Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.
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domingo, 21 de abril de 2024

UCRÂNIA ESTÁ A ATINGIR O PONTO DE COLAPSO

 SCOTT RITTER: PERDEMOS O CONTROLO DO MUNDO PORQUE NOS RECUSAMOS A COMPREENDER O QUE SE PASSA


O nível dos chefes ocidentais é tal que, na Rússia e na China, não precisam de fazer grande coisa. A estupidez dos referidos dirigentes ocidentais apenas os enterra cada vez mais: São ridículos, desprezíveis e sobretudo criminosos (pensem em Gaza!).

Scott Ritter diz muitas verdades. Oiçam o que diz a propósito de
Stoltenberg
Scholz
Yellen
...
A estupidez não tem limites!
Zone contenant les pièces jointes

quarta-feira, 23 de agosto de 2023

CRÓNICA (Nº16) DA IIIª GUERRA MUNDIAL : «NORMALIZAÇÃO» DO ESTADO DE GUERRA NA EUROPA

Uma boa introdução à situação militar e geopolítica no continente europeu, pode ser a visualização da entrevista dada pelo Coronel Douglas Macgregor:

O Coronel explica de forma muito clara porque o melhor que se poderia fazer do lado ocidental era acabar com a guerra na Ucrânia. Porém, o establishment de Washington está cego e insensível à catástrofe que provocou.

Figura: tanque alemão panther destruído pelos soviéticos, na IIª Guerra Mundial. Os modernos tanques panther 
 também têm sido destruídos na guerra Russo-Ucraniana.

Devemos ver os predadores psicopatas que governam os vários países, nomeadamente os mais fortes, como aquilo que são. Os discursos e as posições «de princípio» são apenas paraventos de palavras para encobrir os seus jogos de poder sangrentos.

Os EUA, comandando os seus aliados europeus, obrigando-os a fazer uma guerra não declarada contra a Rússia, estão a ordenar-lhes o «suicídio assistido da Europa».

Com efeito, eles pretendem que o conflito na Ucrânia desemboque numa espécie de situação de instabilidade permanente, nas fronteiras russas.

Eles sabem não haver interesse, da parte dos russos, numa invasão dos territórios onde é maioritária a etnia ucraniana (falantes de ucraniano). Têm já muito que reconstruir nas 4 províncias recém unidas à Federação Russa.

Os americanos desejam que a situação evolua para um cessar-fogo, para viabilizar uma espécie de zona tampão: Uma faixa de território desmilitarizada, que separe os territórios ucranianos, dos novo-russos.

Para eles, isso é satisfatório, pois os países europeus serão obrigados a fabricar armamento em grande escala, para enviar para uma Ucrânia reduzida, mas possuidora de continuidade política. O acordo de cessar-fogo seria suscetível de ser rompido logo que a Ucrânia, «o peão da OTAN», estivesse em condições de levar a cabo uma ofensiva realmente ameaçadora contra o território russo.

Mas este esquema é, para os europeus, o equivalente a terem guerra permanente em casa (no caso das zonas diretamente em conflito), ou muito próximo de casa.

Trata-se da eternização da Europa, enquanto zona de conflito. Os governos americanos adoram a situação, porque continuarão a ser suseranos dos países europeus enfraquecidos e submissos dentro da OTAN.

Por outro lado, a União Europeia, com potencial industrial e a possibilidade de se erguer como bloco autónomo, desaparece. Os EUA vão apoiar os países anglófonos e (re)constituir o seu império com o Reino Unido, Austrália, Canadá, Nova Zelândia e países do «Commonwealth», que mantêm as suas distâncias com os BRICS, ou seja, países que se conservam na órbita de influência anglo-americana. Quanto à Europa da União Europeia, esta vai ser apenas uma «zona tampão».

O sonho utópico dos europeístas está definitivamente acabado. Só há autonomia política, se houver autonomia militar e diplomática: Mas, estas significam -afinal- que têm a sustentação duma economia largamente independente, embora mantendo elevado nível de cooperação com outras zonas.

