Porque razão os bancos centrais asiáticos estão a comprar toneladas de ouro? - Não é ouro em si mesmo que lhes importa neste momento, mas é a forma mais expedita de se livrarem de US dollars!!
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segunda-feira, 1 de julho de 2024

EDITH PIAF [1915 – 1963] (Segundas-feiras musicais nº7)


As canções seguintes são, para mim, musicalmente & poeticamente, as melhores da Piaf. Isto não significa que muitas outras (ela gravou mais duma centena de canções diferentes) não tivessem podido ser escolhidas para figurar aqui. São opções do autor deste blog; também é uma maneira de tributo e de homenagem ao «pardal parisiense»* !











Biografia:


As canções gravadas por Edith Piaf
(e respectivos compositores e letristas):


Chanson Française:


Carreira internacional:
 
Sobre as canções traduzidas para inglês (do site Edith Piaf | The playlist):
(...) If the story of French icon Edith Piaf (19.12.1915 – 10.10.1963) is well known by the French public, her impact beyond the country’s borders shouldn’t be underestimated. 
In 1955 she became an international music-hall star, notably in the US where she triumphed at New York’s Carnegie Hall in 1956. She would return numerous times. 
During the same year she released English-language versions of several hit songs: ‘Heaven Have Mercy’ (‘Miséricorde’), ‘One Little Man’ (‘Le Petit Homme’), ‘Autumn Leaves’ (‘Les Feuilles mortes’), ‘Sing To Me’ (‘Chante-moi’), ‘Don’t Cry’ (‘C’est d’la faute à tes yeux’), ‘I Shouldn’t Care’ (‘J’m’en fous pas mal’), ‘Cause I Love You’ (‘Du matin jusqu’au soir’) and ‘My Lost Melody’ (‘Je n’en connais pas la fin’). There are also several live recordings of US concerts.On 13th December 1959, the singer collapsed on stage in New York while on tour. She had to undergo a series of operations and returned to Paris in a fragile state, but was still presented a TV award for the song ‘Milord’. 
In 1961 she recorded the English-language versions of the songs ‘Je ne regrette rien’, renamed ‘No Regrets’, and ‘Mon Dieu’, which became ‘My God’. 
After that her poor health meant that she could no longer travel as much as before, but her repertoire was taken up and covered by many international singers who helped keep her memory alive right up to the present day.(...)

Uma das canções da Piaf «Mon Homme», cantada por Billie Holiday, «My Man»:




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*"Piaf" = pardal, em argot

PS 1: Foi feita uma playlist «PIAF» com as canções de Edith Piaf acima. Podes agora ouvir as dez canções de seguida.

sexta-feira, 14 de junho de 2024

terça-feira, 9 de abril de 2024

PLAYLIST: CHARLES AZNAVOUR - 20/20


 Procurei selecionar as canções que mais me agradam e que são do agrado geral. Mas também atendi aos fatores diversidade, criatividade, qualidade de interpretação. 
Este cantor/autor francês, de origem arménia, é o mais conhecido e cantado da sua geração. Faleceu em Outubro de 2018. Este ano, comemora-se o centenário do seu nascimento (a 22 de maio 1924 ).

 Aznavour, não só foi o autor da letra e música das canções - mais de duas centenas - como também foi um cantor excecional, com grande expressividade e nitidez na dicção.

Digam-me se concordam que os 20 sucessos de Aznavour desta playlist pertencem às suas vinte melhores composições/interpretações !

sábado, 10 de fevereiro de 2024

Ínfima homenagem a Françoise Hardy



 Não a vi nunca, pessoalmente. Nem à distância, numa sala de espetáculos. Porém, poucas artistas marcaram, tanto como ela, a minha vida. Na infância, adolescência, idade adulta e nesta idade, já perto do fim. Apercebi-me, agora que ela partiu, como foi importante em toda a minha vida. 

Autora e compositora, além de sublime intérprete da canção francesa, foi reconhecida nas várias línguas* em que cantou. Mas, a língua francesa deve-lhe algo muito especial. Foi imensa a sua irradiação artística: Com a sua voz inconfundível, ela exprimiu a música intrínseca dos poemas, os seus e os de uma profusão de poetas.

