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sexta-feira, 25 de julho de 2025

QUE FIQUEM CONHECIDOS PELOS SEUS FRUTOS / O GRANDE NEGÓCIO DO GENOCÍDIO



QUE FIQUEM CONHECIDOS PELOS SEUS FRUTOS (por Caitlin Johnstone)




 O GENOCÍDIO DE GAZA POR ISRAEL É UM GRANDE NEGÓCIO (por Jonathan Cook)


NO EXCERTO DO ARTIGO Dystopian Killing Fields and Starvation in Gaza POR BINOY KAMPMARK VERIFICA-SE A PERVERSIDADE DE ISRAEL EM RELAÇÃO ÀS OBRIGAÇÕES HUMANITÁRIAS E A ATITUDE CONDESCENDENTE DE SEUS ALIADOS OCIDENTAIS.

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The statement as run by Doctors Without Borders (Médecins Sans Frontières) on 23 July is stark: “As the Israel government’s siege starves the people of Gaza, aid workers are now joining the same food lines, risking being shot just to feed their families. With supplies now totally depleted, humanitarian organisations are witnessing their own colleagues and partners waste before their eyes.” Two months after the implementation of the controlled aid scheme by Israel, utilising the grotesquely named Gaza Humanitarian Foundation, over 100 organisations were “sounding the alarm and urging governments to act: open all land crossings; restore the full flow of food, clean water, medical supplies, shelter items, and fuel through a principled, UN-led mechanism; end the siege; and agree to a ceasefire now.”

Outside Gaza, and even within the Strip, abundant supplies of food, clean water, medical supplies, shelter items and fuel sat untouched. Humanitarian organisations had been prevented from accessing them. “The Government of Israel’s restrictions, delays, and fragmentation under its total siege have created chaos, starvation, and death.” A paltry figure of 28 trucks a day were being allowed into the Strip.

The relevant gore is recounted: massacres at food sites in the Gaza Strip are impossible to ignore; the figures from the UN suggest that 875 Palestinians had been slaughtered while seeking sustenance as of 13 July. The frequency of these “flour massacres” is also receiving comment from those in the employ of the operation being run by GHF (Gaza Humanitarian Foundation), policed by private contractors and the IDF. Retired US special forces officer Anthony Aguilar, who resigned from working with the GHF, told the BBC that he had “witnessed the Israeli Defense Forces shooting at crowds of Palestinians.” During his entire career, he had never seen such “brutality and use of indiscriminate and unnecessary force against a civilian population, an unarmed, starving population.”

The NGO statement goes on to note the rise of cases of acute malnutrition, most prevalent among children and the elderly. (The World Food Programme has warned that one in three Gazans do not eat for days at a time, with 90,000 women and children requiring treatment.) “Illnesses like acute watery diarrhoea are spreading, markets are empty, waste is piling up, and adults are collapsing on the streets from hunger and dehydration.”

In the face of this, international law’s decrees appear like the neglected statues of a distant land. The three sets of Provisional Measures Orders from the International Court of Justice, handed down since 2024, have warned Israel to observe its obligations under the UN Genocide Convention and address the humanitarian crisis in the Strip. In its modifying order of provisional measures handed down on 28 March 2024, the ICJ instructed Israel to “take immediate and effective measures to enable the provision of urgently needed basic services and humanitarian assistance to address famine and starvation and the adverse conditions of life faced by Palestinians in Gaza.” These include the provision of “food, water, electricity, fuel, shelter, clothing, hygiene and sanitation requirements, as well as medical supplies and medical care” and “increasing the capacity of land crossing points and maintaining them open for as long as necessary.”

The latest concession from Israel to deal with this engineered humanitarian catastrophe is a promise to open humanitarian corridors to permit UN convoys into the Strip. In addition to that, COGAT (Coordinator of Government Activities in the Territories), the Israeli military agency overseeing humanitarian affairs in Gaza, has announced that Jordan and the United Arab Emirates will be permitted to parachute humanitarian aid to those in Gaza. UK Prime Minister Sir Keir Starmer has made a small team of British military planners and logisticians available to assist Jordan in this endeavour. On 27 July, the IDF also released a statement claiming it had made the first airdrop including “seven packages of aid containing flour, sugar, and canned food.” These efforts, in their practical futility, are a reiteration of the humanitarian airdrops conducted by the US military and Jordan’s air force in March last year.

