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quinta-feira, 15 de maio de 2025

PEDRO BAÑOS E CRISTINA JIMÉNEZ: «A TIRANIA DA MENTIRA»

                                                             [INÍCIO aos 2' 10'' no vídeo]

Transcrevo o texto de apresentação da memorável conversa, do vídeo acima «A Tirania Da Mentira»:

"Cristina Martín Jiménez crê firmemente que vivemos na época da desinformação, da mentira e do caos. Mas, que são os que nos governam, diretamente ou na sombra, os maiores mentirosos, os mesmos que nos impõem a ditadura da neocensura.
Cristina é escritora, conferencista e divulgadora. Além de doutorada em Ciências da Comunicação/Jornalismo. Tem sido considerada como uma das maiores especialistas mundiais sobre o Club Bilderberg.
Ela tem passado muitos anos desfazendo os fios com que é tecido o poder, exibindo à luz do dia os que verdadeiramente manipulam as nossas vidas, segundo os seus caprichos.
Para Cristina, é claro: quem controla a informação, controla o poder e molda a sociedade em seu proveito.
Hoje, como se fosse de pouca importância, os poderosos tratam de aniquilar o pensamento crítico das sociedades. Para estas élites, a liberdade de expressão é vista como ameaça. Desta forma, controlam com descaramento os meios de comunicação, incluindo as redes sociais.
São perseguidos os que não pensam como os governantes, os quaistentam submeter o nosso intelecto e a nossa vontade por por todos os meios. Vale tudo, para nos roubar em nome da Agenda 2030, da OTAN e da UE, com a cumplicidade de «jornalistas», segundo afirma Cristina. Enquanto lutadora pela verdade e pela liberdade, é objeto de censura permanente nas redes.

Neste vídeo, ela fala-nos de todos estes temas e de muitos outros, como os planos do Club de Bilderberg para Espanha, ou quem são realmente os donos do mundo.
Está na hora de despertar e de recuperar a nossa liberdade."



Comentário de Manuel Banet:

A retórica dos governos ocidentais atuais afirma que eles seriam sempre os mais zelosos guardiães da nossa liberdade, da sociedade baseada em valores democráticos, etc. Porém, o que todos nós vemos é o inverso. Temos uma sociedade que despreza o indivíduo, despreza a sua necessidade mais elementar de privacidade, nos obriga todos a adoptar um padrão de comportamento arbitrário e mesmo prejudicial: São estes os casos das máscaras «anti-COVID» e da vacinação «anti-COVID», que já terá causado maior dano (mortes ou incapacidades graves) do que o causado pelo próprio vírus.
Outro exemplo chocante, é a retórica «de democracia» dos referidos governos, quando apoiam um regime autoritário, um governo recheado de elementos claramente fascistas, que consideram «heróis» os assassinos de populações indefesas, às dezendas de milhares, durante a IIªGuerra Mundial, em colaboração com as SS alemãs.
Mas as contradições não se ficam por aqui; todos sabemos a enorme quantidade de criminalidade de «colarinho branco» que existe, na qual elementos dos governos estão diretamente implicados.
O desprezo pela vontade popular ao longo destes últimos 30 anos, foi desencadear o crescimento da rejeição da UE e do globalismo, pelo eleitorado. Rejeição, já não marginal, mas claramente maioritária, se juntarmos as votações nesse sentido, do lado direito do espectro político, com as o lado esquerdo. Já em 2005, isto aconteceu à escala de duas nações da UE, na França e na Holanda, com a rejeição em referendo da «Constituição Europeia».
Agora, o 2º maior partido nas eleições alemãs é a nacionalista e conservadora AfD ameaçada, pelos poderes instalados, de ilegalização. Marine Le Pen, candidata à presidência em França (ficou em 2º lugar nas últimas presidenciais), foi condenada com uma sentença extremamente severa, que a proíbe de se apresentar às próximas presidenciais.
Os manifestantes que clamam pelo fim do genocídio em Gaza e na Palestina, são tratados brutalmente pelas polícias.
Há muitos militantes e jornalistas perseguidos judicialmente e até presos pelas suas opiniões, mesmo quando estas são postadas em redes sociais. Os tribunais não apenas anulam a liberdade de opinião e de palavra de alguns, mas de todos e em todas as circunstâncias. Com efeito, as sentenças arbitrárias e contradizendo as constituições e a jurisprudência, vêm «legitimar» tal repressão.
A máscara de «defensores dos direitos humanos» das oligarquias caíu completamente, ficando a descoberto a face horrível da tirania, do poder sem freio, do fascismo.
Só alguns jornalistas (muitos dos quais têm sido referidos aqui, neste blog), mantêm a postura de independência e de não compromisso.
Globalmente, a comunicação social, o chamado «IVº Poder», deixou de ser um contra-poder - como era visto nos anos 60 e 70 do século passado, nas sociedades ocidentais - para se transformar num «exército de escribas e censores» ao serviço do poder político e económico.

sexta-feira, 25 de abril de 2025

CRÓNICA DA IIIª GUERRA MUNDIAL, Nº 43: A GUERRA DE NARRATIVAS


A GUERRA DE NARRATIVAS É A MAIS MORTÍFERA... Porque ajuda a manter e prolongar a guerra militar e seus morticínios.



 No que respeita às guerras acesas entre ucranianos e russos, ou entre palestinianos e israelitas, a propaganda ou narrativa, de ambos os lados, tornou-se o fator que predomina sobre a realidade do terreno.

