estados-clientes, ao nível mundial.

Mas, a rutura Ocidente/Sul Global, como estamos a assistir em relação a Israel/Palestina, não podia ser pior. Pior para os povos sujeitos à brutalidade de massacres sobre civis,  perante a indiferença dos países aliados de Israel, o que afinal não é senão disfarce para a aprovação discreta dos desmandos que o exército de Israel tem cometido: O genocídio da população de Gaza, indefesa, sob nossos olhos, 24 h por 24, 7 dias da semana, mês após mês, durante 7 meses.

Quais as motivações dos poderes ocidentais em apoiar Israel, de modo incondicional, nesta matança cruel e indisfarçável? 

- Eles mostram assim que se um povo, uma nação, se rebelar contra a ordem mundial que eles instituíram, será tratado sem contemplações, nem direitos humanos, nem leis da guerra, nem haverá a mínima consideração em relação às decisões da ONU e das instâncias jurídicas internacionais.

- Mostram aos seus próprios povos que eles não são protegidos por quaisquer garantias, direitos e liberdades. Que serão reprimidos à bastonada e com prisões as manifestações contra o genocídio, dos estudantes e de todos os que têm conservado sua consciência humana. As cliques políticas dão rédea livre à perseguição contra quaisquer dissidências, passando «leis» inconstitucionais, que instauram o Estado totalitário. Daqui para a frente, irão servir-se dessas leis entretanto criadas, para esmagar qualquer resistência cívica e pacífica dos seus próprios cidadãos.

Não sei a causa exata do que acontece com a generalidade das pessoas e com o seu comportamento, mas parece-me que estão amedrontadas e sobretudo equivocadas acerca do que se está a passar. Nos países ocidentais,  as campanhas, primeiro psicológicas e em seguida militares, só podem ser entendidas pela  lógica de uma tomada de poder totalitária, com a «capa» habitual de que o fazem para proteger a democracia liberal que, entretanto, eles desfiguram, não restando sequer a aparência de uma ordem democrática. 

Existem forças políticas, media alternativos e personalidades, que dizem mais ou menos o que eu digo, acima. O problema, é o efeito maciço sobre os povos da propaganda mediática, conjugada com a brutalidade do poder e sobretudo, a ausência de uma forte oposição institucional (estão quase todos dentro mesmo saco). Por isso, os próximos decénios não vão ser fáceis: Será  uma era de guerras «eternas» e com a separação do Mundo em dois. 

A globalização será coisa de passado: Haverá circuitos separados para o comércio, tal como o intercâmbio científico, artístico e intelectual, em geral. Será bem pior de a «Guerra fria nª1» e também será diferente. Porque não será uma «guerra fria», mas uma «guerra híbrida» e constante, sem acalmias, sem períodos de negociações intensas entre os dois blocos, será uma espiral descendente em direção à barbárie e ao militarismo, dentro e fora de fronteiras.



quinta-feira, 28 de março de 2024

MYRET ZAKI: SOBRE GUERRA COGNITIVA E OUTROS ASSUNTOS

Entrevista falada em francês e com legendas automáticas nesta língua

 Conheci o pensamento e o trabalho desta jornalista suíça de origem egípcia, quando ela era membro da redação do magazine Bilan. Os seus pontos de vista sobre a economia e a globalização pareceram-me sempre muito progressistas, fazendo contraponto em relação à generalidade dos jornalistas dos jornais de negócios, em geral.

Nesta longa entrevista ela tem oportunidade de expor a sua visão sobre a evolução das sociedades ocidentais, dos media, dos problemas que a digitalização levanta, não hesitando em apontar aspetos decadentes do capitalismo financeiro. Ela previu a perda de influência do dólar, há pelo menos doze anos, não com vagas profecias: Ela analisou as disfunções do mundo financeiro, em particular dos bancos centrais, concluindo que estavam a levar a civilização ocidental para a catástrofe. 

Ela aconselha, a certa altura deste vídeo, a ter-se um domínio total de qualquer matéria sobre a qual se esteja em desacordo com as opiniões dominantes. Ela diz, com razão, que se deve vigiar todos os detalhes do próprio discurso, para não se dar azo a distorções e falsas acusações. 

Acho esta entrevista muito significativa, pois mostra como o «4º poder» se modificou de forma radical e  deixou de veicular um olhar crítico sobre os poderosos (do governo, dos negócios), para ser quase em exclusivo o instrumento destes mesmos poderosos.

