sábado, 31 de maio de 2025
Rainha Elisabeth II SOBRE OS FUNDADORES DO ESTADO DE ISRAEL
sexta-feira, 30 de maio de 2025
quinta-feira, 29 de maio de 2025
quarta-feira, 28 de maio de 2025
A FÍSICA DAS BOLHAS ESPECULATIVAS
Desde já quero afirmar que há zero hipóteses da bolha do crédito não rebentar. A hipótese de ser desinflada suavemente, sem haver grandes cataclismos nos mercados e na economia mundial, é apenas um sonho que poderá servir para tranquilizar pessoas especuladoras e gananciosas, daquelas que costumam embarcar na narrativa mais fantasista, mas que satisfaz o seu insaciável apetite por mais e mais lucro.
Então, qual é a física (e não a metafísica!) das bolhas especulativas?
- As bolhas não têm um substrato real, ou seja, são expansões de preços, de capitalizações bolsistas ou valorações nos mercados, que não têm por base um verdadeiro acréscimo de valor da coisa especulada. Quer sejam ações, títulos do tesouro, túlipas, quadros de artistas «na moda», objetos de coleção, ou outro veículo qualquer, quais são os fatores psicológicos* subjacentes?
1º - A perceção de que um ativo está continua e persistentemente subindo de preço. Temos os exemplos das ações cotadas no NASDAQ, das cotações do Bitcoin e outras criptomoedas, etc.
2º - A perceção de que, devido à enorme procura de um certo item, este se torna mais e mais raro no mercado, quer isto seja verdade, quer não. Temos os exemplos do ouro e dos metais preciosos. No longo prazo, realmente, vai havendo menor quantidade de metal precioso, extraído das minas, ou por descobrir. Mas nos semi-condutores ou «chips» é diferente. Neste caso, há estrangulamentos causados por sanções e guerra comercial, mas ao nível da produção dos mesmos não há diminuição, apenas roturas nas cadeias de abastecimento.
3º - A perceção de que um pequeno investimento pode fazer a fortuna de qualquer um. Esta ilusão é muito difundida no público que se deixa seduzir pelas criptomoedas. Em geral, a procura de ações já claramente sobrecotadas, o «panic buying», é motivada pelo receio de que «todos vão beneficiar e ficar mais ricos. Se eu perder a oportunidade, irei ficar para trás».
4º - A perceção de que «desta vez será diferente». Claro que os episódios especulativos são únicos num certo aspecto, as circunstâncias particulares nunca se repetem.
Porém, as diferentes fases do ciclo estão sempre presentes:
1- A "descoberta". 2- a "subida exponencial". 3 - as "oscilações no topo". 4 - a "descida brusca e inesperada" atribuída ao acontecimento X,Y ou Z. 5 - o "ressaltar do ativo" dando oportunidade a novos investidores entrarem. 6- A descida fatal, acentuada e prolongada . Todos querem vender, mas só poderão fazê-lo com grandes perdas. 7- O «ressalto do gato morto», uma transitória inversão da trajetória descendente que faz com que alguns acreditem que ainda poderá haver uma "subida espectacular". 8 - O cancelar do sonho; quando o "mirífico veículo para enriquecer toda a gente" se torna odiado e desprezado por todos.
No caso da expansão mundial do crédito (= da dívida) estamos na fase em que muitos investidores já estão com receio, já muitos desconfiam das manobras dos bancos centrais, mas em que poucos têm a lucidez de analizar o fenómeno no seu conjunto e compreender a natureza desta enorme bolha. Com efeito, a bolha do crédito impulsiona todas as outras (a bolha do imobiliário, a bolha das bolsas de valores, etc.) e perpetua-se devido a um erro de avaliação dos indivíduos e mesmo das nações.
Um indivíduo fica iludido (num contexto de inflação) quando pensa: «tenho hoje mais notas de banco, do que na semana passada, portanto sou mais rico».
Uma nação também é vítima da expansão sem limites do crédito, através de falsificação do cálculo do PIB. Este, em todos os países, é manipulado: Minorizam sempre o grau de inflação para que o PIB, mecanicamente, apareça como positivo, quando na realidade, está em contração.
