sexta-feira, 25 de outubro de 2024
O GLOBALISMO É SEMPRE OPRESSOR.
domingo, 24 de dezembro de 2023
A ORIGEM DO AFLUXO DE REFUGIADOS
As catástrofes que se abatem - ora num país, ora noutro - no Sul Global não são fatalidades. Claramente, são causadas pelas intervenções dos poderes imperiais, ou diretamente, ou através de vassalos. Este estado de caos nos países mais frágeis é exatamente o que a classe oligárquica globalista procura.
- Não só através de guerras, golpes de Estado, guerrilhas (manipuladas pelos imperialistas) mas, também por arma de destruição massiva terrível e muito mortífera: A fome. Estas populações não têm outro meio de sobrevivência, senão a ajuda das agências internacionais: A Cruz Vermelha, os organismos da ONU para os refugiados, e outras organizações humanitárias.
O povo tem de deixar de «dar o benefício da dúvida» aos genocidas e aos cúmplices destes, que se apoderaram das rédeas do poder - há algum tempo - em países do Ocidente. Eles estão no poder para fazer a política que lhes é ditada pelos seus verdadeiros donos: Os multimilionários têm o futuro dos políticos na mão; distribuem - ou não - benesses, consoante os políticos façam - ou não - o que lhes é ditado.
Não admira que a dissociação entre o público desses países e seus dirigentes, seja enorme. O que a cidadania deseja, apesar das campanhas de lavagem ao cérebro pelo jornalismo prostituto, é a paz, a ajuda às vítimas, o alívio dos que sofrem. Está preocupada com o influxo de milhões de refugiados das guerras, das fomes, das destruições, mas percebe cada vez mais nitidamente, que ele é provocado pelos próprios dirigentes dos países ocidentais. Uma nítida maioria de jovens, dos 18-24 anos e dos 25-30 anos, respondendo a inquéritos nos EUA e na Alemanha, deseja que seja atribuído o estatuto de Estado à Palestina e que Israel não tem legitimidade para o que está a fazer em Gaza.
Espero que a cidadania dos países - em especial, os ocidentais - tome plena consciência e compreenda cada vez melhor a natureza criminosa dos que a governam.
sábado, 16 de dezembro de 2023
NÃO À OTAN, NÃO À GUERRA
Este programa de No2NATO-No2WAR, com George Galloway, Piers Robinson e Richard Medhurst, é intitulado «War in two fronts».
sábado, 18 de novembro de 2023
4 FRAGILIDADES DO IMPÉRIO [ Parte II]
PODERIO MILITAR
quarta-feira, 1 de novembro de 2023
ENTRAMOS NA FASE DE DESTRUIÇÃO CÍCLICA [CRÓNICA(Nº21) DA IIIª GUERRA MUNDIAL]
Quando o capitalismo era jovem, a destruição não conseguia ser universal. A humanidade e as sociedades reconstituiram-se graças à sua energia intrínseca, à sua vontade de viver. Mas, agora, as guerras são incessantes; a sua acumulação faz com que o «clímax», ou seja, a destruição global, apareça como mais e mais provável.
Nenhum dos que presenciaram, em 1939, a invasão alemã da Polónia, podia imaginar que a futura IIª Guerra Mundial acabaria com uma completa destruição de cidades e com crimes em massa contra populações civis indefesas.
Todo o mal foi atribuído aos nazis na Alemanha e aos regimes fascistas, seus aliados. Porém, o mal não foi tão unilateral como a propaganda dos vencedores (a «História») nos quer fazer crer. Os crimes dos vencedores são perdoados, esquecidos, relativizados, mas eles permanecem. São sementes de ódio; tal como os outros sofrimentos, infligidos às populações vítimas do nazismo e do fascismo.
Recordemos que a «banal» violação duma fronteira (da Polónia em 1939), acabou por dar, no final, uma hecatombe nuclear (e um crime contra a humanidade) com muitas centenas de milhares de vítimas civis, em Hiroxima e Nagasaki. Hoje, o arsenal nuclear das diversas potências é um múltiplo, incrivelmente elevado, das bombas nucleares detonadas nas duas cidades japonesas. Não se pode, hoje, ignorar a ameaça duma guerra global, provocando a destruição total da civilização humana. A ONU é impotente, os governos com vontade de obrar pela paz são ignorados pelos governos apostados na guerra.
As imagens terríficas do quadro de Brueghel o Velho, «O Triunfo da Morte», estão muito apropriadas. Quem se debruce sobre as várias partes do quadro e suas diversas cenas, concluirá que Brueghel não quis mostrar «um ato de Deus», mas sim a loucura dos humanos.