Sem liberdade de opinião e da expressão livre dessa mesma opinião, a democracia de que usufruímos nos 30 anos depois da IIª Guerra Mundial esvai-se. Sem estas liberdades substanciais, as liberdades formais podem continuar inscritas nas leis e constituições, mas deixaram de existir, na prática.

 

domingo, 24 de março de 2024

THIERRY MEYSSAN - UMA ENTREVISTA EXCEPCIONAL


 https://www.voltairenet.org/ : A rede Voltaire tem como principal organizador Thierry Meyssan e conta com várias colaborações. Indispensável para se saber aquilo que os poderes e a média corporativa nos escondem. Os artigos são traduzidos em várias línguas, uma das quais é o português.

sábado, 9 de março de 2024

O QUE FRANTZ FANON PODE DIZER-NOS SOBRE A GUERRA EM GAZA

 Joe Gill do Middle-East Eye:

 


Nesta reflexão de Março 2023, tenho de começar por pedir desculpa aos meus leitores. É que eu sei, por mais que queira, não me posso erigir em representante deles, «dos desapossados», «dos danados da Terra», do povo mártir da Palestina, assim como de quaisquer outros povos oprimidos à face da Terra. 

O meu grito de repúdio pela hipocrisia, revestida de civilização, pode parecer  irrisório. Porém, o silêncio de muitos é que torna viável o genocídio em curso em Gaza. 

Os sionistas,  que não têm nada do humanismo judaico, da sua espiritualidade, do seu brilhantismo científico, fazem gala de insultar na TV as suas vítimas, como fazem Netanyahu e seus ministros. A média de Israel mostra imagens, filmadas pelos soldados da IDF,  de crimes de guerra perpetrados por eles: assassinatos de mulheres e crianças, de homens quase nus, arrastados  para interrogatórios feitos com tortura. Eles estão convencidos da sua impunidade, por isso erigiram a exibição dos próprios crimes, como forma propaganda: Ao causar tanto horror na população  de Gaza, da Cisjordânia, Jerusalém e, mesmo, nos palestinos com  cidadania  de Israel, esperam que todos eles fujam da Palestina. O que desejam - eles dizem-no claramente, os suprematistas no poder - é fazer uma limpeza étnica total, uma «2ª  Naqba» mas - desta vez - completa. 

Que o mundo ocidental assista a esta monstruosidade sem mexer um dedo, que endosse as mentiras da propaganda israelita sem pestanejar, diz-nos o que precisamos de saber sobre a tal " civilização" ocidental. A sua decadência torna-se evidente e o seu desrespeito flagrante das normas humanitárias que - ela própria - ajudou a instaurar na arena internacional, são razões fortes para repudiar o mundo oficial desse Ocidente, dos seus governos e representantes. 

Considero-me apátrida em termos de afetos, pois o meu país desapareceu sob as inúmeras punhaladas nas costas, as incontáveis traições daqueles mesmos que juraram defender a justiça, os fracos perante os fortes, os oprimidos perante os opressores. São perjuros, todos eles. A fração dos que possuem a noção básica dos valores humanistas, podem ter divergências em relação a mim, mas estes, eu continuarei a considera-los  meus irmãos e irmãs sempre que conservarem a dignidade e não ajustarem o seu discurso às conveniências do momento.

Tanto no cenário do Médio Oriente, como no resto do Mundo, só teremos Paz e Justiça quando Jerusalém for um farol de paz e de entendimento  entre os povos. Um ponto de encontro de Religiões, a Judaica, a Islâmica e a Cristã.


                                             Oiça o historiador (israelita) Ilan Pappe 

domingo, 21 de janeiro de 2024

O SÉCULO DA DERROTA DO OCIDENTE

[OLHANDO O MUNDO DA MINHA JANELA, PARTE XVIII] 


Como qualquer poder imperial que tenha tido no passado uma expansão, o poder dos EUA, que é designado eufemisticamente por «Ocidente», está agora em declínio acelerado. Não será como a implosão da URSS, um colapso súbito, será antes um progressivo desmembrar das estruturas internas e internacionais que mantinham o sistema coeso. Esta progressiva perda de prestígio e de influência, são característicos de um Império em decadência. Esta, pode durar varias dezenas, ou mesmo, centenas de anos, nalguns casos. Mas, qualquer que seja o ritmo a que se produzem os fenómenos, eles são caracterizados por um abastardar dos valores. Contrariamente ao que uma mente imbuída de materialismo mecanicista poderia imaginar, aquilo que começa a enfraquecer, não são as estruturas materiais: as bolsas ocidentais podem continuar durante algum tempo a alimentar a ilusão de riqueza, as forças armadas do Império não deixam de ter um potencial de ataque e de destruição considerável, as sociedades  - elas próprias - não deixam de funcionar, por vezes com disfunções graves mas, no conjunto, mantendo uma aparência de normalidade. 

