terça-feira, 3 de setembro de 2024
O IMPÉRIO BRITÂNICO, COMO SE TORNOU IRRELEVANTE?
segunda-feira, 14 de setembro de 2020
BORIS JOHNSON PÕE EM RISCO ACORDO COM A UNIÃO EUROPEIA
A iniciativa partiu do próprio Boris Johnson. Trata-se de uma proposta de lei relativa ao mercado interno, que se destina a garantir que a Irlanda do Norte (parte integrante do Reino Unido) terá acesso ao mercado britânico, sem tarifas aduaneiras e sem controlos fronteiriços, a partir de Janeiro do próximo ano. Os deputados conservadores não parecem estar muito entusiastas com esta proposta de lei. Os nacionalistas escoceses consideram que a lei tem efeitos muito negativos também para a sua autonomia e estão decididamente contra. O aspecto mais controverso desta lei é que, a ser aprovada, ela iria entrar em colisão com o Tratado de Separação do Reino Unido com a União Europeia. Seria um caso inédito dum país, supostamente respeitador das leis internacionais*, quebrar a legalidade internacional, dando o dito por não dito. Isto, porque o tratado estabelece que a ilha da Irlanda estará livre de fronteira interna real, ou seja, com mercadorias a serem sujeitas a tarifas, etc. entre a República da Irlanda e o Ulster (Irlanda do Norte, membro do Reino Unido). Em contrapartida, haveria uma fronteira marítima entre a Irlanda (ilha) e o resto da Grã-Bretanha. Isto poderia levantar o problema da existência de uma fronteira «partindo» a integridade do território do Reino Unido, visto que as mercadorias provenientes de outros lugares do Reino Unido, para a Irlanda do Norte (e vice versa), seriam sujeitas a controlos alfandegários embora circulassem no interior do Reino Unido.
Boris Johnson justifica a lei como destinada a evitar uma barreira artificial entre duas partes do mesmo país. O suficiente para criar uma tempestade, tanto entre os apoiantes como os opositores do brexit, visto que a aprovação de uma tal lei iria sabotar a conclusão das negociações entre o Reino Unido e a União Europeia.
Se tudo corresse normalmente, haveria um acordo a entrar em vigor em Janeiro de 2021. A eventualidade de não existir acordo não impressiona os negociadores do lado da UE que pensam que um «divórcio» com o Reino Unido sem acordo, seria bem mais grave para a economia e política britânicas, do que para o Continente. Boris Johnson pensa o contrário: «a UE está a dar um tiro no pé e a Alemanha [grande exportadora para o Reino Unido] um tiro na cabeça»... De facto, um não-acordo trará muitos problemas à economia europeia. Por exemplo, anularia os acordos de pesca do Reino Unido com a UE, envolvendo vastas zonas económicas exclusivas das Ilhas Britânicas e da Irlanda.
Porém, a impressão que recolho das narrativas da imprensa, tanto britânica como europeia continental, é a seguinte:
- As negociações em torno das questões irlandesas, embora sejam muito relevantes para o Reino Unido e para a República da Irlanda, não são, de facto, a grande questão.
Aquilo que não se discute - em público - é o acesso ou não da City de Londres ao mercado financeiro continental e vice-versa. Sobretudo, na perspectiva de um controlo eficaz dos movimentos dos capitais europeus. Com a grande finança centrada em Frankfurt, a City de Londres teria de deixar de ser «porto de abrigo» (Safe Haven) para enormes somas, provenientes do continente europeu. É partindo da City - também - que se tem feito a posterior saída destes capitais para outros portos de abrigo, ou seja, para as Caraíbas etc.. Aí, ficam completamente fora do controlo do fisco europeu. Trata-se afinal, da utilização da City de Londres como plataforma para toda a espécie de negócios, viabilizando a fuga legal ao fisco dos países da UE. O volume de capitais europeus envolvidos corresponde a uma fatia muito apreciável do PIB europeu.
Assim, fazer capotar o acordo geral por causa da questão da fronteira Irlanda-do-Norte e (resto do) Reino Unido, é uma coisa positiva para quem - de um e outro lado do Canal da Mancha - deseja o corte do cordão umbilical financeiro entre a City de Londres e os capitais europeus continentais. Penso que este é o verdadeiro jogo, aquele que se joga por debaixo da mesa.
O futuro irá confirmar, ou não, a hipótese que vos apresento.
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* Supostamente, pois continuam a manter ilegalmente na sua posse o arquipélago de Chagas (no Oceano Índico), que pertence às Maurícias e que a Assembleia Geral da ONU reconheceu como devendo retornar às ditas Ilhas Maurícias e deu um prazo -já caducado - para o Reino Unido efectuar a devolução.
domingo, 9 de fevereiro de 2020
JACQUES CHEMINADE - A FACE ESCONDIDA DO BREXIT
quinta-feira, 5 de setembro de 2019
MONARQUIA ENVOLVIDA EM FARSA GROTESCA
terça-feira, 2 de abril de 2019
A UNIÃO EUROPEIA FALIDA E EM DESAGREGAÇÃO QUER IMPOR O «SEU BREXIT»
quinta-feira, 28 de março de 2019
A «EUROPA» ONDE ESTAMOS E PARA ONDE VAMOS
Tem de haver uma mudança, que não pode ser protagonizada por políticos - de «direita», de «centro» ou de «esquerda» - que se vendem, para terem um lugar doirado nas instituições eurocráticas (parlamento europeu, comissão de Bruxelas, etc...).
segunda-feira, 14 de janeiro de 2019
O INCRÍVEL MINISTRO DA DEFESA BRITÂNICO
Leiam o artigo de Finian Cunningham em SputnikNews.com:
O REAL INIMIGO DA GRÃ-BRETANHA
https://sputniknews.com/columnists/201812191070831341-britain-russia-enemy/
domingo, 9 de dezembro de 2018
BREXIT, COM OU SEM ACORDO, EIS A QUESTÃO
quinta-feira, 15 de novembro de 2018
A TRAGI-COMÉDIA DO BREXIT
Se não existe uma moeda comum sólida é porque a Alemanha se negou sempre a colectivizar as dívidas soberanas europeias, porém tem arrecadado - em anos sucessivos - superávits que apenas são possíveis em face dos défices dos seus parceiros de «união».
A questão da existência ou não de uma fronteira física separando a Irlanda do Norte da República da Irlanda, por muito importante que seja para as pessoas e para a economia local, pode considerar-se a questão-pretexto que interessa agitar junto das opiniões públicas, para melhor calar aquilo que estava realmente em jogo: a manutenção dos privilégios exorbitantes e descontrolo completo dos fluxos de capitais que passam pela City de Londres.
Enquanto não houver uma profunda tomada de consciência das pessoas, elas serão manipuladas, sobretudo usando-se a corda sensível do nacionalismo, para serem levadas a aceitar passivamente a continuação de uma oligarquia política, económica e financeira, ao comando dos seus países respectivos.
A UE tem proporcionado, no fundo, as condições para a classe no poder exercer uma ditadura disfarçada, com o famoso TINA (There Is No Alternative!)
segunda-feira, 29 de outubro de 2018
UMA «UNIÃO» EUROPEIA EM DESAGREGAÇÃO
quarta-feira, 26 de setembro de 2018
QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DA SAÍDA NÃO NEGOCIADA DO REINO UNIDO DA UE?
terça-feira, 4 de setembro de 2018
PERSPECTIVA DE SAÍDA DA GRÃ-BRETANHA SEM ACORDO COM A UE
sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
ANO VELHO, ANO NOVO...
sexta-feira, 27 de outubro de 2017
CATALUNHA DECLARA INDEPENDÊNCIA
sábado, 30 de setembro de 2017
REFLECTINDO SOBRE O NACIONALISMO
Porém, a arquitetura da Europa da UE não é nada favorável, com a sua rigidez, com as suas burocracias meticulosamente repartidas entre seus estados-membros, com os seus tratados que têm como um dos principais aspetos a manutenção do status quo. Vemos a difícil separação da Grã Bretanha da UE, o famoso «Brexit». Estes movimentos centrífugos e de recusa do ultra-centralismo, quer seja ao nível de estados-nações, quer ao nível de super-estado (U.E.), têm sido mais vigorosamente expressos nas nações cujo território encerra indústrias ou recursos naturais que permitiriam uma economia viável, fora do conjunto nacional no qual se encontram incluídas.