These drops will do little to alter the cruel, strangulating model of aid delivery in place, emboldening the fittest recipients capable of outpacing their adversaries. Those recipients will also be fortunate not to be injured or killed by the dropped packages, instances of which were recorded in March last year. “Why use airdrops,” asks Juliette Touma, chief spokeswoman for the United Nations agency for Palestinian refugees, “when you can drive hundreds of trucks through the borders?” Using trucks was “much easier, more effective, faster, cheaper.” Precisely why using them is so unappealing to the IDF.

Instead of focusing on isolating Israel, its allies prefer piecemeal approaches that prolong the suffering of the Palestinians. Measures such as those announced by Starmer to “evacuate children from Gaza who need medical assistance, bringing them to the UK for specialist and medical treatment” only serve to encourage the Israeli war machine. The aid drops serve to do much the same. The objective is one of inflicting a sufficient degree of harm that will encourage the eventual depopulation of the enclave. Israel’s allies, with intentional or unintentional complicity, will clean up.



sexta-feira, 11 de julho de 2025

FRANCESCA ALBANESE (ONU) : ECONOMIA DO GENOCÍDIO



             

Francesca Albanese é realmente uma voz de coragem, de denúncia da criminalidade e um acordar das consciências. 

O sistema  controlado pelas grandes potências já se «suicidou», já se deixou cooptar há muito tempo. Por isso, admiro a coragem dela e de outros, dentro ou fora das ageências da ONU, que não temem mostrar ao grande público onde está a criminalidade e onde está o Direito Internacional.


Veja também o artigo seguinte, que descreve como os EUA sancionam Francesca Albanese, de maneira obscena e vergonhosa 

sexta-feira, 6 de junho de 2025

A FALSIFICAÇÃO DA HISTÓRIA DOS HEBREUS COM OBJETIVOS POLÍTICOS



Uma das maiores mentiras dos sionistas no poder em Israel, é a da sua ligação «de sangue» com os povos judeus dos tempos bíblicos.

Para sustentar essa mentira e justificar a teoria do «retorno», toda uma série de falsidades são produzidas para dar crédito a uma certa versão da Bíblia Hebraica. Não está em causa a escritura bíblica, em si mesma, mas sua interpretação redutora, aliás em contradição flagrante com os factos estabelecidos pela arqueologia moderna. 
Criou-se uma pseudo-científica «arqueologia bíblica», que pretendia encontrar, a todo o custo, evidências no subsolo de Israel/Palestina, em apoio aos vários livros da Bíblia. Esta «arqueologia bíblica» conseguiu iludir muitos, no passado; porém, agora está desacreditada, graças aos avanços da arqueologia moderna.

Por outro lado, a técnica de sequenciação do ADN tornou possível o retraçar das genealogias. Foram gastas somas consideráveis - de fundações privadas e de universidades e institutos de investigação - para encontrar os supostos «genes judaicos»: Fez-se muito alarido em torno de tal pesquisa.
Porém, quer as populações Sefarditas (Judeus da Europa Ocidental e Norte de África), quer Askenases (Centro e Leste da Europa), não possuem genes que os diferenciem das populações não-judaicas dos seus respectivos entornos. Não se identificaram genes particulares, que fossem «marcadores exclusivos» das populações judaicas, para grande decepção dos patronos destes estudos.
De facto, este é o resultado mais provável. A História não fantasiada é reforçada pela Genética das Populações: Foram numerosos os cruzamentos entre judeus e não judeus e houve conversões ao judaismo, ao longo de mais de 2000 anos de história dos judeus na Europa.
Mas, existe uma comunidade poderosa de sionistas ricos que tem pressionado para serem refeitos e reinterpretados aqueles estudos genéticos, em puro desperdício de meios humanos e financeiros: O que procuram é uma «cobertura científica» para o seu racismo. Querem que a genética «prove» a existência de genes específicos à população judaica. Isto, para que possam afirmar que as populações judaicas são «uma raça à parte».
No entanto, a religião judaica pode existir e ser cultivada, tal como as outras religiões, com a participação de várias etnias. Porém, os sionistas têm um arreigado complexo racista. Eles têm de afirmar sua superioridade genética, enquanto relegam os palestinianos à categoria de «infra-humanos».*

Como geneticista, não posso senão denunciar como uma fraude, que se continue na senda dum racismo disfarçado, agora com utilização das técnicas de ADN, para falsificar a realidade e perpetuar o mito do povo judaico como uma «raça».

