Reflexão : DIZ-SE QUE «A HORA DE MAIOR ESCURIDÃO É A QUE ANTECEDE A MADRUGADA»
Oxalá que o provérbio seja verdadeiro nesta quadra natalícia de 2024/25. O Sol e o seu calor simbolizam a bondade, a fecundidade na Natureza, a ciência e o esclarecimento dos humanos. A partir do solstício de inverno (~23-24 de Dez.) as horas de iluminação solar durante cada 24h. (o período de rotação da Terra sobre si própria) no hemisfério Norte do nosso planeta, vão crescendo.
Por isso, no Império romano havia a festa do «Sol invictus», aquando do solstício de inverno, em torno do dia de Natal. Por isso, a Igreja cristã triunfante, decretou esse dia como o do nascimento de Jesus, a «Luz do Mundo». Ninguém sabe quando nasceu Jesus, o Nazareno. Alguns dizem que não existiu, verdadeiramente, que foi uma história criada para simbolizar a teologia duma seita heterodoxa judia, perseguida porque não aceitava prestar culto ao imperador romano, como se fosse um Deus. Podemos adoptar ideias que nos parecerem «verdade», ou que queremos crer como tal.
Jesus é um dos profetas venerados pelo Islão como justo e santo homem, não como Deus feito homem: O nascimento da religião islâmica resulta também dum sincretismo. A cidade de Meca foi uma importante encruzilhada das rotas comerciais Oriente/Ocidente. Curiosamente, diz-se que a Caaba, com a sua famosa pedra negra, tinha sido o templo onde se guardavam estátuas das divindades dos povos que comerciavam nessa região.
Por outro lado, as comunidades judaicas floresciam em muitos pontos da bacia mediterrânea e mesmo além, no Oriente. Existiram comunidades judaicas em quase todo o Oriente. Certamente, integravam as caravanas multiétnicas e de várias religiões, que trilhavam as famosas Rotas da Seda.
Apesar das guerras, apesar dos sectarismos, de todas as invasões e destruições, os povos acabavam por se tolerar, por ter boa vizinhança, como aconteceu durante séculos na Península Ibérica, onde as minorias religiosas eram aceites naturalmente nos reinos muçulmanos, mas também nos reinos cristãos. Depois, veio a Inquisição nos países católicos e no mundo conquistado pelos reinos cristãos, a ferro e a fogo, literalmente, com o pretexto de que os outros deviam reconhecer a «verdadeira Religião do Amor», o cristianismo e abandonar as suas crenças «diabólicas».
Sob os mais diversos mantos, a intolerância e o total desprezo da pessoa humana continuaram, em regimes políticos dos mais diversos, todos eles proclamando serem os justos, os que possuem a razão, com a sua «superioridade moral» sobre os inimigos.
Nesta época de grande brutalidade, destruição e loucura, eu faço os possíveis por não cair na dura e total desesperança em relação aos meus irmãos e irmãs, aos outros seres humanos. Vivam onde viverem, sejam quem forem, tenham as crenças que tiverem, pensem o que pensarem.
Aceita o abraço de paz e de confiança na tua humanidade, a que alude o provérbio colocado em título desta reflexão.
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