Mostrar mensagens com a etiqueta Trump. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Trump. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 23 de junho de 2025

«Isto é diferente de tudo o que já vimos antes...»: Pepe Escobar


 Pepe Escobar esclarece as reais jogadas e os interesses em jogo. Mas isto não é um «jogo» é uma continuação de uma tragédia de guerra em vários pontos geográficos, uma IIIª Guerra Mundial que não se parece com as outras duas... e pode vir a ser ainda mais terrível.

PS1: SIGA OS DESENVOLVIMENTOS, da guerra Irão/Israel, através do canal seguinte, com Pepe Escobar e Danny Haiphong: 

quarta-feira, 16 de abril de 2025

A GUERRA "TARIFÁRIA" É O PRETEXTO; A CAUSA VERDADEIRA É OUTRA


O anúncio pela administração Trump da subida universal e indiscriminada dos direitos de alfândega, NÃO FOI GENUINAMENTE motivada por uma estratégia destinada a fazer regressar a indústria americana que se expatriou, sobretudo para a Ásia e em particular para a China.
Muitos fatores impedem - na prática - que este retorno tenha lugar.

- Em primeiro lugar, a impreparação do mercado de trabalho americano para sustentar uma produtividade próxima da dos trabalhadores chineses. Um episódio desta guerra industrial é esclarecedor; ele envolve a empresa de semi-condutores (chips) de Taiwan, a TSMC: Há cerca de um ano, decidiram implantar uma fábrica no Texas. Tiveram imensas dificuldades em recrutar pessoal para esta fábrica. A qualidade dos recrutas estava nitidamente abaixo do padrão dos operários chineses, em Taiwan. Tiveram de importar de Taiwan a maior parte dos trabalhadores, para que a fábrica pudesse funcionar.

- Além do fator produtividade, existe o fator salarial; embora o salário médio dos operários na China continental tenha subido bastante - ao ponto de algumas indústrias terem ido para o Vietname e outros países asiáticos, com mão de obra mais barata - este salário ainda é muito mais baixo que o salário médio dos operários nos EUA. Ainda por cima, estas fábricas, para conseguirem reimplantar-se nos EUA, teriam que oferecer salários acima da média e considerados atrentes pelos americanos.

- Outro fator é o enorme volume de negócios das marcas americanas dentro da própria China, desde a Apple, à Tesla: As grandes marcas americanas que fabricam seus produtos na China, também estão muito envolvidas no mercado chinês. A saída das suas fábricas da China seria acompanhada pela sua exclusão deste mercado, o mais promissor. Note-se que a economia chinesa continua a crescer, embora a ritmo mais moderado (de 6% anual), enquanto as economias norte-americana e europeia estagnaram, ou entraram em recessão.

- Finalmente, o que pretende a administração Trump com a manobra de «suspender» as tarifas para os países da UE, mantendo tarifas proibitivas para a China?
Obviamente, pretende separar a Europa da China, isolar a China, excluindo-a do mercado europeu (e vice-versa). Assim, julgavam que conseguiam enfraquecer a China e manter a Europa numa posição subordinada, em termos industriais e estratégicos, em relação aos EUA. Mas, a manobra foi compreendida pela eurocracia. A Comissão Europeia não reagiu de forma «dócil». Ela está a tentar negociar uma aliança com a China neste momento, visto que perdeu toda a confiança na administração Trump, para negociar tarifas e comércio com os seus homólogos europeus.

- No imediato, o mundo ocidental encontra-se à beira de um novo colapso financeiro. É provável que a administração Trump faça este jogo perigoso, usando tarifas alfandegárias como «ariete» para demolir a globalização neoliberal e a OMC [*]. Como anti-globalistas, isto faz parte do seu programa. Eles pensam que, face à subida doutras potências globais, só assim poderão manter um certo número de países na sua órbita, forçando-os a escolher o seu campo.

Se esta interpretação vos parecer pouco plausível, tenham em conta os factos seguintes:
1) O império do dólar tem estado a perder terreno no comércio internacional
2) O anúncio da divisa dos BRICS, que funcionará numa primeira fase como intermediário contabilístico nas trocas entre membros dos BRICS,  está para breve
3) A China lançou o sistema de pagamentos internacionais (homólogo do SWIFT, controlado pelos EUA), com uma eficiência superior à do seu concorrente.
4) A Arábia Saudita e a China acabaram de «enterrar» o petrodólar, com um acordo onde estão explícitas a compra de crude saudita em Yuan e a venda de material militar sofisticado chinês às forças armadas sauditas.

