Mostrar mensagens com a etiqueta jornalismo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta jornalismo. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 28 de março de 2024

MYRET ZAKI: SOBRE GUERRA COGNITIVA E OUTROS ASSUNTOS

Entrevista falada em francês e com legendas automáticas nesta língua

 Conheci o pensamento e o trabalho desta jornalista suíça de origem egípcia, quando ela era membro da redação do magazine Bilan. Os seus pontos de vista sobre a economia e a globalização pareceram-me sempre muito progressistas, fazendo contraponto em relação à generalidade dos jornalistas dos jornais de negócios, em geral.

Nesta longa entrevista ela tem oportunidade de expor a sua visão sobre a evolução das sociedades ocidentais, dos media, dos problemas que a digitalização levanta, não hesitando em apontar aspetos decadentes do capitalismo financeiro. Ela previu a perda de influência do dólar, há pelo menos doze anos, não com vagas profecias: Ela analisou as disfunções do mundo financeiro, em particular dos bancos centrais, concluindo que estavam a levar a civilização ocidental para a catástrofe. 

Ela aconselha, a certa altura deste vídeo, a ter-se um domínio total de qualquer matéria sobre a qual se esteja em desacordo com as opiniões dominantes. Ela diz, com razão, que se deve vigiar todos os detalhes do próprio discurso, para não se dar azo a distorções e falsas acusações. 

Acho esta entrevista muito significativa, pois mostra como o «4º poder» se modificou de forma radical e  deixou de veicular um olhar crítico sobre os poderosos (do governo, dos negócios), para ser quase em exclusivo o instrumento destes mesmos poderosos.

Sem liberdade de opinião e da expressão livre dessa mesma opinião, a democracia de que usufruímos nos 30 anos depois da IIª Guerra Mundial esvai-se. Sem estas liberdades substanciais, as liberdades formais podem continuar inscritas nas leis e constituições, mas deixaram de existir, na prática.

 

quarta-feira, 9 de agosto de 2023

John Pilger: «A GUERRA QUE VOCÊ NÃO VÊ...» PAPEL DOS MEDIA NA PROPAGANDA DE GUERRA



Uma profunda e oportuna investigação no papel dos media durante a guerra, retraçando a história de reportagens por encomenda ou independentes desde a carnificina da Iª Guerra Mundial, até à destruição de Hiroxima e desde a invasão do Vietname, à contemporânea guerra no Afeganistão e ao desastre do Iraque. Assim como, não só as armas, mas também a propaganda  se tornam mais sofisticadas, a natureza da guerra tem vindo a estender-se a um campo de batalha eletrónico, em que os jornalistas desempenham um papel crucial e os cidadãos são as vítimas. Mas quem são os verdadeiros inimigos?


Escrito, produzido e dirigido por John Pilger e por Alan Lowery

segunda-feira, 22 de maio de 2023

FAZ COMO DIZ FREI TOMÁS ...

... NÃO FAÇAS COMO ELE FAZ!

Este provérbio diz-nos que uma doutrina pode ser correta e boa, mesmo quando proclamada por uma pessoa que, de forma encoberta, faz o oposto do que defende em palavras. É um preceito importante para se ter BOM SENSO. Eu aprecio o sentido crítico de muitas pessoas, mesmo das que não têm meus ideais.


Um dos autores que gosto de ler e que dá muita informação, é Matthiew Piepenburg, da empresa suíça Matterhorn. Numa escrita brilhante á qual tem habituado os seus leitores, traça o retrato realista da perda de estatuto do dólar como moeda de reserva e das suas implicações. O artigo «Dollar Woes to Debt Denial: The USA Is Screwed - Matterhorn - GoldSwitzerland», é uma leitura frutuosa; verá que tem "muito sumo".

Outro exemplo é o de Vladimir Ilitch Ulianov que esteve exilado na Suíça durante boa parte da Primeira Guerra Mundial: Ele lia o Neues Zürcher Zeitung (Zürich, já nessa altura, era uma importante praça financeira), o jornal melhor documentado sobre finança e economia na Suíça e no mundo. Tinha uma linha editorial em sintonia com a opinião dos seus leitores. Ninguém poderia esperar algo diferente do jornal que era leitura quotidiana da classe capitalista, conservadora, burguesa. Mas, então, este exilado não era o chefe dos bolcheviques, que pouco tempo depois iria tomar o poder na Rússia ?