A forma totalmente distorcida das notícias relativas a estes conflitos na media mainstream desempenha um papel de relevo, mas a iniciativa não vem dos jornalistas, «proletários ou prostitutos da pena e da palavra»: Estes recebem as ordens dos poderes. O controlo da narrativa vem das oligarquias, de pseudo-elites que controlam o poder, qualquer que seja o campo. No século XXI, quem controla a narrativa, consegue manter-se no poder; a narrativa -portanto - torna-se o veículo principal para manutenção no poder. 

Já Machiavel tinha antecipado esta viragem, quando enunciou no famoso tratado «O Príncipe», que o detentor do poder deveria - de preferência - seduzir os súbditos, adormecê-los com histórias que os confortassem nos seus anseios e esperanças, porque - dizia Machiavel - é muito mais fácil governá-los pelo engano - hoje diríamos pela propaganda - do que pela força bruta, pela repressão.

Não quero, com isto, dizer que a repressão esteja ausente nos dias de hoje. Pelo contrário, numa tradução prática dos ensinamentos de Machiavel, os poderes têm-se dedicado seletivamente a ostracizar, reprimir, deportar ou prender as vozes dissidentes, quando estas desmascaram as narrativas do poder e revelam as facetas mais cruéis e obscuras desse mesmo poder. Para todos os dissidentes a tarefa de levar o esclarecimento às massas tornou-se mais difícil pois enfrentam, além da hostilidade dos poderes, a difamação da média e a indiferença do público. 

Esta indeferença é fabricada, ao longo do tempo, através da supressão selectiva das narrativas contraditórias e, sobretudo, pela afirmação obsessiva da narrativa oficial, pelo que resulta daí o condicionamento total das massas. 

O nosso Mundo evolui em deriva acelerada para regimes totalitários. Este fenómeno tem maior expressão nos países que não eram classificados como totalitários, as chamadas «democracias liberais» ou o «campo ocidental». 

Hoje, ainda existe alguma expressão de dissidência nesses regimes, mas ela é - cada vez mais - uma expressão da "oposição controlada". 

Com efeito, o facto de ser possível e mesmo provável que a manifestação de dissidência tenha consequências na vida das pessoas, desencadeia um reflexo de medo. Por exemplo, a pessoa dissidente pode perder o emprego, pode ser ostracizada, como certas figuras públicas sujeitas a «black-out»: O facto de já não serem entrevistadas ou citadas na media mainstream; ou quando seus artigos ou livros deixam de ser publicados ou encontram muita dificuldade em sê-lo. Este ambiente hostil vai inibir muitas pessoas de exprimir sinceramente e sem auto-censura, aquilo que pensam. 

O poder «neo-feudal», ou como queiram chamá-lo, está mais dependente da conquista da opinião pública, que da conquista de território inimigo, ou da derrota militar dos adversários. 

Aliás, a quantidade de destruição, mortes, feridos e deslocados numa guerra é secundária para os senhores do poder e da guerra. Ao contrário dos senhores da guerra típicos das eras feudais, os atuais 'chefes' comandam os exércitos a partir de seus palácios do Governo. Eles obrigam estes exércitos a fazer mil e uma manobras absurdas, suicidárias, ou vãs. São frequentes tais ordens, que não se destinam, sequer, a atingir um objetivo genuinamente militar. Pois os senhores da guerra contemporâneos estão preocupados, sobretudo, em mostrar que são os «bons», que pertencem ao «campo do bem». Portanto, o que realmente procuram não é a vitória no terreno militar (ao contrário, aliás, dos senhores da guerra nos séculos passados); interessa-lhes - sobretudo - alimentar a narrativa do poder, dos bons contra os maus. É assim que se mantêm no poder. Se morrerem milhões, assim seja: Os poderosos garantiram para eles próprios e  para suas famílias, que não irão padecer de nenhum daqueles males. Os danos patrimoniais também não os sofrerão, pois asseguraram uma «confortável reforma» com suas contas na Súiça ou noutros paraísos fiscais e um «exílio dourado» em vivendas de luxo em locais seletos (Miami, Riviera, Côte d'Azur, etc). Quanto mais uma guerra durar, mais estes «senhores da guerra» enriquecem.

Eu poderia dar muitos exemplos concretos do quadro que descrevo acima. Mas, penso que os meus leitores têm vontade e meios para pesquisar na Internet, os factos, os indícios e as realidades que contrariam os discursos dos poderes. 

Sejam quais forem as simpatias ou antipatias dos leitores, parece-me que devem ter a máxima simpatia por eles próprios e não se deixarem enganar, seja por quem for. Infelizmente, nesta sociedade atual, o comportamento de autonomia e de independência, não é valorizado e até chega a ser incompreendido, por uma parte da cidadania.

Para defesa dos valores humanos fundamentais, torna-se imperioso denunciar a verdadeira causa das guerras de hoje: Elas resultam do poder exercido de um modo totalitário  - seja abertamente,  ou de modo camuflado - pelos «nossos» governantes. Claro que seus crimes e cobardias não surgem do vazio, ou de mentes intrinsecamente perversas e malévolas: Os dirigentes estão rodeados por uma corte de bajualdores e de conselheiros, que os manipulam. Mas - obviamente - neste caso, tanto manipuladores como manipulados estão na barca do poder. 

