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segunda-feira, 19 de agosto de 2024

(Segundas-f. Musicais nº13) BADEN POWELL

                                     «Samba triste», ao vivo
                        https://www.youtube.com/watch?v=69wO5Am-YRE


Baden Powell de Aquino, conhecido por Baden Powell, foi um dos maiores guitarristas do Brasil. Ele explorou as possibilidades do instrumento até aos mais extremos limites, tangendo o seu instrumento de forma original, única, incorporando na sua técnica o virtuosismo clássico, as harmonias populares e o swing.

A sua colaboração com o poeta Vinícius de Moraes foi extraordinariamente fecunda, tendo dado origem -em 1966 - ao álbum «Afro-sambas». 


                                        Canto de Xangô


Deixou-nos uma série de álbuns de guitarra a solo, com elevado número  de composições de sua autoria.

«Saudades de Márcia», composição de 1972, é uma das melhores obras de Baden Powell: O desenho melódico descendente, o  acompanhamento em acordes decompostos, a intervenção da voz, tudo isso  se conjuga para criar uma atmosfera de saudade.  
Sem dúvida, é uma das obras-primas que nos deixou o compositor e intérprete brasileiro, falecido no ano de 2000: 

                                                            Saudades de Márcia

                       https://www.youtube.com/watch?v=gzEFDtrVqM8

segunda-feira, 21 de agosto de 2023

TOM JOBIM/ VINÍCIUS DE MORAES : INSENSATEZ

Nesta atuação ao vivo, Tom Jobim e seus músicos dão-nos a essência do poema de Vinícius de Moraes, através de sua criação musical ímpar.
«Quem nunca amou, não merece ser amado...»




Ah, insensatez, o que você fez?Coração mais sem cuidadoFez chorar de dor o seu amorUm amor tão delicado
Ah, por que você foi fraco assim?Assim, tão desalmado?Ah, meu coração, quem nunca amouNão merece ser amado
Vai, meu coração, ouve a razãoUsa só sinceridadeQuem semeia vento, diz a razãoColhe sempre tempestade
Vai, meu coraçãoPede perdão, perdão apaixonadoVai, porque quem não pede perdãoNão é nunca perdoado

Compositores: Marcus Vinícius Da Cruz De Mello Moraes / António Carlos Brasileiro De Almeida Jobim

sexta-feira, 11 de agosto de 2023

REPÚBLICA DOS POETAS nº6: VINÍCIUS DE MORAES & O TROPICALISMO








Deixa
Fale quem quiser falar, meu bem
Deixa
Deixe o coração falar também
Porque ele tem razão demais quando se queixa
Então a gente deixa, deixa , deixa, deixa
Ninguém vive mais do que uma vez
Deixa
Diz que sim prá não dizer talvez
Deixa
A paixão também existe
Deixa
Não me deixes ficar triste

Porque ele tem razão demais quando se queixa
Então a gente deixa, deixa , deixa, deixa
Ninguém vive mais do que uma vez
Deixa
Diz que sim prá não dizer talvez
Mas ve se deixa

A paixão também existe
Deixa
Não me deixes ficar triste (bis)

Composição: Baden Powell.




  • TEMPO DE AMOR (SAMBA DO VELOSO)

    Vinicius de Moraes, Baden Powell

    Ah, bem melhor seria
    Poder viver em paz 
    Sem ter que sofrer 
    Sem ter que chorar 
    Sem ter que querer 
    Sem ter que se dar 

    Mas tem que sofrer 
    Mas tem que chorar 
    Mas tem que querer 
    Pra poder amar 

    Ah, mundo enganador 
    Ah, não quer mais dizer amor 
    Ah, não existe coisa mais triste que ter paz 
    E se arrepender, e se conformar 
    E se proteger de um amor a mais 

    O tempo de amor 
    É tempo de dor 
    O tempo de paz 
    Não faz nem desfaz 

    Ah, que não seja meu 
    O mundo onde o amor morreu
Vinícius, o poeta do tropicalismo, da miscigenação, da fusão entre culturas europeia, africana e índia. O Brasil de hoje nasceu dessas três fontes principais. A poesia de Vinícius e as composições de Baden Powell, Toquinho e de muitos outros, estão impregnadas de toda a paixão que um coração lusitano, transposto para os trópicos, poderá exprimir. 
É portanto muito natural que Vinícius seja celebrado aqui também, no extremo ocidental da Europa, como um grande poeta, como aquele que exprimiu os sentimentos de muita juventude através de frases lindas, simples e profundas, como só ele conseguia inventar. Mas, ainda por cima, a música intrínseca dos seus poemas é potenciada pela intervenção de músicos, compositores e interpretes, da maior qualidade (a lista seria demasiado longa, peço às pessoas interessadas para consultar a bibliografia e discografia relevantes).