Esta obra genial permanece atual, pois vem nos recordar que a morte triunfa, enquanto produto da guerra; que a guerra é o produto dos exércitos e dos poderes; que esta guerra nada tem de transcendente, de vontade divina; mas, que resulta da vontade de poder, de mais e mais poder, dos poderosos.
domingo, 16 de abril de 2023
CASO ASSANGE: AUTORIDADE MORAL DOS EUA ESTÁ MORTA E ENTERRADA
https://caitlinjohnstone.com/2023/04/16/us-moral-authority-is-dead-and-buried/
Excerto do artigo de Caitlin Johnstone
« A questão não é que a perseguição movida a Assange faz os EUA parecerem mal, mas antes que a perseguição prova que os EUA são o mal.
E, claro, não precisávamos da perseguição a Assange para chegarmos por nós próprios a esta conclusão. Os EUA são o único governo na Terra que gastou o século 21 a matar pessoas aos milhões em guerras pelo domínio geoestratégico, que tem condenado populações à fome em consequência das sanções e bloqueios, em todo o mundo. A única potência que envolve o Planeta com centenas de bases militares, com o objetivo de domínio global e tem estado a aumentar constantemente o risco de catástrofe nuclear com a escalada das suas agendas, orientadas para manter sua hegemonia unipolar. O caso de Assange, apenas faz com que a completa ausência de moral do governo dos EUA sobressaia muito mais claramente.»
Leia o artigo completo AQUI:
sexta-feira, 25 de outubro de 2019
OLHANDO O MUNDO DA MINHA JANELA (IV)
Ver parte I aqui / parte II aqui / parte III aqui
A existência de um aparato militar pesado, que consome uma parte enorme do orçamento americano e dos seus aliados, torna impossível a tarefa aos EUA e aliados, de manterem a hegemonia, que implica aguentarem o esforço constante de renovação do armamento e de equipamentos diversos, face a competidores capazes de produzir armas de grande precisão e superiores às do Império. Além disso, esses países estão em expansão económica, enquanto os países na órbita do Império, estão em estagnação ou em recessão. Isto é um facto, mesmo que seja negado pelas estatísticas falsificadas e pela media mercenária.
Do ponto de vista económico, os bancos centrais ocidentais têm levado a cabo uma série de medidas, não apenas «pouco ortodoxas», mas que resultam em fracasso completo, com um crescimento económico «a fingir», com repercussões no muito curto prazo, além de terem produzido montantes de dívida monstruosos, não digeríveis, nem pelas actuais gerações, nem pelas próximas.
A falência do modelo neo-keynesiano pode medir-se pela constante erosão das garantias de que os menos afortunados têm beneficiado, mesmo no próprio coração do Império. Países como os EUA, o Reino Unido, a França, a Alemanha, etc., considerados países ricos, proporcionavam às suas populações níveis elevados de bem-estar (Welfare State). São estes, agora, os pontos do globo onde se nota maior crescimento da miséria, dos sem abrigo, do alcoolismo, de suicídios; tudo isto, em paralelo com a constante perda dos direitos sociais nas últimas três décadas e uma ausência de futuro para as jovens gerações.
A oligarquia, no momento presente, já percebeu que tem de inventar qualquer coisa para ir aguentando, para manter - a todo o custo - a ilusão de que «não há alternativa». Porém, o contraste com outras paragens constitui uma permanente e humilhante negação das suas falaciosas «verdades»: Falo da construção da poderosa e diversificada rede de comércio internacional (OBOR =«One Belt, One Road»), que eles tentaram em vão inviabilizar, para depois - também em vão - dissuadirem de aderir, os países sujeitos ao domínio neo-colonial .
Claro que ainda têm uma parte importante do mundo nas suas garras. Mas, mesmo estas zonas escapam ao seu controlo; ultimamente, eclodiram revoltas no Chile e no Equador. Quanto ao processo de paz em curso no Médio Oriente, os americanos ficaram relegados para um canto, sendo a Rússia de Putin a dar as cartas, como interlocutor capaz de aplanar caminhos para a resolução dos conflitos na Síria e no Iémene.
Quanto à União Europeia, os seus dirigentes deviam ser processados e condenados por tudo o que têm feito no Médio Oriente. Mas os dirigentes nunca fazem «mea culpa». Os povos é que têm de arcar com as consequências da falta de visão estratégica dos líderes.
Pelo menos, em França, isto já não se passa exactamente assim: A revolta dos «gilets jaunes» responde à arrogância do poder, não ainda com a mudança desejada, mas - pelo menos- com um movimento de amplitude suficiente para desmascarar quem fala em «consensos» na sociedade francesa.