Como esclarece o etnólogo do vídeo abaixo, os mais diretos descendentes dos habitantes da Palestina de há 2000 anos, são as atuais populações palestinianas.
Nestas, existem cristãos, muçulmanos e judeus. Os  membros das três religiões viveram em comunidades separadas mas em vizinhança pacífica, no passado. O mesmo ocorreu na Península Ibérica, antes dos reis de Espanha e de Portugal (finais do séc. XV- princípios de séc. XVI) terem forçado os mouros e os judeus a converterem-se ao cristianismo. Os que não aceitaram, foram expulsos.

Atualmente, em Israel, a maioria da população judaica é proveniente ou descendente de colonos, em sucessivas vagas após a IIª Guerra Mundial, sobretudo vindos da Europa Central e do Leste.

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* É o que querem dizer, quando usam a expressão «animais humanos».

                                              


domingo, 1 de junho de 2025

CRÓNICA DA IIIª GUERRA MUNDIAL (Nº44): «Morrer duas vezes»

Creio que a Guerra Mundial em curso já é uma evidência para todos. Por isso, hoje não vou dedicar-me a descrever qualquer episódio nesta multifacetada pugna, entre um Mundo agonizante e  outro, que tarda a nascer. Vou antes escrever sobre algo que se encontra presente em cada nação, como também nas próprias cabeças das pessoas. Refiro-me à inteligência. 

A inteligência, no sentido próprio, significa a disposição para aceitar os dados que nos chegam das mais diversas maneiras e construir hipóteses credíveis sobre a sua evolução. Mas, também, significa que, caso tais hipóteses se revelem falsas ou percam sustentação, por não terem as evidências que julgávamos, se deve descartá-las, pô-las no armário, aceitando a evidência dos factos, a sentença das verdades no terreno. 

É aqui, justamente, que se encontra o primeiro paradoxo: Enquanto as potências dos BRICS e da OSX se têm comportado de forma razoavelmente realista nestes últimos anos, do lado «ocidental» noto que, num número de países (que compreende as potências mais fortes do Ocidente, os EUA, a Alemanha, o Reino Unido e a França), seus governos se têm comportado com enorme irresponsabilidade. 

São notórias as mudanças bruscas de políticas, não apenas em relação à guerra na Ucrânia, como em relação à China, ao Médio-Oriente (em particular, a questão Israel/Palestina) e a uma série de outros assuntos.

Pois, a realidade, é como o ar: Se lhe fechas a porta, ela entra pela janela, ou pela chaminé. Não há maneira de impedir a realidade. O delírio dos dirigentes ocidentais começa justamente aqui: Pensam, pelos vistos, que  a realidade no terreno se poderá transformar através da propaganda. Isto é absurdo; porém, é exatamente o que têm feito, sucessivamente, em relação a assuntos mundiais prementes e exigindo uma resposta. 

Como é que a cidadania e os dirigentes do Sul Global vêm os comportamentos duma série de dirigentes das grandes potências ocidentais, tanto em termos económicos como militares? É compreensível que, passado o momento inicial de espanto, eles tivessem feito a sua análise e concluído que tinham de encontrar uma alternativa.  

Julgo que é completamente claro - agora - que os piores inimigos da globalização, da legalidade internacional, do papel da ONU, do respeito pelos Direitos Humanos, são justamente os que mais enchiam a boca com bombásticas declarações em defesa destes mesmos valores. 

Enquanto serviram para fazer avançar as causas dos tais países ocidentais, estes valores foram invocados insistentemente pelos dirigentes. Mas, logo que as situações concretas os colocaram do outro lado, do lado dos acusados, então as coisas já não eram assim: É o caso do genocídio da população indefesa de Gaza, contemplada friamente pela classe política ocidental quase toda. Mas, esta indiferença, esta conivência com os carniceiros sionistas, torna o seu silêncio a maior evidência acusatória contra eles: Não há nenhum povo ao qual não se apliquem os princípios dos Direitos Humanos, mas é precisamente isto que se infere da atitude dos governos ocidentais, de nada fazerem para defender os direitos vitais do povo palestiniano: para eles, há povos e povos, há direitos humanos que se aplicam mais ou menos, consoante os casos. Seu comportamento chocante tem um inegável relento a racismo, a colonialismo. 

