DESMONTA AS MENTIRAS DE QUEM PROPULSIONA AS GUERRAS EM WASHINGTON
quinta-feira, 9 de janeiro de 2025
CRÓNICA DA IIIª GUERRA MUNDIAL Nº37: O CORONEL MAC GREGOR DIZ TUDO!
DESMONTA AS MENTIRAS DE QUEM PROPULSIONA AS GUERRAS EM WASHINGTON
sexta-feira, 3 de janeiro de 2025
MCGOVERN: OS RISCOS DE GUERRA NUCLEAR NÃO ESTÃO DIMINUÍDOS
FIM DO IMPÉRIO: VIRAGEM PARA UMA TOMADA DE CONSCIÊNCIA DOS POVOS
Os povos do mundo (incluindo os americanos) estão a acordar.
Estamos a assistir em direto ao primeiro capítulo da queda do Império USA:
- A derrota militar na Ucrânia, a retaliação da oligarquia europeia contra os «recalcitrantes» dirigentes da Eslováquia e Hungria, a ilusão da democracia desmascarada com o que se passa na Roménia com anulação das eleições com base em «suspeitas» de ingerência, a histeria na Alemanha, que apresenta um partido nacionalista como se fosse nazi, na Geórgia as ingerências dos países «fortes» da UE são descaradas, etc.
O mundo está a evoluir aceleradamente, mas a media ocidental tem mantido a ilusão, jogando também com o medo, a denegação, como serviçais que são do capital monopolista.
Oiça com atenção as análises (em francês) sobre a atualidade:
RELACIONADO:
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2024/10/uniao-europeia-manipulou-referendo-na.html
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2025/01/apos-derrota-militar-zelensky-decide.html
domingo, 22 de dezembro de 2024
PROPAGANDA 21 (N. 23) DISSOCIAÇÃO DA REALIDADE NO OCIDENTE
Prof. Glenn Diesen entrevistado por Pascal Lottez
PS: Os mitos estão de tal maneira entrincheirados nos cidadãos, que mesmo julgando-se informados e esclarecidos, fazem uma leitura totalmente equivocada dos acontecimentos da guerra Russo - Ucraniana.
Um profissional dos media insistia comigo, há pouco tempo, que a intenção de Putin era conquistar a totalidade da Ucrânia. Eu tentei explicar-lhe isso não era lógico: Se a operação militar russa na Ucrânia tivesse o caráter duma guerra de conquista total do território da Ucrânia, não seria planeada e executada da maneira como foi. O objetivo era interpor uma força dissuasora nas fronteiras do Donbass e entrar em negociações diplomáticas para que os acordos de Minsk II fossem finalmente cumpridos e implementados.
Se o objetivo dos russos fosse anexar a Ucrânia na sua totalidade, eles teriam logo no princípio da guerra bombardeado e arrasado totalmente as defesas de Kiev, de modo a neutralizarem o centro político e os comandos militares inimigos. Os russos tinham capacidade para fazê-lo com os seus mísseis, sua força aérea, drones e artilharia de longo alcance.
Aliás, tinha sido essa a escolha dos americanos (e aliados/vassalos) aquando dos planos de ataque e invasão no Afeganistão, Iraque e Líbia.
Mas ele continuou a teimar na sua versão «oficial», embora não me soubesse explicar em que estava eu errado!
---------------------------
NB: ESTA PÁGINA CONTÉM os números da série «propaganda 21» publicados neste blog.
sábado, 30 de novembro de 2024
«A GUERRA DOS DRONES»: UM REPÓRTER FRANCÊS NA FRENTE DE KURSK
sábado, 23 de novembro de 2024
BRILHANTE ENTREVISTA COM PAUL CRAIG ROBERTS
Compreende-se que estes dados sejam omitidos nos discursos políticos e na média, que apenas funciona como arma de propaganda de guerra. Esta pode ser dirigida para confundir e diminuir o moral do inimigo, mas também e até, sobretudo, para anestesiar a cidadania dos próprios países do Ocidente e neutralizar os seus sectores críticos.
Os dados que esta entrevista nos fornece são de grande importância para compreendermos os factos no terreno. Com efeito, por detrás de uma postura dos estadistas ocidentais simulando «responsabilidade», eles estão levando as suas populações para uma guerra mundial.