Este foi o sonho que os sociais-democratas alemães tentaram realizar, mas tiveram que se submeter ao jogo do Tio Sam. Para tornar as coisas bem claras, o Tio Sam rebentou os gasodutos que forneciam energia barata e viabilizavam uma indústria alemã competitiva .

Não esqueçamos que tanto os americanos, como os dirigentes da OTAN (fantoches dos americanos) recusaram - no Outono/Inverno de 2021 - todas as propostas russas para abertura de negociações com vista a obtenção de garantias mútuas de segurança em todo o espaço Europeu.

Os países europeus mostraram o seu estatuto de vassalos, ao não abrirem conversações diretas com os russos, apesar de serem os mais interessados nas soluções diplomáticas e pacíficas para o continente europeu. O fantoche Jens Stoltenberg fazia, por essa altura (meses antes da invasão russa, em 2021), declarações incendiárias, dizendo, em substância: «de cada vez que eles (russos) vierem propor negociações, nós devemos responder com mais armamento, mais sistemas de mísseis, mais tropas da OTAN, nos Estados que fazem fronteira com a Rússia».



O que eu temo é a indiferença, a sujeição da cidadania. Esta, nunca foi tão intensamente condicionada. Depois do primeiro «ensaio» do COVID, fomos transformados em «ratos de laboratório humanos», para ensaios de condicionamento. Há que escrever uma obra - cientificamente consistente - sobre isto. Até agora, tenho podido ler artigos inteligentes sobre o assunto. Porém, os poderes e seus estados-maiores, possuem departamentos de «contra-informação», que se dedicam à guerra psicológica, à propaganda de guerra. Esta, é dirigida às populações dos países que estão «do nosso lado», mais do que às populações «inimigas».

Note-se que este estado de guerra permanente em solo europeu convém a muitos políticos, que assim podem jogar com o medo para se fazerem eleger (ou reeleger). Também serve os grandes patrões, que podem fazer reinar o terror nas suas empresas, despedindo e discriminando quem lhes apetecer, sob pretexto «de se livrarem de elementos subversivos, a soldo de Moscovo, etc.» Se isto vos soa a Guerra Fria, é porque o é efetivamente. Agora, já não dirigida contra a União Soviética e o «socialismo/comunismo», o grande papão. Agora o papão é a Rússia e «o novo Hitler» Putin, etc...

Realmente, tenho pouca esperança no imediato, pois a classe trabalhadora europeia está de rastos, alienada e sem uma perspetiva independente.

A hipótese de criação duma instância partidária ou duma frente, remotamente semelhante às frentes de classe dos anos 1930, é apenas um devaneio, infelizmente.

Como não vai haver uma resposta capaz de enfrentar o perigo, as populações europeias vão pagar. Elas já estão pagando, pois são europeias as populações da Ucrânia, da Rússia e dos países limítrofes que sofrem diretamente o impacto desta guerra cruenta.

Prevejo a continuação do cenário acima traçado, no curto prazo; mas, também, pode estar para durar por tempo indefinido.

Não faço conjeturas sobre a duração desta nova Guerra-Fria, nem sobre os meios pelos quais os povos se livrarão dela. Pelo menos, tentarei alertar as poucas pessoas, ainda capazes de raciocinar de forma livre e independente, de que o que se prepara é talvez pior e certamente diferente dos totalitarismos que estudámos nos livros de História do Século XX.

sábado, 14 de maio de 2022

Guerra Rússia-Ucrânia: uma guerra por procuração dos EUA contra a Rússia



 Guerra Rússia-Ucrânia: uma guerra por procuração dos EUA contra a Rússia. Conselho de Segurança da ONU pediu negociações de paz

O seguinte é uma entrevista de Peter Koenig com GEOFOR, Centro de Prognóstico Geopolítico (Rússia)

 

GEOFOR:  Saudações! Desde nossa última conversa, mudanças verdadeiramente históricas e marcantes ocorreram no mundo. A luta entre a Rússia e o Ocidente está apenas ganhando força. Como você vê as perspectivas para esse processo? Até onde esse confronto pode ir?

