Mostrar mensagens com a etiqueta império. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta império. Mostrar todas as mensagens

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

PAZ ENTRE OS POVOS, NESTE NATAL DE 2024




 Reflexão : DIZ-SE QUE «A HORA DE MAIOR ESCURIDÃO É A QUE ANTECEDE A MADRUGADA»



Oxalá que o provérbio seja verdadeiro nesta quadra natalícia de 2024/25. O Sol e o seu calor simbolizam a bondade, a fecundidade na Natureza, a ciência e o esclarecimento dos humanos. A partir do solstício de inverno (~23-24 de Dez.) as horas de iluminação solar durante cada 24h. (o período de rotação da Terra sobre si própria) no hemisfério Norte do nosso planeta, vão crescendo. 
Por isso, no Império romano havia a festa do «Sol invictus», aquando do solstício de inverno, em torno do dia de Natal. Por isso, a Igreja cristã triunfante, decretou esse dia como o do nascimento de Jesus, a «Luz do Mundo». Ninguém sabe quando nasceu Jesus, o Nazareno. Alguns dizem que não existiu, verdadeiramente, que foi uma história criada para simbolizar a teologia duma seita heterodoxa judia, perseguida porque não aceitava prestar culto ao imperador romano, como se fosse um Deus. Podemos adoptar ideias que nos parecerem «verdade», ou que queremos crer como tal. 

Jesus é um dos profetas venerados pelo Islão como justo e santo homem, não como Deus feito homem: O nascimento da religião islâmica resulta também dum sincretismo. A cidade de Meca foi uma importante encruzilhada das rotas comerciais Oriente/Ocidente. Curiosamente, diz-se que a Caaba, com a sua famosa pedra negra, tinha sido o templo onde se guardavam estátuas das divindades dos povos que comerciavam nessa região. 
Por outro lado, as comunidades judaicas floresciam em muitos pontos da bacia mediterrânea e mesmo além, no Oriente. Existiram comunidades judaicas em quase todo o Oriente. Certamente, integravam as caravanas multiétnicas e de várias religiões, que trilhavam as famosas Rotas da Seda. 
Apesar das guerras, apesar dos sectarismos, de todas as invasões e destruições, os povos acabavam por se tolerar, por ter boa vizinhança, como aconteceu durante séculos na Península Ibérica, onde as minorias religiosas eram aceites naturalmente nos reinos muçulmanos, mas também nos reinos cristãos. Depois, veio a Inquisição nos países católicos e no mundo conquistado pelos reinos cristãos, a ferro e a fogo, literalmente, com o pretexto de que os outros deviam reconhecer a «verdadeira Religião do Amor», o cristianismo e abandonar as suas crenças «diabólicas». 
Sob os mais diversos mantos, a intolerância e o total desprezo da pessoa humana continuaram, em regimes políticos dos mais diversos, todos eles proclamando serem os justos, os que possuem a razão, com a sua «superioridade moral» sobre os inimigos.  
 
Nesta época de grande brutalidade, destruição e loucura, eu faço os possíveis por não cair na dura e total desesperança em relação aos meus irmãos e irmãs, aos outros seres humanos. Vivam onde viverem, sejam quem forem, tenham as crenças que tiverem, pensem o que pensarem.

Aceita o abraço de paz e de confiança na tua humanidade, a que alude o provérbio colocado em título desta reflexão.   


quinta-feira, 28 de novembro de 2024

CRÓNICA DA IIIª GUERRA MUNDIAL (Nº35): A MEMÓRIA DURADOIRA DOS POVOS DO ORIENTE

 Estas crónicas, com periodicidade irregular, destinam-se a ajudar na compreensão do que vem acontecendo no Mundo, partindo do ponto de vista de que estamos numa nova Guerra Mundial, a 3ª. 

Esta guerra mundial começou - segundo a minha visão da História contemporânea - desde o momento em que a OTAN desencadeou uma guerra não provocada, com os bombardeamentos aéros à Sérvia. Quis esta aliança bélica (não defensiva) mostrar ser capaz de arrasar um Estado europeu, ou qualquer outro que estivesse em contradição com as doutrinas neoliberais e a hegemonia dos EUA. 

Desde 24 de Fevereiro de 2022, a «operação militar especial» foi desencadeada pela Rússia em defesa das populações russófonas do Don e enquanto resposta às sérias ameaças de genocídio pelo exército ucraniano, numa sucessão de crimes de guerra (cerca de 15.000 mortes civis) desde o golpe de Maidan em 2014, até ao início de 2022. 

Esta situação de guerra no solo ucraniano está longe de ser o primeiro sinal de que o Mundo se encaminha para uma ruptura completa entre o «Oriente» e o «Ocidente»: Desde os inícios do Século XXI que se multiplicaram estes sinais,  à medida que o Ocidente ia perdendo dominância económica, tecnológica e nos mercados internacionais. Com a criação e expansão dos BRICS, aumentava em paralelo a retórica belicista ocidental. Mas também no terreno geoestratégico e militar a OTAN ia incorporando várias nações, previamente integradas no Pacto de Varsóvia, tendo como consequência ser cada vez mais difícil a defesa do território da Rússia. 

Esta agressividade do «Ocidente» - EUA, países da OTAN e  não-ocidentais como o Japão, a Coreia do Sul e Austrália - não se ficava pela Europa do Leste. Tinha muitos outros teatros, onde estava ativa:

- Na Ásia Ocidental, os sionistas e seu exército esmagavam impunemente as populações palestinas nos Territórios sob ocupação (Gaza, Cisjordânia, Jerusalém oriental). Frequentemente, faziam incursões militares destruidoras em países vizinhos, em particular, no Líbano e na Síria. 

- No Irão, raids aéreos israelitas bombardeavam instalações nucleares civis. Israel levou a cabo numerosos atentados terroristas no Irão, assassinando cientistas e militares de alta patente, com o auxílio ou aprovação tácita dos EUA, sob pretexto de eliminar «o perigo da república islâmica se dotar de armas nucleares».  

- No Extremo Oriente, as ameaças militares contra regimes considerados hostis ao «Ocidente», também iam crescendo. A Coreia do Norte continuava sujeita a um embargo brutal, incluindo bens essenciais à sobrevivência do seu povo (incluido alimentos e medicamentos). Se não houvesse a assistência solidária da China e da Rússia, os guerreiros «humanitários» ocidentais teriam conseguido vergar o regime de Piong Yang através da fome do povo norte-coreano.  Mas isto não era de molde a impressionar os falcões das sucessivas administrações de Washington: Os Presidentes G. W. Bush, Barack Obama, D. Trump ou Joe Biden eram defensores da visão neo-conservadora, da manutenção da dominância hegemónica mundial dos EUA. 



Poderíamos continuar com a África e a América Latina: Nomeadamente, as guerras locais e os sucessivos golpes de Estado, as chacinas por islamitas a soldo do império (como «Boko Haram»), os embargos e bloqueios ilegais e criminosos à luz do Direito Internacional e destinados a causar revolta das populações esfaimadas contra os governos respectivos (casos de Cuba e da Venezuela, entre outros).

Somente devido à constante propaganda disfarçada de informação nos órgãos de comunicação social controlados pelo grande capital (a média «mainstream»), é  que muitas pessoas não se aperceberam que a IIIª Guerra Mundial estava em curso ... há muito tempo. 