Na minha visão, esta Terceira Guerra Mundial já está em curso, pelo menos há 25 anos, desde a agressão da OTAN à Sérvia, em 1999 e tem continuado no século XXI, com guerras de conquista e agressão, ou com golpes de Estado (as «revoluções coloridas») para impedir que essas nações se vejam livres do imperialismo global, que apostou na hegemonia sobre todo o globo.
Se lhe parece demente, eu dou-lhe razão; é de facto demência e da mais perigosa. Mas, não se engane; o demente não é quem escreve estas linhas, mas os que estão nos lugares de poder, em cargos de governo e de comando militar em Washington, Londres, Bruxelas e etc., do Ocidente.
A parte da Humanidade que constitui o «Sul Global», as pessoas que não estão no chamado «Ocidente» percebem muito bem que os países Europeus e da América do Norte estão - desde há bastante tempo - nas mãos de uma casta apenas interessada em manter-se no poder e defender os privilégios dos multimilionários, que os financiam.
Oiça e veja esta entrevista do Prof. economista e ex-embro do governo dos EUA. Oxalá que contribua para que tenha uma visão mais crítica das narrativas geopolíticas enganadoras da media convencional!
quinta-feira, 21 de novembro de 2024
A Terceira Guerra Mundial [por Fabrizio Mejia]
quarta-feira, 20 de novembro de 2024
domingo, 10 de novembro de 2024
quarta-feira, 6 de novembro de 2024
quarta-feira, 9 de outubro de 2024
O MUNDO NA IIIª GUERRA MUNDIAL / CRÓNICA (Nº33) DA IIIª GUERRA MUNDIAL
domingo, 6 de outubro de 2024
De 26 de Setembro a 6 de Outubro, tanta coisa mudou!
Talvez, os "DEZ DIAS QUE ABALARAM O MUNDO"* das nossas vidas.
Eu estive doente e tive de assistir a minha esposa, também ela doente. Por isso, não escrevi, nesta semana, novos artigos para meus leitores do blog. Mas, agora que estou melhor, consegui apenas publicar dois vídeos esclarecedores:
O 1º, é uma entrevista de Glen Greenwald ao Prof. Jeffrey Sachs.
Para se perceber como chegámos a este ponto, é preciso ter uma noção de todo o desenvolvimento que conduziu ao estado presente. A entrevista é intitulada «A Guerra Ucraniana Foi uma Jogada Estouvada» e faz todo o sentido, porque, como o Prof. Sachs recorda, os EUA e a OTAN, durante anos, tudo fizeram para que se chegasse a este estado. Mas, não só a provocação à guerra foi estouvada, como foi de incrível irresponsabilidade, a sucessão de recusas, a cada vez que a Rússia vinha propor conversações para novo acordo de paz e segurança no continente Europeu.
o 2º, é Andy Schectman, um comerciante e especialista de mercados de metais preciosos, que não tem dúvidas sobre a leviandade dos dirigentes políticos, banqueiros centrais e da classe dos oligarcas ocidentais.
Todos eles estavam absolutamente seguros, até há bem pouco tempo, que o dólar era inexpugnável como moeda de reserva e como moeda de intercâmbio comercial em todo o mundo. As forças que se opunham ao dólar tinham, no entanto, excelentes economistas e estrategas, não deixando passar as oportunidades de fortalecer a construção dos BRICS e das trocas entre eles, prescindindo do dólar, assim como do desenhar de uma moeda não vinculada a um país, mas a um pacote de matérias primas, onde o ouro entrava com uma cota de 40%.
Esta moeda internacional que, estou quase certo, vai ser proclamada na próxima Cimeira dos BRICS de Kazan, terá um respaldo muito maior do que o dólar (moeda dita «fiat»), que apenas tem como respaldo a «palavra» , as «promessas» do governo dos EUA.