Porém, há quem jogue o seu jogo de enganar as massas, para daí tirar maior proveito próprio. Os bancos centrais e os governos estão mais avançados e mantêm o público na maior ignorância possível. Estão a forjar novos e implacáveis meios de nos escravizar, mais ainda do que já estamos: Os famosos CBDC estão aí, tecnicamente prontos para funcionar, apenas esperando que a oligarquia mundial escolha o momento mais favorável para os Bancos Centrais, coordenadamente, lançarem as ditas divisas digitais. Ficam no vago, quanto aos detalhes técnicos, pois estes poderiam assustar (e com razão, aliás) o povo. Teremos a «surpresa» de ficarmos completamente dependentes, transparentes, e sujeitos aos governantes... A definição mesma da escravidão. Mas, sempre com a «garantia» dos governos, de que é para o bem dos cidadãos e, sobretudo que «será fácil» e que não terá grandes diferenças (dizem eles!) em relação ao dinheiro digital que já existe hoje.
A guerra também preenche o seu papel.
Para submeter a cidadania a um novo regime de controlo absoluto das nossas finanças pessoais, através dos CBDCs, não há nada melhor que uma «situação excecional» para servir de alibi.
Qual o pretexto de que os governos se servem para suprimir as liberdades mais elementares e os direitos «inalienáveis» dos cidadãos? Quando há um estado de guerra, todas as liberdades e garantias são suspensas, por simples decreto governamental. O cidadão desaparece, o que conta é o sacrifício coletivo pela pátria... Os intervalos entre guerras são geralmente superiores a 50 anos, pelo que as pessoas da geração que viveu isso, ou já morreram, ou têm a memória demasiado debilitada pela velhice; as jovens gerações não sabem nada dos sofrimentos dos seus avós e o que lhes «ensinam» na escola, são narrativas moralistas e que passam sob silêncio o papel dos grandes industriais e financeiros.
Como dizia Napoleão, «o dinheiro é o nervo da guerra». Os mais belicosos dirigentes, nos países da UE, pretendem reforçar os arsenais com empréstimos forçados, sem mandato dos respectivos povos, uma autêntica extorção dos cidadãos pelos Estados. Centenas de triliões de dólares serão gastos em armamentos. Estes triliões acabam sempre por ser cobrados, pelos impostos, às presentes e futuras gerações. Mas, nunca vão buscar esse dinheiro à fortunas das oligarquias, causadoras destas catástrofes. Porém, sabemos que elas as provocaram, as amplificaram e delas beneficiaram. É normal: São elas que traçaram o cenário; não se pode esperar que o façam de modo a que seja a sua própria classe a perder!
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*Nota: trata-se de aspectos psicológicos nos indivíduos e nas massas e suas repercussões no preço de mercado de um ativo.
UMA VISÃO REFRESCANTE SOBRE A EVOLUÇÃO DO MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO COMUNISTA
Richard Wolff, prof. universitário nos EUA, tem sido um divulgador do marxismo e das ideias associadas ao socialismo e ao comunismo. Porém, a sua inteligência permite-lhe ver para além das fronteiras ideológicas. A sua análise dos fenómenos económicos, sociais, culturais e políticos nunca é inteiramente conforme com o canon ortodoxo do marxismo-leninismo. Tem um vasto conhecimento da História, não apenas da disciplina de Economia, que lecciona.
Pode-se estar ou não de acordo com as suas posições fundamentais, porém, ele é totalmente sincero e as suas intervenções no Youtube, quer a solo, quer em diálogo, são uma ocasião única de ver a paisagem dum modo diferente da narrativa dominante.
A transição para um «Estado socialista» na URSS e depois nos sucessivos países que foram (e alguns continuam a ser) designados como «socialistas», não é real.
A própria visão de Lenine, segundo Richard Wolff, era de que a URSS tinha de construir as bases para o socialismo, através de um regime de «capitalismo de Estado».
Este, acabou por se transformar num capitalismo de Estado burocrático, onde não havia possibilidade de evoluir para algo que se pudesse chamar de socialismo. Parto do princípio que o socialismo designa um regime onde os trabalhadores têm o controlo do poder de Estado e que - ao nível das empresas - são eles diretamente, ou por delegação, que decidem sobre todos os aspetos da gestão: Neste socialismo (como eu o concebo), não havendo propriedade individual dos meios de produção, também não haveria uma casta (a nomenklatura) que substituísse o patronado, a qual decidiria sobre tudo.
Deparando-se com um sistema cada vez mais disfuncional, com maior atraso tecnológico em todos os setores produtivos, este causava uma paralisia da própria sociedade. Em vez de vir de baixo, das classes laboriosas, o rumo era traçado autoritariamente pela cúpula do partido comunista (o politburo), sendo depois transmitido por uma cadeia hierárquica de comando, até aos produtores. Estes, tinham de se conformar com as diretivas, por vezes absurdas, que vinham do alto.
