https://www.youtube.com/watch?v=6RF5vx1W_kk
sábado, 23 de dezembro de 2023
PORQUE PRECISA O CAPITALISMO DE EXTRAIR RIQUEZA DO SUL GLOBAL?
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sexta-feira, 24 de novembro de 2023
CONTROLA OS SEUS IMPULSOS?
Com efeito, a adição de compra compulsiva é uma patologia muito séria e mais banal que outras adições que não envolvam ingestão de «drogas». Mas, o sistema de escravização do consumidor consegue desenvolver técnicas para o aumento de sua adição.
Por exemplo, as luzes e decorações de Natal nas ruas, nos centros comerciais e nas montras: São, afinal, a criação de um ambiente «feérico» que faz as pessoas quererem voltar à infância e deixarem-se arrastar por impulsos de consumo. Este impulso pode ser motivado por desejo de satisfazer entes queridos (o Natal como festa da Família), mas também aqui se trata de uma relação falseada, porque mediada pela mercadoria. Em geral, quer em ocasiões «normais» ou «especiais», o impulso obsessivo de comprar, desencadeia compras inúteis, que desequilibram o orçamento pessoal.
B- Um símbolo de status; por isso é que bugigangas produzidas em série, são publicitadas como algo «exclusivo». De facto, a adição às compras é cuidadosamente cultivada pelos órgãos de comunicação social de massas, cujos rendimentos são resultantes da publicidade, sobretudo.
O contexto da sociedade mercantil hipervaloriza a aquisição e acumulação de objetos: As pessoas têm uma relação doentia com a posse de certos objetos, em especial se forem caros, de luxo, de «prestígio».
Os objetos a que me refiro, não são adquiridos por necessidade ou conveniência, são como um «investimento» afetivo e promocional.
- Auto-Afetivo, porque as pessoas (simbolicamente) estão a remunerar ou a recompensar, a si próprias.
- Auto-Promocional: Ao exibirem algo ostensivamente caro. Esses itens - mesmo que sejam de pouca ou nenhuma utilidade - estão a exibir a elevada capacidade aquisitiva de seu possuidor.
Numa sociedade onde a aparência é tudo, onde ser economicamente bem sucedido, é ser uma «celebridade» e passar a fazer parte da «elite», mesmo que seja de maneira efémera, as pessoas não conseguem amadurecer o seu ego. Permanecem bloqueadas nos afetos infantis, tanto no que respeita à «gula» de compras, como à gula de comida.
Repare-se nas seguintes situações:
- A epidemia de obesidade (sobretudo, nas camadas menos abonadas),
- A atitude hedónica, não apenas de adolescentes como de adultos (= adolescentes mentais),
- O crescente número de pessoas que ficam endividadas em excesso, usando cartões de crédito,
Todos estes (e muitos mais), são exemplos bem visíveis de patologias sociais. Todos são característicos da chamada sociedade de consumo. Por contraste, as características acima não se observam nos períodos históricos anteriores à revolução industrial, ou nas sociedades que - ainda hoje - subsistem fora do modelo dominante.
A alternativa não reside na pobreza voluntária, ou noutro tipo de autoflagelação, para combater os males sociais. É fundamental educar-nos e educarmos as jovens gerações, para não cairmos no ciclo infernal do «consumo pulsional».
Além disso, temos de compreender que as soluções boas para o ambiente, para a sustentabilidade da biosfera e para uma sociedade harmoniosa são incompatíveis com o capitalismo.
É um facto, que o capitalismo precisa do sobre- consumo desenfreado. Por muito que mostrem preocupações «ecológicas» e «socialmente responsáveis», os comerciantes e os industriais só são verdadeiramente movidos por uma coisa, o lucro.
Não é de admirar, pois o modelo de economia e sociedade capitalista, é exatamente aquele que endeusa o indivíduo que enriquece, seja lá por que meios for. Desde que seja rico/a, é uma pessoa interessante, inteligente, etc. Portanto, as pessoas - mesmo que não sejam comerciantes ou industriais - são fortemente encorajadas a procurar enriquecer-se, sem olharem demasiado aos meios.
A ostentação, o consumo de luxo, o consumo hedónico, são o símbolo e o triunfo desejado pela maior parte das pessoas, dentro do modelo económico e social capitalista.
segunda-feira, 21 de março de 2022
PREVISÕES ECONÓMICAS PARA O FUTURO PRÓXIMO
Com o cenário de crise internacional agravado pelo conflito militar Rússia-Ucrânia, as sanções têm sido o instrumento de guerra económica escolhido pelos ocidentais para punir a Rússia. Estas sanções têm a ver com aspetos financeiros e aspetos económico/comerciais.
