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quinta-feira, 27 de novembro de 2025

O EPÍLOGO DESTA PEÇA SANGRENTA... [Crónica da III Guerra Mundial, Nº52]

 Sentimos todos que o fim da guerra na Ucrânia está próximo. No entanto, ninguém pode dizer exactamente quando vai haver um cessar-fogo efetivo, que conduza a negociações de paz, a uma paz duradoira. 

O continente europeu, no seu conjunto - ou seja, do Atlântico aos Urais - sofreu imenso, com uma guerra cruel, que fez-nos lembrar a guerra das trincheiras, na 1º Guerra Mundial. Mas, também as matanças em 1941 e anos seguintes, no sul da União Soviética (Ucrânia incluída) durante o avanço das tropas da Wehrmacht acompanhadas por tropas especiais das SS, nas quais se incluía uma divisão ucraniana, sobretudo recrutada na Galícia. 

Mas, esta guerra também apresentou uma profusão de aspectos novos, inéditos. Talvez o que se destacou mais foi a utilização dos drones, em missões que tinham que ver com reconhecimento, mas também com o ataque a colunas de tanques, a instalações e mesmo a soldados individuais.

A assimetria de forças estava patente desde o princípio e só quem estivesse obnubilado, não percebia que os russos não iriam meter-se numa guerra às suas fronteiras, sem terem maximizado as probabilidades de sucesso. 

Não vou retraçar aqui as peripécias, tantas e tão dramáticas, desta guerra, desde Fev. de 2022 até Nov. de 2025. Mas, irei aqui fazer notar que se tratou de um conflito a vários níveis: intra-ucraniano, intra-eslavo e também internacional. 

Os mísseis do lado ucraniano eram manejados por equipas de soldados ocidentais. Muitos soldados (e até oficiais de média e alta patente) de países ocidentais morreram nesta guerra, combatida para destruir a Rússia, pela qual nutrem um medo e ódio completamente irracionais. 

A destruição de tantas vidas poderia ser, de algum modo, compensada com um regresso ao bom-senso. Resumidamente, no continente europeu só pode haver paz, caso se considere a segurança colectiva, de tal maneira que a segurança de uns, não seja em detrimento de outros.

 Também é preciso que seja desmontada a estrutura monstruosa da OTAN, virada para o passado, o da Guerra-Fria, que afinal continua na cabeça de muitas altas patentes e na de dirigentes políticos. 

Eles estão tomados de uma singular forma de loucura: pretendem fazer-nos recuar no tempo, o que não apenas é impossível, como só levaria à construção de estruturas totalitárias, distopias, a Estados mantendo uma vigilância permanente e total da cidadania.

Porém, quem irá oferecer-se como voluntário para uma guerra e sacrificar-se por uma monstruosidade assim?? 

Claro que a media - vendida ao grande capital e os seus representantes diretos, que são os «partidos de poder» - pinta o cenário com cores totalmente diferentes da realidade. Mas a realidade não pode ser suprimida com «narrativas». 

A realidade é que vários governos europeus, agora, são odiados por grande parte das suas próprias populações. A realidade é que os países e populações dos outros continentes vêem o que se passa e qual o papel anacrónico que a «elite» europeia desempenha.

A dominação conservadora na Europa, depois da IIª Guerra Mundial, a pretexto de «luta contra o comunismo» acabou por produzir uma forma autoritária de governança, de que a U.E. é o modelo acabado. 

Muitas pessoas, que não trocam a sua liberdade, nem a dos seus povos, por propaganda, sabem ver o grau de arbítrio, de autoritarismo e de ilegitimidade, que esta casta política da U.E. encorpora. 

Os regimes que os políticos ocidentais costumam apelar de autocráticos, não mostram o grau de indiferença e de opressão dos seus próprios cidadãos, que têm sido demonstrados por governos da Europa ocidental. 

As pessoas não são estúpidas. Muitas, apesar das notícias tendenciosas, compreendem que a motivação verdadeira dos oligarcas ocidentais nada tem que ver com democracia, direitos civis, liberdade, Estado de Direito, etc. Antes pelo contrário. 

No pós-guerra, pode haver muitos desenvolvimentos. Porém, no essencial: 

- Ou os Estados da Europa Ocidental (a U.E. mais o Reino Unido) se transformam em ditaduras, que «proclamam a liberdade, para a estrangular melhor»...

Ou as cidadanias compreendem o logro em que têm sido mantidas e emancipam-se - elas próprias - desta casta eurocrática e totalitária, que continuamente tem levado os povos a fracassos, à perda do elevado nível de vida e do bem-estar para o povo. Sobretudo, à  perda da capacidade para enfrentar os desafios do futuro.

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PS1: A recusa de Zelensky em aceitar o plano esquematizado por Trump para conversações de paz, mas aceite pela Rússia, como base preliminar a um verdadeiro documento de negociação, irá tornar muito maior o grau de destruição do exército ucraniano, já derrotado. Leia o artigo seguinte:

Ukraine Rejects Trump’s Peace Plan – U.S. Reacts To Its Defiance

quarta-feira, 19 de junho de 2024

CRÓNICA (Nº29) DA IIIª GUERRA MUNDIAL: UM ANIMAL É MAIS PERIGOSO SE ESTÁ FERIDO DE MORTE

Os imperialistas estão furiosos; a «ordem emergindo do caos», saiu-lhes furada. Estão como animais feridos de morte, que sabem que vão morrer; batem-se com o desespero de quem já não tem hipóteses de ganhar. 