_____________________________________
*O título do livro de John Reed, de reportagem sobre os dez dias de 1917, que antecederam e imediatamente sucederam à tomada do Palácio de Inverno pelos bolcheviques em 25 de Outubro (do calendário ortodoxo). John Reed, o jornalista e revolucionário, cidadão dos EUA, a quem foi concedida a honra de ser enterrado na Praça Vermelha.
quinta-feira, 26 de setembro de 2024
segunda-feira, 23 de setembro de 2024
STOLTENBERG REVELA PLANO PARA DERROTAR A RÚSSIA
sábado, 21 de setembro de 2024
CRÓNICA (Nº32) DA IIIª GUERRA MUNDIAL: "TUDO O QUE POSSA CORRER MAL, CORRE MAL"
quinta-feira, 19 de setembro de 2024
CONSEQUÊNCIAS DO ATAQUE TERRORISTA DE ISRAEL/ MOSSAD NO LÍBANO
Dmitri Orlov dá-nos uma ideia realista da falência dos EUA e de Israel. É um pensador político que costuma estar avançado em relação ao imediato da geopolítica. Ele, no desenho geral, tem acertado desde que leio os seus artigos e vejo suas entrevistas no Youtube.
Igualmente significativa - porque realista - é a sua avaliação da tremenda derrota da OTAN no solo da Ucrânia e as medidas desesperadas, que se traduzem em atos terroristas (tanto pelos israelitas, como pelos ucranianos).
- E a onda de refugiados ucranianos que se aproxima quando o regime de Zelensky colapsar? Ninguém fala disso, na média corporativa...
Oiça Dmitri Orlov, se quer ter uma noção clara do que está para vir.
sábado, 7 de setembro de 2024
A REALIDADE DA CRISE GLOBAL CAPITALISTA
As distorções mais graves constatam-se em determinadas narrativas favoráveis aos defensores do capitalismo e dos impérios coloniais, relativamente ao ascenso dos fascismos e como uma crise económica e financeira mundial, se foi transformar na IIª Guerra Mundial.
De facto, o que acontece hoje em dia, possui muitos paralelos com as relações conflituosas entre potências importantes à saída da 1ª Guerra Mundial (1918) e até ao desencadear da 2ª Guerra Mundial (1939). A existência de graves tensões resultantes das exigências, na negociação de paz de Versalhes, pelos aliados vencedores da 1ª Guerra Mundial, em relação à Alemanha vencida, foi originar uma grave crise de hiperinflação neste último país (de 1922-23), que deu alento a grupos de extrema-direita. Estes coalesceram no partido Nazi. As mudanças de políticas em relação à Alemanha, ao seu rearmamento, a tolerância em relação à Itália fascista de Mussolini, nomeadamente, à guerra na Abissínia e à guerra civil de Espanha (que logo se transformou em guerra internacional), foram fatores importantes na subida e consolidação de fascismos em vários países europeus, quer já tivessem alcançado o poder, quer fossem forças organizadas e prontas para levar a cabo golpes de Estado.
O que todos podemos constatar - para lá das divergências relativas à História - é que as crises económicas e financeiras, desencadeadas pelas políticas dos bancos centrais, dos governos, ou de ambos, levam de imediato a crises sociais, as quais vão gerar movimentos revolucionários, tanto de esquerda como de direita.
As instabilidades no tecido económico e social, não podem ser remediadas pelo tipo de medidas usadas pelos governos, sejam elas fiscais ou económico-financeiras. Os poderes - então - recorrem à repressão. Mas, a deriva autoritária dos governos não tem qualquer efeito benéfico na economia. O que é simples de perceber: Numa sociedade industrial, o escoamento e consumo das mercadorias é fundamental para o funcionamento de todo o sistema. Porém, a capacidade aquisitiva da classe trabalhadora e da classe média diminui acentuadamente, num contexto destes. O fracasso das políticas internas tem levado os governos a procurar «unir a nação» contra um inimigo externo. Leva, também, a que a casta militar e por trás dela, a indústria bélica, seja ouvida e que suas «soluções» seduzam a casta dirigente.
Se virmos o período entre o fim da 2ª Guerra Mundial e hoje, constatamos que nunca houve paz, propriamente dita. Houve sempre conflitos armados, quer causados pelo choque entre nações independentes, ou por nações que lutavam pela emancipação do jugo colonial de uma potência europeia, ou contra o neocolonialismo, principalmente dos EUA. Outra constatação, é de que a capacidade instalada e a produção de armas e material de guerra esteve sempre em crescendo. Os fundos atribuídos ao complexo militar nos orçamentos de Estado das grandes potências foram sempre aumentando.
Tudo o que sabem fazer os Estados, os seus governos e corpos legislativos, sob influência dos lobbies das grandes empresas e grupos económicos, é criar ou aumentar as despesas, aumentando o défice das contas públicas, criando problemas de insolvabilidade, que tentam remediar, criando mais dinheiro. É como se tentassem tapar um buraco no solo, cavando outro ainda maior.