Devido a uma media mainstream completamente comprada, poucas pessoas no Ocidente têm a noção exata deste e doutros processos. Mas, o facto de que o grande público seja mantido ignorante, não vai impedir a decadência, nem a paralisia estratégica dos EUA face a um mundo cada vez mais multipolar.

O pânico dos governos, tanto europeus como americano, tem-se traduzido numa série de medidas histéricas e contraditórias, mostrando a sua desorientação completa, face a cenários cuja evolução é muito diferente da que eles sonharam: Primeiro, foi a derrota da OTAN no terreno ucraniano face à Rússia, fracasso estrondoso dos ocidentais. Agora, veio a manobra trumpiana de quebrar a globalização usando a guerra tarifária como pretexto.

Não será difícil para os países agrupados nos BRICS tirarem o maior partido do fracasso destas manobras aventureiras e desestabilizadoras. Será até muito fácil, pois basta que continuem a fazer o que têm feito, serenamente, sem se deixarem invadir pelo pânico e histeria reinantes nas sedes do poder ocidentais**.


------------------------------------
*NB1: O que me parece certo é que o efeito desta profusão de «tarifas» (taxas aduaneiras) é apenas o de quebrar a globalização neoliberal, acabar com o comércio internacional baseado no Direito. Em vez disso, instaura-se a força, a pressão, a chantagem, como normas nas relações internacionais, como no passado, durante milénios. A liberdade de comerciar e a existência de regras do comércio internacional estavam a dificultar o domínio direto dos oligarcas sobre os países/mercados.

**NB2: Veja o balanço destas últimas duas semanas de guerra comercial entre os EUA e a China, com Ben Norton, no programa de Danny Haiphong: 





sexta-feira, 11 de abril de 2025

JOHN HELMER COMPARA TRUMP AO IMPERADOR ROMANO HELIOGABALO

 https://johnhelmer.net/are-president-trumps-political-chances-longer-than-roman-emperor-heliogabalus-218-222-ad-is-kirill-dmitriev-aiming-to-succeed-president-putin-by-playing-the-american-card/#more-91367


Heliogábalo, imperador da decadência de Roma.

Leia a crónica de John Helmer, o mais antigo jornalista-correspondente ocidental, trabalhando na Rússia.

[Excerto...]

«Na curta história da presidência de Trump, o desagrado dos votantes pelo desempenho do presidente nunca tinha subido tão bruscamente - a 11 de Março - apenas a 50 dias após a inauguração. 

 Estas sondagens assinalam que os «tweets» de Trump não convencem seus apoiantes de que ele e o Partido Republicano conservarão o poder após as eleições do meio de mandato, em Novembro de 2026. Quando surge, esta ameaça de perda do poder desencadeia sempre expulsões devido a falta de lealdade, intrigas de sucessões e propaganda desesperada. »

quinta-feira, 3 de abril de 2025

TRUMP PRECIPITA A CRISE DO CAPITALISMO DOS EUA

 A ideia de que as tarifas seriam a salvação para a América, possibilitando a sua reindustrialização, é daquelas ideias peregrinas que costumam entusiasmar um público já cativado, um público de crentes nas virtudes de um líder, de uma visão, de uma ideologia. 

Basta pensarmos que reindustrializar um país, envolve a sua profunda transformação em relação a muitos domínios, que  - à partida - não parecem estar correlacionados:

- A educação: esta terá de obedecer a padrões de qualidade, desde os primeiros anos de escolaridade, até à universidade. A deriva do ensino seguindo critérios ideológicos de uma certa «esquerda wooke», apenas afundou todo o sistema de ensino. Faço notar que os chineses tinham aprendido a lição, ao expurgarem seu sistema de ensino da ideologia do maoismo. Esta foi uma condição para progredirem em todos os domínios, incluindo científicos. Eles concluíram, nos anos 1980 no início da era de Deng, que para haver desenvolvimento industrial, era imperativo - ao nível académico -  colocar-se como prioridade a qualidade científica e técnica dos estudantes.