Sem dúvida, não é uma guerra «clássica», mas uma guerra híbrida, com episódios de guerra «acesa», em territórios específicos, enquanto noutros a guerra assume a forma de subversão dos regimes considerados hostis ao Ocidente. 

As armas económicas - as sanções, os embargos, os bloqueios causadores de escassez artificial - têm sido usadas sistematicamente, pelo super-imperialismo americano, como forma de «torcer o braço» (expressão de Barack Obama), a regimes recalcitrantes, que não se enquadravam na nova ordem globalista, ditada pelos EUA.

Mas, os povos não são entidades abstratas, criadas em jogos computorizados simulando guerras. Igualmente, os dirigentes destes povos, não são estúpidos, nem ingénuos. Eles compreendem que a sua sobrevivência está ligada estrictamente à defesa dos seus países. 

Os povos do Oriente Extremo (China, Coreia, Indochina), sofreram as agruras do imperialismo japonês, antes e durante a IIª Guerra Mundial. Logo a seguir, em imediata sucessão, tiveram de lutar contra o imperialismo dos EUA e seus aliados no pós-guerra. Note-se que o imediato pós-guerra, em vários países do Extremo Oriente, consistiu em manter a tutela colonial, da parte das potências ocidentais (britânicos e franceses). Quando esta tutela foi sacudida, foram desencadeadas guerras (ditas «proxi wars»), tendo como protagonistas as facções nestes países, apoiadas pelas superpotências antagónicas: Os EUA e seus satélites, por um lado; a URSS e a China, por outro.

A memória histórica de tudo isto permanece bem viva nas populações oprimidas ou recém libertadas, pelo que a sua simpatia vai naturalmente para aqueles que contribuíram para a sua libertação: A Rússia, a China e o Irão, são dos que mais têm, ao longo das décadas, dado apoio aos movimentos de resistência. Por isso mesmo, estes países são tão difamados pelos lacaios que se arvoram em intelectuais e enxameiam a média corporativa, além dos governos ocidentais, os barões do império, que repetem a propaganda originada nos «think tanks» da sede imperial. 

Algumas exceções, registadas nestas crónicas, são as dos jornalistas e intelectuais sem vínculo ao poder do capital, que nos trazem dados e análises que, de outro modo, não poderíamos conhecer. 

É o caso de Thierry Meyssan (Voltairenet.org): As suas análises sobre a guerra na Ucrânia ou em Israel/Palestina, possuem a contextualização histórica indispensável para nos situarmos. Leia o seu artigo de 26 de Novembro de 2024, em tradução portuguesa:

A Rússia prepara-se para responder ao Armagedão que a Administração Biden deseja , Thierry Meyssan



sexta-feira, 10 de maio de 2024

PROTESTOS SOBRE GENOCÍDIO EM GAZA PODEM OBRIGAR O PODER A RECUAR

 Leia o excelente artigo  em Caitlin's Newsletter : 

«Protest And Dissent Can Absolutely Push The Empire To Retreat On Gaza»


                               

Citando: «Se um número suficiente de olhos se abrirem à realidade do que se passa em Gaza, não existirão manobras no Médio Oriente ou financiamentos do lobby Israel capazes de contrabalançar a necessidade existencial do Império em impedir o despertar massivo em relação à visão da media corporativa, propagando a visão imperial mundial e travar a tomada de consciência revolucionária»

sábado, 16 de dezembro de 2023

NÃO À OTAN, NÃO À GUERRA

 Este programa de No2NATO-No2WAR, com George Galloway, Piers Robinson e Richard Medhurst, é intitulado «War in two fronts».


Na realidade, a guerra não se limita às duas frentes onde há maior densidade de ações militares, neste momento (Ucrânia e Palestina). É o meu modo de ver a situação, como parte da IIIª Guerra Mundial. 
Mas, tudo o que dizem os participantes neste programa é rigoroso e esclarecedor.

sábado, 18 de novembro de 2023

4 FRAGILIDADES DO IMPÉRIO [ Parte II]

Na Parte I deste ensaio, analisámos as fragilidades dos EUA em relação ao sistema monetário mundial e a situação precária do dólar, enquanto moeda de reserva global. Nessa mesma parte I, analisámos igualmente a disponibilidade de energia, suas diversas fontes e sua gestão, assim como a importância da mesma nas guerras levadas a cabo pelo Império.
Na parte II, iremos nos debruçar sobre as fragilidades imperiais do poderio militar e sobre a media corporativa (a «mass media»), enquanto instrumento de propaganda do novo totalitarismo.





PODERIO MILITAR



Todos os impérios baseiam-se na força sobre outras nações e na expansão territorial. Ambas as características são dependentes de um exército, uma máquina de guerra bem equipada e treinada, que possa conquistar, manter as conquistas e forçar a submissão dos povos.
O exército dos EUA tem de corresponder às missões que lhe são confiadas pelo poder político. Mas este, dominado nas últimas décadas pela fação mais belicista ,«neocon» do Status Quo, tem usado a força militar a torto e a direito. As guerras do império são essencialmente de agressão, quer ocorra ou não a invasão terrestre do território inimigo, quer haja ou não uma coligação com potências vassalas.
O facto mais saliente, em termos geopolíticos, é que desde o 11 de Setembro de 2001, as guerras em que os EUA se envolveram, foram todas derrotas militares, o que tem um efeito dentro dos próprios EUA, mas também junto dos outros governos e povos, aliados ou adversários.
Os EUA mantêm cerca de 800 bases em todo o Globo; algumas, têm poucas centenas de soldados; outras têm dezenas de milhares. O dispositivo para este domínio global é muito complexo e pesado.
Tanto em equipamento, como armamento, combustível, meios de transporte e logística, estas bases são uma pesada e complicada estrutura, que tem o Pentágono como vértice.
A OTAN, com sede em Bruxelas, reúne grande número de países europeus, mas é controlada por Washington. O comandante-chefe é sempre um general dos EUA. Várias bases na Europa são utilizadas para armazenar cabeças nucleares e vetores correspondentes (mísseis ou aviões). Estas bases estão em violação de leis de países como Itália, que proíbem o estacionamento e trânsito de armas nucleares.
Quase oitenta anos após o fim da II Guerra Mundial, uma potência vencedora (os EUA) continua a ocupação militar da Alemanha, da Itália e de outros países. Teoricamente, estes exércitos de ocupação americanos fazem parte do dispositivo multinacional da OTAN. Porém, as bases da OTAN funcionam segundo o modelo americano e estão submetidas à cadeia de comando, dominada por generais dos EUA. Formalmente, os EUA não estão a «ocupar» estas nações. Mas, é assim que parte significativa da população os vê. O mesmo ou semelhante, se passa com o Japão e a Coreia: Nestes casos, trata-se apenas de contingentes dos EUA. O modelo é reproduzido noutras paragens, em maior ou menor escala.
Em bases de maior dimensão, os militares têm bairros separados nas vilas ou cidades próximas dos quartéis, onde vivem com as suas famílias. Estas pequenas amostras de «American way of life» vivem em circuito fechado, ignorando largamente a vida e cultura dos países onde estão instalados. Isto provoca grande frustração na população autóctone e também torna as bases menos capazes de se defenderem de um ataque. É verdade que eles têm militares e polícia dos próprios países ocupados, que podem servir como agentes repressores de qualquer movimento de contestação violenta, ou pacífica das bases. Mas, tal não impede o surgimento de movimentos significativos de rejeição das bases. Em vários pontos (Okinawa, no Japão, Jeju, na Coreia do Sul, em La Rota, em Espanha, etc.) essa contestação pacífica tem feito manifestações todos os anos.
De um momento para o outro, num país qualquer, pode despoletar-se um processo que obrigue à saída duma base dos EUA nesse território. Tal é verosímil que aconteça na Síria ou no Iraque. Também é possível na Turquia, um importante membro da OTAN: As posições tomadas pelo seu presidente, Erdogan - para as quais tem apoio popular massivo - têm entrado em choque com as posições de Washington.
O dispositivo de domínio global dos EUA, por mais forte e potente que seja, é demasiado frágil para aguentar ataques em simultâneo às suas bases, em pontos geográficos distantes.
Também se verifica que - no terreno - as forças dos EUA não estão capazes de combater numa campanha antiguerrilha, como se verificou no Afeganistão e noutros cenários recentes. Em consequência disso, a estratégia dos EUA tem consistido em arrasar todas as estruturas «revertendo-as à idade da pedra». Mas, tais «feitos de armas» são horrendos crimes de guerra que ficam gravados na memória coletiva dos povos-mártires.
A doutrina de que os EUA podem usar, em primeiro lugar, armas nucleares «táticas» foi emitida e aprovada, logo no início deste século. Esta doutrina foi um recuo em relação à doutrina prévia. Anteriormente, os EUA usariam a arma nuclear como dissuasora, como resposta a um ataque nuclear, nunca preventivamente. Tal posicionamento era mais adequado ao desanuviamento entre superpotências. Mas justamente, é isso que os «neocons» querem evitar. Eles estão convencidos que os EUA podem ganhar uma guerra nuclear e assim manter sua hegemonia mundial. É para esse objetivo que apontam o programa (o PNAC) dos neocons, as suas declarações e os seus atos. A China e a Rússia são vistas como inimigas, sujeitas a provocações ou, mesmo, a «guerras através de intermediários». Isto acontece, porque os neocons têm dominado sucessivas administrações, quer elas sejam Democratas, ou Republicanas.




