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quarta-feira, 13 de março de 2024

IMPRESSIONANTE! O HARAQUIRI* DA ALEMANHA

Tudo isto para agradar ao seu senhor feudal, os EUA. 

Veja:

Como é que os EUA destruíram a economia alemã


Talvez não fosse um haraquiri genuíno, pois este implicava a livre vontade do suicida.  
Foi então um «suicídio ordenado» aos governantes alemães, pelo seu suserano dos EUA.
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*No Japão medieval, o haraquiri, ou suicídio ritual, era praticado pelos samurai vassalos dum senhor da guerra, quando consideravam que estivesse em causa a mínima dúvida da sua total fidelidade ao senhor feudal. 

domingo, 24 de dezembro de 2023

A ORIGEM DO AFLUXO DE REFUGIADOS

 


As catástrofes que se abatem - ora num país, ora noutro - no Sul Global não são fatalidades. Claramente, são causadas pelas intervenções dos poderes imperiais, ou diretamente, ou através de vassalos. Este estado de caos nos países mais frágeis é exatamente o que a classe oligárquica globalista procura. 

- Não só através de guerras, golpes de Estado, guerrilhas (manipuladas pelos imperialistas) mas, também por arma de destruição massiva terrível e muito mortífera: A fomeEstas populações não têm outro meio de sobrevivência, senão a ajuda das agências internacionais: A Cruz Vermelha, os organismos da ONU para os refugiados, e outras organizações humanitárias. 

O povo tem de deixar de «dar o benefício da dúvida» aos genocidas e aos cúmplices destes, que se apoderaram das rédeas do poder - há algum tempo - em países do Ocidente. Eles estão no poder para fazer a política que lhes é ditada pelos seus verdadeiros donos: Os multimilionários têm o futuro dos políticos na mão; distribuem - ou não - benesses, consoante os políticos façam - ou não - o que lhes é ditado. 

Não admira que a dissociação entre o público desses países e seus dirigentes, seja enorme. O que a cidadania deseja, apesar das campanhas de lavagem ao cérebro pelo jornalismo prostituto, é a paz, a ajuda às vítimas, o alívio dos que sofrem. Está preocupada com o influxo de milhões de refugiados das guerras, das fomes, das destruições, mas percebe cada vez mais nitidamente, que ele é  provocado pelos próprios dirigentes dos países ocidentais. Uma nítida maioria de jovens, dos 18-24 anos e dos 25-30 anos, respondendo a inquéritos nos EUA e na Alemanha, deseja que seja atribuído o estatuto de Estado à Palestina e que Israel não tem legitimidade para o que está a fazer em Gaza.

  Espero que a cidadania dos países - em especial, os ocidentais - tome plena consciência e compreenda cada vez melhor a natureza criminosa dos que a governam. 


domingo, 12 de fevereiro de 2023

[Seymour Hersh] GASODUTOS NORDSTREAM FORAM SABOTADOS POR ORDEM DO PRESIDENTE DOS EUA

 


No vídeo acima, pode-se escutar* o jornalista de «Geopolitical Economical Report» Ben Norton, detalhando o conteúdo do artigo de Seymour Hersh 

(* para melhor compreensão pode acionar as legendas automáticas, em inglês)

Seymour Hersh é um jornalista que ganhou o prémio Pulitzer e que há uns dias atrás publicou em Substack (para escapar a censura dos media corporativos), uma reportagem de investigação, que esclarece - para além de qualquer dúvida - como foi a sabotagem dos gasodutos Nordstream que abasteciam a Alemanha em gás russo. Seymour obteve testemunho de dentro sobre como a administração Biden aprovou a operação da CIA, que utilizou explosivos e mergulhadores da Marinha de guerra dos EUA, com a ajuda da Noruega (membro da OTAN)

Leia o artigo de Seymour Hersh: https://seymourhersh.substack.com/p/h... Mais fontes e informações aqui: https://geopoliticaleconomy.com/2023/... Reportagem de Outubro do site Geopoliticaleconomy em Outubro - "Who sabotaged Nord Stream pipelines? US boasts ‘tremendous opportunity’ to weaken Russia. CIA knew": https://geopoliticaleconomy.com/2022/... Os EUA são agora o principal exportador de LNG (gás liquefeito) mundial enquanto a Europa boicota o gás russo, mais barato: https://geopoliticaleconomy.com/2023/... || Geopolitical Economy Report || Please consider supporting us at https://GeopoliticalEconomy.com/Support Patreon: https://Patreon.com/GeopoliticalEconomy Podcast: https://Soundcloud.com/GeopoliticalEc... Newsletter: https://GeopoliticalEconomy.Substack.com

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

«IN GOD DOLLAR WE TRUST» ?

 

                                    Nova Iorque: Empire State Building visto no ocaso


                       Gráfico retirado dum artigo de A. Mcleod, que pode consultar AQUI

Nós somos matraqueados permanentemente com a «força do dólar», em relação às outras divisas ocidentais, pelo menos, as que têm maior peso tanto no comércio, como enquanto membros de SDR,  a famosa «divisa» artificial, que é (de facto) um cabaz de divisas, usado na contabilidade interna do FMI.  Mas, o comércio e a participação dos países nas trocas globais não se resume ao «Ocidente». Este conjunto de países é denominado assim, embora devessem ser designados por aquilo que - de uma forma, ou de outra - são: Constituem os mais fieis aliados (ou vassalos) dos EUA; os países de língua inglesa (Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, Canadá e EUA), a Europa da União Europeia, o Japão, a Coreia do Sul e pouco mais (cerca de 15% da população mundial).

O sistema de Bretton Woods, foi instaurado quando os EUA eram a potência tecnicamente vencedora da 2º Guerra Mundial. A URSS e muitos outros países que lutaram contra as potências do Eixo (Alemanha hitleriana e potências suas aliadas) estavam de rastos. A sua vida económica e social sofreu de tal maneira, que não estavam muito melhor que os países vencidos (Alemanha, Japão, Itália, e outros.)