A necessidade imperiosa de salvar da morte muitos milhares de inocentes,  ou destes ficarem estropiados para sempre na guerra e suas famílias ficarem destruídas, obriga-nos a repudiar a forma suja como os poderosos usam e abusam criminosamente das alavancas do governo para iniciar, continuar e prolongar a guerra. Infelizmente, não existe Tribunal da Haia, de Nuremberga ou doutra juridisção, capaz de os prender e julgar.  Os muito poderosos, hoje, têm muitas probabilidades de ficar impunes pelos crimes hediondos de são os responsáveis máximos. 

O que nós precisamos não é do regresso ao tempo «em que a cabeça do monarca derrubado por uma insurreição, era exibida na ponta de uma lança». Mas, o regresso à visão universalmente partilhada do Direito Internacional e da jurisprudência que decorre da sua aplicação, durante os 80 anos após o fim da IIª Guerra Mundial.


 A 25 de Abril de 2025 (*)


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(*) No dia 25 de Abril de 1976 foi aprovada a Constituição democrática de Portugal, dois anos depois da revolução não-sangrenta do 25 de Abril de 74. Depois, esta revolução foi desvirtuada por muitos, mas tal não impedíu o facto de ter sido viabilizada tal transformação política.


sexta-feira, 7 de fevereiro de 2025

CRÓNICA DA IIIº GUERRA MUNDIAL (Nº38): QUANDO O TECIDO DE MENTIRAS SE DESFAZ

 Em todas as frentes, verifica-se a subida à superfície de verdades até agora escondidas ou obscurecidas. É como se um balão estivesse mantido submerso debaixo de água, fosse largado e subisse à superfície, de repente. 

A verdade sobre a pseudo pandemia do COVID vem ao de cima, com provas irrefutáveis da montagem, destinada a encobrir o maior acréscimo de concentração de poder em poucas mãos, por magnates e instituições financeiras globais. Como disse desde o início (ver os artigos neste blog, desde Fevereiro/Março de 2020), esta montagem não correspondia aos critérios da boa ciência, em biologia molecular e em biologia populacional. Daí a necessidade de intoxicação das massas com falsas (fake) informações e da perseguição terrorista contra médicos e científicos honestos, que ousaram desmascarar os estratagemas montados pela tecno-bioestrutura globalista.  

Nada poderá fazer voltar o Mundo ao que era. As desesperadas tentativas de fact-checkers, censores ao serviço da Nova Ordem Mundial globalista, foram completamente goradas. 

O jogo terá de ser modificado: O poder globalista tem de mudar de narrativa; tem de ceder nalguns pontos, para manter o controlo, sob pena das massas se aperceberem do logro em que foram mantidas durante anos, ou mesmo decénios.

Na impossibilidade de tudo resumir, deixo aqui - abaixo - alguns vídeos que nos esclarecem sobre vários aspectos de geopolítica, sobre a guerra tecnológica e os jogos de poder da oligarquia mundialista. Eles poderão modificar as perspectivas das pessoas. Basta que estejam minimanente interessadas em conhecer a verdade. 

Analisem estes documentos: É nestes momentos que a verdade vem ao de cima.









Desde 2022, as Crónicas da IIIª Guerra Mundial têm sido um repositório de informação honesta, fazendo contrapeso à propaganda dos poderes. Podes consultar estas crónicas AQUI.
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PS 1 (09/02/2025) : Um refugiado da Síria na Alemanha fala com conhecimento de causa do que se passou no seu país. Ele era jornalista e cobriu muito do que se passou desde o início da guerra civil na Síria. Fala com inteligência sobre as ingerências neste martirizado Estado do Levante, herdeiro da mais antiga civilização agrária. 
A não perder:






terça-feira, 24 de dezembro de 2024

Propaganda 21 (nº 24) EM QUE SE TRANSFORMOU A PAISAGEM DOS MEDIA?

Tem a palavra uma jornalista de primeiro plano, Lara Loganque trabalhou para meios de comunicação social conhecidos, como a CBS news, por exemplo.  Ela falou numa audição, organizada pelo senador dos EUA, Ron Johnson. O seu testemunho foi gravado. Veja vídeo no link seguinte:

https://x.com/newstart_2024/status/1868350812344225979

Discurso poderoso de Lara Logan 

(Transcrição em português do Brasil, abaixo)


