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segunda-feira, 22 de setembro de 2025

A NOVA DESORDEM MUNDIAL [CRÓNICA DA IIIª GUERRA MUNDIAL, Nº 49 ]

 Não sei se algum título como este já existe, é provável - mas no caso deste escrito - entendo que se trata do título mais apropriado.

Senão vejamos; a liberdade é proclamada e negada, na prática. Não se pode defender um determinado ponto de vista perfeitamente legítimo e racional, sem se ter consequências gravosas, se este ponto de vista se traduz numa desacralização do poder.

Pelo contrário, podem cometer-se atrocidades, violações sistemáticas dos direitos humanos, impunemente, se forem cometidas sob a tutela e seguindo o guião da potência hegemónica. As coisas não mudaram, desde há cerca de 75 anos. Um adjunto do presidente dos EUA, Truman, fez-lhe notar que se estava a apoiar uns «bastardos» (já não sei de que país latino-americano); ao que Truman respondeu...«Sim; mas são os NOSSOS bastardos».

Hoje em dia, a ditadura totalitária de Zelensky tem as honras de governos ocidentais, enquanto vai prendendo os opositores, que «desaparacem», ou vai colocando para sacrifício inútil, centenas de milhares de soldados na mira de fogo das tropas russas, sobretudo vai construíndo - ele e seus associados - fortunas colossais, à custa do erário  público ucraniano (e nosso). Mas ninguém se preocupa, nas administrações que têm doado sucessivos  biliões, para onde vão estas somas. 

Os manifestantes que protestam contra o genocídio dos palestinianos, são dispersos à bastonada, são presos às centenas; isto tem lugar no suposto «modelo» da democracia e dos direitos civis, a Grã Bretanha. 

Em simultâneo, a indústria armamentista, nomeadamente, na UE, no Reino Unido e nos EUA, envia para Israel o que este precisa para efetuar o referido genocídio. Como podem os políticos  se apresentar como «observadores impotentes», durante estes quase três anos de genocídio, sabendo-se que um embargo de armas a Israel iria fazer parar rapidamente o Holocausto Palestiniano?

Claro que jogam os interesses económicos e a importância dos lobis pró-sionistas. Aliás, não devemos confundir estes com as comunidades judaicas: Estas podem estar completamente dissociadas da mentalidade suprematista e colonialista do governo de Israel. 

Em todo o lado, a igualdade dos seres humanos perante a lei, a sua dignidade fundamental, estão postas em causa. Um assassinato irá fazer a primeira página dos noticiários, consoante a vítima seja judeu (sionista ou não) ou um arauto «cristão», em associação com o sionismo, ou consoante se trate de um árabe, que pode ser muçulmano, cristão, de outra religião ou mesmo, ateu. No caso do árabe, nem será referido na maior parte dos noticiários; se o for, será classificado de «terrorista» ou de membro do Hamas, para desencadear repúdio e não qualquer sentimento de compaixão no público.

A ordem moral é a primeira a desfazer-se, quando se inicia a derrocada da ordem política-económica-jurídica.

 Aquilo que se chama «civilização» é um estado de imposição duma falsa ordem, porque baseada na repressão: É isso que significam expressões como «Pax Romana», ou «Pax Americana». 

A ordem moral não pode subsistir quando os do topo da hierarquia são impunes, face às regras aplicadas ao comum dos mortais. Vejam-se os casos (abafados) dos escândalos sexuais em torno da figura de Jeffrey Epstein, ou a total impunidade dos criminosos que lançaram a operação COVID («vacina anti-COVID») para benefício das multinacionais farmacêuticas Pfizer, Moderna, Astra-Zeneca...

Apenas dois exemplos acima citados, mas haveria muitos mais, se contabilizarmos os que no establishment se especializaram em lançar guerras  (Afeganistão, Iraque, Líbano, Líbia, Palestina, Irão...) que têm causado milhões de mortes, incontáveis feridos e deslocados. Mas, a media corporativa reserva sempre o melhor acolhimento para estes senhores e senhoras. 