Assim, quando foram assinados os acordos de Bretton Woods em 1944, e nos anos imediatos, os EUA dominavam o comércio mundial (cerca de 50% deste), possuíam a maioria das reservas de ouro em bancos centrais (cerca de 70 % do ouro guardado nos bancos centrais) e tinham uma infraestrutura industrial intacta e em plena expansão. 

Um sistema de Bretton Woods não poderá voltar a ser reinstalado, não porque seja impossível reinstaurar um padrão-ouro (embora seja uma má solução), mas porque não existe nenhuma potência com o poderio hegemónico dos EUA à saída da IIª Guerra Mundial.

Um futuro multipolar será sempre mais instável, que um futuro unipolar. Mas, um sistema global unipolar não dará a um conjunto de países, possuindo a maioria da população mundial e dos recursos em matérias-primas, a possibilidade de fazerem valer os seus interesses e de poderem negociar em termos aceitáveis, a sua participação no comércio, no investimento e na repartição do bem-estar individual e social, ao nível mundial. Por muito injusto que seja um mundo multipolar, como o foi em diversos períodos da História, para aqueles povos submetidos a um império ou a uma nação mais forte,  nada se compara com a força bruta e a ausência total de consideração pelos direitos e pela dignidade dos mais pobres, num império mundial único, hegemónico. 

O império liderado pelos EUA tem demonstrado isso, neste pequeno intervalo de tempo, que vai da implosão da União Soviética (1991), até hoje. No entanto, reveste o seu desprezo absoluto, com a hipocrisia típica da civilização de comerciantes, aventureiros e donos de escravos - que foram os impérios Português, Espanhol, Britânico, Holandês - especializados na guerra de razia e de rapina, que foi o modo como se expandiram e enriqueceram estas potências coloniais desde o século XVI até hoje. 

Não é por o comércio internacional ser feito em tal ou tal unidade de valor, vulgo «moeda», que a troca é mais ou menos desigual. Desde Ricardo, que se reconhece que determinadas nações têm determinadas vantagens competitivas, no comércio internacional, em relação a determinados produtos industriais, agrícolas ou minerais. É sobretudo o preço do trabalho que conta, por agregado. Assim, os países onde o trabalho é mais barato, foram aqueles que receberam as indústrias deslocalizadas dos países industriais tradicionais, os países europeus ocidentais e os EUA, sobretudo. 

Mas o globalismo, ideologia associada ao neoliberalismo, está completamente posto em causa. Este globalismo «reinou» durante um curto período, em que as potências industriais europeias e norte-americanas exportaram as suas indústrias para beneficiarem da mão-de-obra barata dos países ex- coloniais, ou que tinham uma grande diferença no seu grau de desenvolvimento. Estes países, entretanto, fortaleceram-se e tornaram-se mais capazes de impor suas condições a países outrora dominantes. 

Esta mudança entra em colisão com a mentalidade colonialista e imperialista, das classes dirigentes dos países ocidentais, que também se transmitiu a extratos explorados desses mesmos países.  Órfã de uma instância política que formalmente a representasse, a classe trabalhadora dos países do Ocidente virou-se para os demagogos de extrema-direita, ou confinou-se na rejeição da política. O abstencionismo crónico tem sido maior na classe trabalhadora marginalizada,  do que na «classe média», ou classe trabalhadora integrada, que tradicionalmente vota à esquerda.

Do ponto de vista do império dominante, este já percebeu que é demasiado tarde para inverter a tendência global. Trump não foi bem sucedido, porque - em parte - não conseguiu o entusiasmo interclassista e patriótico que ele esperava para a sua campanha de fazer regressar as indústrias ao solo americano. Sem dúvida, ele foi sabotado pelo «establishment» de Washington, mas também não conseguiu uma adesão significativa dos setores da indústria, ditos «high-tech», tecnológicos. 

As mutações do sistema monetário são sempre consequência de um duplo jogo de forças: As forças relacionadas com o capitalismo mais dinâmico - hoje, a China e outros países asiáticos, principalmente - por um lado, e por outro, com a capacidade militar global: Sabe-se que as simulações duma guerra Russo-Chinesa / Americana (NATO), realizadas no Pentágono, deram invariavelmente resultados negativos para as forças americanas e suas aliadas. 

Assim como a arquitetura de Bretton Woods foi consequência da prevalência dos EUA no comércio, indústria, finanças e domínio militar, após a IIª Guerra Mundial; também a nova arquitetura global do sistema monetário terá de refletir a realidade das trocas comerciais, das forças produtivas, das capacidades de defesa e da inovação tecnológica, que os diversos atores mundiais terão alcançado, na atualidade. 

O facto de o dólar surgir como «forte», em relação a outras moedas ocidentais não significa que a divisa dos EUA continue a possuir a mesma prevalência mundial. Existe uma diminuição significativa das trocas efetuadas em dólares, numa parte importante do Mundo, o que significa que há rutura, face ao período de trocas efetivamente mundializadas. Significa que os países da esfera político-económica do dólar, estão encerrados numa de matriz de tipo neocolonial em que a potência dominante tem a possibilidade (e exerce-a) de dizer o que esses países devem comerciar e com quem, com que tipo de mercadorias e com que formas de pagamento. O sistema de sanções montado pelos EUA é muito astuto, no curto prazo, porém a impossibilidade das empresas europeias comerciarem com países possuidores de grandes reservas de energia (como o Irão) ou com a Rússia e China, que possuem certos produtos praticamente insubstituíveis, no curto prazo (certos metais, como o titânio, ou terras raras, ou ainda, os «microchips»), traduz-se numa perda de competitividade  da União Europeia, nos mercados mundiais. Isto é válido para todos os seus membros, em especial, para o gigante industrial, a Alemanha.

Por contraste, os países dos BRICS+ e das Novas Rotas da Seda têm reais perspetivas de desenvolvimento, de alargamento dos mercados. Os países da «velha Europa» não estarão em condições de competir, devido à diminuição da sua parte nos mercados, ao acréscimo de custos de produção e devido à «mão de aço» da potência «hegemónica regional» , os EUA. Por enquanto, estes comportam-se como o senhor feudal (o suserano) em relação aos vassalos. 