- Era sim; o mesmo que se tornaria famosíssimo sob o pseudónimo de Lenine *. Ele queria saber os factos, não a propaganda, fosse de que lado fosse; por isso, ia às fontes mais credíveis, nessa época. Num regime capitalista, onde é que pode haver informação credível? Obviamente, os homens de negócios precisam de estar informados sobre o que se passa REALMENTE; não lhes interessa perder tempo com propaganda destinada às massas. Liam os jornais que melhor os informavam sobre os negócios, a economia, a guerra, a diplomacia, a tecnologia, etc.


quarta-feira, 5 de abril de 2023

GONZALO LIRA: A PAZ RETIRA O CONTROLO DO MÉDIO-ORIENTE AOS EUA

 Oiça e veja esta curta conversa de Gonzalo Lira


RESUMO (feito por MB)

Há uns quinze dias houve uma sensacional notícia sobre um acordo firmado pela Arábia Saudita e o Irão. Os ex-inimigos acordaram em abrir embaixadas nas respetivas capitais. Ambos chegam à conclusão que têm, eles próprios, de assegurar a segurança dos seus países e o controlo do preço do petróleo. 

Só podem fazê-lo, aproximando-se entre países que partilham os mesmos interesses económicos. 

Não podem contar com um país, os EUA, que pretende ser a superpotência hegemónica e cujos planos para Médio Oriente têm passado por semear o caos, desencadeando discórdia e guerras de domínio, destruição e pilhagem dos recursos (Afeganistão, Iraque, Líbia, Síria...). 

O herdeiro do trono saudita, Bin Salman sabe que será rei deste país e que reinará por longo tempo. Ele faz as suas jogadas, tendo em conta um tempo longo. Ele percebeu que os EUA não serão mais a potência dominante, aquela que tinha assegurado a monarquia, afastando todos os obstáculos diplomáticos e proporcionado a formação de quadros e o equipamento moderno e sofisticado para as suas forças armadas.  

O seu anúncio de que a Arábia Saudita estava pronta a vender petróleo em outras divisas que não o dólar, foi o prego final no caixão do «petrodólar» . A deslocação oficial de Xi Jin Pin, veio assinalar isso e também que os BRICS estavam abertos para a entrada do Reino Saudita; pois, como é sabido, nos BRICS seus membros não têm de possuir à partida uma uniformidade em relação aos mais diversos assuntos, desde os militares, até aos ideológicos. 

Isto permite que o Reino Saudita encontre um mercado seguro, na China e em todo o Oriente. Como político inteligente (mesmo que seja cruel, cínico, etc), Bin Salman viu que era tempo de saltar para fora da aliança com os EUA. Uma aliança que o obrigava a guerrear com vários inimigos poderosos no Médio Oriente, para «fazer o frete aos americanos e israelitas». Bin Salman estava só à espera de uma oportunidade para isso.

A mudança geoestratégica no Médio Oriente, vai deixar os americanos desesperadamente isolados nas partes da Síria que eles ainda ocupam, ilegal e ilegitimamente, de onde têm roubado petróleo e bens agrícolas que pertencem ao povo sírio.

A Turquia, embora membro da OTAN, tem feito ouvidos moucos aos apelos para exercer sanções contra a Rússia. Erdogan aceita que Lavrov e Putin sejam os intermediários na operação diplomática que irá finalizar a guerra na Síria. Sem o apoio turco, nem americano, as várias milícias anti- Assad vão ficar sem retaguarda, sem apoio logístico, sem fornecimento de armas e munições. 

Assim o império Yankee tem estado a sofrer a «morte por mil golpes, ou mil feridas»: Um corpo é retalhado, ficando com mil feridas, cada uma delas não é letal. Mas, no conjunto, as feridas esvaziam o corpo de sangue e de vida. 


POST-SCRIPTUM

Este quadro é descrito por outras personalidades do jornalismo, como Pepe Escobar (brasileiro), que está há muitos anos no Extremo-Oriente, que tem feito um excelente trabalho, explicando a diplomacia chinesa e os projetos associados às «Novas Rotas da Seda».  Tenho acompanhado os assuntos de geoestratégia e tenho lido e ouvido as opiniões de vários analistas e comentadores. Assim como eu tenho conhecimento de PONTOS DE VISTA CONTRÁRIOS AO MEU, E NÃO SOU UM JORNALISTA, também os jornalistas e comentadores no Ocidente, têm necessariamente tal conhecimento.