Peter Koenig:  Prever um resultado neste momento é quase impossível. Estamos falando de uma guerra por procuração, o Ocidente/OTAN contra a Rússia, jogada na Ucrânia e potencialmente – espero que não  – no teatro europeu.

Esta seria a terceira guerra mundial em território europeu em pouco mais de um século.

Pelo menos hoje, 6 de maio, o Conselho de Segurança da ONU pela primeira vez encorajou ambas as partes a buscar negociações para a paz, ou pelo menos um cessar-fogo. Claro, isso não significa muito, já que o presidente Zelensky é totalmente controlado pelo Ocidente, predominantemente Washington e Bruxelas, ou seja, a OTAN.

Se este apelo às negociações não resultar em nada tangível, em termos de, pelo menos, um acordo de armistício, com fortes expectativas de que possa eventualmente conduzir à paz, o conflito poderá prolongar-se por muito tempo – e agravar-se ainda mais, arriscando-se mesmo um cenário da Terceira Guerra Mundial; emergindo, Deus me livre, em uma guerra nuclear. Não vamos nem pensar nisso.

Por outro lado, não esqueçamos que, em todos os seus 246 anos de história, os EUA conheceram apenas 15 anos sem conflito. A economia dos EUA é quase 60% baseada na guerra, na indústria da guerra direta e nos serviços e indústrias relacionadas à guerra. Portanto, uma nova guerra para os EUA é necessária, agora, com o hegemon EUA vacilando, mais do que nunca.

Como disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov , em entrevista à Al Arabiya , o presidente Zelenskyy está totalmente nas mãos e sob controle do Ocidente.

Embora Zelenskyy tenha aceitado várias condições da Rússia, ele desistiu de seu compromisso depois de receber instruções dos EUA/OTAN em contrário. Veja este 59-min. entrevista em vídeo .

GEOFOR:  Hoje, vários estados estão aumentando o fornecimento de armas para Kiev. Quantas armas mais os países ocidentais podem fornecer à Ucrânia, já que seus estoques não são ilimitados?

PK:  Fornecer armas a Kiev é uma bonança da indústria de guerra ocidental. Como mencionado anteriormente, os EUA, por exemplo, dependem com sua economia em mais de 50% de guerras e conflitos armados, realizados diretamente ou por procuração. A guerra Ucrânia-Rússia é uma guerra por procuração para os EUA / OTAN e pela associação OTAN também para a Europa. Portanto, em vez de esgotar os estoques de armas ocidentais, sua indústria de guerra está funcionando em excesso. “A guerra é boa para os negócios”  tornou-se uma frase comum, quase “doméstica”; indica o tipo de mundo distópico em que estamos vivendo.

GEOFOR:  Voltando à pergunta anterior: você não acha que a Rússia deveria ter bloqueado as fronteiras ocidentais da Ucrânia em resposta? E, ao mesmo tempo, talvez seja hora de o Kremlin parar de fornecer petróleo, gás natural e outros recursos e mercadorias para a Europa e os Estados Unidos?

PK:  É difícil bloquear fronteiras.

A Rússia nunca teve a intenção e ainda não tem a intenção de “tomar o controle”, como na absorção da Ucrânia. A Rússia tinha e ainda tem quatro objetivos: nenhuma OTAN jamais na Ucrânia; tornar a Ucrânia um país independente e neutro; desnazificando a Ucrânia; e, por último, mas não menos importante, protegendo as duas províncias de Donbass, com esmagadoras maiorias de língua russa, Donetsk e Luhansk . A área de Donbas, você deve se lembrar, está constantemente sendo atacada pelo batalhão nazista-Azov, tendo causado cerca de 14.000 mortes de civis desde o golpe de Maidan, em fevereiro de 2014, em Kiev.

Estes são objetivos simples, oferecidos pela Rússia. Zelenskyy originalmente os aceitou contra garantias de segurança russas, mas depois voltou atrás, quando Washington/OTAN disse nyet . Veja acima a entrevista de Lavrov.