MÍDIA CORPORATIVA OU DE MASSAS

A «liberdade de imprensa» é porventura a característica mais saliente da democracia liberal. Mas as chamadas «democracias liberais» já não são nem uma, nem outra coisa.
A era da Internet foi uma decepção, pois não deu fácil e livre  acesso à informação e à difusão de informação «cidadã», com um mínimo de impacto. O dispositivo cedo foi controlado por grandes conglomerados de mídia, encerrando os internautas numa espécie de mundo fictício - a verdadeira «matrix» - de que só alguns têm plena consciência.   
Os provedores de Internet pertencentes às grandes corporações da Silicon Valley foram abordados pelo poder político em relação aos «abusos» que podiam cometer os usuários da Internet. Serviram-se de pretextos, como o do combate à pedofilia, à pornografia infantil, ao terrorismo islamista, etc. para os forçar a desempenhar o papel de agentes de vigilância massiva. Assim, o pequeno mundo de Google, Facebook, Microsoft, Youtube, etc ficou perante o seguinte dilema: ou mantinham uma estrita neutralidade e ficavam confinados às margens, ou aceitavam jogar o jogo e teriam imensos contratos do governo. Inclusive tiveram e têm contratos em parceria com as agências de «inteligência» (de espionagem), a NSA, a CIA, etc., permitindo a estas realizar atividades de espionagem em massa, de censura e de intoxicação da opinião pública, proibidas pela constituição às agências governamentais. Agora são o domínio de «entidades privadas», que recolhem e analisam os nossos dados e depois os fornecem ao Estado.
O que resta, em termos de «democracia», é uma paisagem esquálida, onde mais de 90% de cidadãos não têm efetivamente acesso a informação significativa, apenas recebem informações de agências, televisões, jornais, sites internet, «sérios», «credíveis», que fornecem informação aprovada pelo governo, ou pelas agências deste. 
O caso mais patente foi aquando da encenação da pandemia de Covid: Esta foi o pretexto para calar (enquanto não se podem eliminar) os dissidentes, lançando campanhas de difamação pública, perante as quais não havia a mínima possibilidade de retorquir, desmentir, ou contradizer. Depois, foi a campanha histérica anti-russa, aquando da invasão russa da Ucrânia, que «justificou» mais umas tantas excomunhões. Agora mesmo, é a campanha terrorista unânime dos media «de referência», equiparando as pessoas que estão contra a limpeza étnica dos palestinianos por Israel, a terroristas, antissemitas, apoiantes do Hamas, etc. 
Que podemos dizer? 
Sem informação livre, não existe democracia. Estamos a atingir o ponto em que os poderes das  chamadas «democracias ocidentais», deixam cair a máscara e se revelam como executantes de dispositivos totalitários, pondo em cena o pesadelo orwelliano ou plagiando as medidas de controlo social da China «comunista».
As pessoas viveram numa atmosfera de relativa liberdade de opinião, no Ocidente, quando isso era importante para afirmar o contraste com os regimes totalitários da URSS e de seus aliados. Estava-se numa era de confronto entre duas superpotências, dois modos de conceber o mundo, dois modelos de sociedade. Assim, a imprensa ocidental foi - durante algum tempo - relativamente livre e relativamente independente do poder de Estado. Não deixo -porém - de relativizar, pois muita imprensa estava nas mãos de grandes magnates. Estes não iriam permitir que tudo fosse publicado, sobretudo se colidia com os seus impérios.  
O chamado «4º poder» significou que a imprensa tinha independência em relação aos outros três poderes do Estado (poder legislativo ou parlamento, o executivo ou governo e  o judicial ou os tribunais). Agora, «o 4º poder» significa que a imprensa e media em geral são os porta-vozes do poder do dinheiro, o qual tem os políticos na mão.  
Se os donos dum grupo de media acharem que isso coincide com seus interesses,  deitam abaixo um governo; se acham que um governo impopular deve ficar, custe o que custar, vão promover campanhas a favor do governo e de difamação da oposição.
Quem não reconhece a situação, ou faz parte do dispositivo governamental/ mediático, ou é mantido na ignorância sobre os mecanismos do poder e  a manipulação das consciências.   
O que acontece com este processo, é que (citando Hannah Arendt): «Se todos te mentem constantemente, o que vai acontecer, não é que passas a acreditar nas mentiras; é que deixarás de acreditar seja no que for». 
Já há cada vez mais pessoas que rejeitam as narrativas do poder e que são céticas radicais. Esperemos que elas consigam contrariar a deriva totalitária a que assistimos no Ocidente.

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

4 FRAGILIDADES DO IMPÉRIO [parte I]

O poderio imperial americano, que se afirmou a partir da implosão da URSS e do sistema socialista mundial, como poder unipolar dispensador de benesses aos seus aliados/vassalos e guerreando os que considera inimigos, reais ou potenciais, assentou sobre quatro pilares, que são:
1/ sistema monetário
2/ recursos energéticos
3/ poderio militar
4/ média corporativa ou de massas


----------------------------------

PARTE I.