"Vivemos na era da guerra de informação, onde a propaganda não é simplesmente uma arma, é todo o campo de batalha. Esta é uma guerra por nossas mentes que é auxiliada por tecnologia avançada, e nunca estivemos aqui, nem em toda a história humana." 
"É um momento em que nós, como jornalistas, devemos permanecer juntos, unidos, e independentemente da política, devemos lutar pela verdade e pela liberdade. No entanto, não muito tempo atrás, permitimos que um dos nossos, Tucker Carlson, fosse rotulado como traidor simplesmente por fazer seu trabalho. Na verdade, havia muitos supostos jornalistas que estavam liderando a acusação contra Tucker, acusando-o de traição pelo simples fato de entrevistar o presidente da Rússia, Vladimir Putin." 
"E, até onde sei, não houve uma única instituição de mídia legada que se manifestou. Isso foi mais do que um ataque politicamente motivado a um homem. Foi uma traição aos princípios mais sagrados de uma imprensa livre. E meus colegas de mídia sabem que isso é verdade, não importa o que digam. Meu medo é que eles não se importem mais ou que não tenham coragem moral para serem honestos, inclusive consigo mesmos." 
"Trabalhei nos mais altos níveis da mídia como correspondente em tempo integral para o 60 Minutes, correspondente estrangeiro chefe da CBS News, correspondente estrangeiro chefe da CBS News. Essa foi minha casa por 16 anos. E como jornalista, sentei-me com líderes mundiais, assassinos em massa e terroristas. E responsabilizei pessoas de ambos os lados do corredor. Vi sofrimento e enfrentei o mal e caminhei através do fogo do inferno em campos de batalha distantes."
 "Eu enfrentei minha própria morte nas mãos de uma multidão de cerca de 200 homens no Egito quando fui estuprada em grupo, sodomizada e espancada quase até a morte enquanto estava em uma missão por 60 minutos. E ainda assim, por quase uma década, fui alvo, falsamente marcada e acusada de muitas coisas que eu não fiz. Eles atacaram meu trabalho, meu caráter, minha sanidade e meu casamento. E eu não estou sozinha. Somos muitas." 
"E não desistiremos, e não cederemos. Para aqueles que desejam sentir a ideia de liberdade de expressão na América e em todo o mundo, empresas de mídia. Instituições e escolas de jornalismo falharam com todos nós." 
"E por muito tempo permitimos que organizações sem fins lucrativos se disfarçassem de vigilantes da mídia apartidária, quando na verdade são pouco mais do que propagandistas políticos e assassinos altamente pagos, cuja única razão de existir é esmagar qualquer um que fique em seu caminho e, junto com eles, as ideias há muito acalentadas e estimadas de liberdade de expressão, pensamento livre e mentes livres." 
"Este é um esporte sangrento para eles. Seus aliados políticos e seus mestres de marionetes. Eles sabem como matar um jornalista sem assassiná-lo. Nós chamamos isso de cultura do cancelamento. Na verdade, é uma sentença de morte. E eles escapam porque têm domínio da informação. Alguns são fortes o suficiente para sobreviver, mas apenas alguns, como Glenn Greenwald, Tucker Carlson, Matt Taibbi." 
"Apenas alguns como eles conseguem atingir maiores alturas e prosperar. Essas organizações sem fins lucrativos das quais estou falando fazem parte de uma vasta rede de censura que inclui agências governamentais. Eles usam o engano para mascarar suas ações com objetivos elevados, como impedir a disseminação de desinformação, ou discurso de ódio. Eles usam frases como proteger a democracia e não se engane, as palavras importam." 
"A mídia está colaborando com agências governamentais e agentes para censurar e moldar o campo de batalha das informações, para justificar certas ações. Por exemplo, quando o presidente dos Estados Unidos ameaça os não vacinados, dizendo que nossa paciência está se esgotando, e os acusa de colocar comunidades em risco, suas palavras são projetadas para justificar ódio, censura e intimidação." 
"E quando o vice-presidente compara o 6 de janeiro ao 11 de setembro e a Pearl Harbor, é um predicado para silenciar a oposição e justificar a armamentização do sistema de justiça. Já estamos testemunhando outra operação de modelagem para influenciar o resultado da eleição de 2024. Desta vez com a falsa alegação de que se um lado vencer, será o fim da democracia." 
"Essa mentira foi planejada para garantir um resultado específico e sabotar a liberdade de expressão mais uma vez. Fundos de contribuintes, de  trabalhadores americanos, estão sendo distribuídos no estrangeiro a contratados pelo Escritório de Iniciativas de Transição da USAID, ou do Escritório de Democracia, Direitos Humanos e Trabalho do Departamento de Estado." 
"Esses contratados, muitos deles fanáticos ideológicos, que nem são funcionários do governo dos EUA, frequentemente ganham mais de um quarto de milhão de dólares por ano e estão fora do alcance, Senador, de você e de comitês como este. Eles distribuem dinheiro dos contribuintes para programas que são moldados por ONGs altamente partidárias, que se escondem atrás de termos como diálogo inter-religioso, quando na verdade estão financiando escolas muçulmanas que treinam terroristas islâmicos, como fizeram na Malásia." 
"Outro exemplo é a Humanist International. Por meio dela, o Departamento de Estado está financiando bolsas de ateísmo que cultivam ativamente uma rede de advocacia ateísta no Nepal. Isso não é apenas para atacar a religião e manipular a política externa. É um ataque à liberdade de expressão, à fé e a Deus. Embora propaganda e censura não sejam novas, a tecnologia significa poder e alcance sem precedentes nas mãos de poucos." 
"Empresas como Facebook, Instagram e Google, como você ouviu muitas vezes hoje, foram autorizadas a acumular poder de monopólio. E, como resultado, elas não apenas alcançam bilhões de pessoas em todo o mundo, a cada segundo do dia, como também têm controle absoluto sobre o que vemos e ouvimos. Imagine essas ferramentas nas mãos de Lenin, Stalin, Mao, Hitler." 
"Quando os Pais Fundadores colocaram a liberdade de expressão em primeiro lugar, não foi por acaso, foi por design. Os direitos que se seguiram foram em parte criados para proteger a Primeira Emenda. Sem ela, eles sabiam que a própria liberdade pereceria. Lembro-me hoje das palavras ditas pelo Secretário de Relações Exteriores britânico, Sir Edward Gray, em 1914, no início da Primeira Guerra Mundial." 
"Ele disse, as lâmpadas estão se apagando por toda a Europa. Não as veremos acesas novamente em nossa vida. Estamos mais uma vez observando as luzes da liberdade. Elas estão se apagando aqui e em todo o mundo. E cabe a nós determinar se elas serão acesas novamente, algum dia."(*)

