Transcrevo o texto de apresentação da memorável conversa, do vídeo acima «A Tirania Da Mentira»:
quinta-feira, 15 de maio de 2025
PEDRO BAÑOS E CRISTINA JIMÉNEZ: «A TIRANIA DA MENTIRA»
sexta-feira, 25 de abril de 2025
CRÓNICA DA IIIª GUERRA MUNDIAL, Nº 43: A GUERRA DE NARRATIVAS
A GUERRA DE NARRATIVAS É A MAIS MORTÍFERA... Porque ajuda a manter e prolongar a guerra militar e seus morticínios.
No que respeita às guerras acesas entre ucranianos e russos, ou entre palestinianos e israelitas, a propaganda ou narrativa, de ambos os lados, tornou-se o fator que predomina sobre a realidade do terreno.
A forma totalmente distorcida das notícias relativas a estes conflitos na media mainstream desempenha um papel de relevo, mas a iniciativa não vem dos jornalistas, «proletários ou prostitutos da pena e da palavra»: Estes recebem as ordens dos poderes. O controlo da narrativa vem das oligarquias, de pseudo-elites que controlam o poder, qualquer que seja o campo. No século XXI, quem controla a narrativa, consegue manter-se no poder; a narrativa -portanto - torna-se o veículo principal para manutenção no poder.
Já Machiavel tinha antecipado esta viragem, quando enunciou no famoso tratado «O Príncipe», que o detentor do poder deveria - de preferência - seduzir os súbditos, adormecê-los com histórias que os confortassem nos seus anseios e esperanças, porque - dizia Machiavel - é muito mais fácil governá-los pelo engano - hoje diríamos pela propaganda - do que pela força bruta, pela repressão.
Não quero, com isto, dizer que a repressão esteja ausente nos dias de hoje. Pelo contrário, numa tradução prática dos ensinamentos de Machiavel, os poderes têm-se dedicado seletivamente a ostracizar, reprimir, deportar ou prender as vozes dissidentes, quando estas desmascaram as narrativas do poder e revelam as facetas mais cruéis e obscuras desse mesmo poder. Para todos os dissidentes a tarefa de levar o esclarecimento às massas tornou-se mais difícil pois enfrentam, além da hostilidade dos poderes, a difamação da média e a indiferença do público.
Esta indeferença é fabricada, ao longo do tempo, através da supressão selectiva das narrativas contraditórias e, sobretudo, pela afirmação obsessiva da narrativa oficial, pelo que resulta daí o condicionamento total das massas.
O nosso Mundo evolui em deriva acelerada para regimes totalitários. Este fenómeno tem maior expressão nos países que não eram classificados como totalitários, as chamadas «democracias liberais» ou o «campo ocidental».
Hoje, ainda existe alguma expressão de dissidência nesses regimes, mas ela é - cada vez mais - uma expressão da "oposição controlada".
Com efeito, o facto de ser possível e mesmo provável que a manifestação de dissidência tenha consequências na vida das pessoas, desencadeia um reflexo de medo. Por exemplo, a pessoa dissidente pode perder o emprego, pode ser ostracizada, como certas figuras públicas sujeitas a «black-out»: O facto de já não serem entrevistadas ou citadas na media mainstream; ou quando seus artigos ou livros deixam de ser publicados ou encontram muita dificuldade em sê-lo. Este ambiente hostil vai inibir muitas pessoas de exprimir sinceramente e sem auto-censura, aquilo que pensam.
O poder «neo-feudal», ou como queiram chamá-lo, está mais dependente da conquista da opinião pública, que da conquista de território inimigo, ou da derrota militar dos adversários.