SISTEMA MONETÁRIO

O sistema monetário internacional ainda está baseado no dólar enquanto moeda de reserva e enquanto divisa mais frequente nas transações internacionais (financeiras e comerciais).
Porém, com a ascensão dos BRICS, aumenta a capacidade deste grupo (em breve, com 11 membros) com seus aliados, de comerciar entre si e fazerem acordos de longo prazo (nomeadamente energéticos) usando suas respetivas moedas nacionais, não recorrendo ao dólar.
Afirmei, há algum tempo, que o fim do petrodólar assinalaria o fim do Império americano. Verifico que a minha previsão se está a cumprir.
Quando Nixon (em 15 de Agosto de 19171) decretou unilateralmente o fim da convertibilidade dos dólares em ouro, de facto, traiu o acordo de Bretton Woods. Neste, a conversão dólar/ouro era central. Como resultado dessa medida, a instabilidade apoderou-se dos mercados financeiros, arriscando a quebra do sistema capitalista mundial.
Em 1973, o Rei da Arábia Saudita e Henry Kissinger acordaram um pacto, segundo o qual todo o petróleo comprado a este país seria pago em dólares, exclusivamente. Em contrapartida, os EUA garantiam a segurança do Reino Saudita com fornecimento de armamento, espionagem-informações, diplomacia e intervenção direta, se necessário. Nessa altura, a Arábia Saudita era o principal produtor mundial de petróleo e a OPEP, o cartel petrolífero que os sauditas dominavam. Rapidamente todos os países exportadores de petróleo, grande parte, monarquias do Golfo Pérsico, alinharam-se com a Arábia Saudita, apenas aceitando dólares em pagamento do seu petróleo.
Como ficaram com um excedente enorme de petrodólares em resultado das exportações para todo o mundo, acumularam «Treasuries», ou seja, obrigações do Tesouro americano, financiando assim a dívida dos Estados Unidos. Todos os países que comprassem petróleo tinham de possuir dólares em reserva, ou comprá-los no mercado internacional de divisas.
A partir deste ponto, os EUA passaram a ter défices crónicos, quer no orçamento de Estado, quer nas transações internacionais. Os «défices gémeos», tiveram como consequência que o governo dos EUA podia, sem arriscar um colapso, atribuir somas colossais às despesas militares e às guerras em que estava envolvido, assim como aos programas sociais nos EUA, como meio de neutralizar a agitação social.
Qualquer outro país que levasse a cabo tal política económica e financeira, entraria depressa em insolvência, ou seja, na bancarrota. Mas, os EUA possuíam a moeda de reserva mundial e podiam imprimir todos os dólares que precisavam, sem qualquer correspondência em aumento de produtividade. Depois, esses dólares serviam para pagar as matérias-primas e os produtos industriais importados;  eram absorvidos no mercado mundial. Todos os países, amigos ou hostis, tinham que ter reservas em dólares e comerciar em dólares. De uma forma direta ou indireta, estavam a nutrir o sistema do petrodólar.
O declínio do valor do dólar não é muito visível, superficialmente. Isto, deve-se ao facto de que os mercados de divisas e financeiros preferem adquirir dólares, como «moeda-refúgio», quando o sistema está em crise. Assim, as outras divisas vão descer e os dólares vão subir, na corrida para adquirir dólares e ativos denominados em dólares.
Porém, nos últimos tempos, as quantidades de dólares produzidas têm excedido tudo o que anteriormente tinha sido feito. O resultado, é que a capacidade aquisitiva do dólar (e das outras divisas) diminui  aceleradamente. Isto traduz-se por níveis muito mais elevados de inflação, em relação aos cerca de 2% de inflação, nas duas primeiras décadas do século XXI.
A partir de 2020, houve uma aceleração do «quantitative easing», ou seja, da produção de dólares sem contrapartida na economia real. Por outro lado, intensificou-se a utilização de moedas nacionais em detrimento do dólar, sobretudo, nas trocas e nos acordos de longo prazo entre países dos BRICS.
Nos EUA, a inflação vai ser cada vez maior e isto vai afetar a economia. Está já a acontecer, apesar da FED ter revertido o programa de impressão monetária e faça «quantitative tightening», ou seja,  sobe as taxas de juros, o que aumenta o custo do crédito.
Como os EUA já não possuem produção industrial própria, que lhes permita satisfazer as necessidades internas e atingir o equilíbrio nas contas externas, o único instrumento de que a FED dispõe é irrisório e, mesmo, contraproducente: Aumentar ou reduzir o dinheiro em circulação não vai realmente aumentar ou reduzir o consumo e, muito menos, a produção interna de bens.
Os bens materiais - matérias primas, produtos industriais, alimentos - vão continuar a ser importados do resto do Mundo para os EUA, mas com preços mais elevados, agravando a inflação e arrastando a subida acentuada dos juros, como já se está verificando. As «elites», no Departamento do Tesouro ou na FED, que manipulam as taxas de juro, são incapazes de mudar esta realidade.



RECURSOS ENERGÉTICOS


Nas últimas duas décadas, os EUA começaram a produzir, em grande quantidade, petróleo e gás de xisto, através de fracking. Assim, o seu aprovisionamento em petróleo «convencional», sobretudo, o do Texas que estava já em declínio, foi complementado pelo aumento notável do petróleo produzido «de forma não-convencional». O nível de produção total de petróleo nos EUA acabou por ser semelhante, ou até um pouco maior, ao da Arábia Saudita. Mas isto tem custos muito pesados no ambiente e compromete o futuro. O tempo de vida produtiva dum furo, em zona de xisto, ronda os dois anos. Assim, têm de constantemente fazer novos furos, para manterem o nível de produção. Muitas áreas ficarão totalmente estéreis depois de esgotadas as reservas de petróleo e gás de xisto. A obtenção de petróleo a partir de areias betuminosas, em Alberta (Canadá) e o seu transporte por pipeline para os EUA, também não será solução duradoura e respeitadora do ambiente.
Quanto ao sector das energias renováveis, nota-se que existe muito atraso técnico nos EUA em relação a estas tecnologias. Talvez a única exceção seja a indústria dos automóveis movidos a eletricidade, «EV». Mesmo neste caso, parece que a China está a tomar a dianteira; há indicações disso, tais como as  fábricas e a importância dos investimentos da Tesla na China. Por outro lado, há marcas de automóveis «EV» chinesas nos mercados asiáticos, e que podem conquistar fatias de mercados da Europa e dos EUA.
A rede elétrica nos EUA está decadente e os investimentos em infraestruturas tardam. As empresas privadas de energia elétrica ficam á espera que o Estado ponha a rede em condições, para elas depois operarem com menos custos. Muitas vezes são noticiados «apagões» (falhas gerais de energia elétrica), em cidades e regiões dos EUA. São devidos ao estado vetusto dos sistemas transportadores de energia elétrica e à sobrecarga destes. Não vejo que haja vontade política para solucionar o problema. Nos EUA, há um défice enorme de intervenção estatal, para satisfazer as necessidades coletivas.
Uma fragilidade de que se fala muito pouco, é do enriquecimento de urânio para as centrais nucleares americanas; este enriquecimento faz-se ... na Rússia! Não se compreende como é que eles irão operar as suas centrais nucleares se a Rússia, em retorsão dos roubos (de ouro, de contas bancárias...) e sanções brutais a que tem sido sujeita, decidir parar o fornecimento do urânio enriquecido.
Um outro sintoma claro da fragilidade dos EUA no setor energético é o facto de quererem retomar o «business as usual» com a Venezuela de Maduro. Isto, depois de terem feito tudo para o derrubar. Apesar da elevada produção global e de serem exportadores, os EUA têm défice  de petróleos «pesados» (do tipo dos petróleos venezuelanos), enquanto têm excedentes de petróleos «leves», resultantes da exploração do xisto.
O aprovisionamento da frota dos EUA no Mediterrâneo em apoio a Israel, neste momento experimenta dificuldades logísticas, de que se fala pouco. Os porta-aviões e os vários navios da marinha de guerra têm de ser abastecidos em  combustível nos portos de Itália do mar Adriático, tendo de fazer um constante vai-e-vem entre as costas de Israel e as do Adriático.
Também o roubo do petróleo sírio desde há vários anos, é outro caso sintomático. Os americanos instalaram-se em território sírio, com o pretexto de apoiar guerrilhas curdas que eles enquadram, subsidiam e treinam. O roubo do petróleo sírio foi inicialmente beneficiar pessoalmente o filho de Erdogan, presidente da Turquia. Agora, fala-se menos disso, mas continua a ser contrabandeado e vendido a baixo preço. Além de ir para a guerrilha curda e para Al-Quaeda, o dinheiro obtido com esse contrabando serve para a manutenção de cerca de dois mil soldados americanos estacionados em bases ilegais, na Síria. Há vários antecedentes, em relação ao comportamento predatório do poder imperial dos EUA: Quando ataca uma nação e a ocupa, costuma pôr os recursos petrolíferos a render, para custear as operações de ocupação militar. Veja-se o caso do Iraque, assim como o da Líbia.

