Victoria Nuland distribuindo bolinhos e sandes aos manifestantes na pr. Maidan em Kiev, no Inverno de 2013
https://johnhelmer.net/
Victoria Nuland distribuindo bolinhos e sandes aos manifestantes na pr. Maidan em Kiev, no Inverno de 2013
https://johnhelmer.net/
Um dos mais interessantes fenómenos na arte, é quando ela se autonomiza dos chamados «mercados», que apenas são a ditadura dos marchands e das casas de leilões mais afamadas, para venderem, seja o que for!
Monet e os montes de palha no meio dos campos, ou a arte de impressionistas russos seus contemporâneos, aproveitando o mesmo tema, são obras com mais de um século.
A arte russa, no entanto, está sendo excluída dos circuitos do mercado internacional de Arte, pois vários intervenientes querem destruir tudo o que existe da cultura russa, uma parte integrante da civilização europeia (quer queiram, quer não!), com o seu «ódio de Putin».
Fui buscar as imagens ao excelente blog DANCE WITH BEARS, do veterano correspondente em Moscovo, John Helmer (de nacionalidade australiana).
O que me interessa realmente é a beleza. É compreender a estética e o espírito das obras: O valor intrínseco e imaterial destas obras. Os «críticos de arte» que se deixam tomar pela paixão do momento, são «moscas» que pousam sobre um quadro, uma gravura, uma escultura... enxotem tais moscas, não deixem que elas pousem e depositem seus fétidos ovos de ódio, nas obras e nos olhares inocentes!
Será inútil sublinhar aos meus leitores habituais a relevância de John Helmer, o jornalista correspondente em Moscovo: Ele escreve o blog «Dances With Bears». Nele, consegue dar-nos conta duma série de dados censurados ou menorizados pela media corporativa, sempre pronta a vozear o ponto de vista de Israel e dos EUA e dos seus fantoches da OTAN.
Pessoalmente, sem a leitura do referido blog, pouco conseguiria saber sobre este campo de batalha decisivo, sobre a resistência palestiniana unificada, sobre as potências árabes e muçulmanas do Médio-Oriente e sobre as dificuldades militares e económicas que enfrenta Israel.
A crónica que está no link abaixo tem imenso valor informativo. Lendo-a, percebo (pelo contraste ...) a manipulação mediática ocidental, a constante mentira por omissão ou contando histórias totalmente fabricadas e destinadas a criar um sentimento de ódio contra os palestinianos. Já não me espanta que a opinião pública dos países ocidentais seja manipulada a considerar que o carrasco é a vítima, e a vítima é o carrasco. É a fabricação do consenso, assim como da própria «realidade»!
Leiam John Helmer!
De acordo com John Helmer, a situação presente no terreno do conflito Árabe/Israel:
Current battlefield situation
Incident map on the northern front between October 12 and 17; source: https://www.washingtonpost.com/
15. US forces on the Jordan front. The Israeli press has been reporting some details of USAF reinforcements at the Muwaffaq Salti Air Base in the northeastern corner of Jordan and possible Marine deployments in Jordan. Whether the Marines will be moved to defend the Al-Tanf base on the Syrian side of the border, 230 kilometres northeast of Muwaffaq Salti, isn’t known.
According to an Israeli report, “a squadron of U.S. F-15E Strike Eagle bombers based in Britain was deployed over the weekend at the Muwaffaq Salti Air Base east of the Jordanian capital of Amman. Another squadron of A-10 attack aircraft has also been deployed there.” Bottom, the location of Al-Tanf in Syria across the Jordanian and Iraqi borders.
16. Russian and Chinese navy deployments. The Russian fleet based at Tartous, Syria, is at sea, as reported here. At the moment, there are as many, possibly more Chinese vessels of the 44th Naval Escort Task Force in the Persian Gulf. The anti-surface, anti-submarine, and anti-air missile capabilities of the Type-052D destroyer can be followed here, and of the Type-054A frigate here. For the time being, the significance of this Chinese screen to deter a US-Israeli missile and aircraft attack on Iran has been missed in the western press and by Russian military reporters.
Bottom: the Chinese Defense Ministry announcement of the arrival of the destroyer Zibo and frigate Jingzhou at Kuwait on October 19.
According to the Pentagon on October 19, the USS Carney, a part of the USS Gerald Ford group, had transited into the Red Sea through the Suez Canal the day before and was in the northern Red Sea when it intercepted three land attack cruise missiles and several drones.