Sinceramente, acho que a civilização Ocidental já está «fora de prazo». Está condenada a desaparecer de um modo, ou de outro. Sob nenhuma forma poderá, nem merece sobreviver enquanto projeto político. O que houve de positivo no passado desta civilização não está em causa. Quanto aos  indivíduos nascidos nestas paragens, não devem ter receio, se se mantiverem numa postura digna. Mas, a classe política, essa, não tem outro destino senão o de regressar ao esgoto de onde saíu e onde deveria ter ficado. Apenas a indiferença e o engano fizeram com que as populações se deixassem iludir e votassem neles. 

A inteligência dos cidadãos tem sido atacada por vários métodos. Um deles, é a utilização da ciência do comportamento com objetivos perversos, contrários ao humanismo. Nesta guerra sem fronteiras e sem limites, existe um departamento especializado na OTAN. Destina-se a desenvolver e pôr em prática a guerra psicológica: Os avanços no estudo da psique humana têm sido desviados dos objetivos de cura, ou tratamento das doenças mentais. Estes centros de investigação militar servem para redesenhar  os comportamentos, através de técnicas de condicionamento. Estes factos tornam as distopias de Aldous Huxley, ou doutros autores de ficção sociológica, tristemente atuais. Aliás, os próprios militares e políticos da OTAN consideram a guerra psicológica como algo que se aplica, não apenas ao «inimigo», como também à população dos países da Aliança, ou de países amigos.

Nestes últimos tempos, entrámos numa fase de involução, no ciclo histórico longo: Muito provavelmente, iremos ver a situação internacional degradar-se mais, antes que venha uma nova fase construtiva, talvez uma nova civilização mundializada, mas totalmente distinta do falido modelo globalista, da ditadura neoliberal imposta pelas oligarquias e executada pelos nossos governos. 

A civilização ocidental atual está a morrer, duas vezes: 

- Uma primeira vez, porque os atos de muitos dos seus governantes a traem, a si própria; os valores afixados são cinicamente negados no quotidiano; o seu próprio legado humanista está a ser insultado pelos dirigentes atuais. 

- E uma segunda vez, porque este mesmo comportamento está sendo repudiado em todo o Globo, pela maioria de países, reunindo a maioria da população mundial. É nesta última parte do Mundo, que se constroem os alicerces duma nova Civilização, composta por todas as etnias e culturas, em pé de igualdade.



quarta-feira, 28 de maio de 2025

Conversa sobre anti-imperialismo e jornalismo com Vanessa Beeley e Fiorella Isabel



Comentário de Manuel Banet.
 O «elefante na sala», é quando os países mais poderosos, a China e a Rússia, não fazem positivamente nada para evitar ou salvar povos e países que são esmagados pela máquina do imperialismo US... 
É a mesma mentalidade que na «guerra fria nº1»: Ambos os lados reconheciam implicitamente os diversos países -especialmente os do Sul - como estando na esfera de influência de um, ou do outro lado.





 Veja aqui a transcrição da conversa:

https://beeley.substack.com/p/multipolar-fantasy-russia-and-china

sábado, 10 de maio de 2025

ILAN PAPPÉ: COMO ISRAEL SE TORNOU UM ESTADO FASCISTA


 

RELACIONADO:
Há certos momentos que são reveladores da mentalidade fascista. Também se revelam as simpatias dos poderes governamentais na UE. Leia a notícia sobre o comportamento fascista e provocatório dos bandos de hooligans sionistas, contra os árabes e os palestinianos, num jogo de futebol em Amesterdão:

O próprio sistema das Nações Unidas foi oportunisticamente aproveitado e abusado pelos sionistas, desde a criação do Estado de Israel, até hoje. A protecção dos EUA e da Europa ocidental, tornou possível a aberração dum Estado que se mantém como membro da ONU, mas que se coloca permanentemente à margem dos seus princípios e resoluções: 


domingo, 4 de maio de 2025

CRIAÇÃO DE ISRAEL PELOS OCIDENTAIS: Entrevista a Saïd Bouamama

 Esclarecedora entrevista efetuada por Michel Collon, ao militante argelino Saïd Bouamama (Forum nº1)