quarta-feira, 5 de abril de 2023

GONZALO LIRA: A PAZ RETIRA O CONTROLO DO MÉDIO-ORIENTE AOS EUA

 Oiça e veja esta curta conversa de Gonzalo Lira


RESUMO (feito por MB)

Há uns quinze dias houve uma sensacional notícia sobre um acordo firmado pela Arábia Saudita e o Irão. Os ex-inimigos acordaram em abrir embaixadas nas respetivas capitais. Ambos chegam à conclusão que têm, eles próprios, de assegurar a segurança dos seus países e o controlo do preço do petróleo. 

Só podem fazê-lo, aproximando-se entre países que partilham os mesmos interesses económicos. 

Não podem contar com um país, os EUA, que pretende ser a superpotência hegemónica e cujos planos para Médio Oriente têm passado por semear o caos, desencadeando discórdia e guerras de domínio, destruição e pilhagem dos recursos (Afeganistão, Iraque, Líbia, Síria...). 

O herdeiro do trono saudita, Bin Salman sabe que será rei deste país e que reinará por longo tempo. Ele faz as suas jogadas, tendo em conta um tempo longo. Ele percebeu que os EUA não serão mais a potência dominante, aquela que tinha assegurado a monarquia, afastando todos os obstáculos diplomáticos e proporcionado a formação de quadros e o equipamento moderno e sofisticado para as suas forças armadas.  

O seu anúncio de que a Arábia Saudita estava pronta a vender petróleo em outras divisas que não o dólar, foi o prego final no caixão do «petrodólar» . A deslocação oficial de Xi Jin Pin, veio assinalar isso e também que os BRICS estavam abertos para a entrada do Reino Saudita; pois, como é sabido, nos BRICS seus membros não têm de possuir à partida uma uniformidade em relação aos mais diversos assuntos, desde os militares, até aos ideológicos. 

Isto permite que o Reino Saudita encontre um mercado seguro, na China e em todo o Oriente. Como político inteligente (mesmo que seja cruel, cínico, etc), Bin Salman viu que era tempo de saltar para fora da aliança com os EUA. Uma aliança que o obrigava a guerrear com vários inimigos poderosos no Médio Oriente, para «fazer o frete aos americanos e israelitas». Bin Salman estava só à espera de uma oportunidade para isso.

A mudança geoestratégica no Médio Oriente, vai deixar os americanos desesperadamente isolados nas partes da Síria que eles ainda ocupam, ilegal e ilegitimamente, de onde têm roubado petróleo e bens agrícolas que pertencem ao povo sírio.

A Turquia, embora membro da OTAN, tem feito ouvidos moucos aos apelos para exercer sanções contra a Rússia. Erdogan aceita que Lavrov e Putin sejam os intermediários na operação diplomática que irá finalizar a guerra na Síria. Sem o apoio turco, nem americano, as várias milícias anti- Assad vão ficar sem retaguarda, sem apoio logístico, sem fornecimento de armas e munições. 

Assim o império Yankee tem estado a sofrer a «morte por mil golpes, ou mil feridas»: Um corpo é retalhado, ficando com mil feridas, cada uma delas não é letal. Mas, no conjunto, as feridas esvaziam o corpo de sangue e de vida. 


POST-SCRIPTUM

Este quadro é descrito por outras personalidades do jornalismo, como Pepe Escobar (brasileiro), que está há muitos anos no Extremo-Oriente, que tem feito um excelente trabalho, explicando a diplomacia chinesa e os projetos associados às «Novas Rotas da Seda».  Tenho acompanhado os assuntos de geoestratégia e tenho lido e ouvido as opiniões de vários analistas e comentadores. Assim como eu tenho conhecimento de PONTOS DE VISTA CONTRÁRIOS AO MEU, E NÃO SOU UM JORNALISTA, também os jornalistas e comentadores no Ocidente, têm necessariamente tal conhecimento.

Mas, a maioria dos jornalistas (e dos políticos) no Ocidente, fazem ocultação, desinformação e propaganda. A sua opinião é totalmente enviesada. É como se fossem os «cães de guarda» do Império.

Por isso, as exceções são de saudar, em pessoas como Pepe Escobar, George Galloway, John Helmer, John Pilger e algumas mais.

-------------------   

POST-POST-SCRIPTUM:

  Veja último vídeo de Gonzalo Lira: 

https://www.youtube.com/watch?v=yHMHQ-1Pe6k

quinta-feira, 23 de março de 2023

DA HEGEMONIA Á MULTIPOLARIDADE... por Adeyinka Makinde

 Adeyinka Makinde escreve sobre este tema o ensaio, talvez o mais completo e objetivo, dos que tive oportunidade de ler. Ele demonstra, para além de qualquer dúvida, que o Hegemon acumulou  erros estratégicos, que lhe vão retirar a hipótese de manter o domínio num mundo unipolar. São esses mesmos erros que estão a empurrar a Rússia e todos os países Euroasiáticos a formar um eixo, tal como eu descrevi em várias ocasiões neste blog e no meu artigo anterior

É paradoxal ver, no Ocidente, pessoas com uma formação em que os factos apontados pelo autor não possam ser ignorados, como por exemplo, jornalistas ou pessoas formadas em História Contemporânea, mas que adotam acriticamente os pontos de propaganda produzidos pelas máquinas de desinformação ao serviço do Império dos EUA. 