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(*) Veja também transcrição em inglês da intervenção de Lara Logan, pelo Prof. Paul Craig Roberts:

https://www.paulcraigroberts.org/2024/12/19/the-american-media-is-a-collection-of-whores-who-prostitute-themselves-for-money/



segunda-feira, 23 de setembro de 2024

O DISCURSO DO ÓDIO E A MONTANHA MÁGICA

Hoje, abrimos um jornal qualquer, ouvimos um programa de rádio ou televisão, ou consultamos uma página de Internet e deparamo-nos com dois tipos de discurso: ou uma série de futilidades, mais ou menos «engraçadas», ou supostamente «úteis», ou então peças sobre política, geopolítica, sobre figuras de estadistas, ou ainda relatando atos terroristas ou ações bélicas.
Os leitores são puxados - de uma forma ou de outra - a consumir notícias, nas quais, afinal, são cada vez mais frequentes os apelos ao ódio, ao ódio cego e vesgo, contra certos povos, correntes políticas, ou individualidades.
Os autores dessas peças consideram que os leitores devem partilhar com eles, os sentimentos de aversão, de repúdio, etc. Evocam situações do passado, mas apenas com o objetivo de avivar o medo. Note-se que nem sequer procuram comparações pertinentes com as respetivas figuras históricas.
A propaganda é um instrumento de destruição do espírito crítico. É uma forma de fazer a guerra, mas sem risco verdadeiro, pois apenas se explode em insultos e insinuações gratuitas, contra aqueles cuja imagem se pretende destruir junto das massas.
O discurso do ódio tem sido o instrumento das ditaduras, em especial das totalitárias. Encontram-se tais discursos na boca de Hitler, de Estaline, etc, mas também e sobretudo, nos seus «lacaios», que faziam de comentadores ou jornalistas, nos órgãos de comunicação, completamente controlados pelo poder.
A situação atual é perfeitamente paralela com outras ocasiões, que antecederam as duas Guerras Mundiais. É mais acentuada a massificação da média; aumentaram (mas não em diversidade) os canais que chegam aos ouvidos e olhos dos cidadãos. Mas, a monotonia do discurso político é a mesma, característica típica da propaganda prevalecente: «Canta-se» o mesmo, em todos os tons, com todos os instrumentos e todas as vozes. O resultado é um discurso obsessivo, amplificado, seja sobre o que for.
Em geral, são falácias, que se destinam a esconder os podres do poder, do regime, sempre designando os Outros, como sendo os maus, os causadores das desgraças, os perversos, que só agem para nos destruir ou escravizar, etc.
Este discurso, que se tornou o mais comum, é dicotómico, simplista, sem a preocupação de fornecer dados não-enviesados, nem de tentar uma abordagem realista, objetiva: É também com palavras de que são feitas as guerras, as tragédias da nossa Era.


Para tanto, socorro-me de uma cena do famoso romance de Thomas Mann, «A Montanha Mágica» onde o autor faz evoluir seus personagens, numa micro sociedade. Eram os doentes de um sanatório e seus acompanhantes, nos Alpes suíços. O local de convívio era o refeitório, onde doentes e familiares tinham reservadas suas mesas respetivas. Nestas ocasiões, eram discutidas notícias internacionais; nesse tempo, a informação era apenas veiculada pelos jornais. 
Normalmente, havia cortesia entre pessoas das diversas nacionalidades que aí se encontravam. Mesmo quando discordavam frontalmente da opinião política de seu interlocutor, exprimiam a discordância de forma firme, mas bem educada. Não lhes passava pela cabeça, como gente de boa educação, de se porem a insultar os que tinham opiniões contrárias às suas próprias. 
Mas, à medida que Agosto de 1914 se aproximava, notava-se uma agitação cada vez maior, um alçar do tom das vozes, que subiam num burburinho diferente do habitual. E esta agitação ia aumentando, à medida que se aproximava aquilo que iria ser a 1ª Guerra Mundial. No momento em que rebentou efetivamente, com declarações de guerra das diversas potências, com marchas dos diversos exércitos e sua colocação em posições perto das fronteiras, os hóspedes do sanatório dos Alpes, enfurecidos uns contra os outros, esqueceram toda a 'civilidade' e 'educação', insultando-se grosseiramente para logo se envolverem em cenas de pugilato.
Este episódio do livro - que me ficou gravado na memória - traduz muito bem o clima histérico que antecede estes acontecimentos trágicos. Não acontece isto com toda a gente mas, se tivermos uma amostra suficientemente grande, veremos que existem sempre algumas pessoas mais exaltadas, mais acaloradas. Tenho verificado este fenómeno em várias circunstâncias da minha vida; agora também, o insulto, o discurso do ódio, tem vindo a substituir-se ao sereno sopesar dos vários argumentos.
Note-se que a média ao serviço dos grandes poderes tem tido um papel de «atiçador do ódio» entre as pessoas, fazendo eco ao comportamento das figuras de proa nos governos e partidos de poder.
Nós devemos resistir às «sereias do ódio», devemos conservar o nosso espírito crítico e sobretudo autocrítico. Primeiro, devemos compreender os fenómenos que ocorrem nestas ocasiões: Levam a uma radicalização das pessoas, envolvidas em catadupas de propaganda.
Segundo, devemos ter em conta que nunca nos dizem a verdade do que se passa, de como as decisões que mais nos afetam foram tomadas, a quem - de facto - estas decisões beneficiam, quem as encomendou.
A nossa ignorância pode ser devida - nalguns casos - à teimosia de só ouvir ou ler o discurso de um dos lados (o nosso, claro).
Mas, embora a censura e o «nevoeiro da guerra» sejam reais, existe o secretismo nas deliberações e decisões dos poderes. Eles podem argumentar que, senão, o inimigo saberia logo o que se estava a preparar e o lance perderia totalmente a eficácia. Mas, as deliberações mais vastas, as estratégicas, não cabem nesta tipificação.
Acontece com frequência que a lógica verdadeira que impulsiona um campo a entrar em choque com outro, tenha a ver com «razões» não apresentáveis:
- A vontade de poder dum chefe ou dum grupo de dirigentes políticos;
- o forte interesse em obter assim posições de chefia no Estado Civil, ou nas Forças Armadas
- estar-se ao serviço de grandes fortunas, tais como os multimilionários Georg Soros, a família Rothschild, os Rockefeller e os donos das empresas tecnológicas (Microsoft, Tesla, Amazon ...);
etc.
De qualquer maneira, a democracia, mesmo o «ersazt» que nos servem no mundo Ocidental, acaba por se evaporar, ficando apenas a «casca» da mesma, ou seja, aquilo que formalmente define uma democracia, mas que é sistematicamente desrespeitado ou mesmo, espezinhado: São as constituições (intactas no papel, mas violadas na prática), as eleições formais (de onde certas forças políticas são excluídas), etc. que permitem conservar as aparências de democracia liberal.
É aquilo que se pode claramente observar hoje, tanto nos EUA, como nos seus aliados da OTAN.
Os dados estão lançados; só não sabemos ainda em que momento as pessoas irão acordar para aquilo que venho dizendo há muito tempo: Estamos numa Nova Guerra Mundial, com uma nova cortina de ferro, um novo confronto entre potências, usando países frágeis ou movimentos de guerrilha, como «proxi».
A probabilidade do desencadear da guerra nuclear nunca foi tão grande como agora.
Temo que a cidadania dos diversos países só abra os olhos tarde demais.