Aliás, a quantidade de destruição, mortes, feridos e deslocados numa guerra é secundária para os senhores do poder e da guerra. Ao contrário dos senhores da guerra típicos das eras feudais, os atuais 'chefes' comandam os exércitos a partir de seus palácios do Governo. Eles obrigam estes exércitos a fazer mil e uma manobras absurdas, suicidárias, ou vãs. São frequentes tais ordens, que não se destinam, sequer, a atingir um objetivo genuinamente militar. Pois os senhores da guerra contemporâneos estão preocupados, sobretudo, em mostrar que são os «bons», que pertencem ao «campo do bem». Portanto, o que realmente procuram não é a vitória no terreno militar (ao contrário, aliás, dos senhores da guerra nos séculos passados); interessa-lhes - sobretudo - alimentar a narrativa do poder, dos bons contra os maus. É assim que se mantêm no poder. Se morrerem milhões, assim seja: Os poderosos garantiram para eles próprios e para suas famílias, que não irão padecer de nenhum daqueles males. Os danos patrimoniais também não os sofrerão, pois asseguraram uma «confortável reforma» com suas contas na Súiça ou noutros paraísos fiscais e um «exílio dourado» em vivendas de luxo em locais seletos (Miami, Riviera, Côte d'Azur, etc). Quanto mais uma guerra durar, mais estes «senhores da guerra» enriquecem.
Eu poderia dar muitos exemplos concretos do quadro que descrevo acima. Mas, penso que os meus leitores têm vontade e meios para pesquisar na Internet, os factos, os indícios e as realidades que contrariam os discursos dos poderes.
Sejam quais forem as simpatias ou antipatias dos leitores, parece-me que devem ter a máxima simpatia por eles próprios e não se deixarem enganar, seja por quem for. Infelizmente, nesta sociedade atual, o comportamento de autonomia e de independência, não é valorizado e até chega a ser incompreendido, por uma parte da cidadania.
Para defesa dos valores humanos fundamentais, torna-se imperioso denunciar a verdadeira causa das guerras de hoje: Elas resultam do poder exercido de um modo totalitário - seja abertamente, ou de modo camuflado - pelos «nossos» governantes. Claro que seus crimes e cobardias não surgem do vazio, ou de mentes intrinsecamente perversas e malévolas: Os dirigentes estão rodeados por uma corte de bajualdores e de conselheiros, que os manipulam. Mas - obviamente - neste caso, tanto manipuladores como manipulados estão na barca do poder.
A necessidade imperiosa de salvar da morte muitos milhares de inocentes, ou destes ficarem estropiados para sempre na guerra e suas famílias ficarem destruídas, obriga-nos a repudiar a forma suja como os poderosos usam e abusam criminosamente das alavancas do governo para iniciar, continuar e prolongar a guerra. Infelizmente, não existe Tribunal da Haia, de Nuremberga ou doutra juridisção, capaz de os prender e julgar. Os muito poderosos, hoje, têm muitas probabilidades de ficar impunes pelos crimes hediondos de são os responsáveis máximos.
O que nós precisamos não é do regresso ao tempo «em que a cabeça do monarca derrubado por uma insurreição, era exibida na ponta de uma lança». Mas, o regresso à visão universalmente partilhada do Direito Internacional e da jurisprudência que decorre da sua aplicação, durante os 80 anos após o fim da IIª Guerra Mundial.
A 25 de Abril de 2025 (*)
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(*) No dia 25 de Abril de 1976 foi aprovada a Constituição democrática de Portugal, dois anos depois da revolução não-sangrenta do 25 de Abril de 74. Depois, esta revolução foi desvirtuada por muitos, mas tal não impedíu o facto de ter sido viabilizada tal transformação política.
sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025
CRÓNICA DA IIIº GUERRA MUNDIAL (Nº38): QUANDO O TECIDO DE MENTIRAS SE DESFAZ
Em todas as frentes, verifica-se a subida à superfície de verdades até agora escondidas ou obscurecidas. É como se um balão estivesse mantido submerso debaixo de água, fosse largado e subisse à superfície, de repente.
A verdade sobre a pseudo pandemia do COVID vem ao de cima, com provas irrefutáveis da montagem, destinada a encobrir o maior acréscimo de concentração de poder em poucas mãos, por magnates e instituições financeiras globais. Como disse desde o início (ver os artigos neste blog, desde Fevereiro/Março de 2020), esta montagem não correspondia aos critérios da boa ciência, em biologia molecular e em biologia populacional. Daí a necessidade de intoxicação das massas com falsas (fake) informações e da perseguição terrorista contra médicos e científicos honestos, que ousaram desmascarar os estratagemas montados pela tecno-bioestrutura globalista.