Mas, embora o feudalismo tenha durado alguns séculos, o novo feudalismo dos EUA, perante outro sistema multipolar, não poderá manter uma «hegemonia regional», durante muito tempo. Uma tal situação é intrinsecamente instável, não poderá durar mais do que alguns decénios.

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(1) O  «SDR» significa Special Drawing Rights, em português, Direitos de Saque Especiais.

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PS1: Para compreenderes a estratégia globalista em todas as suas vertentes, lê:

https://www.globalresearch.ca/globalist-cabal-meets-again-prepare-world-domination/5805836

PS2: Os dementes que estão no poder não se importam que seja desencadeada uma guerra nuclear; por outro lado, os povos estão de tal maneira doutrinados, que não percebem realmente o que representa a generalização do conflito Rússia/Ucrânia.  

https://caitlinjohnstone.com/2023/01/25/hardly-anyone-is-thinking-logically-about-the-risk-of-nuclear-war/

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

ESTARÁ A CAMINHO A ENERGIA ABUNDANTE E BARATA DA FUSÃO NUCLEAR?


 A história da fusão nuclear como fonte de energia teve início nos anos 50, com o reator sovético Totamak
Uma boa ideia nunca vai para o caixote de lixo, mesmo que tecnicamente irrealizável em dado momento das nossas capacidades tecnológicas. E até mesmo, quando o regime que o produziu tenha desaparecido !!


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PS: PODE TAMBÉM INTERESSAR VER O VIDEO SOBRE «COLD FUSION».


segunda-feira, 19 de dezembro de 2022

ENTREVISTA COM O PROF. MICHAEL HUDSON (PARTE I)

Da última vez que falámos foi para o magazine alemão "Four" em junho.  Agora também trabalho para a MEGA Radio, uma estação rádio de notícias para a Alemanha, a Áustria e a Suíça. Emitimos a partir de Viena e estamos localizados em Berlim, Baviera e Áustria.

Gostaria de o convidar para uma entrevista, a gravar no ZOOM, para o programa de rádio. Seria uma atualização da nossa última entrevista. Talvez tenha uma duração de 20-30 minutos.

O leitor, que veja também a nossa conversa anterior.

Aqui estão as minhas perguntas:

(1.) Fez algumas previsões na nossa entrevista para o magazine «Four» que se realizaram.

Falou sobre a crise das companhias alemãs em relação à produção de fertilizantes.  Esse assunto ocupou as primeiras páginas poucas semanas após a nossa entrevista.

Também afirmou:  “O que caracteriza o bloqueio do Nord Stream 2, é realmente a política de comprar americano." Isto tornou-se agora mais do que claro após a destruição dos gasodutos Nord Stream.

Poderia comentar sobre isso?

MH: A política exterior dos EUA tem-se concentrado, há bastante tempo, no comércio de petróleo internacional. Este, é decisivo como contributo para a balança de pagamentos dos EUA e o seu controlo dá aos dirigentes dos EUA a capacidade de impor estrangulamentos noutros países.

O petróleo é um fornecedor chave de energia e o crescimento da produtividade e do PIB das economias principais tende a refletir o aumento de energia usada por trabalhador.  O petróleo e o gás não são apenas para serem queimados, produzindo energia, mas também são uma matéria-prima química básica para os fertilizantes e, portanto, para a produtividade agrícola, assim como para boa parte da produção dos plásticos e doutros produtos químicos. 

Por isso, os estrategas dos EUA reconhecem que cortar os países do petróleo e seus derivados irá bloquear a sua indústria e agricultura. A capacidade de impor tais sanções pode permitir que os EUA tornem os países dependentes das suas políticas como meio para não serem «excomungados» do comércio de petróleo.

Os diplomatas dos EUA têm estado a dizer à Europa, desde há muitos anos, para esta não se basear no gás e petróleo russos. O objetivo é duplo: por um lado impedem um fator decisivo para o superavit comercial da Rússia e, por outro, capturam o vasto mercado europeu para os produtores americanos de petróleo e de gás. Os EUA convenceram os dirigentes governamentais alemães a não aprovar o gasoduto Nord Stream 2 e finalmente, usaram a desculpa da guerra da OTAN com a Rússia na Ucrânia para atuarem unilateralmente e conseguirem sabotar os gasodutos 1  e 2 do Nord Stream.

(2.) Para o nosso público:  No seu novo livro “The Destiny of Civilization: Finance Capitalism, Industrial Capitalism, or Socialism”,

...postula que a economia mundial está a fraturar-se em duas partes, os EUA e a Europa, na sua parte dolarizada

...e que esta unidade neoliberal ocidental está a levar a Eurásia - e a maior parte do Sul Global - para um grupo separado. Acabou de afirmar isso numa entrevista dada em Novembro.

https://michael-hudson.com/2022/11/the-rentier-economy-is-a-free-lunch/

Poderia explicar isso para o nosso público?

MH:  A separação não é apenas geográfica, mas sobretudo reflete o conflito entre o Ocidente neoliberal e a lógica tradicional do capitalismo industrial. O Ocidente des-industralizou as suas economias ao substituir o capitalismo industrial pelo capitalismo financeiro, inicialmente na procura de conseguir manter salários baixos e depois ao tentar e estabelecer privilégios de monopólio e mercados cativos, ou ainda elementos essenciais de tecnologia, das armas (e agora de petróleo), transformando-se em economias de rentistas.

Há um século, o capitalismo industrial estava no ponto de evoluir para o socialismo, com os governos a fornecer as infraestruturas básicas (tais como sistemas de saúde, de educação, comunicações, investigação e desenvolvimento) para minimizar o custo de vida e a proporcionar os negócios. Aquilo que são hoje os EUA, a Alemanha e outras nações, construíram desse modo o seu poder industrial, o mesmo que a China e outros países euro asiáticos têm estado a fazer mais recentemente.