quinta-feira, 12 de setembro de 2024

PROPAGANDA 21 Nº22 O PRÓPRIO GOVERNO DESRESPEITA AS DECISÕES POR ELE VOTADAS

 

           Representante dos EUA vota a proposta de cessar-fogo no Conselho de Segurança da ONU

Eles, não só não fazem nada para obrigar o cumprimento de uma resolução que faz lei, segundo a legalidade internacional; promovem uma falsa «conferência de paz» com vários intervenientes, mas sem a presença do Hamas!  Mike Whitney explica - de modo detalhado - em «Putting an end to Biden's Ceasefire Sabotage».

Os que nos (des)governam estão a viver num paradigma «orwelliano», em que «paz» significa guerra, «liberdade» significa opressão, «respeito pela lei» significa arbítrio do poder, etc.


As pessoas comuns estão sujeitas a «lavagem ao cérebro», de forma mais intensa desde a pandemia do COVID e, logo de seguida, desde o início da guerra russo-ucraniana. 
O mais grotesco e cruel é o genocídio dos civis palestinianos, em Gaza e agora nos Territórios da Cisjordânia estar a ser menosprezado ou negado, pelos mesmos governos que se arvoravam em «defensores dos direitos humanos». Vê-se que só lhes interessam os direitos humanos deles próprios.
 
Muitas pessoas boas estão completamente confusas, porque são constantemente doutrinadas pelo poder político das chamadas «democracias» ocidentais e pela propaganda «non stop» da média de massas. 
As pessoas já não têm mais liberdade, nem direitos:
 - Não podem informar-se livremente, há uma censura que elimina ou bloqueia todas as informações que são incómodas para os poderes. 
 - Não podem exprimir a sua opinião, pois instauraram um regime de criminalização da opinião, que visa calar toda a dissidência.
  -  Estão sujeitas a vigilância pelos corpos de polícia (política) e são arbitrariamente presas por exercerem os seus direitos constitucionais.

O Estado totalitário estende-se como um cancro, como infeção ou putrefação, nos diversos países «Ocidentais» e dentro de cada país. 

Vale a pena lerem (e seguirem) CJ Hopkins. O seu último artigo «The New Normal Right» dá uma ideia precisa do que se tem estado a passar, na Europa.



domingo, 26 de maio de 2024

Craig Murray: O IMPULSO PARA A GUERRA

No Ocidente, qualquer desvio de qualquer ponto da arquitectura das crenças neoliberais é um desafio para todo o sistema e, portanto, deve ser erradicado.

O primeiro-ministro Robert Fico no Parlamento da UE em Estrasburgo, em julho de 2016.” (Parlamento Europeu, Flickr, CC BY-NC-ND)

O encolher de ombros coletivo com que a mídia ocidental e a classe política notaram a tentativa de assassinato do primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, vem revelando.

Consegue imaginar a indignação e a emoção que teriam sido expressadas pelas potências ocidentais se não fosse Fico, mas sim um líder pró-Ucrânia e anti-Rússia dentro da UE, que tivesse sido atacado? As novas encomendas de armas que teriam sido apresentadas aos fabricantes de armas, as tropas que teriam sido mobilizadas, os sabres que teriam sido sacudidos?

Em vez disso, temos os meios de comunicação social a dizer-nos que Fico se opôs ao envio de armas para a Ucrânia e se opôs a ameaçar a Rússia. Disseram-nos que ele não aceitou a narrativa dominante sobre as vacinações contra a Covid. A mídia não diz que ele merecia levar um tiro, mas eles vêm muito, muito perto.

Os colegas líderes da UE seguiram a forma correta ao fazer declarações de choque e repulsa pelo ataque a Fico, mas foram formais e superficiais. A mensagem “na verdade não é um de nós” foi muito clara.