Nada poderá fazer voltar o Mundo ao que era. As desesperadas tentativas de fact-checkers, censores ao serviço da Nova Ordem Mundial globalista, foram completamente goradas.
O jogo terá de ser modificado: O poder globalista tem de mudar de narrativa; tem de ceder nalguns pontos, para manter o controlo, sob pena das massas se aperceberem do logro em que foram mantidas durante anos, ou mesmo decénios.
Na impossibilidade de tudo resumir, deixo aqui - abaixo - alguns vídeos que nos esclarecem sobre vários aspectos de geopolítica, sobre a guerra tecnológica e os jogos de poder da oligarquia mundialista. Eles poderão modificar as perspectivas das pessoas. Basta que estejam minimanente interessadas em conhecer a verdade.
Analisem estes documentos: É nestes momentos que a verdade vem ao de cima.
terça-feira, 24 de dezembro de 2024
Propaganda 21 (nº 24) EM QUE SE TRANSFORMOU A PAISAGEM DOS MEDIA?
Tem a palavra uma jornalista de primeiro plano, Lara Logan, que trabalhou para meios de comunicação social conhecidos, como a CBS news, por exemplo. Ela falou numa audição, organizada pelo senador dos EUA, Ron Johnson. O seu testemunho foi gravado. Veja vídeo no link seguinte:
https://x.com/newstart_2024/status/1868350812344225979
Discurso poderoso de Lara Logan
(Transcrição em português do Brasil, abaixo)
https://www.paulcraigroberts.org/2024/12/19/the-american-media-is-a-collection-of-whores-who-prostitute-themselves-for-money/
segunda-feira, 23 de setembro de 2024
O DISCURSO DO ÓDIO E A MONTANHA MÁGICA
quinta-feira, 12 de setembro de 2024
PROPAGANDA 21 Nº22 O PRÓPRIO GOVERNO DESRESPEITA AS DECISÕES POR ELE VOTADAS
Representante dos EUA vota a proposta de cessar-fogo no Conselho de Segurança da ONU
Eles, não só não fazem nada para obrigar o cumprimento de uma resolução que faz lei, segundo a legalidade internacional; promovem uma falsa «conferência de paz» com vários intervenientes, mas sem a presença do Hamas! Mike Whitney explica - de modo detalhado - em «Putting an end to Biden's Ceasefire Sabotage».
domingo, 26 de maio de 2024
Craig Murray: O IMPULSO PARA A GUERRA
No Ocidente, qualquer desvio de qualquer ponto da arquitectura das crenças neoliberais é um desafio para todo o sistema e, portanto, deve ser erradicado.

O primeiro-ministro Robert Fico no Parlamento da UE em Estrasburgo, em julho de 2016.” (Parlamento Europeu, Flickr, CC BY-NC-ND)
Consegue imaginar a indignação e a emoção que teriam sido expressadas pelas potências ocidentais se não fosse Fico, mas sim um líder pró-Ucrânia e anti-Rússia dentro da UE, que tivesse sido atacado? As novas encomendas de armas que teriam sido apresentadas aos fabricantes de armas, as tropas que teriam sido mobilizadas, os sabres que teriam sido sacudidos?
Em vez disso, temos os meios de comunicação social a dizer-nos que Fico se opôs ao envio de armas para a Ucrânia e se opôs a ameaçar a Rússia. Disseram-nos que ele não aceitou a narrativa dominante sobre as vacinações contra a Covid. A mídia não diz que ele merecia levar um tiro, mas eles vêm muito, muito perto.
Os colegas líderes da UE seguiram a forma correta ao fazer declarações de choque e repulsa pelo ataque a Fico, mas foram formais e superficiais. A mensagem “na verdade não é um de nós” foi muito clara.
Existe agora um conjunto ordenado de crenças neoliberais que qualquer pessoa numa nação ocidental que participe em assuntos públicos deve subscrever, ou elas estarão fora de questão.
Não subscrever todas estas crenças faz de você um “populista”, um “teórico da conspiração”, um “fantoche de Putin” ou um “idiota útil”.