 A qualidade das letras, das melodias e das orquestrações parece-me patente na discografia de Françoise Hardy: Foi o que procurei ilustrar, nesta amostra, com as mais belas canções**. São das que eu ouço sem me enfastiar: a cada vez, encontro algo de novo,  que me tinha escapado até então. 

Até amanhã na outra vida, Françoise Hardy.


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* Canções em inglês, alemão, italiano, espanhol...



** Playlist por Manuel Banet:

«FRANÇOISE HARDY - INFIME HOMMAGE»


quarta-feira, 24 de janeiro de 2024

LE DERNIER REPAS - JACQUES BREL

 https://www.youtube.com/playlist?list=PLUv1WgIwP9IPk6USCWVJbq7e4t8JFCOss


À mon dernier repasJe veux voir mes frèresEt mes chiens et mes chatsEt le bord de la mer
À mon dernier repasJe veux voir mes voisinsEt puis quelques chinoisEn guise de cousins
Et je veux qu'on y boiveEn plus du vin de messeDe ce vin si joliQu'on buvait en Arbois
Je veux qu'on y dévoreAprès quelques soutanesUne poule faisaneVenue du Périgord
Puis je veux qu'on m'emmèneEn haut de ma collineVoir les arbres dormirEn refermant leurs bras
Et puis je veux encoreLancer des pierres au cielEn criant Dieu est mortUne dernière fois
À mon dernier repasJe veux voir mon âneMes poules et mes oiesMes vaches et mes femmes
À mon dernier repasJe veux voir ces drôlessesDont je fus maître et roiOu qui furent mes maîtresses
Quand j'aurai dans la panseDe quoi noyer la terreJe briserai mon verrePour faire le silence
Et chanterai à tue-têteÀ la mort qui s'avanceLes paillardes romancesQui font peur aux nonnettes
Puis je veux qu'on m'emmèneEn haut de ma collineVoir le soir qui chemineLentement vers la plaine
Et là debout encoreJ'insulterai les bourgeoisSans crainte et sans remordsUne dernière fois
Après mon dernier repasJe veux que l'on s'en ailleQu'on finisse ripailleAilleurs que sous mon toit
Après mon dernier repasJe veux que l'on m'installeAssis seul comme un roiAccueillant ses vestales
Dans ma pipe je brûleraiMes souvenirs d'enfanceMes rêves inachevésMes restes d'espérance
Et je ne garderaiPour habiller mon âmeQue l'idée d'un rosierEt qu'un prénom de femme
Puis je regarderaiLe haut de ma collineQui danse, qui se devineQui finit par sombrer
Et dans l'odeur des fleursQui bientôt s'éteindraJe sais que j'aurai peurUne dernière fois

Esta soberba canção abre a minha playlist, dedicada ao mais notável autor-compositor de origem franco-flamenga. Ele nos encantou enquanto adolescentes, encarnando todo o fulgor de revolta e de amor que nos incendiava também. 

Sabemos muito sobre a vida deste grande vulto da canção francófona, mas isso não explica nada, pois o fenómeno de criatividade, quer nas letras, quer nas melodias, continua a ser, para mim, um caso ímpar. Dificilmente, se encontra meia dúzia de interpretes/compositores, que tenham atingido a perfeição e qualidade de Jacques Brel.

Jacques Brel é também um formidável intérprete.  Tem imensa qualidade vocal, nas gravações ao vivo ou em estúdio: Elas são de grande perfeição, não apenas pela sua musicalidade, como pela sua perfeita dicção: consegue-se perceber todas as palavras, mesmo nas canções com um ritmo muito vivo.

Algumas canções do «grand Jacques» foram interpretadas por outros cantores/cantoras. Mas, para mim, nenhuma dessas interpretações (embora algumas tenham real qualidade) vale a versão original.  

Brel escreve sobre o amor, sobre os desencontros do amor, sobre os seus fracassos, sobre a condição humana, sobre os problemas sociais, sobre a guerra e a paz, sobre o militarismo, sobre a morte, etc. Dizer - porém - que é um «cantor/autor de intervenção» ou «engagé» é um bocado redutor, não se aplica ao personagem e à sua obra. Ele transcende as divisões esquerda/direita, ou ateísmo/religião. Por isso, pode ser amado ou odiado por muitos, em todos os quadrantes: as canções que eu escolhi na playlist dão, espero, uma amostra representativa das temáticas das canções de Brel.