- Num mundo capitalista, são os fluxos de capitais que determinam a prevalência dum setor da economia sobre os outros. Neste caso, estamos a falar da atração exercida pelo lucro fácil no setor financeiro, muito mais atraente pelas suas margens de lucro, em relação ao investimento industrial. Como consequência do processo, muito capital foi para atividades financeiras. O capital industrial viu-se privado de grande parte do financiamento necessário, nos últimos 40 anos. Para se inverter esta tendência, seriam necessárias enérgicas medidas, limitando o investimento em ativos financeiros e forçando o investimento em projetos industriais. Dificilmente consigo imaginar - no curto prazo - tal viragem, num sistema de «capitalismo liberal». 

- A existência de tarifas terá sido protetora numa fase bem particular dos EUA. Na sua ascenção a potência industrial de primeira grandeza, o «gilded age», deu-se o crescimento vigoroso da indústria, por volta dos finais do século XIX, princípios do século XX. Mas, neste contexto, tratava-se de impor tarifas alfandegárias em produtos acabados. As matérias-primas, pelo contrário, tinham tarifas baixas. Também os produtos manufaturados de grande relevância para a indústria, como as máquinas industriais, as ferramentas, tudo o que fosse essencial para o desenvolvimento da capacidade industrial dos EUA, beneficiou de regimes de exceção, permitindo a sua importação. Estes equipamentos necessários eram provenientes, em maior parte, do Reino Unido, da Alemanha, da França e doutros países. Pelo contrário, hoje a Administração Trump não estabelece selectividade em relação às tarifas nas classes de produtos a importar. Existe apenas «punição», país a país, pela sua suposta não-conformidade ao domínio dos EUA na cena mundial. 

- A criação de ambiente favorável à produção industrial e sua (re)implantação nos EUA, implicaria o esforço direccionado para setores considerados prioritários. Implicaria um claro dirigismo da economia pelo Estado, ao contrário do que se verifica atualmente nos EUA e nos países de capitalismo financeirizado, onde os gigantes tecnológicos, não apenas ditam a política industrial, como a política global. A inversão disto, implicaria que o setor mais forte no capitalismo dos EUA, seria derrotado e colocado sob tutela do poder político. Só a ascenção dum Estado do tipo totalitário poderia realizar esta proeza. Não prevejo -por enquanto - uma mudança desta natureza, na política dos EUA. 

- A subida das tarifas, enquanto meio de proteger a produção de bens industriais americanos, não existe. Simplesmente, os EUA estão - desde há decénios - destituídos de capacidade industrial para fabricar a enorme maioria dos bens industriais importados. Ao contrário da política proteccionista num país que já produza esses bens industriais, a imposição de tarifas nos EUA irá somente desencadear o encarecimento geral e brutal dos bens industriais e de consumo. 

- Quanto às indústrias que subsistem nos EUA, estas estão dependentes de muitas componentes fabricadas no exterior, de instrumentação, etc., de produtos semi-transformados, como o aço, etc... Esta subida indiscriminada de tarifas vai ser um fator suplementar de estrangulamento para as indústrias que não deixaram os EUA. Considero provável que se acelerem as falências das pequenas e médias empresas, após algum tempo de vigência deste regime tarifário, cego e brutal.  

- A estrutura produtiva dos EUA já estava no limiar do descalabro, mesmo antes da entrada em vigor destas tarifas. Agora, mais rápida e mais violenta, virá a hecatombe industrial, e em paralelo com o brusco agravamento da inflação.


------------------------------------------

PS1: Prof. Jeffrey Sachs sobre as tarifas:

🇺🇸JEFFREY SACHS:

"Tariffs are going to lower living standards.
They're going to wreck the US economy, and they're being put on for unbelievably bizarre and mistaken reasons that are completely fallacious.
Let me explain.
The United States runs a large deficit in its trade in goods and services — what's called the current account of the United States — and that deficit is about a trillion dollars.
Trump says, 'Oh, that's because other countries are ripping off the United States.'
I can't even begin to say how absurd that line is.
[The word is childish.]
Running a current account deficit means — and it means precisely — that the United States is spending more than it's producing. That's what leads to a deficit. You spend more than you produce.
And we spend more than we produce because we have very low savings in this country. We have an enormous budget deficit.
So the government is like the national credit card — it runs on credit.
It transfers money, pays for wars, pays for Israel’s wars, pays for military bases in 80 countries around the world, pays for that more than a trillion-dollar-a-year military establishment, and hundreds of billions more of associated spending on the military-industrial complex.
And it gives tax cuts for the richest Americans.
It allows for tax evasion by the richest Americans — and I mean evasion, because it doesn't do audits, and it guts enforcement of the tax laws.
So we hemorrhage deficits and have rising public debt.
And because of all that, the spending of our country is much larger than our national income.
It’s a trillion dollars more than national income.
It is exactly the imbalance of our imports of goods and services over our exports of goods and services.
All of this is to say that what Trump calls a 'ripoff' is just the absolute irresponsibility of the political class in Washington.
It's a corrupt, plutocratic gangsterism that gives away the taxes and tax cuts to the richest people and goes on war after war — on credit.
And that leads to these large deficits that Trump then blames on other countries.
Now he's going to correct these deficits, he thinks, by raising tariffs.
And of course, it's going to do nothing of the kind.
The deficits are going to continue because they come from the profligacy of Washington.
They don't come from the fact that other countries are ripping us off.
So he'll raise the tariffs. Americans will shift their spending, say, from an imported automobile to domestic automobiles. That's true. They'll pay higher prices for those domestic automobiles. And our auto industry will export less abroad.
So yes — there will be fewer imports and fewer exports, and the balance won’t budge.
And none of it's going to change the fiscal recklessness.
Because what's Trump’s highest aspiration? It is to continue tax cuts for the richest Americans, which is going to cost another $4 trillion over the next 10 years in the budget.
Because these tax cuts are supposed to end, but he says, 'No, no, no — these are taxes for my rich donors, so they're going to continue.'
So he's not going to solve the budget crisis.
He's not going to solve the trade deficit — because that comes from the budget crisis.
But what he's going to do is lower the living standards of our country and the world.
Because trade is beneficial in living standards — it's called gains from trade.
We buy more cheaply. We sell goods that we have a comparative advantage in. And both sides gain from trade.
Of course, we overdo it, because we overspend — but that’s a completely different thing.
No one’s ripping off the United States by these numbers.
I don’t know whether it's just rhetoric or ignorance or confusion, but it's unbelievably bad economic policy.
It will come to no good.
And incidentally, you mentioned rightly that tariffs are, of course, a tax. So who’s supposed to have authority over taxes?
[Congress.]
And Congress has nothing to say in this. This is a one-person show.
What did we become in this country? Even King George wouldn't levy taxes without the British Parliament in the 18th century.
So what happened to this country? Trump just says, 'Oh, it's an emergency,' and now we have one-person rule — and one-person rule on completely fallacious premises that don’t pass the first day of study of what a trade deficit is.
I taught that for more than 20 years at Harvard University — what is a trade deficit, how does it relate to the excess of spending over production, how does it relate to the excess of investment in a country over a low saving rate?
Well, none of this seems to register.
No one asks a question.
There isn’t a day of hearings.
There isn’t any analysis.
It’s a one-person show based on economic fallacies that are going to wreck our economy, wreck the world trading system.
And I can tell you — all over the world, because I am talking with leaders all over the world, and recently in Asia — the words to describe this, you can’t say in polite company."



sexta-feira, 7 de março de 2025

Embaixador CHAS FREEMAN : «COMO O OCIDENTE CAÍU NA SUA PRÓPRIA PROPAGANDA»

 


Essencial, esta conversa. 

Chas Freeman dá conta da enorme falha do Ocidente a vários níveis... Diplomático, informação, conhecimento das condições do terreno, ilusões de toda a espécie apenas explicáveis pela húbris dos líderes ocidentais... e muito mais!

-----------------------------

PS1:

Leia, em complemento, a visão realista de Thierry Meyssan sobre o cataclismo que se abateu sobre a  OTAN, a U.€. e todo o edifício neoliberal. Há momentos irreversíveis na História.

quinta-feira, 6 de março de 2025

[jornal popular MUDAR DE VIDA] O TAMANHO DA DERROTA (por Manuel Raposo)

 

                                      Foto: Tratados como inúteis pela nova gerência de Washington

O tamanho da derrota

«Tudo se torna mais simples de entender se admitirmos o seguinte: o imperialismo perdeu a guerra na Ucrânia. Todos os propósitos amplamente anunciados pela equipa de Biden que a Europa seguiu cegamente - desgastar militarmente a Rússia, arruiná-la economicamente, isolá-la do resto do mundo, derrubar o regime para abrir portas a uma segunda era Ieltsin -  fracassaram.»

quarta-feira, 5 de março de 2025

UM CONTRATO QUE NÃO PASSA DE UM LOGRO ...