Chega um ponto em que, ou forçam o «apertar do cinto» na população (as políticas de austeridade) e arriscam-se a desencadear uma revolta; ou continuam a gastar o que não têm, através da «impressão» de dinheiro eletrónico, fazendo disparar a hiperinflação. Teoricamente, existe outra solução: A de transformar a estrutura produtiva e de propriedade, o que se poderá designar como uma transformação socialista. Mas, os partidos de governo nos países europeus excluem esta hipótese, mesmo quando têm «socialista» no seu nome!
As crises no capitalismo estão inscritas no seu próprio «ADN». São motivadas pela impossibilidade do capital auto-moderar o seu apetite pelo lucro.
O mantra que ensinam nas escolas de economia do Ocidente é que a empresa que não tentasse maximizar os lucros, estaria condenada a prazo, pois as empresas concorrentes não teriam problemas em tomar posições nos mercados para obter esses mesmos lucros.
Os países são empurrados para a guerra pelos dirigentes políticos e por empresários que têm vantagens nisso (ou pensam que têm). A guerra é um meio cruel, brutal e eficaz de destruir o excesso de capital, sob forma de instalações produtivas, excesso esse associado aos excedentes de produção de mercadorias.
Por detrás de qualquer guerra perfilam-se interesses económicos: Eles são facilmente detectáveis, se descartarmos os argumentos da propaganda, de um lado ou do outro.
Os EUA empurraram a Ucrânia para a guerra, para poderem colocar em cheque a progressão dos BRICS. Esperavam quebrar a unidade dos BRICS, mas enganaram-se, pois não apenas esta se mantém, como se alargaram os membros e os candidatos. Por outro lado, o imperialismo americano estava muito preocupado com a indústria alemã, com a sua competitividade, em parte devida ao fornecimento de energia barata pela Rússia. Conseguiu o imperialismo, pelo menos no curto prazo, resolver o problema ... com a sabotagem dos gasodutos Nord Stream. Esta sabotagem precipitou a Alemanha na maior crise industrial do pós 2ª Guerra Mundial. Muitas fábricas, por causa do aumento do preço da energia, fecharam portas na Alemanha e foram instalar-se nos EUA. Gigantes como a Volkswagen estão em dificuldades ou à beira da falência, ao ponto de encararem o fecho de suas fábricas na Alemanha.
A guerra económica com a China destina-se a impedir que os aliados dos EUA estabeleçam laços com o maior produtor industrial do mundo (a China): Querem manter o mercado Ocidental cativo, para escoamento dos produtos dos EUA e dos seus comparsas. Para dominar, os EUA não hesitam em dividir o Mundo em dois nos planos político, económico, militar e civilizacional. Mas, tal ambição é desastrosa e - felizmente - já se começa a compreender, mesmo nas fileiras pró-capitalistas, que ela só pode trazer guerra e miséria.
domingo, 1 de setembro de 2024
NUNCA ESTIVEMOS TÃO PRÓXIMOS DUMA GUERRA NUCLEAR (Entrevista com Ray McGovern)
Ray Mc Govern, ex-analista da CIA, explica o que está em jogo entre as grandes potências. Ele consegue estar «dentro das cabeças», não só de Putin e de Xi Jin Pin, como também de vários presidentes dos EUA.
O testemunho dele é fantástico, na medida em que nos fornece explicações plausíveis de como funciona a tomada de decisão dos decisores máximos e dos seus conselheiros.
Sem dúvida, esta entrevista é a mais densa de informação com que me deparei nestes últimos meses.
quarta-feira, 28 de agosto de 2024
CRÓNICA (Nº31) DA IIIª GUERRA MUNDIAL: ENQUANTO NA TEMPORADA ESTIVAL ...
Nós todos estamos habituados a cumprir ciclos anuais. A altura do Verão é ocasião de férias, de turismo, para relaxar, para repousar. Os dirigentes sabem isso muito bem, pelo que costumam fazer passar legislação que afeta negativamente* as nossas vidas, durante o remanso de Agosto, pois assim terão uma oposição popular muito mais fraca, pelo menos no imediato.
Lembro que a famosa «suspensão» da convertibilidade do dólar US em ouro, feita por Nixon e que deitou por terra os acordos de Bretton Woods, teve lugar a 15 de Agosto de 1971. Mas, não foi caso único, longe disso.