Tal como na 1ª NAKBA, nesta NAKBA Nº2, o horror é «ignorado» pelas potências ocidentais. O mesmo se passou com os responsáveis pela criação artificial do Estado de Israel. Em 1947, a criação do Estado de Israel resultou, aparentemente, do gesto da ONU de então, para remediar o Holocausto judeu na 2ª Guerra Mundial. Mas, na realidade, foi um ato de negação dos direitos humanos elementares da população autóctone palestina, traída pelos países que dominavam a ONU, em 1947-48.





quarta-feira, 9 de abril de 2025

CRÓNICA DA IIIª GUERRA MUNDIAL, Nº 42: A TEMPESTADE TARIFÁRIA, OS MERCADOS E AS ALIANÇAS


Há mercados e mercados. Os mercados bolsistas, mesmo as ações das empresas mais conhecidas, ou os índices do «S&P 500» ou do «NASDAQ», apenas afetam diretamente os que investiram nesses ativos. Mesmo os «valores seguros», estão sujeitos a grandes perdas, como nos foi dado ver, nestes últimos dias, no crash da libertação a 2 de Abril

O S&P perdeu 11.5% em 3 dias, e o juro das obrigações do Tesouro a 10 anos [ 10Y UST ] situa-se agora a 4.38%. As «treasuries» dos EUA  já não podem servir como  tradicional «porto refúgio» dos capitais.

Esta mudança tectónica é, no entanto, mais significativa ainda no médio/longo prazo para os mercados de matérias-primas e produtos manufaturados, ou seja, para a «economia real», a qual afeta todas as pessoas, em todos os países.

Não tenho dúvidas de que estamos perante um crash induzido: Os que planearam este crash, no círculo de Trump, sabem perfeitamente que estas modificações bruscas de tarifas alfandegárias têm implicações a vários níveis. Não só afetam os preços das mercadorias ao consumidor, os fluxos das mesmas mercadorias, e - em consequência - os fluxos de capitais. Mas, igualmente jogam com o panorama de alianças no âmbito da IIIª Guerra Mundial.

Estas mudanças estão ainda no começo, embora as novas linhas de fratura já se vislumbrem, pelos discursos e sobretudo, pelos atos concretos dos governos. Os vassalos do império dos EUA, Starmer, Macron, Van der Leyen, etc, estão atónitos: Após a mudança de rumo nos assuntos da guerra Russo-Ucraniana, vem um «segundo punch», que os deixa a cambalear. Estão incapazes de fazer frente à nítida desautorização, pela potência tutelar que os «protegia».

Mas, a China não se deixou intimidar e respondeu exatamente com as mesmas medidas tarifárias, mas em sentido contrário às dos EUA. Além disso, e muito menos divulgado, decidiu proíbir a exportação de «terras raras» que os EUA precisam para sua indústria de eletrónica, incluindo o fabrico de «microchips» para os jets, mísseis e outras armas sofisticadas.

A China encontra-se, claramente, em vantagem; constatação consensual, qualquer que seja a simpatia ou antipatia dos observadores, em relação ao gigante asiático. Do ponto de vista das alianças, igualmente está a ganhar, com o estreitamento dos laços comerciais e a formação duma «frente comum», com os parceiros da ASEAN. Isto reveste-se de significado estratégico também, pois as (atuais e futuras) sanções ocidentais não a incomodarão; a China terá ainda maior independência comercial, em relação aos EUA e seus vassalos ocidentais. Mesmo os mais fiéis vassalos dos EUA no Extremo-Oriente (Coréia do Sul e Japão), estão dispostos a coordenar ações com a China, para minimizar o efeito do «tornado tarifário Trump» sobre as exportações.

Tudo o que se possa pensar sobre a polaridade globalização/soberanismo, está posto em causa; pois, tradicionalmente, a defesa da globalização capitalista era obra dos EUA e de seus aliados, enquanto as políticas de defesa da soberania, eram protagonizadas pela Rússia, a China e seus aliados nos BRICS...

Hoje em dia, o Mundo descobre que é um perigo bem maior, em termos comerciais e de estabilidade económica, política e geoestratégica, desenvolver laços com os EUA. Estes, serão ainda a potência económica maior em volume de capitais investidos, embora já não em termos de produção de bens industriais.

Pelo contrário, a China é um parceiro confiável: Está sempre atenta aos fatores de estabilidade, predictibilidade e recíprocidade. 
Por isso, também, é vã a tentativa de desacoplar a Rússia, da China: Estão envolvidos numa aliança a vários níveis, da defesa ao comércio, da diplomacia à construção de novas rotas terrestres e marítimas (incluindo a rota o Ártico).