O agravamento das condições económicas vai acelerar o processo de deslegitimação da oligarquia. Com a Alemanha a entrar em recessão, observam-se vagas de despedimentos aos milhares, nos sectores automóvel, da metalurgia e outros, que irão desencadear novas ondas. Muitas pequenas e médias empresas sub-contratantes estão ameaçadas. Se a Alemanha é o motor económico da UE, logicamente, vai haver um efeito em toda a zona, a própria economia mundial ficará profundamente afectada, devido ao lugar que nela desempenham a Alemanha e a UE.
A viragem para uma economia centrada no consumo interno, e já não tanto na exportação, prossegue na China, o que tem originado menor crescimento económico, fenómeno que pode ser transitório, ou não. Aos valores altíssimos de crescimento das economias na Europa ocidental, nos anos do imediato pós II Guerra Mundial, sucedeu a progressiva diminuição, até ao ponto de que hoje existe uma contracção do PIB real, em vários países.
Estando o crescimento do PIB, sem dúvida, ligado ao crescimento da população, as economias com saldo populacional positivo vão continuar a crescer, enquanto os países industrializados (Europa, América do Norte, Japão...) irão estagnar ou regredir.
Nos países ocidentais, o envelhecimento populacional e a não substituição das gerações, devido a uma natalidade demasiado fraca, já eram fenómenos perfeitamente previsíveis, há muitos anos. Porém, a visão curta e centrada no lucro, tem impedido, nestes países, as transformações económicas e sociais necessárias. Seria preciso uma total mudança de paradigma, quer em termos de trabalho (menos horas de trabalho, distribuição do trabalho pelas pessoas), quer de recursos sociais colectivos (a segurança social, as estruturas da saúde, da educação, etc...). Mas, nenhuma política séria foi até agora ensaiada, face a esta mutação demográfica.
Parafraseando Paul Valéry, digo que todos os impérios têm um fim, todos são mortais. Agora, é a vez do Império dos EUA.
Já vimos isto - na História - com a decadência, até ao estertor final, do Império Romano. Outros impérios sofreram processos análogos; todos eles nos podem dar exemplos semelhantes. A escala do Império dos EUA será mais vasta, mas as etapas fundamentais são as mesmas.
Verificam-se agora - como então - a multiplicação de cultos estranhos e de seitas obscuras, a decadência total da moral, sobretudo na classe oligárquica, com suas práticas pedófilas e satânicas. O escândalo de Jeffrey Epstein foi convenientemente abafado, com o «suicídio» deste fornecedor de crianças para pedófilos bilionários e seus lacaios da política.
Efeito imprevisível, nos primeiros tempos da Internet: o potencial de indignação e de revolta das massas não foi multiplicado, pois a Internet, mais ainda que a TV (a «droga» da geração anterior) manipulada pelos interesses poderosos, adormece e desvia a atenção das pessoas para futilidades. Pode-se prever que as pessoas, privadas da sua droga, por motivo de uma rotura social, entrem em carência e sejam capazes de actos violentos, desesperados, por não poderem satisfazer a sua adição.
A fragilidade do sistema é tal, que me espanta não existirem mais situações de ruptura, além daquelas que nós já conhecemos.
A canalização das energias para falsos problemas como seja a emissão de CO2 pelas actividades humanas, tida como «a causa» de todas as perturbações do clima, sabendo-se que o clima é algo - por essência - mutável e que concorrem imensas causas para as suas variações, é um dos processos para manter as massas distraídas das questões realmente fulcrais.
Nunca se toca, sequer ao de leve, na questão central da extrema assimetria na distribuição do poder e do dinheiro.
As pessoas encontram-se enredadas numa série de mitos e falsos conceitos, mas julgam saber muito sobre os vários assuntos, quando - na verdade - não sabem quase nada. Muitas são incapazes de compreender conceitos elementares e não adoptam uma visão racional da natureza e da sociedade. Daí, o seu recurso à astrologia, às pseudo-ciências, às pseudo-medicinas, etc.
Não é por acaso que a educação se transformou num enorme fracasso para os indivíduos, uma fábrica de insucesso. Os poucos que são capazes de passar através do crivo, são condicionados no seu modo de pensar e agir: os «bons» alunos são insistente e constantemente sujeitos a doutrinação, que se confunde - erroneamente - com saber.
A complexidade dos desafios implica que muitas pessoas vão ser apanhas completamente desprevenidas. Estamos a entrar num período de conturbações económicas, onde serão inevitáveis graves perturbações nas sociedades. Haverá instabilidade social e política.
É dever de quem já abriu os olhos do entendimento, ajudar a abrir os olhos das restantes pessoas. Não só é muito positivo para estas, pois saberão melhor como se defender, como é positivo para as pessoas esclarecidas, porque estas não terão um entorno social hostil.
Em vez de «guias do povo», precisamos de pessoas sábias, serenas e esclarecidas, que sejam respeitadas e ouvidas pela maioria.