GEOFOR:  Quanto tempo pode durar a unidade do Ocidente na questão das sanções contra a Rússia tendo como pano de fundo seus próprios problemas internos, aumento de preços, protestos, etc.?

PK:  Esta é outra boa pergunta. Na verdade, já agora, e desde o início deste insano “jogo de sanções”, o ocidente é o principal perdedor. Não a Rússia, mas o Ocidente, predominantemente a Europa, está sofrendo com suas próprias sanções. São sanções impostas pelos EUA e pela Europa, a covarde União Europeia deixou-se coagir a repeti-las.

É claro que a Europa depende muito mais das linhas de abastecimento vitais da Rússia, como energia, especialmente gás, do que vice-versa. A Alemanha, por exemplo, depende em pelo menos 50% do gás russo; e esta é uma estimativa conservadora. O resto da Europa também precisa de gás russo como fonte vital de fornecimento de energia.

A razão para a Europa concordar com as “sanções” pode ser um pouco mais complexa do que aparenta. Há um fato pouco conhecido, ou apenas por poucas pessoas: a Alemanha, o principal país da UE, não é de forma alguma livre e independente. A Alemanha ainda vive sob um acordo de armistício desde a Segunda Guerra Mundial, nenhum Acordo de Paz jamais foi concedido pelos vencedores da guerra, especialmente os Estados Unidos. Várias tentativas de chanceleres alemães de se libertar disso – poderíamos chamar de escravidão – falharam. Washington reagiu com um “de jeito nenhum”, ou então…..

Um caso em questão é o Nord Stream 2. Ele foi morto não pela Alemanha, mas por Washington. Em detrimento de toda a Europa.

Até agora, a UE seguiu os ditames de seu principal parceiro económico e de defesa (OTAN). Quanto tempo eles vão aderir a essa regra tácita é uma incógnita. Do meu ponto de vista, o ponto de ruptura está próximo. O momento em que a Europa tem que tomar suas próprias decisões, independente da coerção sob a qual a Alemanha está.

Enquanto isso, o presidente Putin e seu brilhante conselheiro económico, Sergey Glazyev , chegaram a uma solução engenhosa. A Rússia honrará suas obrigações contratuais de fornecer gás e outros hidrocarbonetos ao ocidente, desde que a energia russa seja paga em rublos. Não em dólares americanos, não em euros, mas em rublos russos. Esta regra se aplica a todos os países que aceitaram o pedido de Washington de aplicar sanções à Rússia, em relação a mais de 40 países. Veja isso .

A regra do rublo originalmente criou alguns protestos e revoltas na Europa, a ponto de Mme. Ursula van der Leyen , Presidente da Comissão Europeia (CE), ingenuamente chamou, isso é inaceitável …. Bem, é simples. Ou são rublos ou não há gás. Eventualmente, a maioria dos países aceitou as condições russas, silenciosamente, sem barulho e, especialmente, sem cobertura da média ocidental.

Isso pode se tornar uma bonança para a Rússia: o Petro-Rublo substituindo o vacilante Petro-Dólar. É muito adequado para o ocidente e para o sistema monetário ocidental “propenso a sanções”. Mais e mais países se atrevem a desertar do sistema de moeda fiduciária, para moedas mais estáveis, como o ouro e o rublo apoiado pela economia nacional e o yuan chinês.

A maioria das fraudes acaba ter um fim. O golpe fiduciário do dólar americano durou o suficiente – mais de um século, desde que o Federal Reserve Act de 1913 foi aprovado de forma fraudulenta. É hora de o dólar ser substituído – levando o mundo a um sistema socioeconômico mais honesto e mais justo.

GEOFOR:  Os Estados Unidos estão aumentando sua atividade na região do Pacífico: o bloco AUKUS, submarinos nucleares para a Austrália, cooperação em armas hipersónicas com os australianos e os britânicos etc. Isso significa que, por um lado, Washington está trabalhando para enfraquecer a Europa e a OTAN e, por outro lado, está preparando um novo projeto estratégico dirigido contra a China e a Rússia?