Existe agora um conjunto ordenado de crenças neoliberais que qualquer pessoa numa nação ocidental que participe em assuntos públicos deve subscrever, ou elas estarão fora de questão.

Não subscrever todas estas crenças faz de você um “populista”, um “teórico da conspiração”, um “fantoche de Putin” ou um “idiota útil”.

Estas são algumas das “crenças-chave”:

1) A riqueza só é criada por um pequeno número de capitalistas ultra-ricos, dos quais depende, em última análise, o emprego de todos os outros.
2) As leis que regem as estruturas financeiras devem, portanto, tender a concentrar a riqueza nestes indivíduos, para que possam distribuí-la como quiserem.
3) A moeda criada pelo Estado só deve ser concentrada e distribuída a instituições financeiras privadas.
4) Os gastos públicos são sempre menos eficientes que os gastos privados.
5) A Rússia, a China e o Irão representam uma ameaça existencial para o Ocidente. Isso compreende tanto uma ameaça económica como uma ameaça física e militar.
6) O colonialismo foi uma bênção para o mundo, trazendo desenvolvimento económico, comércio e educação a pessoas de culturas inferiores.
7) O Islão é uma ameaça aos valores ocidentais e ao desenvolvimento mundial.
8) Israel é um projecto necessário para difundir os valores ocidentais no incivilizado Médio Oriente.
9) A segurança exige a dedicação de recursos muito substanciais à produção de armas e à condução de guerras contínuas.
10) Nada deve ameaçar os interesses militares e da indústria armamentista. Nenhuma batalha contra a corrupção ou o crime pode substituir a necessidade de o complexo industrial militar de segurança ser completamente incontestado e internamente supremo.

Ortodoxias Dependentes

TikTok. (Solen Feyissa, Flickr, CC BY-SA 2.0)

Dentro desta arquitectura de crenças, outras ortodoxias dependem, tais como a forma correcta de responder a uma pandemia complexa, ou o apoio à NATO e a impunidade para os serviços de segurança. (O apoio a Israel é provavelmente melhor retratado como um ponto dependente, mas com o tema de Gaza tão proeminente neste momento, mudei-o figurativamente para a estrutura principal.)

Qualquer desvio em qualquer ponto de crença é um desafio para todo o sistema e, portanto, deve ser erradicado. Notarão que não há espaço algum, nesta arquitectura de pensamento, para valores como a liberdade de expressão ou a liberdade de reunião. Eles simplesmente não cabem. Nem é possível nesta arquitectura incorporar a democracia real, o que daria às pessoas a escolha daquilo em que acreditar.

Se aceitarmos esta arquitectura de pensamento, então devemos argumentar que o genocídio em Gaza é uma coisa boa, e ameaça toda a estrutura se afirmarmos que não é uma coisa boa. É por isso que temos assistido ao espectáculo de políticos que desafiam e depois reprimem o seu próprio povo, dispostos a colocar todo o seu capital político ao serviço do sionismo genocida.

As palavras lutam para transmitir os horrores que todos vimos em Gaza, e de forma alguma diminui o terrível sofrimento nem a extensão do crime observar que causou uma grande ruptura no sistema de crenças neoliberal que não pode ser escondida do povo .

Gaza tem ramificações que levam a questionamentos em todo o sistema. Porque é que o Tik Tok está a ser proibido, para impedir que as pessoas obtenham informações sobre Gaza? Por que é um problema que a plataforma seja propriedade da China?

O que a China fez que a torna inimiga? A China não tem planos militares para o Ocidente. Das compras recentes que a maioria de nós fez de bens físicos, uma grande proporção veio da China. Por que um parceiro comercial importante é um “inimigo”?

Por que a Rússia é nossa inimiga? A noção de que o exército russo irá desembarcar em Wash é totalmente implausível. O Estado russo, ao longo de séculos e de regimes extremamente diferentes, nunca teve a menor vontade de invadir as Ilhas Britânicas. No Reino Unido, sob vários governos, durante quase três séculos, charlatães têm alegado uma ameaça de invasão russa para justificar maiores despesas com a defesa.

Por que a necessidade de ter “inimigos”?


[Craig Murray é autor, locutor e ativista dos direitos humanos. Foi embaixador britânico no Uzbequistão de agosto de 2002 a outubro de 2004 e reitor da Universidade de Dundee de 2007 a 2010. Sua cobertura depende inteiramente do apoio do leitor. As assinaturas para manter este blog funcionando são recebidas com gratidão.]

Este artigo é de CraigMurray.org.uk.

quinta-feira, 28 de março de 2024

MYRET ZAKI: SOBRE GUERRA COGNITIVA E OUTROS ASSUNTOS

Entrevista falada em francês e com legendas automáticas nesta língua

 Conheci o pensamento e o trabalho desta jornalista suíça de origem egípcia, quando ela era membro da redação do magazine Bilan. Os seus pontos de vista sobre a economia e a globalização pareceram-me sempre muito progressistas, fazendo contraponto em relação à generalidade dos jornalistas dos jornais de negócios, em geral.

Nesta longa entrevista ela tem oportunidade de expor a sua visão sobre a evolução das sociedades ocidentais, dos media, dos problemas que a digitalização levanta, não hesitando em apontar aspetos decadentes do capitalismo financeiro. Ela previu a perda de influência do dólar, há pelo menos doze anos, não com vagas profecias: Ela analisou as disfunções do mundo financeiro, em particular dos bancos centrais, concluindo que estavam a levar a civilização ocidental para a catástrofe. 