Foi na época de Gorbatchov que estas insanáveis contradições se tornaram demasiado óbvias: Os próprios aparatchiki, a começar por Gorbachov, já não acreditavam no próprio modelo que apregoavam; sabiam, por informações de primeira mão, como o sistema estava pobre e não era «reformável». Tentaram ainda assim uma reforma, porém esta tentativa foi desencadear forças centrífugas demasiado grandes, que derrubaram o «império soviético».
Foi uma implosão, de que tomou nota a casta dirigente do regime chinês. Este era herdeiro do maoismo, o qual se filiava na vertente mais chauvinista do comunismo, o estalinismo.
O mecanismo de substituição de um regime de tipo soviético pelo sistema misto de capitalismo de Estado, com uma componente importante de capitalismo privado, não se fez sem sobressaltos. Foi a experiência dolorosa da rebelião da Praça de Tien An Men, que não teve possibilidade de injetar uma dose de democracia nas estruturas «comunistas» burocratizadas. As hierarquias do partido e do exército retomaram o controlo com toda a brutalidade.
Depois, houve uma fase em que o regime se ofereceu (literalmente) para servir os capitalistas internacionais que quisessem investir e explorar a classe trabalhadora chinesa. Não só esta classe estava destituída de qualquer poder sobre as suas vidas, como nem sequer podia fazer valer os seus direitos.
Foi assim que se deu a acumulação de riqueza no Estado totalitário chinês, com benefícios miríficos para a classe capitalista internacional. Esta, pôde assim baixar acentuadamente os custos de produção, graças aos salários chineses, dez vezes mais baixos que os equivalentes no «Ocidente».
Agora, o Estado muito repressor, que distribui aos capitalistas locais os «nacos» mais saborosos da exploração do seu próprio povo, não decidiu ainda encerrar muitas das empresas estrangeiras que se instalaram na China, desde há 30 anos. Mas, progressivamente, o capitalismo na China vai ser protagonizado por empresas chinesas, quer sejam estatais, ou de capitalistas locais. Provavelmente, continuará a haver algum capital estrangeiro investido em parcerias com o Estado, visto que estes acordos são tipicamente de longa duração.
Pessoalmente, não me impressiona muito que a China se tenha erguido durante estes 35 anos ao nível de nº 2 ou mesmo nº1 em certas áreas ao nível mundial. Vendo as coisas com olhos objetivos, desde os anos 50 até 80 sob o comando de Mao e de sua clique, a China estagnou: Podemos compreender que o pior mal foi feito pela casta dirigente, não obstante o nível muito baixo de que partiu a estrutura produtiva e o facto incontestável da guerra híbrida que o imperialismo dos EUA levou a cabo nestes anos.
O paradoxo, neste caso, é que a própria direção do Estado e do partido oferecem à classe capitalista internacional (e agora também aos capitalistas nacionais da China) uma enorme oportunidade, com um enorme «bonus», que permitiu que este mesmo capitalismo fizesse a transição de economias industriais, para economias de serviços (financeirização da economia).
A exploração da classe laboriosa chinesa veio beneficiar principalmente a casta dirigente do partido e os capitalistas nacionais e internacionais. O bemestar relativo da classe trabalhadora chinesa é inegável, mas temos de ter em conta que se, nos últimos 30 anos, o nível de remuneração melhorou duas ou três vezes (200 ou 300 %), a produtividade global no setor industrial aumentou cerca de 20 vezes (2000 %)! Era impossível manter a classe trabalhadora na miséria, pois esta iria virar-se contra o poder e talvez encetar uma revolução proletária a sério. O custo de manter a classe trabalhadora chinesa sossegada, trabalhando com afinco para melhorar a sua condição individual e da sua família, tem sido incrivelmente baixo, dado o diferencial entre o que recebe o povo em salário médio e os lucros obtidos pelos capitalistas.
Conversa sobre anti-imperialismo e jornalismo com Vanessa Beeley e Fiorella Isabel
Veja aqui a transcrição da conversa:
https://beeley.substack.com/p/multipolar-fantasy-russia-and-china
terça-feira, 27 de maio de 2025
REINO UNIDO: STARMER ESTARIA DE PARTIDA
segunda-feira, 26 de maio de 2025
NO CREPÚSCULO SANGRENTO + POEMA DE FERNANDO PESSOA
NO CREPÚSCULO SANGRENTO
ALICE SARA OTT - sensibilidade e espiritualidade [Segundas-f. Musicais, nº35]
Só soube agora e fiquei deveras chocado com a notícia sobre a saúde da pianista Alice Sara Ott. Creio que será difícil, no longo prazo, ela continuar com uma intensa atividade de concertista. A esclerose múltipla é uma doença debilitante, que pode deixar as pessoas exaustas, mesmo quando seguem o tratamento adequado.