PK:  O bloco AUKUS é uma expansão da OTAN no Pacífico. Não é um enfraquecimento da OTAN em si , muito pelo contrário. Destina-se a cercar ainda mais a China, através do Mar do Sul da China e indiretamente a Rússia.

Sob este acordo, a Austrália receberia submarinos nucleares da indústria de guerra britânica, substituindo e cancelando um contrato de 2016 para submarinos franceses.

Como assinatura, de acordo com a ABC Australia new (veja isto ), o contrato submarino quebrado com a França poderia custar aos contribuintes australianos até 5 bilhões de dólares.

O AUKUS  é um pacto de segurança trilateral entre a Austrália, o Reino Unido e os Estados Unidos, anunciado em 15 de setembro de 2021 para a região do Indo-Pacífico. Sob o pacto, os EUA e o Reino Unido ajudarão a Austrália a adquirir submarinos movidos a energia nuclear. O pacto expandiria essencialmente a OTAN para a região do Pacífico.

Por outro lado, a OTAN não pretende ser enfraquecida na Europa. Muito pelo contrário. Enquanto vários membros da OTAN da UE começaram discretamente a expressar dúvidas sobre a utilidade da OTAN em tempos de paz, a guerra por procuração Ucrânia-Rússia veio mudar-lhes o tom.

A propaganda mundial altamente financiada da agressão russa faz com que “todos” lutem por mais segurança. Os “líderes” europeus (sic) – a maioria deles académicos da Academia para Jovens Líderes Globais de Klaus Schwab são implantados pelo Fórum Económico Mundial (WEF) e seus manipuladores invisíveis. Eles seguirão seu roteiro aprendido de trabalhar em direção à Grande Reinicialização, uma tirania global, eventualmente levando ao sonho dos Globalistas ocidentais de uma Ordem Mundial Única (OWO), ou uma Governança Global, liderada por Washington. Esse é o sonho deles.

Entretanto, a OTAN na Europa poderá em breve ter dois novos membros, se o seu sonho se concretizar, Suécia e Finlândia. Estão a ponderar candidatar-se à adesão à OTAN. O Sr. Stoltenberg, secretário-geral da OTAN, já disse que seria a favor de uma adesão acelerada, se de fato os dois países se candidatassem. De acordo com Stoltenberg, a adesão plena pode ser possível até junho de 2022.

Imagine, a Finlândia que compartilha uma fronteira de 1.340 quilômetros  com a Rússia. A Suécia, no entanto, não faz fronteira com a Rússia, e a Suécia e a Rússia não estão em guerra entre si pelo menos nos últimos dois séculos. A adesão da Suécia à OTAN pode, portanto, ser considerada um ato especialmente severo de agressão da Rússia.

No caso da Finlândia, se a Ucrânia é uma indicação, a Rússia certamente não toleraria outro país da OTAN – a Finlândia – à sua porta. Isso pode se tornar outro ponto de discórdia, aumentando o cenário de guerra – e novamente, Deus me livre, em direção a um cenário quente (nuclear?) da Terceira Guerra Mundial.

A esmagadora maioria das pessoas na Finlândia e na Suécia é contra a adesão de seus países à OTAN. Por uma questão de defesa da paz mundial, podemos apenas esperar que a liderança dos dois países ouça seu povo.

* Em inglês no site do CRG: https://www.globalresearch.ca/russia-ukraine-war-western-proxy-war-against-russia/5780040

Isso foi publicado pela primeira vez no GEOFOR.

Peter Koenig  é analista geopolítico e ex-economista sénior do Banco Mundial e da Organização Mundial da Saúde (OMS), onde trabalhou por mais de 30 anos em água e meio ambiente em todo o mundo. Ele leciona em universidades nos EUA, Europa e América do Sul. Ele escreve regularmente para jornais online e é autor de  Implosion – An Economic Thriller about War, Environmental Destruction and Corporate Greed; e   coautora do livro de Cynthia McKinney “When China Sneezes:  From the Coronavirus Lockdown to the Global Politico-Economic Crisis” ( Clarity Press – 1 de novembro de 2020).