 Veja esta conversa com Krainer: Explica porque IMPLODIU o encontro entre Zelensky/Trump, a 28 de Fevereiro e destinado a negociar um acordo sobre as «terras raras» ucranianas:






PS1: Veja também 

Alex Krainer: Economic Collapse & the End of Europe

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

A GUERRA ECONÓMICA DOS EUA CONTRA OS SEUS «ALIADOS» EUROPEUS

              Aeroporto de Frankfurt, no coração da província europeia do império U.S.


Nos últimos anos, temos vindo a observar a acentuação de uma tendência que, no final da sua vida, o ex-presidente francês François Mitterand nos tinha avisado, numa célebre entrevista: A existência do inimigo não declarado, mas poderoso da Europa, os EUA.

 Desde a invasão russa da Ucrânia, o cenário tornou-se muito mais explícito, tal como o papel das «elites» políticas dos mais fortes países da UE. 
Os EUA revelaram a sua verdeira face, ao destruírem o gazoduto submarino no Mar do Báltico (Nord Stream) e forçando os alemães - e em particular, o governo do Chanceler Olaf Scholtz - a fazer como se não soubesse de nada, como se isso fosse possível; logo, a desacreditar-se completamente perante os seus eleitores. A partir deste ponto, a Alemanha e muitos outros países da UE, não  teriam outra opção viável, senão adquirir o gás americano, comprimido e enviado através do Atlântico em navios especiais e quatro vezes mais caro que o gás natural russo, veículado por uma rede de gazodutos.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen (representante da ala mais belicosa da oligarquia), advoga a necessidade do aumento substancial das despesas militares dos países da OTAN; apoiando inclusive a meta irrealista, não de 2% do PIB, mas de 5%. Esta exigência é uma sentença de morte para a capacidade de sobrevivência da UE, enquanto potência económica autónoma. É evidente que este esforço de despesas militares irá ser canalizado - em quase exclusivo - para aquisições em proveniência da indústria armamentista dos EUA, o que os salva da falência. Ou seja, nós vamos à falência, graças à cobardia, subserviência e estupidez dos dirigentes europeus. 
 Para cúmulo, os eurocratas e quase toda a casta política da Europa, estão comprometidos com Washington em impor mais sanções contra a Rússia (ainda mais) e contra a China. Ambos são dos mais importantes parceiros comerciais: A Rússia e China têm sido os melhores mercados para produtos agrícolas e industriais da Europa, além de que temos necessidade - no imediato - de importar destes países produtos que deixámos de fabricar, ou que não fabricamos em quantidade suficiente. 
Nossos «amigos americanos»* têm preparado o terreno para acolher as indústrias (sobretudo, as de ponta) que os capitalistas europeus planeiam deslocalizar para os EUA, onde encontrarão um ambiente fiscal muito mais favorável e com incentivos para a instalação, energia a muito mais baixo preço e um vasto mercado para os produtos.  Quer dizer, os americanos estão a convidar as mais promissoras indústrias europeias a deslocalizarem-se para os EUA e os governos europeus, vassalos, estão dispostos a satisfazer os desejos de seus senhores feudais!

-----------------------------
*Com amigos assim, para que precisamos de inimigos?


sexta-feira, 17 de janeiro de 2025

Propaganda 21 (nº25): «RESPEITEM O PROTOCOLO...» DIZ O GENOCIDA BLINKEN A JORNALISTA CONTESTATÁRIO

 



O GENOCÍDIO DE GAZA, O AUSCHWITZ DO NOSSO TEMPO

Apesar da alegria natural das populações árabes e palestinianas depois do anúncio do cessar-fogo, estas irão ser decepcionadas, segundo Max Blumenthal. Segundo ele, irá continuar a guerra atual entre Israel e Palestina. Ele tem em conta a ausência de qualquer fator de moderação ou da possibilidade em fazer cumprir acordos entre as partes. 
A opinião sobre o futuro, que este corajoso jornalista apresenta não é optimista, mas é realista: «Nestas circunstâncias, a guerra será concluída apenas quando uma das partes destruir militarmente a outra.»

Estamos realmente mergulhados numa nova era de obscurantismo, quando os media corporativos se vangloriam de repudiar os seus colegas, que são suficientemente corajosos e éticos, para confrontar o poder pelos seus atos criminosos. 


domingo, 12 de janeiro de 2025

NÃO SERÁ FÁCIL REVERTER A GLOBALIZAÇÃO [Sinobabble]

Os dois vídeos aqui apresentados são uma fonte de informação económica sobre  as relações da China com o resto do Mundo, em especial, com países fornecedores de matérias-primas e com os países «ocidentais» que deslocalizaram a sua produção para a China...

Trump quer desacoplar a economia dos EUA da China, mas isso não é possível e a Comissão Europeia (Úrsula von der Leyen) sabe isso.

Mas é melhor ver os dois vídeos abaixo.
A autora dos vídeos diz que isto não é uma crítica, nem uma tomada de posição, mas antes a apresentação dos factos. Tem muito conhecimento, embora possa parecer - ao auditor distraído - que é só «babble» (ou seja, o balbuciar duma criancinha).





                               https://www.youtube.com/watch?v=q4oq8Uwqutk&t=599s



DESACOPLAR DA CHINA? 

VEJA A SEGUNDA PARTE DO SEGUNDO VÍDEO... E TIRE AS SUAS CONCLUSÕES!

segunda-feira, 1 de julho de 2024

Generalização da guerra NÃO É HIPÓTESE TEÓRICA



- Assim como podeis identificar a árvore pelo seu fruto, podeis identificar as pessoas pelas suas ações. Pelos seus frutos os conhecereis (Mateus 7:20)


Nunca a situação na Europa e no Mundo esteve tão perigosa. Mesmo no cume da Guerra-Fria nº1, houve sempre canais de comunicação abertos entre os dirigentes das superpotências, os EUA e a URSS. Não teria sido possível a resolução da crise dos mísseis de Cuba, sem a determinada vontade de diálogo de John Kennedy e de Nikita Khrushov.

Diz-se que as guerras do passado pouco nos ensinam sobre as guerras futuras. É verdade, mas o que nos podiam e deviam ensinar era uma arreigada vontade de ultrapassar os obstáculos, de dialogar e encontrar uma solução para a paz, no continente europeu, em particular.
Os que empurram para a guerra são irresponsáveis, no melhor dos casos; e criminosos, no pior. 
Os povos, seja qual for a nacionalidade de seus dirigentes belicistas, deviam formar uma barreira e dizer «Não!» a esta loucura de jogar com as nossas vidas, em nome de uma visão megalómana das suas pessoas. 
Na realidade, se a catástrofe vier a generalizar-se, ninguém sairá vencedor, o que parece evidente para mim e também para muitas pessoas, incluindo estrategas militares. 
Os grandes poderes financeiros e industriais não terão nada a ganhar também; onde é que vão fazer lucro, perante um montão de escombros, numa Terra contaminada e com uma população fortemente decimada???
Quando a loucura se apodera dos dirigentes, infelizmente existem aves de mau agoiro que vão para os meios de comunicação social mais conhecidos fazer o papel de pirómanos: são corresponsáveis do que se tem passado e do que se vai passar. 
Conseguiram hipnotizar, fazer lavagem ao cérebro, de uma percentagem elevada de indivíduos: Estes, não percebem que estão a ser manipulados para defender exatamente o contrário dos próprios interesses vitais.  
A destituição completa da cidadania, faz com que seja mínimo o efeito das pressões de cidadãos mais lúcidos, junto dos poderes políticos, no sentido de bom-senso, de iniciativas de paz, de passos concretos para fazer uma de-escalada. 
Neste momento, sou pessimista, pois não creio que a «salvação» esteja num Trump, ou noutro qualquer, porque estes políticos são reféns do Estado-profundo, mesmo antes de terem sido eleitos. Eles estão todos nas mãos dos lóbis mais poderosos, nomeadamente o do armamento, da grande banca e da finança. A ambição de poder de todos eles é que tem levado à situação presente.

sexta-feira, 8 de setembro de 2023

JEFFREY SACHS - A liderança dos EUA está cometendo o maior erro que se possa conceber


 https://www.youtube.com/watch?v=MKMxMUG4cKA

A barragem de censura e de propaganda faz com que a media corporativa não se «atreva» ou não «goste» de publicar testemunhos independentes e corajosos, como o de Jeffrey Sachs.

Oiça com atenção este homem, professor universitário nos EUA, muito conhecido e respeitado e que tem mais de trinta anos de experiência, enquanto conselheiro económico dos governos soviético, russo e ucraniano, desde o início dos anos 90.