Mas, a maioria dos jornalistas (e dos políticos) no Ocidente, fazem ocultação, desinformação e propaganda. A sua opinião é totalmente enviesada. É como se fossem os «cães de guarda» do Império.

Por isso, as exceções são de saudar, em pessoas como Pepe Escobar, George Galloway, John Helmer, John Pilger e algumas mais.

-------------------   

POST-POST-SCRIPTUM:

  Veja último vídeo de Gonzalo Lira: 

https://www.youtube.com/watch?v=yHMHQ-1Pe6k

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Maximiano Gonçalves: «A histórica visita do Costa à Ucrânia»

Meu querido amigo e cidadão de corpo inteiro, Maximiano Gonçalves, concedeu-me a honra de transcrever estas suas palavras, neste blog. Graças ao seu talento, os oportunistas e nojentos saracoteios da classe política portuguesa vassala do Império, são devidamente postos a nu. 

Obrigado Max!

Manuel Banet


 A visita do Ministro Português, e Primeiro, à Ucrânia é um momento da recente política portuguesa - embora, lamentavelmente, pouco salientado pelos meios internacionais de comunicação (mainstream ou não) - que a cronologia da notável intervenção portuguesa no Mundo vai registar.  

Não sou suficientemente importante na Sociedade Portuguesa para que António Costa, autor daquela patética frase "Já posso ir ao Banco?" dirigida à coitada governanta de serviço da conhecida instituição chamada União Europeia, se sinta ofendido por eu lhe chamar, como agora chamo, servente sem dignidade de uma política mentirosa, ridículo (e desnecessário) entregador de recados. Aliás, ofender, isto é, "ir contra", pode e deve ser entendido assim: Se a ofensa, é, afinal, verdade, não é ofensa, é verdade. Não estou a ofender, estou a dizer uma triste verdade acerca do filho do digno Cidadão Orlando da Costa. 
A verdade sobre a Ucrânia escondida de muitas populações há de ser divulgada, provavelmente depois dos Johnson e Costas já não pisarem os palcos como protagonistas...(o Boris tem mais graça, mas é da terra do Grande Teatro).
Entretanto, a população portuguesa é massacrada por um conjunto de "jornalistas" e comentadores da mais notável indignidade. Que a sua venalidade lhes traga, ao menos, dinheiro para gastos.
O armamento entregue por Portugal ? Se o ridículo matasse, quem cairia fulminado ? E o nosso restante apoio? 
Que vergonha, o tempo e o modo. 