Brel viveu apaixonadamente, nunca recusando os desafios que a vida lhe colocava. Pode dizer-se que é um exemplo de comportamento «heroico» ou voluntarista, mas não cai dentro da categoria típica das «stars», pois ele não gostava nada que os media da altura se imiscuíssem na sua vida privada. Tinha, além disso, um sentido profundo de solidariedade e de justiça social, que não era fictício, pois ele assumia estes valores que proclamava. Pode dizer-se que o seu substrato profundo fosse de um libertário social, que assumia o humanismo como herança da civilização em que estava inserido, mas rejeitava as hipocrisias dos burgueses, dos falsos devotos, etc.    

Gostaria que houvesse outros artistas como ele, que estivessem vivos e atuantes, que soubessem fazer a denúncia das iniquidades e das brutalidades dos poderosos, com a mesma verve, pois a força da expressão artística tem a capacidade de abrir os corações. Uma das coisas que mais falta faz, neste século, parece-me ser a coragem de se ser coerente com os  ideais proclamados.



quarta-feira, 6 de setembro de 2023

BAUDELAIRE POR LÉO FERRÉ

 

                                              

ALBUM COMPLETO, AQUI.


Causerie

Vous êtes un beau ciel d'automne, clair et rose!
Mais la tristesse en moi monte comme la mer,
Et laisse, en refluant, sur ma lèvre morose
Le souvenir cuisant de son limon amer.

— Ta main se glisse en vain sur mon sein qui se pâme;
Ce qu'elle cherche, amie, est un lieu saccagé
Par la griffe et la dent féroce de la femme.
Ne cherchez plus mon coeur; les bêtes l'ont mangé.

Mon coeur est un palais flétri par la cohue;
On s'y soûle, on s'y tue, on s'y prend aux cheveux!
— Un parfum nage autour de votre gorge nue!...

Ô Beauté, dur fléau des âmes, tu le veux!
Avec tes yeux de feu, brillants comme des fêtes,
Calcine ces lambeaux qu'ont épargnés les bêtes!


Conversa

Sois um belo céu de Outono, claro e róseo!
Mas a tristeza invade-me como a maré,
E deixa, ao refluir, no meu lábio dormente
A lembrança ardente do limo amargo.

— Tua mão deslisa em vão sobre meu seio tenso;
O que procuras, amiga, é um local arruinado
Pelas garras e dentes ferozes da mulher.
Não  procures 
mais o coração; as feras o devoraram.

Meu coração é um palácio invadido pela turba;
Ela se embebeda, se mata e se agarra pelos cabelos!
— Um perfume flutua em torno de vosso seio nu!...

Ó Beleza, duro flagelo das almas, tu o exiges!
Com teus olhos de fogo, luzindo como festas,
Calcina estes farrapos que sobraram das feras!

(tradução de Manuel Banet)




quarta-feira, 14 de setembro de 2022

Chanson: Années d'Or

CHANSON: ANNÉES D'OR


 Uma nova playlist, com o melhor do melhor da canção francesa. Não posso agradar a todos os gostos, evidentemente, por isso usei o critério de agradar a mim próprio. 

Há quem pense que «as pessoas são aquilo que comem»... Porém, eu sou aquilo que amo. As canções que eu amo, com os interpretes que eu considero os melhores*.   

JULIETTE GRÉCO, ÉDITH PIAF, BORIS VIAN, LÉO FÉRRÉ, JACQUES BREL, ADAMO, FRANÇOISE HARDY, MIREILLE MATHIEU, CHARLES AZNAVOUR, YVES MONTAND, CHARLES TRENET, GEORGES MOUSTAKI.

                                    
https://www.youtube.com/playlist?list=PLUv1WgIwP9IMdXxSPVNeizYVJkXaA4COD

* Outros grandes nomes - Georges Brassens, Serge Gainsbourg e Jacques Dutronc - já tinham sido incluídos em playlists exclusivas.  Na presente playlist, eu decidi limitar-me a incluir somente doze interpretes com 2 canções, cada (24 canções no total). 