Western societies like Israel cannot function without solid, reliable, electrical power and communications services. We can be certain that power generation, transmission and distribution will be targeted by the Arabs non-stop. The cell towers and central communications centres will be too.”
18. Moscow source. “When does the threat to Israel become so dire, they go nuclear, and when they do, against what targets will they fire – Hamas, Beirut, Damascus, Teheran?* The US won’t accept a Palestinian state so the only option left for the Palestinians, Arabs, Iranians, possibly Turks is to fight with this new kind of warfare whose objective is to cut into the flesh and bones of the Israeli adversary, and make life in that state unviable. Without a Palestinian homeland, all of Israel and the Arab territories become a battlefield. The IDF options then shrink to two – carpet bombing and mass killing of the civilian population centres on all fronts at once. If that isn’t sustainable or effective for the Israeli-American purpose, then option 2 is to attack Lebanon, Syria and Iran to stop the flow of reinforcements. But that’s regional war, and it can only be conducted by the Israelis with full US military participation. This becomes nuclear very quickly because President Putin has already placed the Kinzhal missiles in range of the US carrier fleet in the eastern Mediterranean, and the Chinese have installed their screen to protect Iran. It’s obvious that the race hatred policies of Biden and Netanyahu, and their belief that God has chosen them both as destroyers for their people, lead to the final, nuclear weapons solution. The Russians and Chinese can maximise their limited military projection by deterring, or if need be pre-empting a nuclear attack on the Arab cities or Teheran. For this to work, the Russians and the Chinese need to say more – loudly so there’s no mistaking what they mean.”
[*] In 1983, in conversation with his General Staff, Iraq’s President Saddam Hussein said: “the Iraqis would be able to withstand three years of fighting in a war. However, the Israelis cannot withstand one year of fighting in a war.” In April 1990 Hussein was hosting Yasser Arafat of the PLO in Baghdad. “[Israel] has 240 nuclear warheads, 12 out of them for each Arab capital,” Arafat said. Saddam replied: “I say this and I am very calm and wearing a civilian suit [everyone laughs]. But I say this so that we can get ready at this level.” Quoted in The Jackals’ Wedding, page 16.
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Manifs em várias capitais europeias contra o genocídio dos palestinianos pelas forças israelitas. Abaixo um vídeo sobre a manif em Londres (mais de 100 mil manifestantes):
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Ver a entrevista de Amin Maalouf ao «Le Monde» na ocasião da sua eleição à Académie Française.
PS:
24/10/2023: Se os meus maiores receios se concretizarem, haverá um massacre/genocídio total em Gaza, enquanto os «ocidentais», muito democraticamente, aplaudem a «única democracia no Médio-Oriente». Também os maiores inimigos de Israel na região, em termos militares (o Hezbollah e o Irão), não vão concretizar suas ameaças, porque Netanayahu os ameaçou com a bomba nuclear: Eles sabem que ele é capaz de concretizar a ameaça.Temo, portanto, que vá concretizar-se o genocídio - a sangue frio - dumas centenas de milhares de inocentes em Gaza, sob o olhar indiferente, assustado, ou divertido, dos que teriam possibilidade de obrigar o governo de Israel a recuar. Segundo informação credível, já 2000 crianças morreram, em Gaza, sob as bombas israelitas.
Consultem:
Oiça o podcast (ver link em baixo) de «Gorilla Radio» (Chris Cook), com John Helmer e Dave Lindorf.
Compreenda as analogias e diferenças: O resultado é semelhante. É essencialmente o mesmo erro estratégico, apesar das diferenças de pormenor.
John Helmer é o mais antigo correspondente ocidental em Moscovo. Ele é o autor do blog «Dances With Bears»
(*) Comentário de Manuel Banet:
Alguns leitores poderão achar insólito o título, pois pensam que quando os autores se referem ao erro fatal de Napoleão, estão a evocar a invasão pelas tropas imperiais francesas, da Rússia em 1812. Sem dúvida, que esse foi um grande erro, mas «motivado» pelo fracasso do (grande) erro anterior, a saber, «o sistema continental». Tratava-se de um bloqueio ao comércio britânico que tinha de ser cumprido por todos os aliados e «neutros», obrigados a rejeitar a entrada nos portos dos navios de comércio britânicos, inviabilizando toda a espécie de comércio de bens manufaturados e matérias-primas, muitas vindas do ultramar (Ásia, América, África...). Este «diktat» de Napoleão sobre todas as potências europeias continentais, cedo se tornou um fracasso. O comércio continuou sob forma ilegal, com explosão do contrabando, especialmente, nas zonas costeiras mais propícias. Os russos, apesar de batidos repetidas vezes pelos exércitos imperiais e assinarem a «paz de Tilsit», na qual o Czar Alexandre I aceitava o «sistema continental», a verdade é que o volume de contrabando de mercadorias inglesas era imenso. Napoleão, vendo que tinha decretado algo impossível de fazer cumprir, tomou este «desrespeito» do bloqueio das mercadorias inglesas, como pretexto para a invasão da Rússia.