Vale a pena ler o ensaio, no link abaixo. Está escrito em inglês, mas  o site Global Research possui um sistema tradução em muitas línguas:

https://www.globalresearch.ca/from-hegemony-to-multipolarity-how-post-cold-war-us-foreign-policy-towards-russia-creating-modern-eurasia/5812690

                        
                                         Gorbatchov com Helmut Kohl e H-D. Genscher (1990)


sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

CRÓNICA (Nº11) DA III GUERRA MUNDIAL: EUROPA NA ENCRUZILHADA



 Ao Imperador do Ocidente e à sua corte americana, só lhes interessa uma Europa submissa. Têm um conjunto de vassalos, os quais têm de vigiar e manter alinhados, nessa «prisão dos povos» que se designa por OTAN. 

A perversidade da classe dirigente dos EUA pode ser ilustrada pelas medidas que tomaram para reerguer a indústria americana: Os planos implicam claramente tornar a indústria europeia não-competitiva, proibindo-a de comerciar com a Rússia, obrigando-a a fazer a (súbita) reconversão para uma economia de guerra, a suportar todo o esforço humanitário desde quase há um ano, a enorme vaga de refugiados, para os quais não há possibilidade real de integração, e cuja permanência nos países da Europa Ocidental se prevê não seja transitória, perante uma Ucrânia em ruínas, despovoada e falida. 

Para completar o quadro, os europeus estão destinados a comprar petróleo e gás ao preço de mercado, enquanto outros países, competidores industriais (China, Índia e outros participantes nas Novas Rotas da Seda) têm o fornecimento garantido pela Rússia, pelo Irão e pela Venezuela, com um grande desconto (30% abaixo do preço de mercado), da energia de que necessitam. 

A Europa vai encontrar-se, a breve trecho, sem capacidade de competição industrial: não só no que toca à energia, também na ausência de acesso a matérias-primas industriais. Além disso, cada vez mais com uma população envelhecida e onde os trabalhos mais duros mas indispensáveis, têm sido feitos graças a sucessivas ondas de trabalhadores imigrantes.  

Os países europeus ocidentais ficam destinados a serem como uma espécie de «museu vivo» com «parques temáticos» dos séculos passados. O turismo e atividades conexas serão fonte de emprego (direto ou indireto) para dois terços da população. O restante terço da população ativa, será «convidado» a emigrar ou integrará o aparato repressivo (polícia, exército, vigilância). 

Note-se que nos EUA se sabe quando o reino da abundância do petróleo/gás de xisto chega ao fim. Quando estiverem perto desse ponto, o governo dos EUA irá garantir que o consumo interno tenha a prioridade. Os europeus, que se forneçam de gás e petróleo noutro sítio! 

Provavelmente, serão fortemente pressionados a abrir poços nas regiões xistosas europeias, para daí extraírem petróleo e gás. Ou então, vão tentar funcionar à base de energias «renováveis», ou seja, intermitentes. «Fantástico», dirão os «ecologistas da treta» mas - entretanto - a Europa reverteu a um modo de vida «medievo»: Isso não prejudica o «realismo» das  «Euro- Disney» que se irão multiplicar como cogumelos. 

É tudo uma questão de opção: ou os europeus, como carneiros, vão seguir a classe política narcísica, que prefere enterrar os seus povos num futuro de subdesenvolvimento e dependência,  ou  abrem os olhos, deixam de ficar hipnotizados, cheios de medo e sacodem o jugo.

O futuro está em aberto: Se as pessoas quiserem, podem inviabilizar o cenário acima traçado. Ainda vão a tempo. Mas, têm de abandonar as ilusões da viciosa propaganda dos governos, dos partidos de poder e de toda a media corporativa, que mantêm os povos numa espécie de estado infantil.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2022

[BYUNG CHUL-HAN] A REVOLUÇÃO IMPOSSÍVEL?


 A exposição animada resumindo o livro, feita por Claudio Alvarez Teran, talvez deixe de fora aspetos essenciais ou dê um enfoque demasiado subjetivo do mesmo. Não sei, porque não li (ainda) esta obra de Byung Chul-Han. 
Agora, aquilo  que posso dizer, se compreendi realmente a essência da obra, é que ela é uma aposta. No futuro próximo se verá. Eu temo que Byung Chul-Han tenha razão, no curto prazo: 
- Uma dominação cada vez mais aprofundada do neoliberalismo, entranhando-se nos nossos neurónios, como se fosse uma droga, não é uma ficção científica distópica. 
Basta olhar criticamente à nossa volta e vermos a quantidade de pessoas alheadas de qualquer coisa que saia um pouco fora dos seus interesses imediatos. 
Um entorno de pessoas egoístas, complacentes consigo próprias, mas intransigentes em relação aos outros, é o mais vulgar padrão de comportamento com que me tenho deparado, em múltiplas situações. 
As pessoas despertas para os outros, atentas, dispostas a ajudar, não por interesse mesquinho (esperando recompensa) mas  por genuína empatia ou solidariedade, pelo contrário, é o que eu encontro de mais raro. 
Assim a revolução que faz falta, não é a revolução contra o indivíduo da outra classe social, que supostamente nos oprime, pois este indivíduo foi instrumentalizado por forças poderosas que o moldaram e deformaram. 
Ele não  está menos alienado do que o operário, só que o está diferentemente. A alienação é geral, a alienação é o conceito-chave, quanto a mim. 

Vivemos num sistema que mata o humano, em que a própria palavra humanismo não é compreendida, pelo menos em sentido filosófico, mas é confundida com uma atitude de falsa compaixão, de falso amor pelo próximo. 

Para o sistema capitalista atual, não lhe chega dobrar os humanos ás exigências da produção e do lucro. Isso era o que o capitalismo industrial exigia das pessoas: Fora das horas de escravidão assalariada, o proletário podia ocupar-se do que quisesse, tal não entrava nas preocupações do capitalista. 

Hoje em dia, o proletário tem de estar inteiramente submetido através da internet, com disponibilidade para qualquer tarefa a que decidam submetê-lo, controlado via «smartphones», «tablets» ou «laptops». 

A sua escravidão já não é só física e limitada no tempo; também é uma prisão mental, emotiva e perpétua. Nesta barbárie civilizada, os grilhões que encadeiam todos não são visíveis. São mais poderosos que as sedas de que são feitas as teias de aranha. Estas últimas são fios muito finos, mas muito resistentes e elásticos. 

Quanto ao proletário moderno (não importa que seja «rico», ou «médio», ou «pobre») está enterrado no inextricável novelo de «teias de aranhas virtuais», ou seja, de sujeições das quais -mesmo que quisesse - não poderia escapar-se. 

O homem (ou mulher) rico/a (no sentido de possuindo plenitude) da nossa época, será aquele/a que tem liberdade de se mover, de se determinar, por si próprio/a; mas não em função desta teia invisível. Ele/a determina-se por outros parâmetros. 

Quanto à satisfação dos desejos, por si só, não é marca de verdadeira emancipação. A sociedade tentacular adora encerrar as pessoas através de seus desejos, para melhor as dominar. 

O ser livre está consciente da degradação da psique humana, do abaixamento dos padrões éticos e morais. Este ser, embora dificilmente, tenta encontrar as pontas dos novelos em que os outros estão enovelados, para lhes indicar a saída do labirinto, não para os acorrentar ainda mais. 