segunda-feira, 10 de janeiro de 2022

[Catherine Sauvage] BLUES - canção de Léo Ferré sobre poema de Aragon

  https://www.youtube.com/watch?v=a9aQQoflCec

On veille on pense à tout à rien
On écrit des vers de la prose
On doit trafiquer quelque chose
En attendant le jour qui vient
La brume quand point le matin
Retire aux vitres son haleine
Il en fut ainsi quand Verlaine
Ici doucement s'est éteint
Plusieurs sont morts plusieurs vivants
On n'a pas tous les mêmes cartes
Avant l'autre il faut que je parte
Eux sortis je restais rêvant
Tout le monde n'est pas Cézanne
Nous nous contenterons de peu
L'on pleure et l'on rit comme on peut
Dans cet univers de tisanes
Jeune homme qu'est-ce que tu crains
Tu vieilliras vaille que vaille
Disait l'ombre sur la muraille
Peinte par un Breughel forain
On veille on pense à tout à rien
On écrit des vers de la prose
On doit trafiquer quelque chose
En attendant le jour qui vient
On veille on pense à tout à rien
On écrit des vers de la prose
On doit trafiquer quelque chose
En attendant le jour qui vient...

Este poema de Aragon evoca suas recordações de vigílias enquanto médico externo no hospital Broussais. 

                              Com efeito, os primeiros versos do poema, não incluídos na canção de Ferré, explicitam essa referência. Mas o poema musicado não deixa de citar o hospital Broussais, indiretamente, enquanto local da morte de Verlaine, «que aqui se extinguiu suavemente».

Mas Aragon, igualmente, evoca o seu período «Dada» e Surrealista. Faz referências à vida precária em Montparnasse, nos anos 1920: «avant l'autre, il faut que je parte...»           Exprime a pobreza e precariedade do artista não reconhecido, com uma expressão (quase) proverbial: «Tout le monde n'est pas Cézanne». 

Aragon não está a referir-se à qualidade ímpar do pintor, mas à sua riqueza pessoal, que lhe permitia viver e pintar, sem se preocupar em ganhar a vida com a sua arte.    
          
 A composição de Léo Ferré faz parte do álbum «Aragon». Ferré interpreta  nele as suas próprias composições, de elevadíssima qualidade; é muito difícil decidir qual delas a «melhor». Eu prefiro esta, «Blues», pois é a que mais me inspira.

                                          
  Aprecio imenso - também - a interpretação de Catherine Sauvage, a expressividade da sua voz e a sobriedade do acompanhamento ao piano,  de Jacques Loussier, no  álbum de 1964, contendo apenas canções a partir de poesias de Aragon. Neste disco, além das composições de Léo Ferré, há canções musicadas por Georges Brassens, Joseph Kosma, Jean Ferrat e Philippe Amar. 


PS1: playlist com as canções de Léo Ferré, que eu mais aprecio:

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

GAINSBOURG - LA JAVANAISE

Ele é completamente não-assimilável. Muitos anos depois de ter desaparecido, apetece-me revê-lo pela sua genialidade e porque  tinha a capacidade de ser provocante, sem ser vulgar. 

Enfim, uma seleção  para quem tem a nostalgia dos anos 60 e 70:       AQUI, ALGUMAS CANÇÕES


~

La Javanaise

J'avoue j'en ai bavé pas vous
Mon amour
Avant d'avoir eu vent de vous
Mon amour
Ne vous déplaise
En dansant la Javanaise
Nous nous aimions
Le temps d'une
Chanson
À votre avis qu'avons-nous vu
De l'amour?
De vous à moi vous m'avez eu
Mon amour
Ne vous déplaise
En dansant la Javanaise
Nous nous aimions
Le temps d'une
Chanson
Hélas avril en vain me voue
À l'amour
J'avais envie de voir en vous
Cet amour
Ne vous déplaise
En dansant la Javanaise
Nous nous aimions
Le temps d'une
Chanson
La vie ne vaut d'être vécue
Sans amour
Mais c'est vous qui l'avez voulu
Mon amour
Ne vous déplaise
En dansant la Javanaise
Nous nous aimions
Le temps d'une
Chanson
Source : LyricFind
Paroliers : Serge Gainsbourg
 

quarta-feira, 7 de outubro de 2020

[JULIETTE GRÉCO] «JE SUIS COMME JE SUIS»

                                                                                                              Juliette Gréco (Montpellier, 7 février 1927 – Ramatuelle, 23 de septembre 2020)

 Je suis comme je suis (SOU COMO SOU)

