Nas neves sujas de Dezembro
Corpos caídos, manchas escuras
Ao cair da noite, o uivar de lobos
Eram jovens ou menos jovens
Tinham esperança de viver
Imóveis agora, apodrecendo
Os estrondos do canhão
Os clarões dos impactos
Os céus riscados de fogo
Nada os impressiona.
Suas faces azuladas
Serenas, os olhares vazios
As estrelas já não vêem
A rígidez dos músculos
Induziu posturas insólitas
Aos corpos gélidos
Serão enterrados
Mais tarde, com missa
Cemitério e choro de Mães
Esposas ou noivas,
Discursos solenes,
Placas em memória,
Condecorações póstumas...
Mas nada pode curar
A dor da ausência
Nem os corpos e almas
Torturados, humilhados
Para este inglório fim.
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