Nesta longa entrevista ela tem oportunidade de expor a sua visão sobre a evolução das sociedades ocidentais, dos media, dos problemas que a digitalização levanta, não hesitando em apontar aspetos decadentes do capitalismo financeiro. Ela previu a perda de influência do dólar, há pelo menos doze anos, não com vagas profecias: Ela analisou as disfunções do mundo financeiro, em particular dos bancos centrais, concluindo que estavam a levar a civilização ocidental para a catástrofe.
Ela aconselha, a certa altura deste vídeo, a ter-se um domínio total de qualquer matéria sobre a qual se esteja em desacordo com as opiniões dominantes. Ela diz, com razão, que se deve vigiar todos os detalhes do próprio discurso, para não se dar azo a distorções e falsas acusações.
Acho esta entrevista muito significativa, pois mostra como o «4º poder» se modificou de forma radical e deixou de veicular um olhar crítico sobre os poderosos (do governo, dos negócios), para ser quase em exclusivo o instrumento destes mesmos poderosos.
Sem liberdade de opinião e da expressão livre dessa mesma opinião, a democracia de que usufruímos nos 30 anos depois da IIª Guerra Mundial esvai-se. Sem estas liberdades substanciais, as liberdades formais podem continuar inscritas nas leis e constituições, mas deixaram de existir, na prática.