Je suis faite pour plaire
Et n'y puis rien changer
Mes lèvres sont trop rouges
Mes dents trop bien rangées
Mon teint beaucoup trop clair
Mes cheveux trop foncés
Et puis après?
Qu'est-ce que ça peut vous faire?
Je suis comme je suis
Je plais à qui je plais
Je suis comme je suis
Je suis faite comme ça
Quand j'ai envie de rire
Oui, je ris aux éclats
J'aime celui qui m'aime
Est-ce ma faute à moi
Si ce n'est pas le même
Que j'aime chaque fois?
Je suis comme je suis
Je suis faite comme ça
Que voulez-vous de plus?
Que voulez-vous de moi?
Je suis faite pour plaire
Et n'y puis rien changer
Mes talons sont trop hauts
Ma taille trop cambrée
Mes seins beaucoup trop durs
Et mes yeux trop cernés
Et puis après?
Qu'est-ce que ça peut vous faire?
Je suis comme je suis
Je plais à qui je plais

PS: Presto aqui a minha modesta homenagem à grande senhora da canção francesa. Ela, tal como outras vozes, deu lustro e nobreza ao que foi a França, sobretudo, no pós II Guerra Mundial. Durante vários decénios a França foi o farol da cultura, da ilustração, das ideias progressistas. Mas nenhum país ou cultura podem viver exclusiva e eternamente do capital acumulado. 
Eu gostaria de ver a França produzir «novas fornadas» de criadores, artistas e pensadores... pessoas com talento e autênticas, como Juliette Gréco ... Terá de ser algo novo e em consonância com a época, mas terá de se basear no melhor da sua tradição... Não  interessa macaquear os estilos anglo americanos...
 Eternas Saudades de Juliette Gréco!

quarta-feira, 24 de junho de 2020

LÉO FÉRRÉ - POETA, COMPOSITOR, INTERPRETE

Eis uma lista de canções, musicadas por Léo Férré, quer dos seus próprios poemas, quer de poetas de várias épocas da literatura francesa. 
Esta antologia, partilho-a com os leitores, porque me parece que Léo Férré é tão importante, musical e poeticamente. 
Ele realmente transcende os géneros... popular, erudito? 
... Que significado tem isso, perante uma imaginação e prodigiosa capacidade de jogar com os sons? 
- Talvez seja um dos melhores meios de iniciação à língua francesa, a uma cultura viva e não académica. 

https://www.youtube.com/playlist?list=PLUv1WgIwP9IPTjPI4OwAPya_ijM6lD5X_



quinta-feira, 7 de maio de 2020

FRANÇOISE HARDY - «CONTRE VENTS ET MARÉES» [música de Eric Clapton]


Uma balada belíssima, sempre contida no seu lirismo, sempre profunda na sabedoria... Servida pela mais bela voz de França... oiçam atentamente!
Esta canção pertence ao álbum «Clair-Obscur», editado no ano  2000.

PS1: Descobri agora que a música original é de Eric Clapton:



terça-feira, 1 de outubro de 2019

BRASSENS - DUAS CANÇÕES MINHAS PREFERIDAS

Há tantas canções do imortal Georges Brassens que poderiam figurar aqui! 
Eu escolhi duas, das que me agradam mais, pessoalmente, pelas suas qualidades poéticas e musicais.


Non, ce n'était pas le radeau
De la Méduse, ce bateau
Qu'on se le dise au fond des ports
Dise au fond des ports
Il naviguait en pèr' peinard
Sur la grand-mare des canards
Et s'app'lait les Copains d'abord
Les Copains d'abord
Ses fluctuat nec mergitur
C'était pas d'la litterature
N'en déplaise aux jeteurs de sort
Aux jeteurs de sort
Son capitaine et ses mat'lots
N'étaient pas des enfants d'salauds
Mais des amis franco de port
Des copains d'abord
C'était pas des amis de luxe
Des petits Castor et Pollux
Des gens de Sodome et Gomorrhe
Sodome et Gomorrhe
C'était pas des amis choisis
Par Montaigne et La Boetie
Sur le ventre ils se tapaient fort
Les copains d'abord
C'était pas des anges non plus
L'Évangile, ils l'avaient pas lu
Mais ils s'aimaient tout's voil's dehors
Tout's voil's dehors
Jean, Pierre, Paul et compagnie
C'était leur seule litanie
Leur Credo, leur Confiteor
Aux copains d'abord
Au moindre coup de Trafalgar
C'est l'amitié qui prenait l'quart
C'est elle qui leur montrait le nord
Leur montrait le nord
Et quand ils étaient en détresse
Qu'leurs bras lançaient des S.O.S.
On aurait dit les sémaphores
Les copains d'abord
Au rendez-vous des bons copains
Y avait pas souvent de lapins
Quand l'un d'entre eux manquait a bord
C'est qu'il était mort
Oui, mais jamais, au grand jamais
Son trou dans l'eau n'se refermait
Cent ans après, coquin de sort
Il manquait encore
Des bateaux j'en ai pris beaucoup
Mais le seul qu'ait tenu le coup
Qui n'ai jamais viré de bord
Mais viré de bord
Naviguait en père peinard
Sur la grand-mare des canards
Et s'app'lait les Copains d'abord
Les Copains d'abord
Des bateaux j'en ai pris beaucoup
Mais le seul qu'ait tenu le coup
Qui n'ai jamais viré de bord
Mais viré de bord
Naviguait en père peinard
Sur la grand-mare des canards
Et s'app'lait les Copains d'abord
Les Copains d'abord