Hoje em dia, as fronteiras entre a guerra física (com as suas mortes e destruições) e a guerra económica (com o seu cortejo de sanções, de embargos, de restrições ao comércio normal entre países), essas fronteiras são meramente teóricas. Pois os movimentos das tropas são antecedidos, ou acompanhados por movimentos nas praças financeiras, nos centros de poder e não têm nada que ver com as famosas «leis do mercado», antes pelo contrário.
Quero aqui exemplificar com as taxas proibitivas de 100% , sobre a importação de carros EV chineses, nos EUA e medidas análogas dos seus vassalos europeus. Estas medidas têm sempre «justificações» absurdas e retóricas que acompanham os decretos ou leis em causa. Mas, realisticamente, aquilo que se passa é o erguer de barreiras ao comércio, é uma guerra económica, sob os mais diversos pretextos, mas sobretudo pelo motivo que não nos dizem: é uma forma extrema de proteger a produção do país em causa, de concorrentes exteriores.
Assim, nas chamadas «democracias liberais», mesmo não havendo um estado de guerra formal e declarado com a China, vão se multiplicando os gestos hostis, sob os mais variados pretextos. Cabe aqui perguntar: Quais são os países realmente liberais, no sentido clássico de comércio livre?
- Serão os países que proíbem a exportação de «microchips» para a China, que põem tarifas proibitivas na importação de certas mercadorias chinesas? Serão os que - depois de terem convidado a China a ingressar na Organização Mundial do Comércio (OMC), na viragem do século - lhe fecham as portas do comércio, «matando» de uma assentada essa mesma OMC, organização considerada da maior importância na ordem globalista ( e liberal) mundial?
- OU serão os países que desenvolvem uma rede de vias de comunicação internacionais (New Silk Roads), em cooperação uns com os outros, intensificando laços comerciais, com investimento maciço em infraestruturas (estradas, caminhos-de-ferro, portos, aeroportos) ; serão os países (como a China), que acolhem capitais e indústrias de outras paragens, permitindo que aí se desenvolvam, que produzam para exportação; e que aceitam que os investidores estrangeiros recolham e exportem os lucros dos seus investimentos?
As barreiras protecionistas são uma confissão de derrota dos países que se autoproclamam de «liberais». Nem sequer são protetoras para a sua população, pois as classes mais modestas começaram a viver melhor, nestas últimas duas décadas, graças a exportações da China para os mercados ocidentais. Na verdade, os dirigentes ocidentais não se podem escudar no pretexto de que estão a proteger a sua indústria nacional.
Primeiro, porque duas ou três décadas antes, incentivaram a transferência das indústrias (as mais dinâmicas e rentáveis) para países de mão-de-obra barata, sabendo eles muito bem que estavam condenando as classes operárias dos seus países ao desemprego e à precariedade crónica (os empregos «de merda»). Aliás, esse era um dos objetivos deles; podiam subjugar um segmento, dos mais combativos e reivindicativos, da população: o operariado industrial.
Segundo, porque o movimento para o Leste da Ásia da indústria de ponta, não podia ser revertido de uma penada. As fábricas e outras infraestruturas materiais, poderiam ser reerguidas, embora à custa de investimentos intensivos de capital; porém, a formação das pessoas envolvidas na produção, os operários e os engenheiros, é assunto muito mais complicado; demora tempo a formar e mesmo a recrutar, pois é difícil criar apetência para este tipo de empregos... Por outro lado, haveria necessidade dessas tais indústrias pagarem cinco a dez vezes, nos países ocidentais, os salários que pagavam aos seus operários asiáticos, onde se situam as referidas indústrias.
Para confirmação disso, apresento dois factos:
1º Apesar das tarifas de 100%, os carros EV chineses estão a ter uma aceitação muito grande nos mercados, em todo o Ocidente. Os chineses conseguem fabricar carros a um preço imbatível, comparados com EV de marcas ocidentais. Não tarda que sejam encontradas estratégias para rodear as tarifas brutais: Os comerciantes de automóveis sabem que o grande público, ávido de se reconverter aos EVs, não tem posses, na sua imensa maioria, para comprar os carros de gama alta, que têm sido lançados no mercado nos últimos anos.