Mas, repetem a ficção de que Ucrânia pode ganhar aos russos: A OTAN, recentemente, pela voz de Stoltenberg (seu Secretário-geral), reafirmou o compromisso em admitir a Ucrânia como membro da OTAN. 

Só que este país precisava de satisfazer um requisito imprescindível: tinha de vencer a guerra contra os russos. Ora, aqui está um exemplo de hipocrisia e maldade, eternizando o que os dois povos (Ucraniano e Russo) já sofreram. Os próprios estatutos da OTAN proíbem a adesão de um candidato, se este estiver em guerra. Portanto, a OTAN aposta na guerra «eterna» com a Rússia, usando a Ucrânia.

Entretanto, o petrodólar já recebeu a sua sentença de morte. E foi MBS que veio dar a estocada final. Lembrem-se do caquético e servil Biden vir, há um ano atrás, pedinchar ao príncipe herdeiro Mohamed Bin Salman, que este se juntasse ao embargo do petróleo russo e - ainda por cima - fizesse baixar substancialmente os preços, inundando de petróleo saudita o mercado mundial. 

 https://www.youtube.com/watch?v=IVijYJlMf_8      LENA PETROVA

A «cimeira» da Suíça foi um enorme fiasco e a prova provada da incapacidade dos súbditos do Império em fazerem a política da paz (verdadeira) . Para eles, a paz significa a capitulação da Rússia. Isto não está sequer remotamente dentro dos possíveis. 

Como alguém que «busca encarecidamente a paz», apressaram-se a fazer afronta atrás de afronta, roubando as reservas russas em divisas à guarda dos bancos ocidentais e entregando esses ativos, pertencentes ao povo russo, ao regime criminoso e mafioso de Kiev. 

Não satisfeitos com isso, assumem armar a junta resultante do golpe fascista de 2014, com mísseis de cruzeiro, capazes de alcançar qualquer ponto dentro da Rússia. Para quem quer fazer figura de «pacificador», não está mal, não senhor!  

https://www.youtube.com/watch?v=hJGsRBdFMpA   NEUTRALITY STUDIES

O pânico dos poderes dominando o Ocidente, ou seja, as chefias dos países vassalos do imperialismo e que já foram - no seu tempo - potências de primeira-grandeza, possuidoras de vastos domínios coloniais, mostra como são totalmente desapiedados, em relação à população civil palestiniana, que eles olham como se «não fosse em seu poder parar esses massacres imediatamente». 

Como estão, aliás, muito preocupados com os ucranianos; Têm-se esmerado em prolongar a guerra, uma guerra com zero hipótese do regime de Kiev vencer, com ou sem armas estrangeiras, com ou sem tropas «mercenárias» (militares que despiram a farda, mas que continuam a ser pagos pela OTAN). 

Dizem fontes insuspeitas que, pelo menos, morreram 500 mil soldados ucranianos nesta guerra de atrição («meat grinder» = moedor de carne). 

Muitos mais irão morrer inutilmente, para satisfazer a gula insaciável do complexo militar-industrial (principalmente dos EUA) e não menos insaciável gula de Blackrock, Vanguard, Monsanto e congéneres. Desde o princípio desta guerra, têm sido aqueles, os grandes compradores de terras ucranianas de primeira qualidade, para somar aos seus avultados investimentos em muitas áreas, desde os fundos financeiros aos terrenos agrícolas, nos EUA e um pouco por todo o lado. 



A característica saliente neste fim de império e de novo milénio, é que as guerras imperiais constantes não são lançadas para serem ganhas, são guerras "eternas", ou seja duram muito para melhor encherem os bolsos dos contratadores, das empresas abutres, grandes bancos «sistémicos», fundos de investimento financeiro e, claro está, das fábricas de armamento. Eles sabem que não podem vencer, então vão provocando os seus adversários que entretanto se organizaram.

Como? Como fazem eles o «cerco a 5 dimensões» à hidra imperial?

- Monetária-financeira (divisa dos BRICS usando «blockchain»)

-Desenvolvimento em infraestruturas e tecnologias (BRICS);

-Integração dos sistemas de defesa;

-Aumento da capacidade nas tecnologias de ponta (ex.: semicondutores);

- Trocas comerciais com todo o mundo, numa base de reciprocidade e interesse mútuo.

Face a estas iniciativas estratégicas, o que tem o Ocidente para oferecer?

-Mais neocolonialismo;

-mais «revoluções coloridas»;

-mais ameaça de invasão aos recalcitrantes;

- mais sanções

-mais propaganda

https://strategic-culture.su/news/2024/06/18/hegemon-orders-europe-bet-on-war-and-steal-russia-money/      PEPE ESCOBAR