Prelude No. 17 in A Flat Major. Allegretto
Prélude No. 6 in B minor 'Lento assai'
domingo, 25 de maio de 2025
OS MITOS DO PASSADO E DO PRESENTE
Os mitos atravessam as épocas, rejuvenescidos pelas narrativas que os sustentam. São uma forma de criação coletiva, que podem ser registados por este ou aquele autor, o qual vai inspirar-se e justificar-se com a respetiva narrativa original.
Se são produtos de uma cultura, de uma sociedade, como é possível que eles transcendam as épocas e geografias para se elevarem a mitos globais da humanidade?
- Esta questão pode receber respostas divergentes, mas que não se excluem mutuamente:
A UNIVERSALIDADE resulta de constantes culturais profundas, ou seja, expressões dos arquétipos profundos da psique humana, existentes nas mais diversas culturas e épocas.
A expansão dos mitos deriva da ASSIMILAÇÃO DE MODELO CULTURAL, que é trazido para novos territórios e respectivos povos, por conquista seguida de assimilação cultural ou por absorção da cultura tecnológica mais avançada pela menos avançada.
No presente, tal como em relação a outros aspetos das civilizações (como sejam as religiões), os mitos constituintes das diversas etnias podem estar esquecidos do grande público nalgumas regiões, porém nas zonas que não estão tomadas pela cultura "ocidentalizada", as narrativas mitológicas mantêm- se vivas.
Quanto às outras sociedades, as industralizadas, que são hoje a grande maioria, estas experimentam uma profusão de mitos análogos ou sucedâneos dos tradicionais: Os ídolos do desporto e da cultura "pop", nestes países, desempenham o mesmo papel de identificadores tribais e de coesão de grupo que as narrativas míticas de origens nas sociedades agrárias, ou nas de caçadores-recoletores.
Porquê estudar os mitos, em especial os mitos que são forjados e cuja narrativa é reforçada na media? Porque é com narrativas, em especial as que são emitidas pelos poderes, que é justificado para as «massas», o que estes mesmos poderes ordenam.
Ora nas narrativas correntes surgem, explicitamente ou não, as dicotomias «civilizado/bárbaro», «progressivo/ primitivo», e outras.
Estas expressões estão omnipresentes desde os textos de há dois ou três séculos, que pretendiam legitimar a «acção civilizadora» do Ocidente, ou seja, dos poderes coloniais. Uma grande parte da antropologia, no século XIX, assimilou estas «evidências», naturalizando e dando assim um estatuto «nobre», «civilizacional» aos empreendimentos brutais de pilhagem e destruição de culturas não-europeias, incluindo os vestígios de diversas civilizações milenares. Para «legitimar» esta colonização, era preciso que o «não-europeu», de uma «raça» diferente da «caucasiana», fosse tipificado como «inferior», «não civilizado», devendo ser tomado a cargo «pelo homem branco, do mesmo modo como um adulto se responsabiliza por uma criança»...
Logo se vê que o mito da superioridade do «homem branco» foi parte integrante da mentalidade colonial e legitimador, «em nome do progresso», das hecatombes, os crimes contra a humanidade, os genocídios e os etnocídios.
Que esta mentalidade colonial ainda esteja profundamente enraízada no substrato ideológico, é dolorosamente patente hoje. Veja-se a indiferença (quando não a aprovação entusiasta) por parte de uma parte do público dito «civilizado», perante o martirizado povo da Palestina, sujeito a genocídio, empurrado para fora do seu território.
A sua natural resistência, por contraste, é vista como «terrorismo», mas não são assim classificados os atos terroristas, em grande número e constantes, cometidos, por ordem do governo, pelas forças armadas de Israel.
Note-se que esta situação está imbrincada com o maior falhanço histórico da ONU, que avançou com uma «solução» ao problema de dar uma pátria aos judeus, à custa de desapossar o povo palestiniano de suas terras e aceitando que estes estivessem sujeitos a uma situação colonial, quer nas zonas designadas como territórios palestinianos (Faixa de Gaza, Território da Cis-Jordânia e Jerusalém- Leste), quer nas zonas territoriais israelitas.
Aqui, não é meu objetivo analisar a complexa situação do conflito Israelo-Palestiniano, mas pretendo ilustrar até que ponto as questões de «raça», de nacionalidade, do estatuto legal, da legalidade internacional, se interconectam entre si e com o não dito, mantido na penumbra. Nos países «ocidentais», a herança da mentalidade colonial não se extinguiu. Permanece o mito da superioridade civilizacional dos brancos, quando não mesmo da «superioridade» da chamada raça branca ou caucasóide.