Peter é pesquisador associado do Center for Research on Globalization (CRG). Ele também é membro sênior não residente do Instituto Chongyang da Universidade Renmin, em Pequim.

domingo, 1 de maio de 2022

«EUROS DE SCHRÖDINGER» e outras ideias brilhantes...







 O mundo é conduzido ao desastre por loucos. Por loucos no sentido próprio. Por pessoas sem tino. Os neocons nos EUA, por exemplo. Mas, também a presidente da comissão europeia Ursula Von Der Leyen, ou não é que houve uma proposta de fabricar «Schrödinger» Euros, para pagar o gás russo? Um esquema fantasista e completamente ilegal, além de ser tão evidente a trapaça que só idiotas (ou outros loucos) podiam pensar que Putin iria morder o isco! 

Ou a estupidez de sacrificar a Ucrânia, um país  cuja infraestrutura industrial está a ser metodicamente destruída, que será - com certeza - reduzido, numa extensão que depende das zonas que a Rússia controle. Além disso, um exército em completa dissolução, uma população civil a emigrar em massa (aos milhões). 

Além de louco, é obsceno que a NATO e os EUA se estejam a servir da Ucrânia para «enfraquecer» o poderio russo. Absurdo como argumento, tem apenas como «vantagem», «justificar» as catadupas de material de guerra enviado para a Ucrânia, ou melhor que é enviado para a sucata, via Ucrânia. Os russos têm intercetado qualquer envio e tudo farão para destruir com os seus mísseis hipersónicos esses carregamentos de armas, uma vez que entrem na Ucrânia. 

Isso é, porém, um maná para as indústrias bélicas do Ocidente, em primeiro lugar dos EUA, pois assim os arsenais dos países da NATO vão-se esvaziar rapidamente, preferencialmente  dos modelos mais desatualizados, como os tanques da era soviética que os vários ex-membros do Pacto de Varsóvia possuem. As carências são colmatadas prontamente pelos modelos mais recentes, mais sofisticados. 

E quem paga? Isso não é problema, pois eles vão imprimindo, imprimindo, divisas (Dólares e Euros) sem parar, até ao infinito e mais além. Estes dirigentes pensam que as pessoas são demasiado estúpidas. Julgam que elas acreditarão, se lhes disserem «que a inflação é culpa do Putin»! 

Eu, às vezes, nem acredito no que vejo, oiço e leio; porque a estupidez dos dirigentes e a boçalidade de inúmeros «intelectuais» no Ocidente salta à vista; é tão óbvia, que só alguém completamente hipnotizado é que se deixa convencer. 

Tomem o caso da falsa bandeira de Bucha, este caso segue um modelo de «guerra psicológica» (ou psy-op). Mas isso estava mesmo a ver-se, desde o início. As reações indignadas de «muito boa gente», dita de esquerda, mostra até que ponto estão compradas. Só respondem aos «memes» que são produzidos pela máquina de propaganda ocidental. 

Esta guerra de propaganda é a única coisa que o Ocidente faz, mas não ajuda nada os pobres ucranianos. Pois o que eles fazem, na realidade, é mentir aos europeus e aos americanos. Nada do que dizem faz sentido, para alguém que esteja no terreno, no teatro da guerra, como é o caso de alguns repórteres independentes e corajosos. 

A mentira serve para encobrir a total falência dos dirigentes do Ocidente. A campanha de mentiras só tem como objetivo mantê-los no poder, por algum tempo, até as pessoas descobrirem como foram ludibriadas. Foram-no duplamente, em relação ao COVID e em relação ao desencadear da guerra na Ucrânia. Está claro que foi o Ocidente que tudo fez para inviabilizar uma solução negociada com os russos. 

A única «safa» da casta política que manda no Ocidente, é o facto da cidadania estar a ser hipnotizada; porque «se esqueceu» do que se passou em Novembro-Dezembro de 2021. Lembrem-se! Há menos de seis meses, Putin e seu governo fizeram todos os possíveis para abrir negociações, com vista a que todos os países tivessem garantias de segurança na Europa. 