Mas a escolha do Ocidente de privatizar e financeirizar a sua infraestrutura básica, desmantelando o papel do governo e entregando a planificação a Wall Street, à City de Londres e a outros centros financeiros,  deixou-os com pouco para oferecer a outros países - salvo a promessa de não os bombardear ou a tratá-los como inimigos, caso eles procurem criar riqueza por suas próprias mãos, em vez de a transferirem para os investidores dos EUA e de corporações internacionais.

O resultado é que, quando a China e outros países constroem as suas economias de modo idêntico ao que os EUA fizeram, desde  o pós Guerra Civil, até à IIª Guerra Mundial, são considerados como inimigos. É como se os diplomatas dos EUA vissem que o jogo está perdido e que a sua economia se tornou tão dependente da dívida, privatizada e com elevados custos de produção, que só esperam conseguir fazer que os outros países sejam seus tributários, dependentes enquanto for possível, até que o jogo chegue ao fim.

Se os EUA conseguirem impor o neoliberalismo financeiro no mundo, então as outras nações acabarão por ter os mesmos problemas que os EUA estão a sofrer.

(3.) Agora os primeiros terminais para gás liquefeito ( LNG) dos EUA estão abertos. Como é que isto afetará o comércio e a dependência /interdependência entre a Alemanha e os EUA? 

MH: As sanções dos EUA e a destruição de Nord Stream 1 e 2 tornaram a Europa dependente dos fornecimentos dos EUA, a um custo tal para o gás LNG (cerca de seis vezes o que os americanos e asiáticos pagam), que a Alemanha e outros países perderam a sua capacidade em competir no aço, no vidro, no alumínio e noutras manufaturas. Isto cria um vazio, que as empresas com sede nos EUA vão preencher com o seu investimento a partir de outros países, ou até dos próprios EUA.

A expectativa é que as indústrias pesadas, químicas e outras da Alemanha e doutros países europeus  tenham de se mudar para os EUA para conseguir petróleo e outros componentes essenciais, que lhes dizem para não comprar na Rússia, no Irão ou noutras alternativas. Assume-se que elas - indústrias europeias - não possam localizar-se na Rússia ou Ásia, pela imposição de sanções, multas e ingerências nas políticas europeias, pelos EUA.  Existem ONGs e satélites da «National Endowment for Democracy», como tem sido o caso desde 1945. Pode-se esperar uma nova Operação Gládio para promover os políticos que desejam manter esta nova Fratura Global e reorientar a indústria europeia para os Estados Unidos.

Uma questão é se o trabalho especializado alemão irá a seguir. Isso é aquilo que acontece tipicamente em tais circunstâncias. Este tipo de redução demográfica foi experimentada pelos Estados Bálticos. É um efeito colateral às políticas neoliberais.

(4.) Qual a sua visão sobre a situação militar atual na guerra Rússia/ Ucrânia? 

MH: Dá ideia que a Rússia irá facilmente vencer em Fevereiro ou Março. O que irá provavelmente criar uma zona desmilitarizada para proteger as áreas russófonicas (provavelmente, incorporadas na Rússia) do Ocidente pró-OTAN em ordem a prevenir sabotagem e terrorismo. 

Á Europa, irão continuar a obrigá-la a boicotar a Rússia e os seus aliados, em vez de procurar obter trocas mutuamente vantajosas por comércio e investimento recíprocos.  O EUA poderão incentivar a Polónia e outros países, a lutarem até ao último polaco ou lituano, à semelhança da Ucrânia. Isto irá pressionar a Hungria. Mas, antes de mais nada, haverá insistência para a Europa gastar somas imensas para se rearmar, sobretudo com armas dos EUA.  Estes gastos irão excluir muitas das despesas sociais, para que a Europa consiga suportar o aprofundamento da depressão industrial, ou distribuir subsídios para fazer reviver a sua indústria. Portanto, será crescentemente uma economia militarizada - ao mesmo tempo que a dívida dos consumidores e das empresas industriais vai aumentando, a par da dívida do governo.

Enquanto isto ocorrer, pode a Rússia decidir que a OTAN se deve retirar para as suas fronteiras de 1991. Este será, muito previsivelmente, um ponto de conflito.

(5.) Qual é sua opinião sobre a situação financeira nesta guerra.  O G7 e os governos da UE já falam de reconstruir a Ucrânia após a guerra. O que significa isso para os capitalismos de negócios e financeiros do Ocidente?

MH: A Ucrânia dificilmente poderá ser reconstruída. Antes de mais, muita população partiu e não é provável que regresse, dada a destruição de habitações, de infraestrutura ... e de maridos. 

Segundo, a Ucrânia é principalmente propriedade dum pequeno grupo de cleptocratas - que estão disponíveis para vender essa propriedade a investidores ocidentais da agricultura e a outros abutres (penso que sabe a quem me refiro).

A Ucrânia está já atolada em dívida e tornou-se um feudo do FMI (o que significa, na prática, da OTAN). Será pedido à Europa para «contribuir» e as reservas do Banco Central Russo apreendidas podem ser gastas a contratar companhias dos EUA, que irão fazer um negócio ótimo em fingir que estão a recuperar a economia da Ucrânia - deixando o país ainda mais enterrado em dívida.

Um novo Secretário de Estado do Partido Democrata irá fazer eco a Madeleine Albright, dizendo que a morte da economia, das crianças e dos soldados da Ucrânia «mereceram totalmente a pena», enquanto custos para espalhar a democracia ao estilo dos EUA. 

(continua, veja Parte II)

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Novo estudo fornece evidência direta de mortes por lesões cardíacas causadas por vacinas ARN-m

Jennifer Margulis & Joe Wang
Dec 12 2022


As vacinas usando ARN-m causam miocardites por levarem as nossas próprias células imunitárias a atacar o coração, o que pode causar morte súbita por taquicardia ventricular ou fibrilação. (Kateryna Kon/Shutterstock)


Patologistas médicos do Hospital Universitário de Heidelberg, Alemanha, publicaram provas diretas mostrando a causa da morte de pessoas, que tinham sido vacinadas com vacinas de ARN-m. Esta equipa de 6 cientistas investigou no seu estudo doentes que tinham sido vacinados com vacinas de ARN-m e que sofreram uma lesão cardíaca  devido a seus corações serem atacados pelas suas próprias células imunitárias. Este ataque autoimune nas células do coração, provoca danos e os corações vão acelerar tanto a sua batida, de muitas vezes por segundo, de tal forma que esta taquicardia, sendo desencadeada inesperadamente, leva à morte em minutos.
Leia a continuação do artigo de Jennifer Margulis e de Joe Wang para o «The Epoch Times»: AQUI


terça-feira, 11 de outubro de 2022

Crise energética na UE e oportunidade para os EUA...