La femme qui possède tout en elle
Pour donner le goût des fêtes charnelles,
La femme qui suscite en nous tant de passion brutale,
La femme est avant tout sentimentale.
Main dans la main les longues promenades,
Les fleurs, les billets doux, les sérénades,
Les crimes, les foli’s que pour ses beaux yeux l'on commet
La transportent, mais...
Refrain :
Quatre-vingt-quinze fois sur cent,
La femme s'emmerde en baisant.
Qu'elle le taise ou le confesse
C'est pas tous les jours qu'on lui déride les fesses.

Les pauvres bougres convaincus
Du contraire sont des cocus.
A l'heure de l'oeuvre de chair
Elle est souvent triste, peuchèr’ !
S'il n'entend le coeur qui bat,
Le corps non plus ne bronche pas.

Sauf quand elle aime un homme avec tendresse,
Toujours sensible alors à ses caresses,
Toujours bien disposé’, toujours encline à s'émouvoir,
Ell’ s'emmerd' sans s'en apercevoir.
Ou quand elle a des besoins tyranniques,
Qu'elle souffre de nymphomani’ chronique,
C'est ell' qui fait alors passer à ses adorateurs
De fichus quarts d'heure.

Quatre-vingt-quinze fois sur cent,
La femme s'emmerde en baisant.
Qu'elle le taise ou le confesse
C'est pas tous les jours qu'on lui déride les fesses.
Les pauvres bougres convaincus
Du contraire sont des cocus.
A l'heure de l'oeuvre de chair
Elle est souvent triste, peuchèr’ !
S'il n'entend le coeur qui bat,
Le corps non plus ne bronche pas.

Les "encore", les "c'est bon", les "continue"
Qu'ell' cri’ pour simuler qu'ell' monte aux nues,
C'est pure charité, les soupirs des anges ne sont
En général que de pieux mensonges.
C'est à seule fin que son partenaire
Se croie un amant extraordinaire,
Que le coq imbécile et prétentieux perché dessus
Ne soit pas déçu.

Quatre-vingt-quinze fois sur cent,
La femme s'emmerde en baisant.
Qu'elle le taise ou le confesse
C'est pas tous les jours qu'on lui déride les fesses.
Les pauvres bougres convaincus
Du contraire sont des cocus.
A l'heure de l'oeuvre de chair
Elle est souvent triste, peuchèr’ !
S'il n'entend le coeur qui bat,
Le corps non plus ne bronche pas.

J'entends aller bon train les commentaires
De ceux qui font des châteaux à Cythère :
"C'est parce que tu n'es qu'un malhabile, un maladroit,
Qu'elle conserve toujours son sang-froid."
Peut-être, mais si les assauts vous pèsent
De ces petits m'as-tu-vu-quand-je-baise,
Mesdam’s, en vous laissant manger le plaisir sur le dos,
Chantez in petto...

Quatre-vingt-quinze fois sur cent,
La femme s'emmerde en baisant.
Qu'elle le taise ou le confesse
C'est pas tous les jours qu'on lui déride les fesses.
Les pauvres bougres convaincus
Du contraire sont des cocus.
A l'heure de l'oeuvre de chair
Elle est souvent triste, peuchèr’ !
S'il n'entend le coeur qui bat,
Le corps non plus ne bronche pas.