Finalmente, o que deveria preocupar mais as pessoas no Ocidente, seria antes a atitude aventureira dos dirigentes, que não sabem como atuar; as suas visões estavam falseadas... mas, falseadas por eles próprios. É um caso de auto-engano, de tomarem seus desejos pela realidade. A sua credibilidade atinge mínimos, nas sondagens de opinião. Estes factos não nos devem tranquilizar, pelo contrário; pois a nossa «democracia», com todas as suas limitações já não é tolerável para os «nossos dirigentes». Eles revelaram-se naquilo que já eram, em segredo: Autocratas ao serviço das oligarquias, interessados apenas retoricamente em afirmar os valores da democracia «para dar uma imagem», para consumo do povo.
O que fazem, na realidade, é no interesse diametralmente oposto ao dos respetivos povos, das respetivas nações. 
Com leis absurdas, produzidas por eles próprios, estão muito atarefados a neutralizar  (pela censura, por processos judiciais e pelo assédio policial) todos aqueles que se atrevem a contestar a sua política. 
Os poderes têm não apenas difamado, como reprimido,  manifestantes contra a monstruosidade do genocído dos palestinianos pelos israelitas, em Gaza e na Margem Ocidental. Se isto não é fascismo em ação, expliquem-me então, o que é...

Tudo aquilo que eu temia, quando falava da destruição de um semblante de legalidade e do Estado de Direito, a propósito da repressão aos dissidentes do COVID e da campanha de «vacinação» forçada, está a ser (re)posto em prática, agora. Existe um centro operacional comum, que coordena ao nível dos países da UE e da OTAN, a repressão da dissidência. É uma contínua guerra contra a cidadania, silenciosa mas sem quartel. 
 Os poderes de Estado, violentos, têm as forças repressivas ao seu serviço e os povos estão desarmados: Os tribunais são a maior farsa e as forças de oposição parlamentar têm sido impotentes, quando não colaborantes.

O fascismo do século XXI , não só tem avançado (ver artigo de Jonathan Cook), mas já tem o atrevimento de negar, ostensivamente, os valores que enformavam a «democracia liberal» nos países da OTAN em geral e, em especial, na França, Alemanha e Reino-Unido...

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PS1: OS BRICS e a multipolaridade são fatores decisivos, que modificam qualitativamente as relações do «Sul global» com o «Ocidente global».

PS2: Veja o que tem acontecido com as compras de ouro pelo banco central da China (a azul) e com as compras/vendas de Obrigações do Tesouro US (a vermelho): O PBOC tem um meio eficaz de pressão sobre o dólar e tem exercido essa pressão, de forma consistente.


sexta-feira, 4 de abril de 2025

QUANTO MAIS GRAVES AS ATROCIDADES EM GAZA, MAIS SILENCIOSA É A BBC [JONATHAN COOK]


The graver Israel’s atrocities in Gaza, the quieter the BBC grows
Once again the UK state broadcaster goes missing in action – this time at the discovery of a mass grave of emergency workers executed by Israel                           

https://substack.com/@jonathancookOs nossos políticos têm consentido com tudo o que tem sido feito pelo Estado de Israel, e não apenas em Gaza, nos últimos 18 meses. Este genocídio tem sido cometido ao longo de decénios.


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PS1: Acumulam-se mais provas de que as alegadas violações em massa de mulheres israelitas pelo Hamas, no 7 de Outubro, eram uma completa fabricação de propaganda. Veja aqui: 



terça-feira, 25 de março de 2025

Jonathan Cook: «O Novo Fascismo»

Jonathan Cook é um britânico radicado em Nazareth (Palestina), que tem mantido um constante fluxo de informação independente, em língua inglesa, sobre o conflito israelo-palestiniano. Ele tem sido uma das fontes mais fidedignas sobre as guerras israelo-árabes e a ocupação dos Territórios da Palestina.

Podeis estar contra ou a favor dos seus pontos de vista, mas não podeis negar a objetividade e relevância dos dados que ele tem vindo a divulgar ao longo dos anos. 