Estas são algumas das “crenças-chave”:
Ortodoxias Dependentes

TikTok. (Solen Feyissa, Flickr, CC BY-SA 2.0)
Dentro desta arquitectura de crenças, outras ortodoxias dependem, tais como a forma correcta de responder a uma pandemia complexa, ou o apoio à NATO e a impunidade para os serviços de segurança. (O apoio a Israel é provavelmente melhor retratado como um ponto dependente, mas com o tema de Gaza tão proeminente neste momento, mudei-o figurativamente para a estrutura principal.)
Qualquer desvio em qualquer ponto de crença é um desafio para todo o sistema e, portanto, deve ser erradicado. Notarão que não há espaço algum, nesta arquitectura de pensamento, para valores como a liberdade de expressão ou a liberdade de reunião. Eles simplesmente não cabem. Nem é possível nesta arquitectura incorporar a democracia real, o que daria às pessoas a escolha daquilo em que acreditar.
Se aceitarmos esta arquitectura de pensamento, então devemos argumentar que o genocídio em Gaza é uma coisa boa, e ameaça toda a estrutura se afirmarmos que não é uma coisa boa. É por isso que temos assistido ao espectáculo de políticos que desafiam e depois reprimem o seu próprio povo, dispostos a colocar todo o seu capital político ao serviço do sionismo genocida.
As palavras lutam para transmitir os horrores que todos vimos em Gaza, e de forma alguma diminui o terrível sofrimento nem a extensão do crime observar que causou uma grande ruptura no sistema de crenças neoliberal que não pode ser escondida do povo .
Gaza tem ramificações que levam a questionamentos em todo o sistema. Porque é que o Tik Tok está a ser proibido, para impedir que as pessoas obtenham informações sobre Gaza? Por que é um problema que a plataforma seja propriedade da China?
O que a China fez que a torna inimiga? A China não tem planos militares para o Ocidente. Das compras recentes que a maioria de nós fez de bens físicos, uma grande proporção veio da China. Por que um parceiro comercial importante é um “inimigo”?
Por que a Rússia é nossa inimiga? A noção de que o exército russo irá desembarcar em Wash é totalmente implausível. O Estado russo, ao longo de séculos e de regimes extremamente diferentes, nunca teve a menor vontade de invadir as Ilhas Britânicas. No Reino Unido, sob vários governos, durante quase três séculos, charlatães têm alegado uma ameaça de invasão russa para justificar maiores despesas com a defesa.
Por que a necessidade de ter “inimigos”?
[Craig Murray é autor, locutor e ativista dos direitos humanos. Foi embaixador britânico no Uzbequistão de agosto de 2002 a outubro de 2004 e reitor da Universidade de Dundee de 2007 a 2010. Sua cobertura depende inteiramente do apoio do leitor. As assinaturas para manter este blog funcionando são recebidas com gratidão.]
Este artigo é de CraigMurray.org.uk.
quinta-feira, 28 de março de 2024
MYRET ZAKI: SOBRE GUERRA COGNITIVA E OUTROS ASSUNTOS
Nesta longa entrevista ela tem oportunidade de expor a sua visão sobre a evolução das sociedades ocidentais, dos media, dos problemas que a digitalização levanta, não hesitando em apontar aspetos decadentes do capitalismo financeiro. Ela previu a perda de influência do dólar, há pelo menos doze anos, não com vagas profecias: Ela analisou as disfunções do mundo financeiro, em particular dos bancos centrais, concluindo que estavam a levar a civilização ocidental para a catástrofe.
Ela aconselha, a certa altura deste vídeo, a ter-se um domínio total de qualquer matéria sobre a qual se esteja em desacordo com as opiniões dominantes. Ela diz, com razão, que se deve vigiar todos os detalhes do próprio discurso, para não se dar azo a distorções e falsas acusações.
Acho esta entrevista muito significativa, pois mostra como o «4º poder» se modificou de forma radical e deixou de veicular um olhar crítico sobre os poderosos (do governo, dos negócios), para ser quase em exclusivo o instrumento destes mesmos poderosos.
Sem liberdade de opinião e da expressão livre dessa mesma opinião, a democracia de que usufruímos nos 30 anos depois da IIª Guerra Mundial esvai-se. Sem estas liberdades substanciais, as liberdades formais podem continuar inscritas nas leis e constituições, mas deixaram de existir, na prática.