Estas aberturas negociais foram liminarmente rejeitadas pelas chancelarias ocidentais, a começar pelos EUA e a culminar com os arrufos provocatórios de Jens Stoltenberg,  o Secretário-Geral da NATO. 

Estamos num mundo totalmente esquizofrénico, em que pessoas, que se dizem antifascistas, apoiam os neonazis ucranianos, que infiltraram não apenas o «batalhão Azov» (que, por sinal, é um regimento), mas o conjunto das forças armadas ucranianas; que têm uma influência política muito maior do que o seu número, pois controlam (pela chantagem) os legisladores e o governo.  

As pessoas querem paz na Ucrânia, dizem elas, e agitam bandeirinhas ucranianas até à exaustão, como se isso servisse a causa da paz. A causa da paz só pode ser servida por pessoas que não se colocam obviamente a favor de um dos lados, «perdoando» todos os crimes desse lado, mas sendo extremamente agressivas e «comprando» toda a propaganda destinada a denegrir o outro lado. Mas quem querem elas convencer? Nem uma criancinha acreditaria que elas desejam realmente «a paz»!   

As pessoas estão a receber catadupas de informações falsas, distorcidas, fabricadas, mas continuam a «comê-las», como se fossem «chocolates». Estamos numa negação completa do senso crítico e da inteligência, vive-se num histerismo coletivo e continuado. 

A media mainstream faz o frete enorme ao poder, dando a ilusão de unanimismo, como se o Mundo inteiro estivesse contra a Rússia. Mas de facto, não é assim: Em termos populacionais, as nações que, na Assembleia da ONU, votaram a favor da Rússia, ou se abstiveram, equivalem a cerca de metade da população mundial. Muitos países não condenaram a invasão russa, na referida assembleia da ONU e preferiram abster-se. Isto significa que têm receio de entrar em choque frontal com os imperialistas do Ocidente embora as suas opiniões públicas sejam favoráveis aos russos. 

Porque razão digo isto ? Porque a media e os governos andam constantemente a repetir a mentira de que a Rússia está «isolada» diplomaticamente. Esta mentira é fácil de desmascarar. Mas, todo o conjunto de «notícias» tem sido - apenas - rios de propaganda. 

Lembrem-se que, há algumas semanas, a invasão russa «estaria a sofrer enormes revezes, que não tardava nada a contraofensiva ucraniana iria derrotar os invasores, etc.» Tudo falsidades, que agora têm dificuldade em justificar, pois - no mundo real -  a situação está próxima de uma total derrota militar ucraniana. Mas, os «oficiais da NATO» e os propagandistas disfarçados de jornalistas, não estão embaraçados; não precisam de explicar como é que a tal «derrota» russa, se transforma em vitória. 

É confrangedor ver como os povos estão a ser alimentados de ilusões e não sabem. Não sabem que são eles que irão pagar os muitos biliões de divisas que são impressas «non stop», dum lado e doutro do Atlântico. Vão pagar e estão já a pagar; com uma inflação de dois dígitos (também cuidadosamente ocultada). Os seus salários, suas pensões, as poupanças e os ativos financeiros que possuam, vão fundir como neve ao sol. Em três tempos, não valerão quase nada. Sempre quero ver que «justificação» irão dar os dirigentes perante o descalabro. Note-se, a frase-estribilho «é da culpa do Putin», é uma simples variação de «é da culpa do COVID», que funcionou tão bem! 

Eu sou otimista. Apesar de vivermos estas situações, acredito que ainda há humanidade e que ela é capaz de despertar, no Ocidente. Que é capaz de perceber como tem sido ludibriada por gangsters sem escrúpulos, que usam os truques todos da guerra psicológica, contra as próprias populações.

Deixá-los falar, aos psicopatas e sociopatas. Eles são mentirosos compulsivos, estão sempre a contradizer-se. Ficam (auto)desmascarados pelas suas contradições constantes. Nós, só precisamos de um pouco de juízo crítico; não sejamos ingénuos!