Não; aquilo que enfraquece de forma irreversível, é o aspeto moral ou ético; é o recuo do respeito pela legalidade; é a ausência de freio moral, sobretudo das classes dirigentes, o que se repercute em todos os níveis da sociedade;  é o abastardar das formas de representação da vontade popular; é a transformação de sociedades «liberais», em sociedades policiais, não se distinguindo o comportamento das suas polícias e dos seus tribunais, dos órgãos dos Estados que, no presente ou no passado, são classificados como «totalitários»; sobretudo, trata-se -da parte dos poderes- de impor a violenta opressão sobre os não-privilegiados, através da guerra, que serve às mil maravilhas para projetar os lucros dos consórcios militar-industriais-financeiros-tecnológicos, assim como de pretexto para a vigilância generalizada dos cidadãos; é a ocasião, sonhada pela oligarquia, para fazer passar leis que visam claramente criminalizar as dissidências.  

Quem não está plenamente a  compreender o que se passa agora, ainda está  tempo de o fazer.




Numa entrevista muito esclarecedora, Jacques Baud, antigo membro dos serviços de segurança da Suíça, foi entrevistado em TV Libertés. Nesta, ele descreve o conjunto de erros que o «Ocidente», ou seja, os poderes nos referidos países ocidentais, cometeram na avaliação da situação da Ucrânia, da Rússia e deles próprios. Seguiu-se uma dinâmica nada saudável de persistência no erro: como se o facto de se ser teimoso, pudesse magicamente reverter o erro, pudesse originar uma estratégia bem sucedida. 

O segundo elemento, é o livro de Emmanuel Todd, um conhecido geógrafo, demógrafo, analista das sociedades francesa e europeia, que escreve um livro que já é um marco inevitável no debate político e geopolítico, não apenas na sociedade francesa, como internacionalmente. Não tive ainda ocasião de o ler, mas compreendo, através daquilo que nos diz Pepe Escobar (e outros), que estamos perante o diagnóstico inapelável da decadência do Ocidente. Esta decadência é espelhada através da derrota militar, estratégica, moral e ideológica, do chamado «Ocidente» que, no espaço curto do século XXI, perdeu todo o potencial de simpatia e de possibilidade de encetar uma era de paz e de cooperação com outros poderes económicos e militares. Os governos americanos sucessivos, efetivamente controlados pelos neoconservadores - figuras pouco conhecidas, mas com muita influência na condução das políticas da Casa Branca - deixaram-se enredar na dialética duma nova guerra fria, que eles não poderão «vencer». 

Aliás, a Guerra Fria nº1, não foi o triunfo do poderio americano, antes pelo contrário, pois se tratou de uma implosão - portanto, a partir de dentro - da URSS e do sistema do Pacto de Varsóvia, porque os próprios dirigentes destes Estados compreenderam que o sistema de governança ao qual presidiam, não era sustentável, que estava condenado a ficar cada vez mais para trás na competição tecnológica com os EUA e o Ocidente, portanto, também na inovação nos sistemas bélicos, estreitamente associados às inovações tecnológicas nos campos da informática, da robótica, das tecnologias informação, ou seja, na ciência e tecnologia em geral.

Agora, o comportamento do Ocidente, prevejo, será de tentar cativar os Estados e respetivos povos, que estavam na sua orla e que tentavam não cair na dependência, de uns ou de outros. Nestes casos, prevejo que tentem a técnica da «cenoura ou do pau»: a cenoura de acordos bilaterais, o pau das sanções económicas, seguidas da força militar bruta, caso necessário.   Nos países vassalos dos EUA, pelo contrário, vai haver uma  desaparição da democracia, mesmo da democracia truncada, que existiu desde a segunda metade do século passado. Os povos não serão fáceis de vergar, porque têm um nível geral de educação que torna a propaganda terrorista dos media corporativos menos eficaz. Não se pode enganar um povo permanentemente, com mentiras sucessivas que logo se revelam como tais; uma tal circunstância não pode durar pois que, uma vez que o povo compreende como foi manipulado, é praticamente «imune» às novas campanhas de manipulação de massas. Quando o engano não já funciona, então entra o medo, ou seja, a repressão a quente, já não a supressão seletiva das vozes dissidentes, mas campanhas violentas, ao estilo dos piores regimes totalitários que a humanidade conheceu.