Alguns apontamentos de poesia e música de Vinícius, que tenho recolhido aqui, neste blog:



sábado, 8 de janeiro de 2022

VINICIUS

                        VINICIUS DE MORAES E SEUS AMIGOS

LISTA DE CANÇÕES DE VINICIUS  (clique no link!)


Alegria! 

Tomara eu viver dentro da música dos discos do Vinícius, com balanço tropical e só poesia. Não custa muito; basta ouvir com atenção e fechar os olhos… imaginando estar a presenciar esses momentos mágicos, tal como eles ocorreram, tal como ficaram registados.
Mas, para além desse sonho, posso também escrever inspirado por um poema do Vinícius, ou entoar uma destas melodias. Gosto do passado, desse passado, que me pertence um pouco, também, pois cresci ao som de toda essa profusão de sons e de palavras, que assimilei, mais como se bebe uma «morte lenta», ou uma «caipirinha», do que com o cérebro racional, analítico. 

Do «Canto de Ossanha», até ao «Samba em Prelúdio» e mais, muito mais… Posso mergulhar no passado feliz... tão feliz, que nem sabia que o era. E, o que resta, é um bem precioso. Persiste  como eco, como registo, como reverberação. 
É o melhor que tenho para combater o tédio, a depressão, o cansaço e a estupidez; tudo o que demasiadas vezes me enche os neurónios, quando olho a mediocridade das figuras narcísicas, que julgam ser «artistas», mas falta-lhes o essencial:  Musicalidade. 
O pior é que têm quem lhes compre os discos, vá aos recitais, etc., pelo que se constata que não existe «progresso» na arte dos sons, pelo menos nalgumas épocas, existe involução. 

A música popular vai de par com a época em que é produzida. Se a época transporta muita esperança, vontade de emancipação, criatividade e rebeldia, como nos anos sessenta, a marca fica gravada nas músicas, em especial na dita popular. 

Eu não gosto de falar em música popular ou erudita, porque a música é una. Uma composição pode ser de boa qualidade e simples, ao mesmo tempo: Neste caso, é quase certo que irá ser retomada por vários artistas-intérpretes. Vai inseminar várias gerações, que se inspiram nessa composição, recriando-a até que se torne «um clássico».

Parece-me que a poesia de Vinícius de Moraes e a música de João Gilberto, Tom Jobim, Toquinho, Baden Powell, se fundem de modo tão harmonioso, que são como uma só. Impossível de dissociar! 

Esta forma de arte é tão brasileira. Mas, também fez parte do «substrato comum» da minha geração, nos anos 60 e 70, em Portugal. 
A minha geração apropriou-se desta música fantástica, foi o «prato de resistência» nas atuações de cantores, em palcos, estúdios, bares e botequins... e nas festas entre amigos!

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

[Baden Powell, Vinícius de Moraes] «QUEIXA»

«O samba, que coisa mais rica»! E assim, temos uma nova semana. Para nos alegrar, trouxe a música excelente do Brasil, com inspiração popular e erudita, fundidas na síntese originalíssima de Vinícius de Moraes. O poeta «branco mais negro do Brasil», como ele assim se designava.

Ele teve muitos músicos e interpretes talentosos a trabalhar com ele. Fizeram sobressair a música interna dos seus poemas, ficando para a posteridade como obras-primas do reportório da Música Popular Brasileira. Baden Powell foi um deles; um dos grandes compositores da música brasileira a ter intensa colaboração com Vinícius.

Ouve este samba!
[Quanto ao resto, deixa]
 «que essa queixa não tem solução»



                                                 https://www.youtube.com/watch?v=ElfKmHVDGOo

QUEIXA

Cavaco, pandeiro, cuíca
Ganzá, tamborim, violão
E o samba, que coisa mais rica
E o surdo batendo no coração

Deixa
Porque hoje é tudo natural
Deixa
Que essa queixa, sim, é sempre igual
Quando a cidade amanhecer
É carnaval

Cavaco, pandeiro, cuíca...

Deixa
Toma um trago e lava o coração
Deixa
Que essa queixa não tem solução
Deixa
Porque quem quer saber
Não sabe não

Deixa
Porque hoje é tudo natural
Quando a cidade amanhecer
É carnaval

Deixa
Toma um trago e lava o coração
Deixa
Porque hoje é tudo natural
Quando a cidade amanhecer
É carnaval



Composição: Baden Powell / Vinícius de Moraes.