Em desespero, os antigos aliados de ontém do Ocidente, estão em massa a aderir aos BRICS ou, pelo menos, a  estabelecer acordos comerciais frutuosos com estes países, pois vêm que do lado Ocidental e Americano, só há a perspectiva de manter os países mais fracos sob o seu domínio, por todos os meios, incluindo militares.

 Mas, o comércio precisa de liberdade. Sobretudo, de liberdade de escolha; em dado país participar ou não num dado acordo. Também precisa de um conjunto de regras. Porém, estas regras (acordadas e ratificadas na OMC) são sistematicamente ignoradas ou violadas pelos mesmos que clamam pelo seu respeito.  

A utilização do dólar como arma, abusando do privilégio de ser a principal moeda de reserva mundial (uma herança do acordo de Bretton Woods, 1944), levou a que mais trocas sejam efetuadas nas divisas dos respetivos países, não envolvendo o dólar. O dólar deixou de ser visto como «porto seguro», como reserva nos Bancos Centrais, em muitos países:  Estes passaram a acumular ouro, o qual não pode ser instrumentalizado. Quanto muito, poderá ser expropriado ou roubado, num contexto de guerra, com invasão e tomada do ouro do banco central (como aconteceu na Líbia e noutros casos).

A «lei» da força, ela própria, está posta em causa quando os rivais dos EUA e dos países da OTAN, possuem armas ao mesmo nível, ou que ultrapassam as ocidentais. Em relação à guerra assimétrica, temos assistido aos danos severos causados por mísseis e drones das milícias Houthis (Iemene), a instalações militares e civis israelitas, assim como mantêm o bloqueio no Mar Vermelho, para a navegação destinada a Israel, incluindo porta-aviões dos EUA. Podíamos também descrever o efeito do uso maciço dos drones que - com uma tecnologia relativamente simples - conseguem ultrapassar defesas anti-aéreas de uns e de outros, no teatro da guerra Russo-Ucraniana.

O mundo está cada vez mais complexo e as armas mais perigosas (armas nucleares) estão sob controlo de psicopatas, nalguns casos. A determinação de Netanyahu, ou do seu sucessor, em fazer explodir bombas nucleares contra inimigos (Irão, principalmente) pode configurar a «alternativa Sansão». Ou seja, tal como na narrativa bíblica, trata-se de deitar abaixo todo o edifício (Israel), de modo que os seus inimigos também morram. É uma loucura completa, mas que está consignada em manuais de estratégia militar israelitas, pelo que não pode ser tomada ao de leve.


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Ps1: Jeffrey Sachs e a nova ordem  mundial 

https://youtu.be/97pxh5BifVU?si=H58F_pxUbI0pYdi_

quarta-feira, 26 de outubro de 2022

RULES BASED ORDER; O QUE É, AFINAL?


Imagine alguém que tivesse estado em hibernação durante - pelo menos - uma década, que acordasse e ouvisse a expressão que enche a boca e os altifalantes dos políticos atlantistas e globalistas de «uma ordem baseada em regras» (ou «rules based order»). Essa pessoa poderia, ingenuamente, pensar que estão a referir-se ao respeito pela lei internacional, cumprir-se acordos, tratados, ou decisões de instâncias internacionais. Nada mais longe da verdade, porém. Se o nosso personagem imaginário prestasse mais atenção, repararia que os que usam esta expressão, não a definem nunca. Nunca dizem explicitamente o que são estas regras. Nunca dão sequer um exemplo concreto do que é respeitar ou desrespeitar esta ordem. Ou dizem que a Rússia é culpada disso, mas sem explicitar porquê ela realmente a violou, e sobretudo, no concreto, o quê... Não é por acaso que isto acontece. Uns, meros papagaios, repetem o que seus donos lhes mandam dizer. Mas outros, ardilosamente, nunca irão fornecer detalhes sobre essa tal ordem e essas tais regras, pois sabem muito bem que o dono dessa tal ordem mundial (ou que pretende sê-lo) tem infringido os acordos, tratados, convenções, regras, que tem assinado com outras potências, grandes ou pequenas, aliadas ou adversárias. Os EUA e os seus vassalos da OTAN têm infringido a lei internacional, os princípios da Carta da ONU, princípios esses que são bem claros, além de terem ignorado ou cancelado acordos importantes com repercussões na paz mundial, como sejam os de controlo e redução de armamento nuclear, entre outros.
É mentira que a Rússia tenha infringido as regras da ONU, quando foi em socorro das duas repúblicas separatistas do Don, que estavam a ser submetidas pelas tropas de Kiev, a bombardeamentos em áreas civis, o que - em si mesmo - configura um crime de guerra. Ir em socorro de populações civis sujeitas a bombardeamento é lícito e defensável. Os Ocidentais, tão picuinhas em relação aos direitos humanos, quando lhes convém, para denegrir um regime de que não gostam, mostraram-se, nos oito anos que medeiam entre 2014 e 2022, totalmente indiferentes à sorte das populações do Don, maioritariamente russófonas. Os batalhões «especiais» ucranianos (Regimento Azov) e as forças armadas ucranianas, enquadradas por pessoal militar da OTAN podiam atacar, dizimar, fazer incursões nesses dois territórios, causando para cima de 15 mil mortes civis, muita destruição e em total violação dos acordos de Minsk. Estes acordos foram endossados pela Alemanha, França e Rússia, como potências externas que se encarregavam de vigiar o seu cumprimento pelas partes. O governo de Kiev mostrou logo que não tinha qualquer intenção de os cumprir, sendo este comportamento tolerado e mesmo encorajado pelos governos ocidentais (França e Alemanha e os restantes países da OTAN, implicitamente ).

Vejamos então alguns exemplos da tal "Rules Based Order":

Os EUA lançaram uma guerra contra o Afeganistão, essa sim não provocada, visto ser mentira que os ataques do 11 de Setembro tivessem sido planeados e executados a partir do Afeganistão, ou mesmo que os possíveis culpados desses ataques estivessem em solo afegão. Usaram a tática de arrasar com «carpet bombing» zonas extensas desse país, além de terem dado rédea solta às milícias dos senhores da guerra e traficantes de ópio, que cometeram atrocidades sem nome. Torturaram, os soldados e agentes americanos com a conivência de seus aliados, milhares de «suspeitos». Os esbirros da CIA e do Pentágono mataram pessoas, muitas delas completamente inocentes, em todo o mundo.

Fizeram uma guerra de extermínio com a invasão do Iraque, que causou vários milhões de mortes civis, entre elas, muitas crianças. Sua justificação foi baseada em informação falsa fornecida ao Conselho de Segurança da ONU.

Com a Líbia, foi igualmente a partir de mentiras que desencadearam uma campanha aérea bárbara, seguida de total destruição do país, entregue às diversas milícias rivais. As forças Jihadistas beneficiaram do armamento americano, por ordem de Hillary Clinton e Barack Obama, com o qual iriam depois combater na Síria, contra um governo não islâmico...


Todos estes e outros «feitos» internacionais das administrações sucessivas dos EUA, Bush, Obama, Trump e agora Biden, se fizeram à margem da legalidade internacional, sem qualquer respeito pelos civis e pelos direitos humanos, etc.
Os dirigentes dos EUA sabem que estão ao abrigo de serem acusados e julgados no Tribunal Penal Internacional de Haia: Este é uma farsa, na sua essência, visto que são julgados políticos e governantes de países fracos, como o Ruanda ou a Sérvia. Porém, está garantida «imunidade» aos militares e políticos dos EUA e, por extensão, aos seus aliados da OTAN.

Quando alguém vos falar de «rules based order», pergunte se está a referir-se a crimes de guerra, genocídios, crueldades (documentadas) dos americanos, tanto de agências civis, como de militares.
A realidade já só pode ser ocultada com artimanhas verbais. Quando isso não basta, usam a coação. As vozes que dizem a verdade são «canceladas», as pessoas dissidentes dos poderes arriscam sua segurança e integridade física. A «rules based order» dos americanos é a pirueta verbal para dizerem que «quem manda somos nós, americanos, e ai daquele que não se submeter»!