 Finalmente, aquilo que sobressai do panorama atual é que a civilização judaico-cristã, tal como existiu desde a queda do Império Romano até hoje, está ferida de morte. Ela não pode sobreviver aos «mil ferimentos» que são constantemente produzidos, não apenas pelos seus inimigos, como - sobretudo - pela ausência de  discernimento de altos dirigentes dos Estados, quer sejam governos ou Estados-Maiores das forças armadas. A somar a isto, dá-se uma recente e violenta negação dos valores de defesa dos direitos humanos, da liberdade, da democracia, apregoados pelos governos, embora não fossem cumpridos. As situações tornaram-se tão conspícuas que, nem mesmo uma espessa camada de propaganda, pode ocultar a verdade de que à pequena elite, só lhes interessa o poder. Esta elite, para o manter, não hesita em sacrificar centenas de milhares de vidas inocentes e em destruir a hipótese das vítimas sobreviventes poderem ter uma pátria, onde levassem uma vida decente: isto tanto se aplica à Palestina como à Ucrânia.

Não creio que esta fase, de «Guerra Fria 2.0», possa durar: Ela será instável, pois não haverá «equilíbrio do terror», como no tempo da URSS. Haverá sim, um conjunto de ações de destabilização de parte a parte que, ou se resolverão pelo desmantelamento do presente sistema geopolítico, ou talvez ocorra uma fragmentação que inviabilize a tomada de poder por qualquer entidade estatal ou supra-estatal, ao nível mundial. Dada a existência de atores sociopatas na cena mundial, dado o facto deles estarem nas mãos de poderosos lóbis, não se pode excluir, em alternativa, o cenário seguinte: Uma fuga para a frente duma psicopática e aventureira «elite» ao comando de algum Estado, que desencadeie uma guerra nuclear. Isto não está fora dos possíveis. 

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

PROPAGANDA 21 (nº20) «A BANALIDADE DA PROPAGANDA*»

 Patrick Lawrence, no seu recente artigo «A Banalidade da Propaganda» analisa os mecanismos pelos quais os poderosos transformam as palavras e as usam como instrumentos de ataque contra a inteligência dos seus súbditos, sem qualquer preocupação pela verdade, pela coerência, pela justiça. Os exageros e as inversões lógicas abundam nos discursos propagandísticos do poder. 

O exemplo mais recente, é o do poder de Estado de Israel, que nos quer fazer crer que as vítimas (os pobres civis esmagados e desfeitos pelas bombas israelitas) seriam, afinal, os «maus». O Chefe de Estado de Israel, Isaac Herzog, vai ao ponto de fabricar uma história envolvendo uma tradução árabe de «Mein Kampf» de Hitler** como tendo sido encontrada em Gaza, num esconderijo do Hamas! 

https://caitlinjohnstone.com.au/2023/11/15/theyre-just-insulting-our-intelligence-at-this-point/

Mas é preferível ler a história no artigo original, com o talento de Patrick Lawrence e os detalhes!

Pessoalmente, o que mais me impressionou, foi a justeza absoluta da reflexão de Hannah Arendt, judia e grande filósofa política, feita numa conversa em 1975, pouco tempo antes de morrer, com Roger Errera, um ativista da liberdade de expressão. As palavras deste diálogo são aplicáveis às situações que  enfrentamos hoje, cinquenta anos depois:

 “If everybody always lies to you,” she said to Roger Errera, “the consequence is not that you believe the lies, but rather that nobody believe anything any longer.” ***

As circunstâncias e acontecimentos presentes não podiam ser mais ilustrativos do que disse Hannah Arendt, há cinquenta anos!  

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*Nota 1: O título do artigo de Lawrence, na revista Consortium News, evoca o célebre livro de Hannah Arendt sobre o processo do nazi Eichmann, «A Banalidade do Mal».

**Nota 2: Livro escrito por Hitler na prisão «Mein Kampf» (A Minha Luta), tornou-se o principal instrumento de propaganda do nazismo.