A analogia com os dias de hoje é que os anglo-americanos queriam forçar um banimento de toda a frota comercial russa, assim como um severo controlo e limitação nos preços do petróleo russo exportado, mas não conseguiram nada disso. Logo que as sanções foram decretadas, os russos desenvolveram novas rotas, por vias marítimas seguras, bordejando o mar Ártico, a Coreia do Norte e a China, de forma a escoarem e receberem toda a espécie de mercadorias, incluído as suas exportações de petróleo. De tal maneira a situação se tornou favorável, que os preços do petróleo têm subido muito acima do «teto» imposto pelas potências da OTAN, aos países amigos ou inimigos. Quem tem beneficiado muito são vários potentados petrolíferos do Golfo, os quais compram discretamente petróleo russo, com desconto, para o venderem depois, como se fosse deles e realizando um confortável lucro. Também a Índia tem beneficiado dos descontos, que lhe permitem sustentar a sua economia, tal como muitos outros países em desenvolvimento.
No caso presente, não existe uma guerra naval (ainda), nem houve um «Trafalgar», a vitória naval britânica que destruiu para sempre as ambições de domínio francês nos mares. Porém, os anglo-americanos falharam redondamente nas sanções e bloqueios que queriam impor, não só aos russos, como a quaisquer países que desejassem comerciar com eles. Dois anos depois, os resultados estão à vista: foi um imenso fiasco, que só desorganizou e debilitou os países da OTAN, subjugando inteiramente a UE à vontade imperialista americana.
Uma entrevista de Seymour Hersh ao canal chinês CGTN revela uma série de pontos, que foram postos em evidência por John Helmer, no seu blog: ver AQUI.
A publicação a 8 de Fevereiro da reportagem exclusiva de Seymour Hersh, baseado em confidências de alguém muito bem situado nos serviços secretos dos EUA (provavelmente da CIA), deixou pontos importantes não esclarecidos e deu origem a muita especulação, tanto no sentido de fazer dizer aquilo que Hersh não disse, como para denegrir a veracidade do relatório e a seriedade das fontes secretas, consultadas por Hersh.
Vem por isso a propósito a entrevista dada por Hersh ao canal televisivo estatal da China. Oiça e veja a entrevista feita pela estrela do jornalismo Liu Xin, aqui:
Aquilo que, tanto o artigo inicial de Hersh, como a entrevista dada à CGTN deixam na sombra, é o papel da Alemanha em todo o processo.
John Helmer, oportunamente, junta elementos de prova, de que o governo de Olav Scholz estava muito em sintonia com Biden, na famosa conferência de imprensa de 7 de Fevereiro de 2022, em que choveram (da parte de ambos) as ameaças de retaliação sobre a Rússia, caso esta invadisse a Ucrânia. Foi nessa altura que Biden deixou entender, claramente, que o Nordstream 2 não iria ser permitido continuar, caso os russos concretizassem a invasão. Tomei a transcrição abaixo, do blog de John Helmer:
[retirado do blog «Dances With Bears» de John Helmer]
Esta ilustração do blog de John Helmer, está inserida numa reflexão irónica e de humor negro sobre a «bomba castrante». Eu reconheço muito bem os efeitos dessa bomba. Vejo cada vez mais pessoas no meu país, e além dele, que têm a capacidade de andar normalmente, veem sem problemas, ouvem, falam... mas ficaram incapazes de pensar, de ter ideias críticas em relação à propaganda constante e venenosa dos media e dos governos:
- O agente ativo desta bomba destruidora do pensamento crítico, não é, creio, um agente químico, como o «novichok », pois este faria um dano irreversível a vários aparelhos e órgãos corporais das vítimas. Ou, pelo menos, caso o agente seja químico, então será como um anestésico, que temporariamente adormece a capacidade racional dos indivíduos.
PS1: Para teres uma ideia das guerras de propaganda em torno de redes sociais, Tik-Tok, Facebook, Google, etc., consulta o artigo de Glenn Greenwald, aqui:
PS2: Os aparelhos de propaganda servem-se que quaisquer ideologias para chegarem aos seus fins (a dominação global).