 ... de que falava Blinken: Sim, é uma oportunidade para o business americano, sem dúvida. 

O Gás Natural Liquefeito (LNG na sua sigla em inglês) é obtido, nos EUA, a partir de depósitos de gás de xisto. A indústria de produção de petróleo e de gás de xisto apresentou-se primeiro como um grande negócio e muitos investiram nas ações das empresas do xisto. 

Porém, a enorme dívida que se acumulou no setor, tornou-o pouco rentável ou mesmo não rentável. O segmento menos rentável era justamente relacionado com a extração e todo o processamento que leva ao LNG. Com a agudização da crise ucraniana, os poços de gás de xisto e as respetivas empresas tornaram-se de novo rentáveis. 

A garantia de um mercado cativo, o dos súbditos europeus, permite tornar rentável algo que raramente ou dificilmente o podia ser. Com efeito, as operações de compressão e  liquefação do gás natural são onerosas e gastam energia! A armazenagem do LNG, o transporte em navios-cisterna especialmente desenhados para o efeito, a necessidade de instalações portuárias especiais, tanto nos portos de origem como de destino, tornam a margem de lucro destas operações muito pequena.

O processo só pode ser rentabilizado com um preço de monopólio, ou seja, se os compradores estiverem obrigados a abastecer-se de gás natural (LNG) proveniente dos EUA e não da Rússia. 

O atentado terrorista dos gasodutos Nord Stream encontra aí o beneficiário do crime. Os executores podem ter sido, além dos americanos, os britânicos  também, pois estes tinham a motivação, o interesse e a capacidade técnica para isso. Também podem ter colaborado ativamente  os noruegueses e os polacos, que estavam quase a estrear a entrada em funcionamento doutro gasoduto, trazendo gás natural da Noruega para a Polónia. Lembro que são países inteiramente «fieis» à NATO. 

         Reprodução do selo «comemorativo» do atentado contra a ponte da Crimeia.

É bem possível que vários outros países tenham participado, pois as águas onde se deu o atentado são constantemente vigiadas por satélite, por dispositivos de sonar, por câmaras submersas etc., para impedir que qualquer submarino russo possa atravessar essas águas sem ser detetado. Este sistema apertado e sofisticado não podia ser iludido nem pelos russos, nem por ninguém. Logicamente só dando o conhecimento prévio aos países (da NATO) vizinhos (Dinamarca, Alemanha, Suécia e Polónia) esta sabotagem poderia ter sido levada a cabo, não fossem os «sabotadores legítimos» ser confundidos com os mauzões dos russos. 

De qualquer maneira, este atentado não foi isolado. Lembro a frequente utilização da central nuclear de Zaporozjnie (ocupada pelos russos) como alvo dos mísseis ucranianos, arriscando um acidente nuclear com disseminação  de radiatividade no ar e nos rios. Houve também uma central em território russo, que foi alvo de tentativa de sabotagem por parte dum comando ucraniano. 

O atentado contra a ponte que liga a província russa da Crimeia à parte continental da Rússia foi endossado pelo governo e serviços secretos ucranianos. Ele não foi a única causa de retaliação dos russos. Poucas horas depois, houve uma barragem de mais de 70 mísseis russos contra alvos governamentais em Kiev e noutras cidades da Ucrânia. Também foram destruídas centrais elétricas e centros de retransmissão de energia elétrica. 

Os russos deram um claro sinal ao governo do «Banderastan» e às forças políticas que o apoiam, que são teleguiados pelo Pentágono, pela CIA e pelo Departamento de Estado do Tio Sam (juntamente com outros comparsas da NATO). 

 Pelo menos, desde o atentado - por uma agente dos serviços secretos ucranianos - que vitimou  Daria Dugina perto de Moscovo (início de Agosto), os ucranianos intensificaram sabotagens em solo russo e bombardeamentos contra a república do Donestsk, em zonas urbanas sem interesse militar, causando muitos mortos civis. 

Se os americanos, usando os seus fantoches de Kiev, estavam convencidos de que iriam poder continuar com estes atos de terror impunemente, eles iriam redobrar de audácia e criminalidade. 

No geral, muitos países que não estão debaixo da tutela americana percebem as razões que assistem à Rússia, a qual teve (e tem) uma ameaça existencial às suas portas, desde 2014, desde o golpe de estado, cozinhado pela administração americana e vários países da UE.

Pode dizer-se que - na guerra pelos recursos energéticos - a húbris de americanos e outros ocidentais, faz com que estes acabem por perder. Por exemplo, o projeto petrolífero na península de Sakalina, no extremo oriente russo, já não terá a participação de 30% da Exxon-Mobil. Os russos convidaram a Índia a tomar o lugar dos americanos. 

Os países da OPEP irão reduzir a sua produção em 2 milhões de barris diários. Eles argumentam que precisam de sustentar os preços. No entanto, nunca se tinha visto a Arábia Saudita dizer «não» aos americanos, seus protetores e fornecedores de armas. Os americanos estão furiosos e dizem que agora a Arábia Saudita está a «fazer o jogo dos russos». 

O Império não consegue manter sua hegemonia, nem sequer consegue fazer-se respeitar. Mesmo entre os seus vassalos mais submissos, como vários países da NATO, têm uma cidadania que já acordou e compreende que tem sido instrumentalizada por mentiras, contra os seus próprios interesses vitais. 