Devemos tomá-lo muito a sério, quando diz que Israel é modelo («template») para o que se tem estado a passar na Europa e nos EUA, nas guerras contra as liberdades. No Reino Unido e em vários países da U.E. (incluindo a Alemanha, mas não exclusivamente) fabricaram leis que equiparam a solidariedade com o povo palestiniano, com «conivência com terroristas». Na mesma ocasião, as notícias sobre terrorismo de Estado, em Israel e nos «civilizados» países ocidentais, são suprimidas. Em vários casos, a sua denúncia tem sido mesmo criminalizada e não os atos destes Estados, propriamente terroristas!

 https://open.substack.com/pub/jonathancook/p/the-new-fascism-israel-is-the-template?utm_source=share&utm_medium=android&r=9hbco 


O fascismo nunca desapareceu das nossas sociedades, das nossas instituições,  das mentalidades de muitos concidadãos.  Esta é  a verdade que Jonathan Cook nos mostra. A conivência com o genocídio dos palestinianos às mãos dos sionistas de Israel não  seria sequer possível e ainda menos defendida por larga base do establishment, caso o fascismo tivesse sido completamente derrotado, após a II Guerra Mundial.

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

APELO INTERNACIONAL PARA AÇÃO DIRETA PELA PAZ (CODE PINK)

 

This weekend, I held my breath, hoping the ceasefire in Gaza would remain intact. Thankfully, it’s still in place, but after Israel’s 269+ violations of the deal, this is not the time to look away. You have advocated endlessly for Palestinians, and more recently you’ve helped uplift the story of Dr. Hussam Abu Safiya and demand his release. Although he still remains in detention – the international pressure is working. Because of pressure campaigns, his lawyer was able to meet with him and confirm what we already assumed: Dr. Abu Safiya is being tortured by Israel. We’ve also been hearing that he might be part of an upcoming prisoner exchange as part of the ceasefire deal, so we need to elevate our demands for Palestine’s doctors today!

👉 Now that we have Israel’s attention, we have to keep pushing. Flood the Israeli embassy with letters demanding Dr. Abu Safiya’s release to make it clear that, despite U.S. government support, the American people reject Israel’s genocide and occupation. 

👉 Keep applying public pressure by sharing posts demanding Dr. Abu Safiya’s release on X and Facebook!

While Israel has slowed its bombing of Gaza, it is doubling down on its violent assault on the West Bank. Israeli forces — often alongside Israeli settlers — have escalated their raids, killing and detaining Palestinians and destroying homes across Jenin, Nablus, Tulkarem, and al-Khalil*. Israel’s aggression has displaced about 45,000 Palestinians — the largest number in the West Bank since the Naksa** in 1967. We are witnessing ethnic cleansing in real-time. Meanwhile, Trump’s ethnic cleansing plan for the U.S. to seize ownership of Gaza only enables Netanyahu’s genocidal actions. 

With speculations about the potential of Dr. Abu Safiya’s release, we’re seeing firsthand what we can achieve when we refuse to abandon our siblings in Palestine. Every letter keeps the pressure on. Let’s show them we won’t stop until every doctor, every Palestinian, is free from Israel’s occupation.

👉 This wave of pressure will send the Israeli regime scrambling. Send a letter to the Israel embassy in DC and keep demanding Dr. Abu Safiya’s release!

👉 Be public about your demands by sharing them on X and Facebook!

While Israel continues to destroy Palestinian healthcare, you have already helped build its future. Thanks to your generosity, we raised enough funds to sponsor 19 Palestinian medical students who are studying in Cuba as part of our Valentine’s Day fundraiser! The thousands of dollars you donated will support these students for an entire year. These future doctors will one day return to serve their people and rebuild Gaza’s destroyed healthcare system — all because you chose to stand with them. Supporting Palestinian life in a world that keeps trying to crush it is a radical act of love! 

One of the most powerful things you can do is bring this care and solidarity everywhere you go. It’s why we’ve been asking you to talk to your doctors about the crimes committed against Palestinian physicians. Our mission is to educate the immediate people around us so they can see as clearly as we do that we have more in common with Palestinians in Gaza than we do with the war criminals calling the shots. We can’t change Israel’s mind, but we can change each other’s. If you know anyone who has a loving heart, but hasn’t been brought into the movement yet, share this email so they can learn about Dr. Hussam Abu-Safiya and the struggle of Palestinian doctors. 

*al-Khalil is the original Palestinian name of the city that Israel calls Hebron.

**The Naksa, Arabic for setback, refers to Israel’s total occupation of the remainder of Palestine, and the displacement of 300,000 Palestinians in 1967.

 👉 Don't miss out:

Until Liberation,

Nour and the entire CODEPINK team