VERTENTE FINANCEIRA
No aspeto financeiro, sobressaiem a expulsão de muitos bancos russos do sistema de pagamentos internacionais SWIFT, e o congelar das contas em divisas e do ouro, do banco central russo, que estavam -em parte - depositados em bancos dos países ocidentais.
Quanto ao SWIFT, os russos estavam preparados para isso, desde há bastante tempo, tendo construído a sua alternativa interna de pagamentos interbancários, «MIR». Também muito antes desta crise, já havia em muitos bancos russos a conexão com o sistema chinês UNIONPAY que fornece serviço equivalente ao MASTERCARD e outros cartões de crédito ocidentais. Já havia muitos cidadãos russos que usavam este cartão de crédito chinês. De agora em diante, serão oferecidos sistematicamente aos clientes dos bancos russos cartões de crédito com ligação ao Unionpay.
Graças às medidas tomadas pelo governo e pela banca, não houve nenhuma corrida aos depósitos, por parte do público. Houve até um ligeiro aumento dos depósitos. Como é que conseguiram isso?
- Primeiro, deixou de haver possibilidade de levantamento em divisas estrangeiras, o que tinha sido possível até há bem pouco tempo. Muitos russos acumularam dólares e outras divisas ocidentais. Mas agora, devido aos controlos de capitais é difícil, senão impossível exportar divisas para fora da Rússia.
As divisas estrangeiras são agora meio exclusivo de compra de ouro, prata, platina e palladium, que os bancos comerciais começaram agora a comercializar. Com esta decisão original, o governo russo evita fuga de divisas estrangeiras, a sua acumulação em mãos privadas e, simultaneamente está a favorecer os cidadãos. Os metais preciosos têm vindo a valorizar-se muito.
Com todas as medidas de emergência tomadas, o rublo não sofreu o colapso que os falcões dos EUA/NATO esperavam.
O roubo (não há outra maneira de chamar isto) ocidental das reservas do banco central russo (incluindo o ouro) que se encontravam no estrangeiro, foi algo inesperado e inédito para a Rússia. Lembro que, em períodos de grande tensão internacional, no passado, continuou a haver uma certa «imunidade diplomática» dos bancos centrais, mesmo entre países beligerantes. Esta ação criminosa poderá representar uma perda importante (30-40%) das reservas russas no estrangeiro.
Mas, tem um efeito de longo prazo grave, pois afeta a confiança que países terceiros - países neutrais ou pró-russos, incluindo a Índia, a China, etc - poderão ter (ou deixar de ter) nas instituições bancárias do Ocidente. Os países não ocidentais registaram esta medida. Aliás, ela segue-se a «tomadas de posse» de ativos do Irão, da Venezuela, e recentemente, do Afeganistão.
A confiança nas instituições ocidentais está definitivamente abalada. Nenhum país está ao abrigo duma tomada de ativos pelos ocidentais, se esses ativos não estiverem, estritamente, depositados nos bancos centrais respetivos. Note-se, esses ativos não são pertença de governos ou órgãos políticos: As reservas dos bancos centrais pertencem aos povos, às nações. Isto vai acelerar a desdolarização.
VERTENTE ECONÓMICA
No plano económico, o fluxo do gás russo mantém-se porque existe uma vontade política clara dos russos, de não dar pretexto a que considerem que há uma falta contratual, da parte deles. Isto vai ao ponto de - apesar do boicote e dificuldade de movimentação financeira - os russos, através de um banco americano, terem pago no passado dia 18 de Março, os juros de obrigações de Estado russas, perante a surpresa dos observadores financeiros no Ocidente. Todos pensavam que a Rússia iria fazer «default».
Gás e Combustíveis
No entanto, os contratos de fornecimento de gás e de petróleo irão caducar, alguns deles já no final de 2022. Não serão, com certeza, renovados. A quebra não é pequena, entre a Europa ocidental e a Rússia.
Para a Europa (UE), não haverá realmente um fornecimento alternativo de gás natural. A hipótese de navios-tanques de gás liquefeito dos EUA virem abastecer a Europa pode ser excluída. É inviável, no curto prazo. Isto, porque o número de navios com estas características é muito pequeno e estão fretados para outros clientes, noutras partes do Globo. No total, o número de navios-tanque disponíveis para fornecer no imediato o mercado europeu é claramente insuficiente para as necessidades.