Os dirigentes destes países só têm duas saídas possíveis: 

- Eliminam ou flexibilizam as sanções, como a Hungria, a Bulgária e agora a Itália, que não deseja com certeza «suicidar-se» para agradar aos americanos... 

- Ou então, vão continuar a política cega contra a Rússia, como fazem o Reino Unido e outros, com o risco do povo perder a paciência e derrubar o governo. 

Aliás, as cidadanias alemã e checa têm demonstrado recentemente que não se identificam com a política dos seus respetivos governos, em relação às sanções contra a Rússia. 

Ângela Merkel, líder de partido conservador e chanceler alemã durante dez anos, teceu fortes críticas à maneira como as relações com Moscovo têm sido levadas a cabo pelas diplomacias do seu país, da UE e dos EUA. 

Espero que os dirigentes europeus, pressionados pelos eleitores, encontrem um caminho para negociar a paz com a Rússia. 

O governo da Ucrânia é totalmente fantoche. Zelensky até sugeriu aos países da NATO que façam uma escalada, usando mísseis nucleares contra a Rússia. É um sociopata perigoso, pois não está preocupado com a aniquilação dos povos, incluindo do seu próprio. Está convencido de que irá sobreviver, num cenário destes. Está tomado pelo «papel de herói»  (de mau ator teatral), querendo que o seu povo e o mundo tomem como verdade a ficção grotesca que ele encarna.

PS1: Um dos números de Zelensky ator!

https://www.armstrongeconomics.com/international-news/ukraine/zelensky-profiting-from-the-war/

PS2: Biden e seu governo devem achar que os europeus são muito estúpidos! Veja: https://www.youtube.com/watch?v=LIg_bluzx_s&feature=youtu.be


PS3: A Alemanha está a jogar cavaleiro solitário, no que toca à crise energética. Ela arrisca causar uma quebra na UE: 

https://www.youtube.com/watch?v=c5SLK_ywJb8


PS4:  Vê este vídeo bem documentado 

https://www.youtube.com/watch?v=zIF2MCGBNOI


segunda-feira, 5 de setembro de 2022

ESTRUTURA DEFEITUOSA DO EURO E COLAPSO DA ECONOMIA EUROPEIA


Ao vermos esta apresentação, percebemos que a UE, com os desequilíbrios entre Estados devedores (o Sul) e credores (o Norte, a Alemanha), não está em condições de aguentar o choque da interrupção de fornecimento do gás russo.
Ao decidir cortar (a si própria) o fornecimento de gás e petróleo provenientes da Rússia, a U. E. está a fazer suicídio. Se não houver abastecimento energético suficiente, a indústria, a agricultura, os transportes e a própria sobrevivência das pessoas, ficam postos em causa.

Em complemento, pode ler-se o artigo abaixo, que relata as medidas que a Áustria e a Suécia estão a tomar, perante a crise energética na UE:

quinta-feira, 19 de maio de 2022

COMO É QUE A CIA CONTROLA OS JORNALISTAS - TESTEMUNHO DE UDO ULFKOTTE



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(Excertos do artigo de Cynthia Chung, que pode ler na íntegra, AQUI)


Udo Ulfkotte, já falecido, era um conhecido jornalista alemão e autor de muitos livros. Ele trabalhou durante 25 anos como jornalista, 17 dos quais no Frankfurter Allgemeine Zeitung (FAZ), incluindo como editor. No seu livro de 2014 “Journalists for Hire: How the CIA Buys News,” ("Jornalistas para Aluguer: Como é que a CIA compra as notícias") Ulfkotte descreve o modo como a CIA, ao lado dos Serviços Alemães (BND) eram culpados de suborno a jornalistas para eles escreverem artigos que, ou distorciam a verdade ou eram completas ficções, para promover uma opinião pró-Ocidental, pró-NATO e que ele próprio tinha sido um dos jornalistas subornados.




[...] Ulfkotte descreve, numa entrevista, como ele finalmente se encheu de coragem para publicar o livro, após anos em que esteve a acumular poeira, como resposta à crise de 2014 na Ucrânia, afirmando:


“Senti que tinha chegado o tempo certo para o acabar e publicá-lo, porque estou profundamente preocupado com a crise na Ucrânia e as possíveis consequências devastadoras para toda a Europa e para todos nós…Não sou nada pró- Rússia, mas é nítido que muitos jornalistas obedecem cegamente e publicam tudo o que o serviço de imprensa da NATO lhes fornece. Este tipo de informação e relatórios são totalmente tendenciosos”.

Noutra entrevista, Ulfkotte disse:

“É tão nítido como a luz do dia que agentes de vários Serviços estavam nos escritórios centrais da FAZ, o jornal onde eu trabalhei durante 17 anos. Os artigos apareciam com o meu nome, muitas vezes, mas não eram o produto do meu intelecto. Fui uma vez abordado por membros da Espionagem Alemã e da CIA, que me disseram que deveria escrever sobre Kaddafi e noticiar como ele estava a construir em segredo uma fábrica de armas químicas na Líbia. Eu não tinha qualquer informação sobre isso, mas eles mostraram-me vários documentos, eu apenas teria que colocar o nome no artigo. Acha que isto pode ser considerado jornalismo? Eu acho que não.”

Presstitutes Embedded in the Pay of the CIA: A Confession from the Profession

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sábado, 14 de maio de 2022

Guerra Rússia-Ucrânia: uma guerra por procuração dos EUA contra a Rússia



 Guerra Rússia-Ucrânia: uma guerra por procuração dos EUA contra a Rússia. Conselho de Segurança da ONU pediu negociações de paz

O seguinte é uma entrevista de Peter Koenig com GEOFOR, Centro de Prognóstico Geopolítico (Rússia)

 

GEOFOR:  Saudações! Desde nossa última conversa, mudanças verdadeiramente históricas e marcantes ocorreram no mundo. A luta entre a Rússia e o Ocidente está apenas ganhando força. Como você vê as perspectivas para esse processo? Até onde esse confronto pode ir?