É na monstruosidade disto, que radica o absurdo de se permitir (contra todo o direito e legalidade internacional), que um povo colonize outro, que o subjugue, o expolie das suas terras, das suas casas, da sua vida... E quem dá a cobertura? - Os tais «civilizados» Estados, que apoiam com armamentos e ao nível diplomático a campanha sionista de extremínio do povo mártir palestiniano.
Na nossa época, uma série de mitos foram construídos: a ONU, a legalidade internacional, os Estados modernos defensores dos direitos humanos, o direito dos povos à auto-determinação... Tudo isto desaparece, agora, nas situações em que os grandes poderes favorecem uma posição ou outra. Não agem segundo os princípios do Direito ou Legalidade Internacional, mas recobrem suas ações e omissões com narrativas ocas, em contradição direta com os seus atos.
sábado, 24 de maio de 2025
CONCERTO PARA PIANO DE EDVARD GRIEG - ALICE SARA OTT e Orquestra Sinfónica da Rádio da Baviera
- ALICE SARA OTT e Orquestra Sinfónica da Rádio da Baviera
Edvard Grieg (1843-1907) foi um compositor prolífico, com um reportório de mais de 150 obras, além de ter sido maestro e virtuoso do piano, tendo percorrido a Europa para promover a sua arte. Porém, somente a música de cena da peça teatral de Ibsen, «Peer Gynt», assim como o concerto para piano e orquestra aqui apresentado, são obras muito conhecidas do público.
No Verão de 1868, Grieg escreveu seu concerto para piano, cuja récita de estreia ocorreu em 3 de Abril de 1869 no Teatro Casino de Copenhaga. É uma das grandes obras do reportório romântico. Neste, soam temas de música popular norueguesa. Tem uma refrescante variedade temática protagonizada pelo instrumento solista. Ele trabalhou longamente no concerto, até a um ano antes de sua morte.
Não apenas a maior parte das obras, como também a biografia deste compositor norueguês estão pouco divulgadas. Sofre da «maldição» de certos compositores, que têm uma obra muito popular sendo as restantes relegadas para um apagamento injusto, dada a sua qualidade musical.
sexta-feira, 23 de maio de 2025
ESCOLHAS POÉTICAS: O Mundo [OBRAS DE MANUEL BANET]
O mundo está fora de mim, no sentido trivial
Mas também se pode dizer que ele penetra
Em todos os poros da minha pele,
Pelo ar que respiro, pela comida que ingiro
Pela água e pelo vinho,
Pelas letras, os sons e os cheiros
Ele penetra por todos os canais
Dos sentidos.
Eu não recuso este fluxo constante
De sensações.
Porém, ficar cativo,
É outra coisa; estar cativo das coisas materiais
Ou até das ideias, das que se originam
Nas agitações fúteis, sempre procurando
O novo; como se, perante a novidade,
Devêssemos baixar a cabeça, curvar a espinha!
Se quiseres argumentar que eu «estou fora do mundo»
Tens razão, num certo sentido:
No sentido antigo e caído em desuso
da palavra «mundo»...
Como «mundano» ou «mundanidade»...
Se não sou deste mundo, estou contente
Estou mais aconchegado no mundo
Da infância, das recordações
Dos momentos felizes, da pesquisa
Científica e intelectual,
Do prazer de conversar com iguais...
Sim, não é com naturalidade, nem com desembaraço
Que «falo» através de telefones móveis, ou de teclados
Digitando palavras, como agora...
Sou realmente antiquado e não tenho complexos!
Sou capaz de compreender os mais jovens,
Mas duvido que a recíproca seja verdadeira.
Estou fora do mundo e ele está fora de mim.
Sim, do mundo fútil, coisificado e destruidor
Do que há de mais humano na humanidade,
Estou fora!
Por muito que vos custe, pensai de outro modo;
Já será um princípio de emancipação.
Não pretendo que pensem como eu;
Mas pensem!