No fundo, o desejo de liberdade e de plenitude (chamemos pelo nome que quisermos: Amor, Deus ... etc.) não pode ser erradicado, está presente em todos os humanos. Eles - os que se especializaram em controlar a psique das pessoas - sabem isso; por isso temem, mais que tudo, aquilo que seja do âmbito espiritual. 

A sociedade contemporânea é caracterizada pelo seu materialismo, hedonismo e egoísmo generalizados. Nada disso obedece a uma procura de ideal, de elevação, de nobreza do coração.   

Se esta fase não desembocar na completa destruição dos humanos e do ecossistema global planetário, a época que virá será a do renovo da humanidade, a que podemos chamar de «comunismo». Um comunismo liberto da falsa e presunçosa gana de domínio, de poder sobre os outros. 

O verdadeiro comunismo está em embrião nas várias tradições dos povos (práticas comunitárias, cultos religiosos, formas de arte), mas ainda não alcançou o grau de consciência global necessário para que exista na realidade social.

terça-feira, 25 de outubro de 2022

VALÉRIE BUGAULT: DO SISTEMA DE DOMINAÇÃO À MUDANÇA DE PARADIGMA


 O que diz Valérie Bugault, aplica-se à generalidade dos países da UE, embora naturalmente centre a discussão sobre a França. Valérie acusa o globalismo e as forças atlantistas de criarem a crise para poderem impor a sua «Nova Ordem». Vamos para uma sociedade eugenista, genocida e centrada no poder de uma super-elite globalista. O crédito social é abordado, tal como o passe sanitário. Os globalistas querem fazer a demolição controlada do sistema atual, para poderem fazer emergir nova ordem supra-nacional, globalista.

Oiça as explicações de Valérie, que descodifica as medidas que estão a ser postas em prática para realizar o «Reset» da dominação global...

[Crítica: A sua proposta de organização da sociedade política não sujeita à ditadura da economia (do capital) é interessante. Porém, ela não considera soluções igualitárias e viáveis (não utópicas) e que podem estar na base da democracia na empresa, ou seja, o cooperativismo e a autogestão.] 

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2022

MAIS UM EPISÓDIO DA IIIª GUERRA MUNDIAL (*)



Esta Guerra Mundial, não declarada, não reconhecida como tal, situo o seu início a partir da chamada «guerra do Kosovo», ou seja, da afirmação de poder dos americanos e da NATO, para destruir os últimos focos de resistência na Europa à ortodoxia neoliberal. Este crime de guerra hediondo, foi seguido por muitos outros. 

Como é sabido, antes do monstruoso 11 de Setembro de 2001, já estavam planificadas guerras e invasões de 7 países no Médio Oriente. 

O golpe de Maidan (2014), na Capital da Ucrânia, era dirigido contra a Rússia, considerada a maior inimiga do Império. Segundo planos e opiniões nada secretos os «estrategas» de Washington e os seus think-tanks de neocons queriam, não apenas o fim da URSS, mas também o desmantelamento da Federação Russa. 

Daí, toda a estratégia de avanço da NATO para as fronteiras russas, ao longo dos anos, acrescentando mais e mais países da Europa de Leste ao clube dito «atlântico». Os estados ex-soviéticos ou ex-Pacto de Varsóvia, foram assim transformados em guarda-avançada, no lento cerco. Isto em preparação do ataque final e desmembramento do próprio território russo. 

Estes factos eram evidentes e o barulho mediático tentando fazer de Putin um novo Estaline ou Hitler, foi apenas uma estratégia de propaganda de guerra, junto da opinião pública sempre crédula, porque sujeita a técnicas de lavagem ao cérebro. 

Na verdade, estas técnicas têm funcionado demasiado bem. Fiquei inquieto, há dois anos atrás, quando as pessoas, em grande parte do mundo e especialmente na Europa, aceitaram sem mais a ordem de prisão coletiva: «lockdown» é um termo que designa uma situação de castigo coletivo; quando os presos são fechados nas celas da prisão, por terem sido «indisciplinados». 

Isto funcionou tão bem que temi, na altura, que a «elite» se sentisse audaciosa o suficiente para lançar a outra fase do seu plano. Aí está ela; a guerra total! Agora, já não guerra híbrida, nem guerra económica. De agora em diante, estamos em guerra total.

É que nós somos «gado» e eles, os que nos dirigem, é que detêm o poder sobre nossas vidas! A democracia, é como um cenário, no teatro: enrola-se, depois do drama representado em palco. Agora, o cenário é outro; porque a peça representada chama-se «democracia totalitária», o simulacro das instituições da democracia liberal, com a ditadura fascista em marcha. 

Como tenho vindo a avisar, as situações acontecem, também porque o capitalismo depredador e parasitário, que resulta da chamada financeirização, chegou aos seus limites. Para disfarçar a crise profunda, o colapso das economias, os «donos do Ocidente» não encontram nada melhor que uma guerra, dizem eles que «a guerra é a saúde das nações»!

- Nações e povos do mundo, acordem! não se deixem mais manipular, seja por quem for.*

------------------

PS1: Veja AQUI a edição do dia 24-02-2022 da crónica quotidiana pelo analista em geopolítica Alexander Mercouris. Penso que ele é rigoroso, as suas hipóteses são cuidadosamente separadas do relato dos factos, parece-me uma fonte interessante e não enviesada.

PS2: Willy Wimmer, na altura vice-presidente da OSCE, confirmou que foram dadas «garantias» à URSS, de que não haveria expansão para Leste da NATO, seu testemunho pode ler-se na notícia de RT:  https://www.rt.com/russia/549961-west-nato-expand-willy-wimmer/

----------------------------------------

(*) Numa situação deste tipo, não há só um lado culpado: todos os lados têm culpas. Mas o que importaria mais era que todos nós, independentemente da nacionalidade, etnia, simpatias partidárias, ideológicas, etc. mas com sentimentos humanitários, apelassem para o governo do seu país, no sentido de propor um cessar-fogo, seguido de uma trégua permanente, seguida de conversações (sérias) para uma paz efetiva no continente europeu. Paz significa, respeito pelas fronteiras reconhecidas pela ONU, respeito pelos compromissos assumidos (por exemplo, não expansão da NATO, prometida aos governantes russos de 1991 e posteriormente). Significa retirada e garantia de não instalação de sistemas capazes de transportar mísseis nucleares. Manutenção de todos os canais diplomáticos abertos e promessa firme e por escrito, dos responsáveis de não recorrerem a pressões, muito menos a ameaças de guerra, para a resolução dos diferendos.