domingo, 10 de outubro de 2021

COMO AVALIAR UM TEXTO INFORMATIVO

Sendo eu formado na «escola das ciências», estou naturalmente levado a apreciar os textos informativos que se colocam numa postura de objetividade, de descrição não enviesada, de evacuação da componente subjetiva.
Note-se que isto não se aplica a quaisquer textos de índole literária sejam eles em prosa ou verso, sejam eles ou não ficções. O que me ocupa aqui, são textos que se colocam - eles próprios - na postura de «informar objetivamente».
O autor de um texto, ao escrever algo, deve selecionar, não apenas os factos que decidiu relatar, como a forma como os apresenta. Isto, nunca pode ser um procedimento inteiramente «objetivo». Porém, o esforço de objetividade consiste, neste caso, em não distorcer a apresentação dos factos, em não tentar enquadrá-los na perspetiva da visão pessoal das coisas e do mundo.
Este modo de proceder, esta ética da transmissão de informação, está ausente no universo mediático contemporâneo. Os jornalistas de hoje, frequentemente, assumem-se como propagandistas ou defensores - encapotados ou abertos - duma dada visão das coisas, duma certa forma de interpretar a realidade.
Nós estamos constantemente a ter o nosso cérebro invadido por conteúdos ditos «informativos» [seja de televisão, rádio, vídeos da Internet, ou ainda noutros suportes visuais e auditivos], todos eles - essencialmente - para serem consumidos no momento em que os lemos, ouvimos ou visualizamos. Um artigo dum magazine, dum jornal em papel, a página dum livro, podem estar disponíveis para segunda e terceira leituras; nestes casos, pode o leitor debruçar-se, numa diferente ocasião, com atenção crítica sobre estes suportes de informação, se assim o desejar.
Mas, as nossas armas de defesa, enquanto consumidores de informação, são débeis e facilmente torpedeadas pelos dispositivos mediáticos apontados ao verdadeiro alvo, que nós somos. Mais precisamente, ao nosso cérebro, ao nosso entendimento e, sobretudo, às nossas emoções: Estamos perante uma guerra não-declarada contra nós, cidadãos/súbditos. Os instrumentos mais relevantes são as «armas cerebrais de destruição maciça», que constituem o «arsenal» do universo mediático contemporâneo.
Pode-se ter isto em consideração, sem se entrar em paranoia, sem rejeitar liminarmente tudo o que seja proveniente dos media, sejam eles dos grandes conglomerados, sejam eles ditos «alternativos». Com efeito, esta distinção tem mais relação com o alcance que determinado médium tem, com a audiência que ele consegue captar, do que com real diferença qualitativa.
Em vez de nos encerrarmos numa «jaula mental» suplementar, além daquelas onde os «jornalistas» nos tentam enjaular, temos de nos firmar em longa e tenaz aprendizagem das coisas reais, da ciência em geral, como metodologia do conhecimento e das ciências biológicas, históricas, sociológicas e psicológicas em particular.
A nossa atitude perante a ciência, não deve ser reverencial, antes pelo contrário. Deve estar-se sempre disponível para olhar criticamente aquilo que nesta ou naquela ciência nos é apresentado como evidência para suportar esta ou aquela teoria. Deve-se ter a abertura para considerar que discursos heterodoxos em ciência, são não apenas «normais», como muitas vezes portadores de ideias fecundantes, de progresso no conteúdo dessa disciplina. A ideia de «consenso científico» como critério de verdade foi já por mim denunciada aqui, neste blogue.
Porém, isto não chega. Teremos de ser cada vez mais críticos sobre a informação que recebemos, porque a manipulação dos media, em geral, tem subido exponencialmente. Isto pode induzir um incauto a julgar que a informação tem aumentado exponencialmente, mas - realmente - não é assim; o que aumenta exponencialmente, é a produção de textos, que se dizem informativos, e cuja qualidade se vai abaixando, na proporção direta da sua abundância.
Submersos em lixo informativo, sabemos que muitas coisas, que realmente teriam interesse para nós, se perdem como «agulha num palheiro». Ou pior ainda, pois os motores de busca, na Internet, estão finamente programados com algoritmos que selecionam consoante a «relevância», artigos e textos. Essa relevância é apenas fabricada, é um artefacto escondido do utilizador. Não se deveria ser um utilizador ingénuo da Internet. Temos de estar conscientes que, numa busca, o próprio motor de busca, não é «neutro», está intervindo na seleção que apresenta do que vamos ler.
Além das dificuldades de avaliação própria, sobre qualquer tipo de informação, surge uma nova perversão, ainda pior. As notícias e as opiniões, nas redes sociais frequentadas pelo grande público, são sujeitas à pseudo solução da censura on-line, uma censura anónima e sem apelo, conhecida pelo termo orwelliano de «fact-checking».
Nós e somente nós próprios, é que devemos ser juízes da informação que recebemos; apenas nós temos de a hierarquizar, de acordo com nossos critérios. É certo que temos todos, embora em variado grau, instrumentos mentais, quer empíricos (decorrentes da experiência vivida), quer de conhecimento adquirido pelo contacto com as ciências.
Portanto, tal como noutros domínios da vida (psicologia e sociologia), trata-se de fazer uma escolha entre autonomia e dependência, emancipação e escravidão, postura de adultos ou de criancinhas, ou de adolescentes: O que se traduz no vocábulo empoderamento, e resume-se na tomada de responsabilidade pelo nosso corpo, a nossa mente, a nossa ação em sociedade.
Será então esta procura de autonomia na base ou na raiz do comportamento da preservação individual e coletiva, face à ameaça dos novos totalitarismos, ou dos que já se instalaram. Os nossos critérios na procura, triagem, seleção e valoração da informação, devem naturalmente obedecer ao mesmo princípio.
Note-se que este princípio é de aplicação geral, válido para qualquer pessoa; porém, o modo como ele é posto em prática é - pela sua própria definição - sempre algo de muito pessoal. É, portanto, antitético de quaisquer ditaduras.

quinta-feira, 23 de setembro de 2021

OLHANDO O MUNDO DA MINHA JANELA - PARTE XII

O aniversário dos atentados de falsa bandeira do 11 de Setembro de 2001, foram ocasião para que numerosos jornalistas, políticos, sociólogos e filósofos traçassem um quadro das duas décadas passadas. É normal que isso assim seja, pois a compreensão correta do que se passou neste intervalo de tempo, é indispensável para a avaliação do momento presente. Pois, por isso mesmo, abundam as «análises», sem outro critério, senão o de confirmar e reforçar a visão do mundo dos seus autores, querendo que os leitores fiquem convictos dessa mesma visão. Por outras palavras, fomos amplamente servidos de discursos e narrativas ideológicos, de manipulações da história.
É muito fácil escrever-se algo, na aparência correto, porém completamente errado, na essência, porque só são abordados os factos que venham confortar determinada tese. Este tipo de «análises» pseudo objetivas não deveriam ser consideradas como sérias, por pessoas com espírito crítico, com bom-senso.
A arrogância de muitos dos que estão em lugares que permitem influenciar o grande público, seja na media, nos cargos políticos, ou na academia, leva-os a pensar que os que os leem ou ouvem, são suficientemente estúpidos ou ingénuos para «engolir» mentiras, meias-verdades, os cozinhados que eles fabricam, constantemente. Nisso, eles enganam-se completamente, pois apenas aumentam o repúdio dos que não comungam dos mesmos ideais, da mesma visão das coisas, por um lado; por outro, estimulam o fanatismo de um pequeno número, que já estava convencido, de pessoas já doutrinadas. São estas últimas, as que constituem a massa de manobra, as tropas de choque, de que se servem os ditadores.
Felizmente, hoje em dia, apesar do «blackout» informativo, da barragem de obscurecimento da verdade, erguem-se vozes, ouvidas por alguns (não tão poucos como isso). Existe este fenómeno em muitos quadrantes do espectro político, à exceção dos que são os grandes beneficiários da mentira, ou são pagos por estes para manter a ilusão. Os anglo-saxónicos usam a expressão, apropriada, de «gaslighting»: ou seja, uma desfocagem, uma visão turva das coisas, como a vibração das imagens no entorno das lâmpadas de iluminação a gás, nos tempos idos. Na guerra psicológica que foi desencadeada contra os povos, incluindo os povos americano e seus «aliados», a violência simbólica, somada à violência física sobre milhões de inocentes, no Afeganistão e no Iraque, causaram o efeito desejado de medo pânico, de desorientação. Eles chamam a isso «choque e pavor».
A guerra global contra os povos, que foi desencadeada durante a última década do século XX, foi realmente transformada, potenciada, com o 11 de Setembro de 2001, «a mãe dos atentados de falsa-bandeira», a conjura que, apesar de todos os esforços de ocultação, surgiu, logo no momento, como algo transparente.

- Eu lembro-me como se fosse ontem: Estava no "chat" com amigos, quando as primeiras notícias surgiram. Nós ficámos primeiro estarrecidos, mas logo começamos a estabelecer hipóteses, conjeturas sobre quem seriam os responsáveis e quais seriam as consequências. Tivemos consciência instantânea da importância do sucedido, pois nos apercebemos logo que não se tratava de algo, à escala de um ataque terrorista «vulgar». Lembro-me de ter dito aos meus amigos que «isto não podia ter vindo senão de dentro». Algo que teria como perpetradores o grupo dos chamados Neocons, ou seja, os autores do famoso documento PNAC. «Plan for a New American Century» (surgido em 1999 e profusamente comentado durante a campanha eleitoral para a presidência, que opôs Al Gore e George W. Bush). Era um documento público: Um plano detalhado, que expunha como os neocons pretendiam «guiar» a política americana, com vista a manter e consolidar a hegemonia, resultante do desmoronar da URSS e do bloco socialista.
Eu estava certo, de facto. Os meus amigos são testemunhos disso. A minha primeira intuição, no dia 11 de Setembro de 2001, acertou em cheio. Hoje, passados 20 anos, não resta a mais pequena dúvida, de que se tratou de um monstruoso ataque de falsa bandeira.

Não irei aqui elaborar mais sobre o assunto, apenas vos recomendo a leitura do excelente artigo de Whitney Webb sobre o tema do 11 de Setembro. Este seu escrito vai mais além, pois estabelece as pontes necessárias com o presente.
Estou também interessado na compreensão aprofundada da guerra de manipulação e condicionamento maciço da opinião pública. O termo «propaganda» já não chega, pois as coisas foram muito mais longe que quaisquer técnicas e modos de atuar, que normalmente se classificam dentro da rubrica «propaganda». Estou a falar da agressiva investida do «transumanismo», ou seja, da já iniciada transformação dos humanos em «cyborgs», acoplada à transformação social radical, onde as estratificações de classe são reforçadas por estratificações biológicas. Um mundo distópico está a despontar: Se os amanhãs cantassem, a música seria feita por máquinas, robots, computadores, terminais cibernéticos.

                                     

Estou a fazer o meu «upgrading», com o livro de Pedro Baños «El Dominio Mental; La Geopolítica de la Mente». Não digo que este livro seja a única fonte de informação neste domínio, deve haver um certo número de obras com qualidade, sobre esta temática. Porém, para mim é fundamental, pois nele encontro um condensado do que se tem feito, desde o condicionamento dito soft, até às experiências com humanos, autênticos pesadelos.

Decidi não abordar aqui o tema COVID: Ele está presente nas duas obras acima citadas e, ao fim e ao cabo, temos de ver o essencial*. O essencial, parece-me ser a questão do controlo. Quem controla quem. Quem é que deseja controlar os mecanismos do poder. Quem é que tem de facto, alavancas para acionar esses mecanismos. Como procedem os poderosos para aplacar as massas. Como procedem para «legitimar» o seu domínio sobre as coisas e as pessoas. Não se trata de obsessão pelo tema, mas antes, ter em alta estima a minha/vossa liberdade e autonomia, tanto física, como de pensamento, que me/ nos estão sendo roubadas, sistematicamente.
Vendo as coisas pelo lado otimista, creio que podemos imaginar - sem tomar nossos desejos pela realidade - que os outros seres humanos, compreensivelmente, terão os desejos que eu próprio possuo; que essas vontades dispersas irão coagular em novas formas de estar, de sentir, de pensar e de agir; que as pessoas vão procurar novas formas de fazer política, novas formas de relacionarem-se umas com as outras.
O mundo nunca permanece estático, para grande desespero dos oligarcas, que gostariam de ter o mundo inteiro «congelado», transformado numa imensa «quinta ecológica», onde eles seriam os donos e senhores, como um paraíso terreal para os muito ricos.
Há muita gente que, simplesmente, não compreende o meu ponto de vista. São pessoas a quem é servida, constantemente, uma imagem da realidade condicionada pelas narrativas serventuárias do poder. Mas, como elas estão tão condicionadas, não se podem aperceber da extensão do seu engano. Não as desprezo, pelo contrário. Tenho refletido nos últimos tempos na questão de saber como proporcionar-lhes meios para que - por elas próprias - se apercebam como têm sido manipuladas e suas consciências violadas. Talvez seja sensato ficar à espera que a realidade se encarregue de lhes abrir os olhos.
Dizem-me várias pessoas amigas que esta deriva autoritária poderá durar muito tempo. Estou de acordo com elas. Porém, quanto mais as coisas evoluírem em direção ao autoritarismo e totalitarismo, mais as hipóteses de termos uma vida mais ou menos «normal», ou «feliz» vão diminuindo, para não dizer que se vão esfumando.

-----------------------
* Consultar outros números da série «OLHANDO O MUNDO DA MINHA JANELA»: 
parte IV , parte VI e seguintes.











quarta-feira, 16 de outubro de 2019

JORNALISMO COMPRADO NOS MEDIA - UMA LIÇÃO DO JORNALISTA UDO ULFKOTTE






Uma conferência pelo falecido jornalista do Züd Deutcher Zeitung, contando a sua experiência pessoal, que mostra como os jornalistas dos media mais importantes são literalmente recrutados pela CIA.