Com alma, espírito e todo o ser,
Libertos da prisão doirada da tecnologia
Que ambiciona encerrar nossas mentes.
quinta-feira, 22 de maio de 2025
O MAIOR CRIME CONTRA A HUMANIDADE
É bastante preocupante o processo psicológico que leva grande número (não sei as percentagens) de cidadãos de Israel a desprezar a vida humana, quando se trata de palestinianos, fazendo afirmações públicas (na televisão, em sites do YouTube, em jornais, etc) de uma enorme brutalidade e indiferença, face ao sofrimento de um povo, especialmente exibindo total indiferença ao sofrimento e morte de milhares de crianças, em Gaza e noutros pontos da Palestina. Quando vimos estas manifestações de racismo descarado, ficámos incrédulos no primeiro instante, para depois nos convencermos, dadas as abundantes provas - fornecidas pelos próprios - de ódio visceral em relação aos palestinianos e, em especial, à resistência palestiniana e ao Hamas.
quarta-feira, 21 de maio de 2025
PARADOXOS DA GUERRA ECONÓMICA CONTEMPORÂNEA
Foto: Vista de Xangai
Na realidade, são um feixe de contradições que vêm pôr de rastos construções ideológicas, que passaram por ciência económica «bona fide», no passado recente e continuam presentes, quer no discurso político oficial, quer na media mainstream, ou ainda na academia.
A contradição maior é a China, país governado por uma direção comunista, experimentar um desenvolvimento capitalista vigoroso. Hoje, é inegável a rapidez com que passou a estar no primeiro lugar em domínios de ponta, onde a excelência e a inovação vão de par com uma estrutura industrial em permanente renovação.
Nestes domínios da «high-tech», os EUA e países ocidentais em geral, já não estão em primeira linha numa série de indústrias, tanto em termos de qualidade, como na cobertura ao nível mundial.
Um exemplo importante é a rede 5G da telefonia móvel. Esta é dominada pela Huawei, empresa privada chinesa, que - apesar de todo o boicote levado a cabo há anos pelos EUA- está numa posição mundial dianteira.
Lembram-se do lamentável episódio da vice-presidente da Huawei ter sido presa no aeroporto de Vancouver, quando em trânsito para a China, vinda dum congresso na América Latina? E do tempo que levou libertarem-na, embora inocente de qualquer crime e retida contra todas as normas do direito internacional?
A China de hoje não sofre de atraso em termos tecnológicos, em relação ao Ocidente, antes pelo contrário. Ela tem sido capaz de ultrapassar as dificuldades colocadas pelos ocidentais à sua importação de componentes estratégicas, sujeitas a sanções pelo Ocidente. A indústria dos «chips» tem avançado depressa na China, embora esta não consiga ainda igualar certos tipos de chips de gama mais alta, fabricados em Taiwan. Pode-se dizer -porém - que não está em situação crítica, neste aspecto.
Um «teste» que comprova isso, ocorreu recentemente, com os aviões de combate da força aérea do Paquistão de fabrico chinês, que superaram em combate os da força aérea indiana, de fabrico francês (Rafale). Obviamente, os aviões de caça possuem múltiplos sistemas eletrónicos, dos radares de deteção, aos sistemas de assistência à pilotagem e ao combate. Estes sistemas utilizam os «chips» mais sofisticados. Penso que a qualidade dos sistemas electrónicos incorporados se reflectiu nas capacidades de combate desses aviões.
A China tem uma economia integrada, mas não demasiado verticalizada, assim conciliando a capacidade em concentrar recursos humanos, financeiros e materiais, em áreas consideradas prioritárias, ao mesmo tempo que - ao nível local, de município ou de província - tem dado livre curso a experiências audaciosas, colocando a iniciativa privada em concorrência. Esta é estimulada, sendo a excelência recompensada. Veja-se o que diz a economista Prof.ª Keyu Jin sobre os pólos de excelência das «Silicon Valleys» chinesas.
Neste país não há pobreza nas grandes cidades; a população está corretamente vestida; não tem carências alimentares, nem deficiências na saúde.
Pode-se argumentar como se queira, mas a pobreza é o factor de exclusão maior: Automaticamente, exclui os pobres da participação ativa na vida social e cívica. Além disso, a pobreza tende a perpetuar-se de geração em geração.
É no Ocidente que a pobreza progride. Aí, verifica-se a subida dos índices mais preocupantes, como o da taxa de mortalidade de bébés e infantes, o desemprego em massa dos jovens, o alcoolismo, o consumo de drogas e os suicídios... e tudo isto, enquanto a sociedade do consumo desenfreado continua a segregar a miragem da opulência. Esta miragem faz as pessoas mais pobres do Sul global imigrarem para os países «afortunados», onde irão encontrar, em vez dum «paraíso», o inferno da exploração!
Porém, é na China que ocorre o mais dinâmico desenvolvimento capitalista, numa combinação de capitalismo de Estado e de capitalismo privado.
A República Popular da China declara-se socialista, mas não exclui nem marginaliza o capitalismo privado, enquanto modo de produção.