Será que a Europa vai continuar a apostar num «unicórnio»? Será que julgam que as energias «renováveis» são a grande salvação? Atualmente, abastecem, uns poucos por cento das necessidades energéticas totais da Europa. Irão as energias solar e eólica sustituir (num ano? por magia?) a energia do gás natural? Dizem que as reservas atuais de gás natural não se extendem para além de Junho deste ano. Para lá disso, é a incerteza total. Poderão reabrir centrais nucleares ou centrais a carvão. Mesmo isso, não será instantâneo. Reabrir centrais a carvão, bastante poluidoras, será um recuo das políticas ditas de «descarbonização», levadas a cabo por todos os governos europeus. Reabrir as centrais nucleares será sempre um risco, pois muitas delas estavam próximas do termo do seu «tempo de vida»... Poderá custar o governo ao chanceler Scholz na Alemanha e fazer cair governos doutros países.
Matérias-primas industriais
Quanto a matérias-primas industriais diversas, nomeadamente os metais industriais em que a Rússia é líder, ou detém grande fatia das exportações globais, pode-se esperar um efeito ainda mais grave. Enquanto a substituição de uma fonte energética por outra, é possível, como fonte de produção de energia elétrica, já o mesmo não se passa ao nível dos metais. O Titânio, por exemplo, não pode ser substituído, nem o Níquel, nem as chamadas «terras raras». As produções industriais vão ficar muito mais caras: Os ocidentais terão de obter em sítios «exóticos» esses mesmos metais, cujo preço já disparou e ainda vai subir muito mais.
Reorientação das exportações russas
Note-se que a China não irá ficar carente, nem de combustível russo, nem de metais, ou de outras matérias-primas. Ela terá capacidade de absorver grande parte das exportações, que agora são embargadas pelo Ocidente. A China poderá fornecer uma parte dos produtos industriais que a Rússia comprava aos países ocidentais, substituindo-se assim como um parceiro fiável e com estreitos laços de amizade.
Cereais de exportação
O mesmo se passa em relação aos produtos agrícolas. Os russos, com os bielorussos asseguravam - antes da invasão da Ucrânia - cerca de um terço do trigo colocado no mercado mundial. A Ucrânia, que era outro país com excedente em cereais, terá de os importar, neste ano. Mas a Rússia continuará a fornecer os países não-ocidentais em trigo e outros cereais. Os europeus ocidentais, pelo contrário, não apenas não poderão comprar cereais, como não terão adubos em quantidade suficiente, pois muitos vêm da Rússia.
Situação da Europa
No Ocidente, em particular na Europa, a inflação disparou quando os bancos centrais começaram a emitir divisas (dollar, euro, pound...) sem parar, com o pretexto do COVID, mas realmente devido à incapacidade dos vários países conseguirem controlar suas dívidas soberanas (a dívida soberana da França, por exemplo, é já maior que a da Grécia). As tensões no abastecimento e as ruturas nas cadeias logísticas que se registam neste ano e no ano passado, antecederam a guerra russo-ucraniana. Agora, com o aumento do preço dos combustíveis, a escassez de matérias-primas, a dificuldade em obter materiais estratégicos, somam-se à deficiência industrial, herdada dos últimos 30 anos de deslocalizações (um «benefício» do neo-liberalismo globalista). A Europa ocidental vai pagar o preço económico mais pesado, devido ao estado de guerra total. Além de estar junto do palco da guerra localizada, com o seu cortejo de mortes, destruição e refugiados, vai ficar cortada de fontes de abastecimento em energia e matérias-primas. É possível que não consiga obter quantidade suficiente para suprir as necessidades básicas quer da população, quer da sua indústria.
Situação previsível para os não diretamente implicados
1) Os EUA incitaram a que a NATO tomasse uma posição intransigente, para provocar a decisão russa. Lembro que Putin vinha avisando que havia «linhas vermelhas» a não ultrapassar, e isto, desde a célebre conferência sobre Segurança de Munique de 2007. Repetiu o aviso muitas vezes, desde então. Mas não foi tomado a sério. Nesta guerra, quem tem os custos principais - do lado ocidental - são justamente os Estados europeus da NATO. Os EUA têm a vantagem estratégica de criarem uma rutura profunda entre a Rússia e o ocidente europeu, o que significa, para eles EUA, manter e reforçar a situação de dependência dos seus parceiros (vassalos) da NATO.