***Nota 3: " Se toda a gente te mentir, a consequência não é que acredites nas mentiras, mas antes que ninguém acredite jamais em seja o que for."

sexta-feira, 3 de novembro de 2023

OS «TRAIDORES» SÃO AQUELES QUE DIZEM A VERDADE AO POVO!


 Na linguagem orwelliana dos fascistas-globais pode-se ouvir todos os insultos e acusações (falsas) retomadas e amplificadas pela media corporativa. Mas, se não perdeste a dignidade de ser humano, seja qual for a tua posição ideológica, queres saber (e tens o direito de saber) o que dizem realmente Edward Snowden e outros «whistleblowers» (dadores de alerta). 
Para os autoritários que detêm o poder, o perigo és tu; é saberes «demais» sobre intrigas do poder; é saberes os crimes que eles procuram ocultar com um manto de silêncio ou de palavras falsas.
A vigilância global e um sistema desenhado para isso, é esse o perigo que Snowden nos alerta.

terça-feira, 5 de setembro de 2023

MENTALIDADE DE GUERRA ESTÁ A EMPURRAR UCRÂNIA E EUROPA PARA O SUICÍDIO [Pascal Lottaz]


 Não é difícil definir o campo da justiça e da lealdade para com todos os povos: A justiça e a consideração por todos os povos, em especial os que sofrem de uma guerra cruenta (e nunca por sua culpa, ao contrário dos chefes respetivos) obrigam a que se exija o cessar-fogo imediato, seguido de verdadeiras conversações de paz, com todos os intervenientes diretos e indiretos desta guerra. Esta foi a minha posição desde o início da invasão russa e mantenho-a. A destruição física e moral desta guerra só tem paralelo com as duas últimas guerras mundiais. Na verdade, trata-se também de uma guerra mundial, pois ocorre no plano da economia mundial (sanções, boicotes) e também na media global, sendo totalmente acertada a frase de que «numa guerra, a primeira baixa é a verdade». 

 Iniciativas para a paz nunca são demasiado cedo ou demasiado tarde. Elas são bem-vindas, pois evitarão o sofrimento pelas vidas que se perdem, ou pelos que ficam estropiados para sempre. 

quinta-feira, 10 de agosto de 2023

TODOS OS IMPÉRIOS TÊM UM FIM. PODERIO DOS EUA PERTO DO COLAPSO

Aconselho-vos a leitura dos artigos de Martin Armstrong e de Matthew Piepenburg:

- https://www.armstrongeconomics.com/world-news/civil-unrest/just-us-the-rising-tide-of-civil-unrest/

https://goldswitzerland.com/keeping-your-head-amidst-debt-blind-madness/

- Armstrong mostra como o sistema de justiça americano, ao contrário do estipulado na constituição, está permanentemente a produzir julgamentos monstruosos, nomeadamente porque o indiciado é fortemente pressionado a aceitar dar-se como culpado, em troca de uma sentença mais leve, mesmo quando ele está inocente, porque para poder provar sua inocência é preciso ter-se um grande poder económico, para se contratar um escritório de advogados com peso. Mesmo neste caso, não está garantido que a inocência do indiciado seja reconhecida, dado que a máquina da justiça está praticamente nas mãos do partido democrata e de seus homens de mão.

Matthew Piepenburg mostra como a política financeira e fiscal dos EUA têm sido um completo disparate, indo contrariar não apenas todas as escolas de economia, como o próprio bom senso. O facto da dívida ser cada vez mais pesada e ingerível, não parece incomodar quem controla as finanças do país: Tanto Powell, como Janet Yellen são demasiado cultos para «se enganarem» desta maneira. Eles apenas estão a fazer um exercício de ilusionismo junto do público. Porém, o presente agravamento da situação financeira e monetária, não pode conduzir a outro desfeche, senão à catástrofe. 

Ambos os artigo são dignos de uma leitura atenta. Mas, eu resumi o seu conteúdo para o que vem a seguir.

A denegação é um sintoma de psicose, de persistência no erro: Como dizia Einstein, um sinal de loucura é fazer-se sempre a mesma coisa, obtendo um mesmo resultado, mas repetindo na esperança de que seja diferente.

A população americana não é responsável inteiramente pelo que seus políticos andam a fazer, pois ela é doutrinada desde a infância sem ter - salvo exceções - possibilidade (ou curiosidade) de se confrontar com outras leituras das realidades política e económica. 