Se, de facto, este modelo de socialismo tem tanto sucesso, ele não deveria assustar as pessoas dos países da Europa e América. Deveriam ver quais as vantagens que pode trazer, embora não para lhe copiar mecanicamente as soluções. Estas, podem ser adequadas para a China, mas não para outras paragens. Muitos países do Sul Global estão já a beneficiar da cooperação com a China.
Paradoxalmente, enquanto continua a pregar a «liberdade de concorrência», a «livre iniciativa», etc, o Ocidente mantém uma guerra de retaguarda com o resto do mundo. Claramente, esta destina-se a conservar os privilégios da oligarquia, a qual não tem interesse em desenvolver seus países, no sentido autêntico de emancipação das pessoas, sua maior autonomia, suas melhores condições de vida e uma melhor educação e informação.
Ao fazer esta escolha - pela oligarquia - a casta política europeia está cada vez mais dissociada das necessidades reais da cidadania. Prova clara desta dissociação, é sua opção pelo confronto bélico com a Rússia, indo ao ponto de mostrar-se mais inflexível que os EUA. Esta escolha, acabará por levar a Europa para um plano subalterno, não só no tecido tecno-científico-industrial, mas também ao nível civilizacional.
Múltiplos casos históricos de países, mostram que a perda de dinamismo (em particular, no setor produtivo) está na origem da decadência e se não for revertida, desemboca em dependência neo-colonial.
terça-feira, 20 de maio de 2025
ESCOLHAS POÉTICAS: Fortuna [OBRAS DE MANUEL BANET]
FORTUNA
Poderia pôr a teus pés, Deusa gloriosa,
Cestas de fruta e flores odoríferas
Das mais exóticas espécies
Que seja possível alcançar.
E poderia declamar a teu ouvido
Versos em rimas obscuras, ofegantes
Sem outra lógica que a do sonhar
Mas tudo em vão seria, Fortuna
Tens ouvidos e cabeça de bronze
Teu gesto amplo ficou para sempre
Parado, na suspensa promessa...
Para lá da Tua casa, velejo em mar
Denso e fluido, no ocaso demente
Enfunando as velas em tributo
À sombra que traça o Sol.
Fortuna seja nome de barco
Destino humano sempre igual.
segunda-feira, 19 de maio de 2025
MAURICE RAVEL- «ALVORADA DO GRACIOSO» (Segundas-f. musicais nº34)
ALBORADA DEL GRACIOSO pelo Ballet Nacional de España
domingo, 18 de maio de 2025
CARROS ELÉTRICOS... NÃO SÃO RECICLÁVEIS!
CARROS ELÉTRICOS... NÃO SÃO RECICLÁVEIS!
sábado, 17 de maio de 2025
PERANTE OS TEMPOS DE ESTUPIDEZ [OBRAS DE MANUEL BANET]
Desesperadamente procuro o sentido; não procuro por pensar que o irei encontrar, mas por impulso irracional, no que existe de humano, no âmago do meu ser.
Não sei se isto é defeito ou virtude, sinceramente. Mas, de facto, talvez seja defeito, pois sofro e nada ganho, nem meu sofrimento a outros aproveita.
Gostava de ser como a árvore ou como o rio que se estende sem perguntar para onde corre, sem se importar com as pedras nas margens.
Mas não sou árvore, nem rio, nem pedra. Gostava de ser animal e sentir. E meu saber ser instinto, e minha vida ser instantes sucessivos.
Mas também não sou o animal, simples produto da Natureza, nela imerso e dela participante. Sou homem, por isso sofro, pois vejo a degradação da espécie e seu sofrimento sob a opressão sádica e violenta.
Mas como posso fazer face a esta monstruosidade? - Deus não tem plano nenhum para nossa espécie, nem para todas as outras. Esta é a conclusão a que chego, agora.
Confortável ou não, esta conclusão parece-me o princípio de racionalidade neste tempo de violência, de desprezo pelas leis dos homens e da Natureza, de triunfo da morte, a par da estupidez e da vaidade...
sexta-feira, 16 de maio de 2025
MARTIN ARMSTRONG: OS LÍDERES EUROPEUS PROCURAM DESENCADEAR A 3ª GUERRA MUNDIAL
Este vídeo circula por todo o lado. Eu até conversei sobre isto com a minha médica, que é da Sérvia. Ela abordou logo o assunto. Sobre isso, direi o seguinte: Uma das minhas fontes da Ucrânia, que estou convicto que Zelensky assassinou para o calar, era Gonzalo Lira. Ele disse-me há alguns anos, que Zelensky era consumidor de cocaína. Tenho também histórias semelhantes sobre Macron, mas nunca fui capaz de chegar a encontrar uma prova. Tendia a evitar estas histórias, pois qualquer que fosse a prova que desenterrasse, iriam chamar-te conspiracionista, ou propagandista de Putin, tal como fizeram a propósito do computador de Hunter Biden. Terá sido o Putin quem meteu a cocaína na Casa Branca, algo que eles nunca se incomodaram em investigar...