Aprecie a poesia de Vinícius nesta playlist:  VINICIUS DE MORAES

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

MARIA CREUZA, TOQUINHO E VINICIUS DE MORAES // ELIS REGINA E TOM JOBIM

Duas gravações, um mesmo ímpeto do coração, uma mesma voz poética - embora de poetas diferentes - a do Brasil. 
As vozes perfeitas de Maria Creuza, de Toquinho, Vinícius, Elis Regina e Tom Jobim.
As suas interpretações impõem-se ainda hoje, ao ponto de eu não conseguir encontrar nada melhor para homenagear a música do meu Brasil!



                                                              A FELICIDADE



                                                         ÁGUAS DE MARÇO

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

VINÍCIUS DE MORAES, TOM JOBIM, TOQUINHO E MIUCHA

A MÚSICA ESTÁ NAS NOSSAS VEIAS AFRO-BRASIL-PORTUGAL


O primeiro encontro entre o poeta e diplomata Vinicius de Moraes e o jovem - e já afamado - compositor Antonio Carlos Jobim aconteceu em um bar no ventre do Rio de Janeiro, em 1956. Desta parceria nasceram belas composições que se tornaram conhecidas em todo o mundo, tais como "Felicidade", "Garota de Ipanema", "Chega de Saudade", entre tantas outras.
Gravado em 18 de Outubro de 1978, este DVD é um registo inédito e único da apresentação destes dois "monstros sagrados" da música brasileira nos estúdios da RTSI Televisione Svizzera.


Além do próprio Jobim ao piano e de Toquinho no violão, os músicos Azeitona (baixo), Mutinho (bateria), Roberto Sion (flauta e sax) e Georgiana de Moraes (percussão) mostram ao mundo toda a elegância e a beleza da música brasileira.

O show -- que tem participação especial de Toquinho e Miúcha -- reúne grandes sucessos da dupla Vinicius & Jobim, além de parcerias destes com outros autores, entre eles Chico Buarque e Caetano Veloso. 
No repertório, canções como "Tarde em Itapuã", "Desafinado", "Wave", "Águas de Março", "Samba do Avião", "O Que Será" e muito mais.


Um DVD antológico. Para ver, ouvir e se emocionar!


0:20 Samba de Orly 2:50 Tributo a Caymmi 7:37 Tarde em Itapoã 12:03 Desafinado 15:35 Wave 17:55 Samba de uma Nota Só 20:40 Águas de Março 24:35 Samba do Avião 27:04 O que Será (À Flor da Pele) (Chico Buarque) 30:07 Samba para Vinicius 31:46 Vai Levando 35:15 A Felicidade 37:17 Água de Beber 40:52 Garota de Ipanema / Sei Lá 48:30 Berimbau / Canto de Ossanha

sexta-feira, 11 de maio de 2018

AI, QUEM ME DERA...

(Vinicius de Moraes/ Toquinho)  cantado por CLARA NUNES

 

Ai, quem me dera terminasse a espera

Retornasse o canto simples e sem fim
E ouvindo o canto se chorasse tanto
Que do mundo o pranto se estancasse enfim

Ai, quem me dera ver morrer a fera      

Ver nascer o anjo, ver brotar a flor
Ai, quem me dera uma manhã feliz
Ai, quem me dera uma estação de amor


Ah, se as pessoas se tornassem boas
E cantassem loas e tivessem paz
E pelas ruas se abraçassem nuas
E duas a duas fossem casais


Ai, quem me dera ao som de madrigais
Ver todo mundo para sempre afim
E a liberdade nunca ser demais
E não haver mais solidão ruim


Ai, quem me dera ouvir o nunca-mais
Dizer que a vida vai ser sempre assim
E, finda a espera, ouvir na primavera
Alguém chamar por mim

Uma das mais belas poesias/canções da autoria de Vinicius de Moraes, com música de Toquinho.

A aparente espontaneidade da letra, evolui rapidamente para um registo onírico e utópico, muito ao jeito de toda a geração de sessenta, a geração do amor e da revolução. 
Mas a beleza lírica do comentário da flauta envolve a melodia simples numa aura de encantamento. 
Para mim, isto é musica clássica / popular brasileira. 
O lirismo e a energia interior da voz de Clara Nunes, são o modo adequado, e o bom gosto, de cantar este trecho. A alma não se diz, nem se escreve; emana como uma melodia, como uma voz quente e vibrante de quem sente o que está cantando.

quinta-feira, 23 de junho de 2016

TEMPO DE AMOR ... [Afrosambas de Baden e Vinicius]



Saíu há 50 anos! Mas está fresquinho! Toda a obra-prima é intemporal. 
Ela mexe connosco, independentemente da geração a que pertencemos.

Vinícius de Moraes, Baden Powell e Companhia!
Saravah!