Peter Koenig:  Prever um resultado neste momento é quase impossível. Estamos falando de uma guerra por procuração, o Ocidente/OTAN contra a Rússia, jogada na Ucrânia e potencialmente – espero que não  – no teatro europeu.

Esta seria a terceira guerra mundial em território europeu em pouco mais de um século.

Pelo menos hoje, 6 de maio, o Conselho de Segurança da ONU pela primeira vez encorajou ambas as partes a buscar negociações para a paz, ou pelo menos um cessar-fogo. Claro, isso não significa muito, já que o presidente Zelensky é totalmente controlado pelo Ocidente, predominantemente Washington e Bruxelas, ou seja, a OTAN.

Se este apelo às negociações não resultar em nada tangível, em termos de, pelo menos, um acordo de armistício, com fortes expectativas de que possa eventualmente conduzir à paz, o conflito poderá prolongar-se por muito tempo – e agravar-se ainda mais, arriscando-se mesmo um cenário da Terceira Guerra Mundial; emergindo, Deus me livre, em uma guerra nuclear. Não vamos nem pensar nisso.

Por outro lado, não esqueçamos que, em todos os seus 246 anos de história, os EUA conheceram apenas 15 anos sem conflito. A economia dos EUA é quase 60% baseada na guerra, na indústria da guerra direta e nos serviços e indústrias relacionadas à guerra. Portanto, uma nova guerra para os EUA é necessária, agora, com o hegemon EUA vacilando, mais do que nunca.

Como disse o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov , em entrevista à Al Arabiya , o presidente Zelenskyy está totalmente nas mãos e sob controle do Ocidente.

Embora Zelenskyy tenha aceitado várias condições da Rússia, ele desistiu de seu compromisso depois de receber instruções dos EUA/OTAN em contrário. Veja este 59-min. entrevista em vídeo .

GEOFOR:  Hoje, vários estados estão aumentando o fornecimento de armas para Kiev. Quantas armas mais os países ocidentais podem fornecer à Ucrânia, já que seus estoques não são ilimitados?

PK:  Fornecer armas a Kiev é uma bonança da indústria de guerra ocidental. Como mencionado anteriormente, os EUA, por exemplo, dependem com sua economia em mais de 50% de guerras e conflitos armados, realizados diretamente ou por procuração. A guerra Ucrânia-Rússia é uma guerra por procuração para os EUA / OTAN e pela associação OTAN também para a Europa. Portanto, em vez de esgotar os estoques de armas ocidentais, sua indústria de guerra está funcionando em excesso. “A guerra é boa para os negócios”  tornou-se uma frase comum, quase “doméstica”; indica o tipo de mundo distópico em que estamos vivendo.

GEOFOR:  Voltando à pergunta anterior: você não acha que a Rússia deveria ter bloqueado as fronteiras ocidentais da Ucrânia em resposta? E, ao mesmo tempo, talvez seja hora de o Kremlin parar de fornecer petróleo, gás natural e outros recursos e mercadorias para a Europa e os Estados Unidos?

PK:  É difícil bloquear fronteiras.

A Rússia nunca teve a intenção e ainda não tem a intenção de “tomar o controle”, como na absorção da Ucrânia. A Rússia tinha e ainda tem quatro objetivos: nenhuma OTAN jamais na Ucrânia; tornar a Ucrânia um país independente e neutro; desnazificando a Ucrânia; e, por último, mas não menos importante, protegendo as duas províncias de Donbass, com esmagadoras maiorias de língua russa, Donetsk e Luhansk . A área de Donbas, você deve se lembrar, está constantemente sendo atacada pelo batalhão nazista-Azov, tendo causado cerca de 14.000 mortes de civis desde o golpe de Maidan, em fevereiro de 2014, em Kiev.

Estes são objetivos simples, oferecidos pela Rússia. Zelenskyy originalmente os aceitou contra garantias de segurança russas, mas depois voltou atrás, quando Washington/OTAN disse nyet . Veja acima a entrevista de Lavrov.

GEOFOR:  Quanto tempo pode durar a unidade do Ocidente na questão das sanções contra a Rússia tendo como pano de fundo seus próprios problemas internos, aumento de preços, protestos, etc.?

PK:  Esta é outra boa pergunta. Na verdade, já agora, e desde o início deste insano “jogo de sanções”, o ocidente é o principal perdedor. Não a Rússia, mas o Ocidente, predominantemente a Europa, está sofrendo com suas próprias sanções. São sanções impostas pelos EUA e pela Europa, a covarde União Europeia deixou-se coagir a repeti-las.

É claro que a Europa depende muito mais das linhas de abastecimento vitais da Rússia, como energia, especialmente gás, do que vice-versa. A Alemanha, por exemplo, depende em pelo menos 50% do gás russo; e esta é uma estimativa conservadora. O resto da Europa também precisa de gás russo como fonte vital de fornecimento de energia.

A razão para a Europa concordar com as “sanções” pode ser um pouco mais complexa do que aparenta. Há um fato pouco conhecido, ou apenas por poucas pessoas: a Alemanha, o principal país da UE, não é de forma alguma livre e independente. A Alemanha ainda vive sob um acordo de armistício desde a Segunda Guerra Mundial, nenhum Acordo de Paz jamais foi concedido pelos vencedores da guerra, especialmente os Estados Unidos. Várias tentativas de chanceleres alemães de se libertar disso – poderíamos chamar de escravidão – falharam. Washington reagiu com um “de jeito nenhum”, ou então…..

Um caso em questão é o Nord Stream 2. Ele foi morto não pela Alemanha, mas por Washington. Em detrimento de toda a Europa.

Até agora, a UE seguiu os ditames de seu principal parceiro económico e de defesa (OTAN). Quanto tempo eles vão aderir a essa regra tácita é uma incógnita. Do meu ponto de vista, o ponto de ruptura está próximo. O momento em que a Europa tem que tomar suas próprias decisões, independente da coerção sob a qual a Alemanha está.