Aqui, Zelensky com as suas calças vestidas ao contrário. Tem de se estar com pedrada de cocaína para fazer isto. Eu, em toda a minha vida, jamais vesti as calças ao contrário. Não há maneira de não se notar isso, a não ser que se esteja «numa transe». Como é que o Starmer não lhe disse nada, também põe em questão o próprio Starmer.
Zelensky disse, na Terça-feira, que «se Putin não vier e inventar desculpas, é a prova final de que não quer pôr fim à guerra». A Europa deseja muito esta guerra e estes três líderes estão provavelmente a usar cocaína, o que explicaria o seu desprezo pela vida humana. Acho notável que este encontro de «paz» na Turquia tenha lugar a 15, precisamente no ponto de viragem do ECM (o modelo computorizado de Martin Armstrong) baseado sobre a guerra.
Olhando para os nossos modelos computacionais e o número incrível de mercados que têm Ciclos de Pânico em 2026, não vejo como a paz possa daí resultar. Putin não é estúpido. Qualquer cessar-fogo seria uma repetição de Minsk. A Europa está muito empenhada em preparar-se para a guerra.
Em 2005 Ursula von der Leyen foi nomeada Ministra Federal dos Assuntos da Família e Juventude do governo de Angela Merkel. Depois tornou-se Ministra do Trabalho e Assuntos Sociais, 2009–2013, depois Ministra da Defesa, 2013–2019. Ela foi escolhida depois como Presidente da Comissão Europeia, em 2019. Isto é política de influência ("crony politics"). As qualificações de Ursula são ZERO e ela move-se de um para outro posto, confirmando o que se diz, de que os jovens precisam dum diploma de ensino superior, a não ser que sejam políticos. Neste caso, já se está qualificada para fazer qualquer coisa, visto que a experiência não é necessária. Se precisas de uma cirurgia, basta pedires a um condutor de Uber, se ele for simpático e se estiver livre no fim-de-semana.
Agora, a Ursula está a roubar a Rússia e a violar todos os princípios fundamentais da Lei Internacional. Esta é a razão por que o Japão, a China e outras nações não-europeias, estão a desfazer-se da dívida europeia. Não existe qualquer princípio de legalidade na Europa. Cinco especialistas foram inquiridos sobre as discussões em curso e disseram ao Financial Times que o capital que a Comissão Europeia tinha confiscado, uma proporção grande das sanções, incluindo 200.000 milhões de € em ativos russos congelados, podiam ser colocados numa base legal diferente para tornear o veto de Budapeste, do mesmo modo como enviam tropas para a Ucrânia, chamando-as «conselheiros» ou «forças de paz», em vez de tropas de combate, ou de auxiliares militares.
A UE não tem intenção de contribuir para a paz na Europa. Eles usaram a Ucrânia como sua vanguarda e não querem saber das baixas ucranianas, desde que elas tenham levado consigo o equivalente em baixas russas. A UE está envolvida numa guerra de conquista. Acusam a Rússia de querer invadir a Europa, mas esta não tem nada. Não existem recursos naturais, nem qualquer vantagem material que valha a pena. No entanto, a Europa vê na Rússia sua oportunidade de oiro. Se conquistarem a Rússia, terão acesso a 75 triliões de dólares em recursos valiosos, o equivalente a duas vezes os EUA e serão eles, os europeus, os líderes do mundo. Deve ser a cocaína que alimenta esta miragem.
Continuamos com a previsão duma guerra em grande escala, cerca de 2027. Com os coca-adictos governando os destinos da Europa e com o seu empurrar doentio para a guerra, as coisas não se apresentam bem para a Europa. Continuamos a ver 2027 como o período crítico em que poderá rebentar a Terceira Guerra Mundial. O único meio de parar a Europa é de que todas as instituições CESSEM EFETIVAMENTE DE COMPRAR A SUA DÍVIDA. Só assim, talvez, eles acordem. Mas já se estão a preparar para tomar as poupanças dos seus cidadãos, os fundos de pensões e outros capitais privados, que eles chamam de capitais «não usados», para assim financiarem a sua invasão da Rússia.