domingo, 19 de dezembro de 2021

ÚLTIMAS GUERRAS DO IMPÉRIO

Costuma-se dizer que os generais são competentes em emitir opiniões sobre como as forças armadas sob seu comando deveriam ter atuado na última guerra. Mas, incompetentes em relação à guerra seguinte, pois a vêem pelo prisma  da última guerra  passada. Evidentemente, isto aplica-se com particular acuidade ao Pentágono e ao seu chefe nominal, na Casa Branca.
Estranhamente, a «húbris», ou «embriaguez da vitória», não se dissipou nos estrategas de gabinete, apesar dos desaires contínuos destes últimos anos. Eles são somente peritos em pressionar para aumentos nas rubricas da «Defesa» dos orçamentos;  não  esperem que eles vejam com realismo o que vai pelo mundo. O orçamento de «Defesa» dos EUA, para o próximo ano, subiu mais uma vez, apesar deles terem uma guerra a menos que custear.
Todo o mundo olha - com um misto de receio e descrédito - a figura que faz o maior superpoder nuclear, com a maior concentração de armamento e capacidade destruidora que jamais existiu, ao comportar-se de forma totalmente irresponsável, não apenas na retirada vergonhosa do Afeganistão, como na cruel e contraproducente utilização de sanções, embargos e capturando os ativos financeiros e o ouro pertencentes ao Estado do Afeganistão. Esta punição coletiva afeta, não o governo dos Taliban, mas a população paupérrima, após duas décadas de ocupação, pelos EUA e NATO.
Não nos deve surpreender que estas coisas aconteçam com o Partido Democrata ao comando. Historicamente, ele tem sido mais belicoso que o partido republicano. Tem iniciado mais guerras, ou tem agravado as existentes, tem promovido golpes e feito alianças contranatura com regimes reacionários. Claro que o desempenho do Partido Republicano, ao longo da história, também não lhe fica longe. Na verdade, com ambos os partidos nas mãos dos grandes fabricantes de armas, dos contratistas mercenários, dos diversos fornecedores dos militares, e ainda da «sopa de letras», DIA, NSA, CIA, das 17 agências de «inteligência», não se pode esperar grande diferença, a este nível, entre os dois partidos que se alternam no poder.
É realmente insólito que um estado-maior duma nação poderosa, dispondo de todos os meios sofisticados para avaliar a situação, não se aperceba que tudo o que tem feito vai piorar a situação estratégica dos EUA e seus aliados.
Se a coordenação entre os outros dois superpoderes militares (a Rússia e a China) está cada vez mais aperfeiçoada, isso deve-se - em grande parte - às constantes provocações e ao desrespeito pelos compromissos assumidos pela NATO e pelos EUA, ao longo dos últimos decénios em relação a estas duas nações.
Por outro lado, a postura agressiva, o «bullying» contra governos e povos muito mais fracos, em vez de mostrar a força do Império, mostra a sua fraqueza. Eles deixaram-se enredar duas vezes em guerras de desgaste mas, nestas, o desgaste maior foi das forças americanas e seus aliados. O Iraque e o Afeganistão foram dois completos fiascos, no que respeita aos objetivos proclamados: A implantação de democracias de tipo ocidental e a consolidação da presença dos EUA e NATO nestas regiões. Quanto ao aspeto de catástrofe humana, eles pensam que, ao não contabilizarem os mortos resultantes das suas invasões e ocupações, se livram da etiqueta de genocidas. Talvez se livrem dela, junto de uma faixa do público americano, anestesiada pela propaganda. Nos restantes países, mesmo os vassalos dos EUA, a imagem das guerras imperiais dos últimos vinte anos é desastrosa. É impossível censurar e deturpar tudo, em todo o lado. Wikileaks e Julian Assange tiveram um papel de relevo. Esta, foi a razão de fundo da bárbara vingança anglo-americana, o «processo de extradição» sobre o jornalista e editor australiano.
Querem nos manter no medo, com relatos sobre os sofisticados armamentos russos e chineses. Compreendo que os russos e os chineses não desejem ser aniquilados militarmente, invadidos, subjugados, repartidos, etc. Recentemente, aconteceu isso na ex-Jugoslávia ou ainda na Líbia, país em guerra civil permanente, na miséria total e onde existem mercados de escravos. Era o país com maior nível de vida e maior índice de bem-estar humano, em África, antes de ser «libertado» pelas forças euro-americanas.
Na realidade, os falcões nostálgicos da Guerra Fria nº1 gostariam que a Rússia invadisse a Ucrânia, e/ou a China invadisse Taiwan. Como eles ficariam felizes se os russos e chineses fossem cometer esses erros!
Mas, na verdade, estes generais de secretária e peritos em geoestratégia com mentalidade do século passado, seguem o modelo ultrapassado de Mac Kinder, um geógrafo que teve muita influência e aconselhou o poderoso Império Britânico no auge do seu poderio.
É preciso serem imbecis completos para achar que ambos os seus rivais serão suscetíveis de cair em tais armadilhas. Sim, eles podem tentar ataques de «falsa bandeira», provocações. Mas, felizmente para TODAS as nações (incluindo EUA!), em face deles não têm dirigentes e equipas do poder completamente autoiludidas, fracas, corruptas, cheias de arrogância. Esse estado de espírito é o típico dos círculos neoconservadores americanos e da media ocidental que difunde a histeria anti- China e anti- Rússia. Tomam as próprias fraquezas e perversidades, como sendo as dos seus adversários. Estão a projetar sua mente patológica nos outros. Na verdade, estão a ver-se ao espelho!
Há pessoas que acham que ter uma posição coerente pela paz é igual a copiar a Rússia, ou a China. Mas essas pessoas estão iludidas. Não preciso de ter qualquer entusiasmo pelos regimes desses países. Seria absurdo eu pretender imitar a maneira como os meus vizinhos gerem as suas respetivas casas. Mas, não é nada absurdo querer manter relações cordiais com eles. Pelo contrário, que cada qual tenha o seu espaço próprio, o seu modo de viver e pensar. Cada um que viva, sem interferir com a vida do próximo. Não é isto uma atitude adequada? - Muito precisamente, o que Rússia e China querem que os EUA e seus aliados respeitem.


Não há dúvida; uma guerra longa e desgastante abateu-se sobre os nossos povos, outrora portadores dos valores de liberdade, do respeito pelos direitos, a igualdade de tratamento, a não-discriminação, tudo isto aplicado tanto na esfera pessoal, no interior das sociedades, como entre países, na esfera internacional.
Enquanto os povos do Ocidente não se livrarem dos grandes oligopólios e das classes políticas corruptas, vai continuar a pairar a ameaça de guerras, com nações e povos que não queiram submeter-se.
Mas, isto só acontece porque existe internamente uma guerra surda, contínua. Uma guerra das classes opressoras sobre seus povos respetivos. Como diz Warren Buffett: É a classe capitalista que está a ganhar, neste momento, essa guerra.
Embora não tenha ilusões sobre os «nossos» dirigentes, espero que os generais tenham bom senso. Que não precipitem uma guerra. Uma 3ª Guerra Mundial, além de desastrosa em si mesma, será, no mínimo, o precipitar definitivo dos orgulhosos ocidentais para uma nova idade das trevas, uma nova era obscura.
Talvez os povos acordem antes disso e percebam os perigos. Hoje em dia, uma guerra nuclear pode ser desencadeada, sem haver real vontade política, por acidente.

PS1: Através da perseguição e desrespeito continuado e deliberado dos direitos fundamentais de Julian Assange querem intimidar todas as pessoas, jornalistas ou outros, que sejam testemunhas e queiram denunciar os crimes do Império. 
Veja Nils Melzer, sobre a tortura feita a Julian:

PS2: A «Húbris» dos que ditam, por trás da ribalta, o comportamento dos políticos, não tem limites: Estão decididos a provocar uma guerra com a Rússia, utilizando provocações das forças nazis ucranianas, em relação às duas repúblicas separatistas do Don. Esperam assim atrair a Rússia para outro lodaçal, semelhante ao do Afeganistão: