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domingo, 26 de fevereiro de 2023

Samba Triste: Stan Getz / Charlie Byrd / Baden Powell

 

                                                      Stan Getz + Charlie Byrd


  
Baden Powell




Para quem aprecia o reportório da guitarra clássica ou de jazz, consultar a lista AQUI



Na interpretação de Stan Getz e Charlie Byrd, a melodia é executada pela guitarra (a cargo de Charlie Byrd), enquanto o saxofone de Stan Getz elabora improvisos sobre a melodia, usando o famoso tema do flamenco (ele próprio retirado da canção renascentista «Guarda me las vacas»). A utilização do tema do flamenco é também frequente nos fados. A base harmónica é a mesma, pelo que a inventividade reside nas variações. 
Na sua versão original, este Samba Triste é uma pequena amostra da alma lusófona, aqui interpretada pelo seu criador, o genial Baden Powell. É um dos grandes compositores brasileiros, que compôs célebres peças musicando poemas de Vinícius de Moraes, «o branco mais negro do Brasil» que nos traduziu em palavras o mistério e a sedução do Brasil. A sua poesia foi servida por excelentes músicos compositores, que souberam exprimir a música fluida e sensual desta grande nação. 

segunda-feira, 15 de novembro de 2021

[Baden Powell, Vinícius de Moraes] «QUEIXA»

«O samba, que coisa mais rica»! E assim, temos uma nova semana. Para nos alegrar, trouxe a música excelente do Brasil, com inspiração popular e erudita, fundidas na síntese originalíssima de Vinícius de Moraes. O poeta «branco mais negro do Brasil», como ele assim se designava.

Ele teve muitos músicos e interpretes talentosos a trabalhar com ele. Fizeram sobressair a música interna dos seus poemas, ficando para a posteridade como obras-primas do reportório da Música Popular Brasileira. Baden Powell foi um deles; um dos grandes compositores da música brasileira a ter intensa colaboração com Vinícius.

Ouve este samba!
[Quanto ao resto, deixa]
 «que essa queixa não tem solução»



                                                 https://www.youtube.com/watch?v=ElfKmHVDGOo

QUEIXA

Cavaco, pandeiro, cuíca
Ganzá, tamborim, violão
E o samba, que coisa mais rica
E o surdo batendo no coração

Deixa
Porque hoje é tudo natural
Deixa
Que essa queixa, sim, é sempre igual
Quando a cidade amanhecer
É carnaval

Cavaco, pandeiro, cuíca...

Deixa
Toma um trago e lava o coração
Deixa
Que essa queixa não tem solução
Deixa
Porque quem quer saber
Não sabe não

Deixa
Porque hoje é tudo natural
Quando a cidade amanhecer
É carnaval

Deixa
Toma um trago e lava o coração
Deixa
Porque hoje é tudo natural
Quando a cidade amanhecer
É carnaval



Composição: Baden Powell / Vinícius de Moraes.

Aprecie a poesia de Vinícius nesta playlist:  VINICIUS DE MORAES

segunda-feira, 22 de março de 2021

[PIXINGUINHA] «NAQUELE TEMPO»

                                     
                                  https://www.youtube.com/watch?v=AwryEdYhYGg

Já anteriormente referi e transpus música de Pixinguinha, o genial compositor, flautista e orquestrador, que deu ao Choro as suas características inconfundíveis. 
Vários outros compositores e interpretes têm feito do Choro um género instrumental rico, diversificado.
Os seus conjuntos especializados nesta música também se designam de «choros»: Têm, por regra, sopros (flauta, saxofone, clarineta), cordas dedilhadas (violão, bandolim) e percussões. 

Abaixo, transcrevo a nota que acompanha o vídeo do Youtube. Este texto permite-nos ter uma ideia da importância de Pixinguinha na música brasileira: 

«Alfredo da Rocha Vianna Jr. (1897 - 1973), o Pixinguinha, é o pai da música brasileira. Normalmente reconhecido "apenas" por ser um flautista virtuoso e um compositor genial, costuma-se desprezar seu lado de maestro e arranjador. Pixinguinha criou o que hoje são as bases da música brasileira. Misturou a então incipiente música de Ernesto Nazareh , Chiquinha Gonzaga e dos primeiros chorões com ritmos africanos, estilos europeus e a música negra americana, fazendo surgir um estilo genuinamente brasileiro. Arranjou os principais sucessos da então chamada época de ouro da música popular brasileira, orquestrando de marchas de Carnaval a choros. Foi o primeiro maestro-arranjador contratado por uma gravadora no Brasil. Era um músico profissional quando boa parte dos mais importantes músicos eram amadores (os principais chorões eram funcionários públicos e faziam música nos horários de lazer). Pixinguinha foi antes de tudo um pesquisador de música, sempre inovando e inserindo novos elementos na música brasileira. Foi muitas vezes incompreendido, e apenas anos mais tarde passavam a dar o devido valor a suas invenções. 
Em 1922 tem uma experiência que transforma significativamente sua música. Um milionário patrocina a viagem de Pixinguinha e de seu grupo «Os 8 Batutas» para uma tournée europeia. A temporada em Paris que deveria ser de um mês dura seis, tendo que ser interrompida devido a compromissos já assumidos no Brasil. Na Europa, Pixinguinha trava contacto com a moderna música europeia e com o jazz americano, então moda em Paris. Pixinguinha foi um menino prodígio, tocava cavaquinho com 12 anos. Aos 13 passava ao bombardino e à flauta. Até hoje é reconhecido como o melhor flautista da história da música brasileira. Mais velho trocaria a flauta pelo saxofone, pois não tinha mais a firmeza e embocadura necessárias. Aos dezassete anos grava suas primeiras instrumentações, vindo no ano seguinte gravar suas primeiras composições, nada menos que as pérolas Rosa e Sofres Porque Queres. 
Pixinguinha faria 100 anos no ano que vem (1997). Estão sendo planeadas grandes comemorações pela cidade do Rio de Janeiro. Desde já têm sido realizadas diversas apresentações públicas de grupos tocando sua obra. Discos estão sendo lançados e relançados. A cidade vai ferver homenageando o Maestro Pixinguinha.»