2) Os europeus não ganham nada com a situação, pois terão que sofrer o «ricochete» das sanções, que irá dizimar, ainda mais, a sua capacidade industrial. A Europa não está preparada para ser auto-suficiente; ela abriu-se demasiado à globalização capitalista, às importações provenientes da China e doutros países asiáticos, desde os produtos de «baixa gama» (confeções, por exemplo), aos produtos sofisticados (por exemplo, computadores, smartphones).
3) Os chineses, como já tinha apontado noutros artigos, são os grandes beneficiários da situação. Primeiro, porque se tornaram vitais para a economia da Rússia. Também, consolidam sua aliança estratégica com a Rússia. Conseguem garantir os fornecimentos através de contratos de importação de energia, de matérias-primas e de produtos agrícolas. Vão reforçar as suas exportações industriais para a Rússia. O mercado russo-chinês, vai ser «oleado» por um mecanismo comum de pagamento, já existente, a nota de crédito em Yuan. Esta obrigação comercial de curto prazo, é remível em ouro, na bolsa de metais de Xangai. O sistema em vigor servirá como modelo para as relações comerciais destes dois gigantes com outros países, na Ásia Central, em África e na América Latina.
Nota: Aqui, neste texto, não referi diretamente o aspeto militar-estratégico, nem outros. Sei que estão imbricados aos aspetos comerciais, económicos e financeiros. Mas, quis manter este artigo facilmente legível. Fica para outra ocasião, a análise militar e geoestratégica.
PS1: Decreto de Putin estabelecendo que os Estados hostis deverão a partir de agora usar rublos para pagar o petróleo e o gás que compram à Rússia. Isto é uma mudança qualitativa. Veja AQUI.
PS2: Alex Christoforu explica o alcance do decreto de Putin, obrigando países «não amigos» terão de usar rublos, para comprar as exportações russas (gás, petróleo, metais, cereais, etc)
sexta-feira, 23 de agosto de 2019
PAUL CRAIG ROBERTS ANALISA SITUAÇÃO DA ECONOMIA DOS EUA
A conclusão lógica da sua demonstração rigorosa: é impossível imaginar outro resultado para a economia e o poderio dos EUA, que não seja o acelerar da sua queda. No final, os EUA cairão num estado semelhante ao dos países do chamado «Terceiro Mundo», nos anos 60 do século passado.
Eu diria também que ao procurar desestabilizar e semear o caos por todo o lado, também está a contribuir para um cada vez maior isolamento: os EUA são o maior «Estado-pária» («Rogue state»), do qual todos os outros, amigos e inimigos, têm de se precaver.
sexta-feira, 24 de maio de 2019
A GUERRA COMERCIAL, O PONTO DE VISTA CHINÊS (E MEU COMENTÁRIO)
Foi com grande interesse que li o artigo do South China Morning Post, Donald Trump’s trade war and Huawei ban push China to rethink economic ties with US
https://www.scmp.com/economy/china-economy/article/3011319/donald-trumps-trade-war-and-huawei-ban-push-china-rethink
[foto de maçã cortada, simulando o logo da Huawei]
sexta-feira, 26 de abril de 2019
BRI: UMA GEOESTRATÉGIA QUE UNE OU JOGADAS MAQUIAVÉLICAS?
terça-feira, 12 de fevereiro de 2019
O CAMINHO PARA A PAZ PELO COMÉRCIO
Já no caso da Venezuela, o bloqueio e guerra económica por parte dos EUA, já duram há cerca de um decénio, mas a severidade foi aumentando neste último ano, ao ponto de um relator especial das Nações Unidas, considerar que as políticas de sanções dos EUA podiam configurar um crime contra a humanidade, nos termos da definição da ONU.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2018
O MUNDO SEGUNDO XI JINPIN (DOCUMENTÁRIO TV)
sábado, 29 de setembro de 2018
EUROPA UNE-SE À RÚSSIA E À CHINA PARA CONTRARIAR AS SANÇÕES DOS EUA CONTRA O IRÃO
O rial já perdeu dois terços do seu valor desde Maio, quando as primeiras sanções dos EUA foram accionadas.
Várias grandes empresas ocidentais [Total, Peugeot, Allianz, Renault, Siemens, Daimler, Volvo...], apesar de terem negócios chorudos no Irão, foram obrigadas - pela pressão das sanções americanas - a retirar-se. Ficariam proibidas de actuar no mercado dos EUA se continuassem neste país.