sábado, 27 de setembro de 2025
TODA A EVOLUÇÃO HUMANA TERÁ DE SER REESCRITA?
quinta-feira, 25 de setembro de 2025
Obras de Manuel Banet: «SE EU PUDESSE VOAR...»
quarta-feira, 24 de setembro de 2025
ENDOGAMIA E EVOLUÇÃO
O último a saber ...
«O último a saber» é a expressão que se aplica, proverbialmente, para se referir ao marido enganado.
Mas, neste caso, não se trata do marido enganado, trata-se antes da grande maioria do público nos países «ocidentais», que incluem os do Ocidente (Europa e América do Norte) e países que se situam na Ásia (Japão, Coreia do Sul) e na Oceânia (Austrália, Nova Zelândia).
Porque, aquilo que está em jogo é uma mudança do sistema monetário, o «Great Reset». O sistema financeiro mundial, desde há vários anos, pelo menos desde a grande crise financeira de 2008, que quase se tornou a crise definitiva do capitalismo, está em ruptura. As moedas dos vários países, foram desenhadas para se irem desvalorizando. Assim, iam possibilitando que os governos e grandes empresas entrassem em dívida, mesmo de maneira crónica, sem grandes consequências para eles, pois estariam apenas obrigados a pagar dentro de X anos, numa divisa que perdeu - em termos reais - uma parte do seu valor. Mas, um sistema que queira conservar uma certa fiabilidade, uma certa estabilidade, tem de ser adossado a algo sólido. E dizer «algo sólido», em termos monetários, traduz-se em metais preciosos como garantia e - em particular - em relação ao ouro.
Desde cedo, que eu estava numa posição de descrença em relação ao sistema no qual vivíamos. Para mim, a crise de 2008 não foi a surpresa, mas foi-o seu «epílogo». Os grandes bancos, as multinacionais, as grandes fortunas, serem refinanciados apesar do que tinham desbaratado, em particular, na financiarização e desindustrialização (auto-induzida): Por exemplo, empresas industriais «convertidas» em empresas de gestão de capitais bolsistas. As injeções de dinheiro fresco, não correspondente a maior riqueza, nem a contrapartida de qualquer espécie, foram-se sucedendo sob o nome de «Q.E.». O pretexto falacioso, totalmente contrário ao mantra do «livre mercado» capitalista, era de que os grandes bancos, as grandes empresas, eram «demasiado grandes», para se deixar ir à falência. Esta extravagância na proteção aos mais ricos, em detrimento de todos os outros, induziu o comportamento de irresponsabilidade total, tanto nas finanças públicas, com nos grandes empórios monopolistas. Acentuou-se a divisão entre aqueles que tinham acesso ilimitado ao crédito barato, virtualmente com zero de juros, e todos os outros que, para comprar casa, carro, etc, tinham de pagar empréstimos aos bancos, com juros que pesavam nos seus orçamentos.
Entretanto, a crise do COVID pôs a nu a situação que já vinha de antes e se traduziu numa crise, em Setembro de 2019, com a subida brutal dos juros nos mercados Repo ( = mercados interbancários de empréstimos a muito curto prazo).
Não sei a partir de quando as altas oligarquias deram ordens para accionar o seu «Grande Reset», mas o facto é que, logo a seguir ao «COVID», se preocuparam muito pouco com qualquer semblante de equilíbrio e preferiram gastar milhares de milhões numa guerra estúpida, cruel e destinada a ser perdida, mas que lhes permitiria travar os BRICS e as " Novas Rotas da Seda" ou «Cintura e Estrada» (Belt and Road Iniciative). Estas, correspondem à verdadeira globalização, a das mercadorias e das trocas comerciais em todo o planeta.
Agora, Honk Kong vai ter um depósito de ouro, para comerciar com o resto do mundo, sendo claro para o «Sul Global» e para os BRICS, que o ouro é o veículo de troca ideal para intercâmbios internacionais, não estando sujeito aos abusos do dólar, ou de qualquer outra moeda que viesse a suceder ao dólar, depois deste ser destronado.
O público ocidental foi mantido no escuro, foi enganado vezes sem conta sobre o ouro e sobre a «subida» das moedas fiat, sobre os ativos bolsistas e doutros ativos financeiros sem substância no mundo real. Entretanto, paulatinamente, os bancos centrais iam comprando ouro às dezenas de toneladas (tanto os bancos centrais de países orientais, como ocidentais) e os muito ricos convertiam em ouro, ou em propriedades, uma grande parte dos ativos financeiros.
Agora, quem quiser comprar ouro (ou prata), terá de desembolsar uma soma bem maior do que há poucos anos atrás (ver gráfico* sobre o custo do ouro em dólares, no último decénio). Pois, o público ocidental é «o último a saber»...
* Custo do ouro em dólares, no último decénio
terça-feira, 23 de setembro de 2025
O MELHOR DE TOM JOBIM
Interpretando suas próprias canções, Tom Jobim dá-nos o seu melhor...
EXPLORE ESTE ÁLBUM
(poesia de Vinícius de Moraes em muitas das faixas)
No mundo não lusófono, Tom Jobim não é adequadamente celebrado como compositor de real talento e inventor de um novo estilo (a Bossa Nova). As pessoas conhecem a «Garota de Ipanema», mas nem sequer conhecem a sua versão original (em português) e desconhecem o nome do compositor. Mas, Tom Jobim é nome indelével, incontornável, da música brasileira e lusófona...
segunda-feira, 22 de setembro de 2025
A NOVA DESORDEM MUNDIAL [CRÓNICA DA IIIª GUERRA MUNDIAL, Nº 49 ]
Não sei se algum título como este já existe, é provável - mas no caso deste escrito - entendo que se trata do título mais apropriado.
Senão vejamos; a liberdade é proclamada e negada, na prática. Não se pode defender um determinado ponto de vista perfeitamente legítimo e racional, sem se ter consequências gravosas, se este ponto de vista se traduz numa desacralização do poder.
Pelo contrário, podem cometer-se atrocidades, violações sistemáticas dos direitos humanos, impunemente, se forem cometidas sob a tutela e seguindo o guião da potência hegemónica. As coisas não mudaram, desde há cerca de 75 anos. Um adjunto do presidente dos EUA, Truman, fez-lhe notar que se estava a apoiar uns «bastardos» (já não sei de que país latino-americano); ao que Truman respondeu...«Sim; mas são os NOSSOS bastardos».
Hoje em dia, a ditadura totalitária de Zelensky tem as honras de governos ocidentais, enquanto vai prendendo os opositores, que «desaparacem», ou vai colocando para sacrifício inútil, centenas de milhares de soldados na mira de fogo das tropas russas, sobretudo vai construíndo - ele e seus associados - fortunas colossais, à custa do erário público ucraniano (e nosso). Mas ninguém se preocupa, nas administrações que têm doado sucessivos biliões, para onde vão estas somas.
Os manifestantes que protestam contra o genocídio dos palestinianos, são dispersos à bastonada, são presos às centenas; isto tem lugar no suposto «modelo» da democracia e dos direitos civis, a Grã Bretanha.
Em simultâneo, a indústria armamentista, nomeadamente, na UE, no Reino Unido e nos EUA, envia para Israel o que este precisa para efetuar o referido genocídio. Como podem os políticos se apresentar como «observadores impotentes», durante estes quase três anos de genocídio, sabendo-se que um embargo de armas a Israel iria fazer parar rapidamente o Holocausto Palestiniano?
Claro que jogam os interesses económicos e a importância dos lobis pró-sionistas. Aliás, não devemos confundir estes com as comunidades judaicas: Estas podem estar completamente dissociadas da mentalidade suprematista e colonialista do governo de Israel.
Em todo o lado, a igualdade dos seres humanos perante a lei, a sua dignidade fundamental, estão postas em causa. Um assassinato irá fazer a primeira página dos noticiários, consoante a vítima seja judeu (sionista ou não) ou um arauto «cristão», em associação com o sionismo, ou consoante se trate de um árabe, que pode ser muçulmano, cristão, de outra religião ou mesmo, ateu. No caso do árabe, nem será referido na maior parte dos noticiários; se o for, será classificado de «terrorista» ou de membro do Hamas, para desencadear repúdio e não qualquer sentimento de compaixão no público.
A ordem moral é a primeira a desfazer-se, quando se inicia a derrocada da ordem política-económica-jurídica.
Aquilo que se chama «civilização» é um estado de imposição duma falsa ordem, porque baseada na repressão: É isso que significam expressões como «Pax Romana», ou «Pax Americana».
A ordem moral não pode subsistir quando os do topo da hierarquia são impunes, face às regras aplicadas ao comum dos mortais. Vejam-se os casos (abafados) dos escândalos sexuais em torno da figura de Jeffrey Epstein, ou a total impunidade dos criminosos que lançaram a operação COVID («vacina anti-COVID») para benefício das multinacionais farmacêuticas Pfizer, Moderna, Astra-Zeneca...
Apenas dois exemplos acima citados, mas haveria muitos mais, se contabilizarmos os que no establishment se especializaram em lançar guerras (Afeganistão, Iraque, Líbano, Líbia, Palestina, Irão...) que têm causado milhões de mortes, incontáveis feridos e deslocados. Mas, a media corporativa reserva sempre o melhor acolhimento para estes senhores e senhoras.
Em desespero, os antigos aliados de ontém do Ocidente, estão em massa a aderir aos BRICS ou, pelo menos, a estabelecer acordos comerciais frutuosos com estes países, pois vêm que do lado Ocidental e Americano, só há a perspectiva de manter os países mais fracos sob o seu domínio, por todos os meios, incluindo militares.
Mas, o comércio precisa de liberdade. Sobretudo, de liberdade de escolha; em dado país participar ou não num dado acordo. Também precisa de um conjunto de regras. Porém, estas regras (acordadas e ratificadas na OMC) são sistematicamente ignoradas ou violadas pelos mesmos que clamam pelo seu respeito.
A utilização do dólar como arma, abusando do privilégio de ser a principal moeda de reserva mundial (uma herança do acordo de Bretton Woods, 1944), levou a que mais trocas sejam efetuadas nas divisas dos respetivos países, não envolvendo o dólar. O dólar deixou de ser visto como «porto seguro», como reserva nos Bancos Centrais, em muitos países: Estes passaram a acumular ouro, o qual não pode ser instrumentalizado. Quanto muito, poderá ser expropriado ou roubado, num contexto de guerra, com invasão e tomada do ouro do banco central (como aconteceu na Líbia e noutros casos).
A «lei» da força, ela própria, está posta em causa quando os rivais dos EUA e dos países da OTAN, possuem armas ao mesmo nível, ou que ultrapassam as ocidentais. Em relação à guerra assimétrica, temos assistido aos danos severos causados por mísseis e drones das milícias Houthis (Iemene), a instalações militares e civis israelitas, assim como mantêm o bloqueio no Mar Vermelho, para a navegação destinada a Israel, incluindo porta-aviões dos EUA. Podíamos também descrever o efeito do uso maciço dos drones que - com uma tecnologia relativamente simples - conseguem ultrapassar defesas anti-aéreas de uns e de outros, no teatro da guerra Russo-Ucraniana.
O mundo está cada vez mais complexo e as armas mais perigosas (armas nucleares) estão sob controlo de psicopatas, nalguns casos. A determinação de Netanyahu, ou do seu sucessor, em fazer explodir bombas nucleares contra inimigos (Irão, principalmente) pode configurar a «alternativa Sansão». Ou seja, tal como na narrativa bíblica, trata-se de deitar abaixo todo o edifício (Israel), de modo que os seus inimigos também morram. É uma loucura completa, mas que está consignada em manuais de estratégia militar israelitas, pelo que não pode ser tomada ao de leve.
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Ps1: Jeffrey Sachs e a nova ordem mundial
https://youtu.be/97pxh5BifVU?si=H58F_pxUbI0pYdi_
domingo, 21 de setembro de 2025
ALASDAIR MCLEOD: O YUAN, internacionalizado, vai ser garantido por ouro
sábado, 20 de setembro de 2025
CHANTAGEM E EXTORÇÃO SÃO AS POLÍTICAS DOS EUA
quinta-feira, 18 de setembro de 2025
Assassinos Silenciosos - Como a Política Ocidental Causou 38 Milhões de Mortes
NOVO RELATÓRIO PUBLICADO NO PRESTIGIADO JORNAL MÉDICO «THE LANCET»
Veja o mais recente vídeo por Lena Petrova:
O que este estudo mostra, é que as sanções não são «alternativa pacífica» para a guerra. São antes uma forma de guerra através de outros meios.
quarta-feira, 17 de setembro de 2025
FORMAÇÃO PODENDO ORIGINAR UM TERRAMOTO COMO O DE LISBOA DE 1 DE NOV. DE 1755 (*)
DESCIDA AO INFERNO DA DÍVIDA ( ...DOS EUA)
terça-feira, 16 de setembro de 2025
OS CHINESES SÃO MUITO MAIS RICOS QUE OS AMERICANOS!
[retirado de:
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"O rendimento líquido das famílias médias é basicamente nada. Nós temos problemas graves na nossa economia»" – Carl Icahn.Quatro anos depois de derrotar militarmente os EUA, em 1955, Mao disse aos seus colegas: «Se não conseguirmos ultrapassar a América em 100 anos, não merecemos existir. Deveríamos ser varridos da face da terra». Menos de setenta anos depois, a China ultrapassou a América. Hoje, os chineses são muito mais ricos que os cidadãos da América e da Europa, vivem mais tempo, com vidas mais saudáveis e seus filhos formam-se - em grande número -em cursos superiores nas áreas de Matemática, Informática e Engenharia. Mas, antes de examinar a subida da China, vejamos o declínio do Ocidente:
Como é que a China realizou istoEm termos reais, o rendimento dos trabalhadores americanos não subiu desde 1975, as suas poupanças têm diminuído constantemente desde 1989 e os resultados são incontestáveis. Os trabalhores chineses, por contraste, duplicaram os seus rendimentos cada 10-12 anos, desde 1955 e pouparam 35% dos seus rendimentos cada ano. Em 2020, as famílias medianas urbanas na China, tinham um património de $200 000. Em 2025, este será de $250 000. Os nossos media e governos irão continuar a suprimir os dados sobre estas mudanças, enquanto for possível. Mas, uma vez que isto for um conhecimento comum, ele irá mudar permanentemente o mundo. |
segunda-feira, 15 de setembro de 2025
Passacaglia - Haendel (Fernando Cordella ao cravo)
domingo, 14 de setembro de 2025
sábado, 13 de setembro de 2025
Natalia Lafourcade - "Tú sí sabes quererme"
sexta-feira, 12 de setembro de 2025
A CHINA LANÇA NOVA DIVISA PARA SUBSTITUIR O DÓLAR
Apesar de censurado, o conteúdo do vídeo é essencialmente o mesmo que na notícia da Reuters:
quarta-feira, 10 de setembro de 2025
FRANÇA EM INSURREIÇÃO & UE INCAPAZ DE AGIR // FALHANÇO DE OFENSIVA DE TRUMP
A IMPOSIÇÃO POR TRUMP DE TARIFAS À ÍNDIA "SAÍU-LHE PELA CULATRA"
terça-feira, 9 de setembro de 2025
BOICOTE ÀS COMPANHIAS QUE ESTÃO ASSOCIADAS A ISRAEL
segunda-feira, 8 de setembro de 2025
sábado, 6 de setembro de 2025
FIM-DE-SEMANA EM VLADIVOSTOK
Pepe Escobar faz a sua crónica do Fórum do Extremo-Oriente, em Vladivostok, Rússia.
Uma arquitetura global alternativa à hegemonia dos EUA está a surgir e a semana que passou foi emblemática a esse respeito.
John Helmer desmascara os políticos que odeiam a Rússia
sexta-feira, 5 de setembro de 2025
JEAN FERRAT CHANTE ARAGON
FERRAT CHANTE ARAGON é uma playlist criada exclusivamente com canções baseadas em poemas de Aragon, compostas e interpretadas por Jean Ferrat.
Ma danse d'être mon cœur sombre
Mon ciel des étoiles sans nombre, ma barque au loin douce à ramer
Heureux celui qui devient sourd au chant s'il n'est de son amour
Aveugle au jour d'après son jour, ses yeux sur toi seule fermés
Heureux celui qui meurt d'aimer
Hormis le souvenir des roses, à jamais de toi parfumées
Celui qui meurt même à douleur à qui sans toi le monde est leurre
Et n'en retient que tes couleurs, il lui suffit qu'il t'ait nommée
Heureux celui qui meurt d'aimer
L'éternité n'est qu'une pâme, au feu dont je suis consumé
Il a dit ô femme et qu'il taise, le nom qui ressemble à la braise
À la bouche rouge à la fraise, à jamais dans ses dents formée
Heureux celui qui meurt d'aimer
Et soit sur la place de grève ou dans le lit accoutumé
Jeunes amants vous dont c'est l'âge, entre la ronde et le voyage
Fou s'épargnant qui se croit sage, criez à qui vous veut blâmer
Heureux celui qui meurt d'aimer
quinta-feira, 4 de setembro de 2025
Aquilo que não nos dizem sobre Rep.Popular da China /Taiwan
quarta-feira, 3 de setembro de 2025
MYRET ZAKI: PROJETO DO GRANDE ISRAEL ESTÁ ACABADO
Diretora de revista de negócios suíça, tem uma visão realista e um discurso desinibido. O Estado de Israel já não é um projeto viável.
Não deixa de mostrar o enviesamento da media europeia. Ao ponto em que as informações mais credíveis são, muitas vezes, as das redes sociais.
...................
Ps1:
Apresentação de livro de Myret Zaki sobre jornalismo:
https://youtu.be/xfCJmlso4Bs?si=2ekMAbVfYmPA-m6x
UM HOMEM [Obras de Manuel Banet]
Nem alto, nem baixo
Nem Adonis, nem Herói
Mediano em tudo, vulgar
Esse homem que desprezais
Foi quem arriscou a vida
Para salvar muitas outras
Num ato sem dramatismo
Fez o que era preciso
Não se vangloriou,
Nem tentou aproveitar-se.
- Quantos, homens e mulheres
Cumpriram seu destino
Sabendo o que os esperava?
terça-feira, 2 de setembro de 2025
ÍNDIA E CHINA RECONCILIADAS. CONFIRMADO NA CIMEIRA DA OCX
Andrew Korybko explica como o "elefante e o dragão" voltam a dançar juntos:
The SCO Finally Condemned The Pahalgam Terrorist Attack
COMENTÁRIO DE MANUEL BANET:
Quando, em Janeiro deste ano, Trump e a sua equipa tomaram conta das rédeas da Casa Branca, parecia ser um momento favorável às relações bilaterais Indo-Americanas. Havia, pelo menos do lado de Nova Delhi, a esperança de que a atitude «equidistante» dos indianos em relação a disputas asiáticas, mormente com a China, valeriam à Índia uma atitude mais condescendente da potência hegemónica.
Mas, qual quê?
Os indianos estão muito dependentes do petróleo russo para a sua economia, eles não podiam sancionar o principal fornecedor de energia para as suas atividades industriais e agrícolas, sem provocar imediatamente um colapso.
Pensaram que os americanos teriam o bom senso de fechar os olhos em relação à aplicação das sanções contra a Rússia, pela Índia. Tanto mais que estes dois últimos países têm sido, ao longo de décadas, excelentes parceiros estratégicos, não apenas no petróleo, como em relação a centrais nucleares (de tecnologia russa), a armas e dispositivos (grande parte de origem russa) e ao grande volume de trocas comerciais.
Mas os EUA, viam a situação de maneira totalmente diferente: Viam-na ao «modo imperial», ou seja, eles decretaram as tais sanções às exportações de petróleo russo e todos tinham de as aplicar, sob pena de ficarem eles próprios sujeitos a sanções «secundárias», apenas pelo facto de terem desrespeitado o «decreto» do Império (note-se que este é que é ilegal, face à lei internacional, pois sanções só podem ser válidas se sancionadas pelo Conselho de Segurança da ONU, o que - obviamente - não é o caso).
Assim, de uma penada, os americanos ficaram sem um país neutro, mas com possibilidade de se tornar aliado, integrando a «OTAN do Indo-Pacífico», a aliança militar (QUAD), destinada a bloquear a «progressão» chinesa no continente asiático.
Pelo contrário, os indianos perceberam que - para eles - era vital sanarem as divergências com a China, cujo inimigo comum estava realmente disposto a intensificar a guerra económica (taxas de 50% nas tarifas alfandegárias para exportações indianas destinadas aos EUA) e, de provocação em provocação, ir até ao ponto de guerra «física», para manter a sua suzerania naquela parte do mundo.
Os chineses perceberam perfeitamente a situação da Índia. Devem ter aplanado o terreno o mais possível, para que os acordos em múltiplas áreas económicas e de defesa fossem firmados, enquanto as disputas territoriais - causas de fricção do passado - eram discretamente remetidas para resolução por via diplomática, excluíndo a repetição de episódios bélicos nos Himalaias.
Razão têm os chineses, nas redes sociais, em chamar o presidente dos EUA, «camarada Trump»! Quem mais tem feito pelos interesses geoestratégicos da República Popular da China, senão o «camarada» e sua Administração?