Ela aconselha, a certa altura deste vídeo, a ter-se um domínio total de qualquer matéria sobre a qual se esteja em desacordo com as opiniões dominantes. Ela diz, com razão, que se deve vigiar todos os detalhes do próprio discurso, para não se dar azo a distorções e falsas acusações. 

Acho esta entrevista muito significativa, pois mostra como o «4º poder» se modificou de forma radical e  deixou de veicular um olhar crítico sobre os poderosos (do governo, dos negócios), para ser quase em exclusivo o instrumento destes mesmos poderosos.

Sem liberdade de opinião e da expressão livre dessa mesma opinião, a democracia de que usufruímos nos 30 anos depois da IIª Guerra Mundial esvai-se. Sem estas liberdades substanciais, as liberdades formais podem continuar inscritas nas leis e constituições, mas deixaram de existir, na prática.

 

quarta-feira, 8 de novembro de 2023

ARTHUR RIMBAUD / LÉO FERRÉ: «CHANSON DE LA PLUS HAUTE TOUR»

                                       Honoré Daumier: «A Revolta»

O JOVEM REVOLUCIONÁRIO RIMBAUD

No ano de 1872 Arthur Rimbaud parte de Paris, onde deixa Verlaine. Nesse tempo, este último tentava (em vão) refazer sua relação conjugal com a esposa, Mathilde. 
Mas Rimbaud, então com 18 anos, é também um «communard» que foge à repressão que se abateu sobre os que, de um modo ou de outro, participaram na gesta heroica da Commune. 

Tal como o poema «Les Corbeaux»*, esta canção alude ao desespero dos sobreviventes da Comuna de Paris. Ele evoca uma juventude que «perdeu a sua vida», ou seja, perdeu «o combate da sua vida». Isto, não no sentido de «perdição» moral, de ter ficado desgraçado pela vida de «deboche». Quem triunfa -por agora - são as «moscas varejeiras», os clericais que enchem a pátria «de incenso e de joio». Para mim, é claro o sentido anticlerical.
O isolamento do jovem explica-se como retirada, um auto- exílio político, até que a situação seja menos perigosa para ele. Parece-me bem mais verosímil do que uma retirada motivada por um suposto sentimento de frustração amorosa, na relação com Paul Verlaine.
A ambiguidade do poema foi desejada e conseguida graças ao génio de Rimbaud: De tal modo que, nos dias de hoje, muitos literatos fazem ainda uma leitura «intimista» e «analítica» dum texto, essencialmente político.
Uma prova em abono da minha tese é que as versões académicas, seguindo rigorosamente o manuscrito original, transcrevem «Ainsi la Prairie», o primeiro verso da 4ª estrofe. 
Ora, Prairie (= «prado»), não parece fazer sentido, nem sequer metafórico. Ainda por cima, a palavra vem com maiúscula, o que ainda faz menos sentido. A não ser que... o poeta quisesse referir outra palavra, parecida com «prairie», e esta aparecesse como um lapso, um erro.
Considero que a leitura correta, é a que faz Léo Ferré:             Ainsi la patrie / à l'oubi livrée (etc)

Creio que este verso-chave, com esta alusão dissimulada (através do falso erro) à pátria, uma vez corrigido, torna claro o significado do poema. É um poema político do revolucionário e communard, que tem de se abrigar na cidade natal de Charleville.






Chanson de la plus haute tour*
Arthur Rimbaud


Oisive jeunesse
A tout asservie,
Par délicatesse
J’ai perdu ma vie.
Ah ! Que le temps vienne
Où les coeurs s’éprennent.

Je me suis dit : laisse,
Et qu’on ne te voie :
Et sans la promesse
De plus hautes joies.
Que rien ne t’arrête,
Auguste retraite.

J’ai tant fait patience
Qu’à jamais j’oublie ;
Craintes et souffrances
Aux cieux sont parties.
Et la soif malsaine
Obscurcit mes veines.

Ainsi la patrie
A l’oubli livrée,
Grandie, et fleurie
D’encens et d’ivraies
Au bourdon farouche
De cent sales mouches.

Ah ! Mille veuvages
De la si pauvre âme
Qui n’a que l’image
De la Notre-Dame !
Est-ce que l’on prie
La Vierge Marie ?

Oisive jeunesse
A tout asservie,
Par délicatesse
J’ai perdu ma vie.
Ah ! Que le temps vienne
Où les coeurs s’éprennent !

Arthur Rimbaud, Derniers vers




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*Canção da Mais Alta Torre

Arthur Rimbaud

[tradução de Manuel Banet]


Juventude desocupada
A tudo submetida,
Por delicadeza
Perdi  minha vida.
Ah ! Que venha o tempo
Em que os corações se apaixonem!

Disse para comigo: deixa,
E que não te vejam :
E sem a promessa 
De mais elevados prazeres.
Que nada te retenha
Do augusto retiro.

Tanto exerci paciência
Que esqueço para sempre;
Receios e sofrimentos
Para os céus partiram.
E a sede doentia
Obscurece-me as veias.

Assim a pátria
Ao esquecimento votada,
Crescida, e florida
De incenso e de joios
Ao bordão obstinado
De cem nojentas moscas.

Ah ! Mil viuvezes
Da tão pobre alma
Que  só tem a imagem
Da Nossa-Senhora!
Será que se reza
À Virgem Maria ?

Juventude desocupada
A tudo submetida,
Por delicadeza
Perdi  minha vida.
Ah ! Que venha o tempo
Em que os corações se apaixonem!

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