2º A Alemanha é, politicamente, o país da UE mais alinhado com Washington. Porém, houve uma recente visita de Estado à China, de dirigentes do governo alemão, que trouxeram na sua comitiva muitos empresários. Eles estavam ansiosos em continuar, ou em implantar, as suas indústrias na China.
Aliás, recorde-se que muitas empresas alemãs foram para a América, devido ao aumento dos preços da energia (devido à sabotagem dos gasodutos Nord Stream pelos americanos). A potência industrial maior da Europa, a Alemanha, está entre a espada e parede: Não tem coragem de se autonomizar em relação aos EUA, como gostaria, mas - por outro lado - tem que manter o nível de vida dos alemães, um dos mais altos na Europa (junto com o dos escandinavos), porque estes já estão a entrar em revolta. As medidas autoritárias tomadas pelo governo, durante o COVID e depois, são realmente aplicáveis em quaisquer situações: Agora, têm servido para reprimir os movimentos populares pró-palestinianos e contra o genocídio perpetrado pelos sionistas, amanhã quem sabe para que serão utilizadas?
A guerra foi desencadeada em 2001, pelos EUA e seus vassalos. Foi começada no Médio Oriente Alargado, após o «11 de Setembro» e cujo saldo são milhões de mortos e países em ruínas. Ela foi continuada nas fronteiras da Rússia, com o alargamento sistemático da OTAN aos ex-países aliados da URSS no pacto de Varsóvia, e depois envolvendo ex-repúblicas soviéticas. Este alargamento ocorreu, contra a promessa solene dos ocidentais, em não alargar um centímetro a OTAN, se os soviéticos aceitassem uma reunificação pacífica das duas Alemanhas.
Decidiram provocar a Rússia, depois, até ao ponto de seus dirigentes sentirem que tinham de pôr um termo a esta situação. A invasão russa da Ucrânia foi deliberadamente provocada, por mais que os atlantistas repitam que foi uma «invasão não provocada».
A paz, mesmo após a guerra ter começado, é melhor do que a continuação da guerra. Isto é o que pensam pessoas humanistas, civilizadas. Mas, para os falcões da OTAN, é melhor a sangria do povo ucraniano, para «enfraquecer» a Rússia, dizem eles, como se tal monstruosidade fosse aceitável. Ela foi constantemente levada a cabo - pela preparação do golpe de Estado de Maidan, fomentado pela UE e EUA - na Ucrânia, em 2014. Quanto à guerra, esta começou em 2014. Mas eles, os ocidentais, nada fizeram para a prevenir ou acabar. Durou 8 anos, a guerra civil entre o poder golpista, dos ultranacionalistas banderitas e as regiões do leste da Ucrânia, de maioria russófona. Uma enésima vez, os ocidentais traíram o seu compromisso, ao nada fazerem para implementar os acordos de Minsk (em que participaram como garantes).
Agora, estão os mesmos falcões atlantistas a criar uma situação de guerra com a China, sob pretextos idiotas.
Mas, na verdade, são eles - políticos no poder, no Ocidente - que, face ao descalabro de suas economias, ao colapso do dólar como moeda de reserva mundial, à diminuição do nível de vida das populações, querem acabar com a globalização que eles próprios promoveram. Numa primeira fase, quando ela só lhes trazia vantagens, foram seus arautos. Agora, vendo as vantagens comparativas dos países dos BRICS querem, a todo o custo, reverter a globalização.
Mas a globalização não é um «cenário de teatro» que se pode desmontar, uma vez que a peça teatral acabou. Um aspeto fundamental da globalização é que, no domínio da tecnologia e das boas práticas industriais e comerciais, uma vez aprendidas, não se desaprendem.
Mesmo erguendo nova «cortina de ferro», para se isolarem dos supostos inimigos, os atlantistas do Ocidente não conseguem mais do que isolarem-se a si próprios do resto do Mundo.
-----------------------
* Muita legislação tem títulos «bonitos» e «ecológicos», mas realmente são leis anti-ecológicas e anti-agricultura.
------
PS1: Veja o que tem a dizer da China um ex-deputado norueguês, que visitou dezenas de vezes a China, desde os anos 80. https://www.youtube.com/watch?v=P9nA3hX6tG0
domingo, 18 de agosto de 2024
VOLUNTÁRIO ESPANHOL EXPRIME-SE SOBRE A GUERRA DA UCRÂNIA