Enquanto isso, o presidente Putin e seu brilhante conselheiro económico, Sergey Glazyev , chegaram a uma solução engenhosa. A Rússia honrará suas obrigações contratuais de fornecer gás e outros hidrocarbonetos ao ocidente, desde que a energia russa seja paga em rublos. Não em dólares americanos, não em euros, mas em rublos russos. Esta regra se aplica a todos os países que aceitaram o pedido de Washington de aplicar sanções à Rússia, em relação a mais de 40 países. Veja isso .

A regra do rublo originalmente criou alguns protestos e revoltas na Europa, a ponto de Mme. Ursula van der Leyen , Presidente da Comissão Europeia (CE), ingenuamente chamou, isso é inaceitável …. Bem, é simples. Ou são rublos ou não há gás. Eventualmente, a maioria dos países aceitou as condições russas, silenciosamente, sem barulho e, especialmente, sem cobertura da média ocidental.

Isso pode se tornar uma bonança para a Rússia: o Petro-Rublo substituindo o vacilante Petro-Dólar. É muito adequado para o ocidente e para o sistema monetário ocidental “propenso a sanções”. Mais e mais países se atrevem a desertar do sistema de moeda fiduciária, para moedas mais estáveis, como o ouro e o rublo apoiado pela economia nacional e o yuan chinês.

A maioria das fraudes acaba ter um fim. O golpe fiduciário do dólar americano durou o suficiente – mais de um século, desde que o Federal Reserve Act de 1913 foi aprovado de forma fraudulenta. É hora de o dólar ser substituído – levando o mundo a um sistema socioeconômico mais honesto e mais justo.

GEOFOR:  Os Estados Unidos estão aumentando sua atividade na região do Pacífico: o bloco AUKUS, submarinos nucleares para a Austrália, cooperação em armas hipersónicas com os australianos e os britânicos etc. Isso significa que, por um lado, Washington está trabalhando para enfraquecer a Europa e a OTAN e, por outro lado, está preparando um novo projeto estratégico dirigido contra a China e a Rússia?

PK:  O bloco AUKUS é uma expansão da OTAN no Pacífico. Não é um enfraquecimento da OTAN em si , muito pelo contrário. Destina-se a cercar ainda mais a China, através do Mar do Sul da China e indiretamente a Rússia.

Sob este acordo, a Austrália receberia submarinos nucleares da indústria de guerra britânica, substituindo e cancelando um contrato de 2016 para submarinos franceses.

Como assinatura, de acordo com a ABC Australia new (veja isto ), o contrato submarino quebrado com a França poderia custar aos contribuintes australianos até 5 bilhões de dólares.

O AUKUS  é um pacto de segurança trilateral entre a Austrália, o Reino Unido e os Estados Unidos, anunciado em 15 de setembro de 2021 para a região do Indo-Pacífico. Sob o pacto, os EUA e o Reino Unido ajudarão a Austrália a adquirir submarinos movidos a energia nuclear. O pacto expandiria essencialmente a OTAN para a região do Pacífico.

Por outro lado, a OTAN não pretende ser enfraquecida na Europa. Muito pelo contrário. Enquanto vários membros da OTAN da UE começaram discretamente a expressar dúvidas sobre a utilidade da OTAN em tempos de paz, a guerra por procuração Ucrânia-Rússia veio mudar-lhes o tom.

A propaganda mundial altamente financiada da agressão russa faz com que “todos” lutem por mais segurança. Os “líderes” europeus (sic) – a maioria deles académicos da Academia para Jovens Líderes Globais de Klaus Schwab são implantados pelo Fórum Económico Mundial (WEF) e seus manipuladores invisíveis. Eles seguirão seu roteiro aprendido de trabalhar em direção à Grande Reinicialização, uma tirania global, eventualmente levando ao sonho dos Globalistas ocidentais de uma Ordem Mundial Única (OWO), ou uma Governança Global, liderada por Washington. Esse é o sonho deles.

Entretanto, a OTAN na Europa poderá em breve ter dois novos membros, se o seu sonho se concretizar, Suécia e Finlândia. Estão a ponderar candidatar-se à adesão à OTAN. O Sr. Stoltenberg, secretário-geral da OTAN, já disse que seria a favor de uma adesão acelerada, se de fato os dois países se candidatassem. De acordo com Stoltenberg, a adesão plena pode ser possível até junho de 2022.

Imagine, a Finlândia que compartilha uma fronteira de 1.340 quilômetros  com a Rússia. A Suécia, no entanto, não faz fronteira com a Rússia, e a Suécia e a Rússia não estão em guerra entre si pelo menos nos últimos dois séculos. A adesão da Suécia à OTAN pode, portanto, ser considerada um ato especialmente severo de agressão da Rússia.

No caso da Finlândia, se a Ucrânia é uma indicação, a Rússia certamente não toleraria outro país da OTAN – a Finlândia – à sua porta. Isso pode se tornar outro ponto de discórdia, aumentando o cenário de guerra – e novamente, Deus me livre, em direção a um cenário quente (nuclear?) da Terceira Guerra Mundial.

A esmagadora maioria das pessoas na Finlândia e na Suécia é contra a adesão de seus países à OTAN. Por uma questão de defesa da paz mundial, podemos apenas esperar que a liderança dos dois países ouça seu povo.

* Em inglês no site do CRG: https://www.globalresearch.ca/russia-ukraine-war-western-proxy-war-against-russia/5780040

Isso foi publicado pela primeira vez no GEOFOR.

Peter Koenig  é analista geopolítico e ex-economista sénior do Banco Mundial e da Organização Mundial da Saúde (OMS), onde trabalhou por mais de 30 anos em água e meio ambiente em todo o mundo. Ele leciona em universidades nos EUA, Europa e América do Sul. Ele escreve regularmente para jornais online e é autor de  Implosion – An Economic Thriller about War, Environmental Destruction and Corporate Greed; e   coautora do livro de Cynthia McKinney “When China Sneezes:  From the Coronavirus Lockdown to the Global Politico-Economic Crisis” ( Clarity Press – 1 de novembro de 2020).

Peter é pesquisador associado do Center for Research on Globalization (CRG). Ele também é membro sênior não residente do Instituto Chongyang da Universidade Renmin, em Pequim.