A media reforça constantemente as inanidades que passam por «reflexão» política e económica, tornando tudo o que se passa opaco à maioria. O seu domínio da narrativa equivale a um totalitarismo «brando», mas que cumpre a sua função de aceitação do status quo pelas massas. Estas nunca questionam o seu fundamento.

Quanto ao exercício do controlo internacional manu militari,  também conseguiram «naturalizar» isso.  Muitos americanos estão realmente convencidos da sua «excepcionalidade» e da «missão» do seu país em manter uma «ordem internacional baseada em regras».

As coisas funcionaram muito bem, com vantagem para os EUA, durante longo tempo. O dólar - desde 1944 - tem sido a moeda de reserva hegemónica (exorbitante privilégio, Giscard D'Estaign dixit). A instrumentalização do dólar foi possível graças ao poder militar: A capacidade de invadir, bombardear, subverter regimes que tivessem a veleidade de resistir à «versão americana da democracia». Este facto esteve e está diante dos olhos dos povos e de seus dirigentes. Sem esta superioridade militar esmagadora, não seria possível manter o modo de chantagem permanente a numerosos regimes, incluindo neutrais e mesmo aliados de Washington. Porém, o Mundo está a assistir a uma perda acelerada da eficiência militar, comprovada pelos fiascos das guerras do Afeganistão, Síria e até da Ucrânia. Os EUA já não são a potência com superioridade militar inquestionável que foram, até há bem pouco tempo. Com orçamentos muito mais baixos de despesas militares, tanto a Rússia como a China, têm mostrado a superioridade dos seus armamentos sofisticados. Vários países do Terceiro Mundo (Turquia, Arábia Saudita, e muitos outros) até há bem pouco tempo clientes exclusivos dos EUA, estão a fazer fortes jogadas para se aproximarem dos BRICS, têm adquirido sistemas de mísseis avançados aos russos e têm «de-dolarizado» a grande velocidade. Estas mudanças são muito significativas, estão realmente a acontecer diante dos nossos olhos e os dirigentes ocidentais sabem-no bem. Eles também sabem o que isso significa, mas vão continuar a fazer de conta, para iludir os cidadãos de seus próprios países.

Dizer que o colapso é inevitável, que o colapso fará com que o dólar não mantenha o poderio monetário e financeiro dos EUA, como também afetará todos os planos, não é mais do que uma constatação banal, hoje em dia. Mas, note-se que a mesma afirmação, há muito pouco tempo, suscitava um coro de críticas e sátiras, apodando quem se atrevesse a afirmá-lo de epítetos nada bonitos. Agora, os que, orgulhosos, «enchiam o peito» para proclamar a solidez do Império, estão calados ou estão a esgrimir com a realidade, num estilo realmente patético.

Foto aérea do Pentágono, símbolo do poderio militar dos EUA, retirado do artigo de Caitlin Johnstone

Espero que as pessoas que me lerem percebam que eu não estou a escrever isto com triunfalismo. Qualquer império acaba: Tem uma ascensão, até um zénite e depois um ocaso.  A minha preocupação é o grau de violência que acarreta a queda de um império. Não vale a pena retraçar o destino dos impérios, desde a antiguidade, neste curto artigo. Mas, podeis consultar obras que descrevem os acontecimentos históricos da decadência e queda de vários impérios. 

Na era nuclear, tanto nos países detentores de armas nucleares, como nos outros, é importante que  se erga uma consciência verdadeiramente cidadã e global: Isto será o maior dissuasor face aos responsáveis políticos e militares desses países, para que eles não subam a tensão com seus adversários e não se sintam «justificados» em utilizar armas nucleares.


quarta-feira, 9 de agosto de 2023

John Pilger: «A GUERRA QUE VOCÊ NÃO VÊ...» PAPEL DOS MEDIA NA PROPAGANDA DE GUERRA



Uma profunda e oportuna investigação no papel dos media durante a guerra, retraçando a história de reportagens por encomenda ou independentes desde a carnificina da Iª Guerra Mundial, até à destruição de Hiroxima e desde a invasão do Vietname, à contemporânea guerra no Afeganistão e ao desastre do Iraque. Assim como, não só as armas, mas também a propaganda  se tornam mais sofisticadas, a natureza da guerra tem vindo a estender-se a um campo de batalha eletrónico, em que os jornalistas desempenham um papel crucial e os cidadãos são as vítimas. Mas quem são os verdadeiros inimigos?


Escrito, produzido e dirigido por John Pilger e por Alan Lowery

sábado, 24 de junho de 2023