Manuel Banet, ele próprio

Reflexão pessoal, com ênfase na criação e crítica

segunda-feira, 30 de setembro de 2024

CANÇÕES DO RENASCIMENTO (Segundas-f. musicais nº19)

Canções de Anónimos, Claudin de Sermisy, Orlando di Lasso e Josquin des Prez

As canções aqui apresentadas são muito célebres. Porém, existe toda uma literatura - que vai desde os finais do século XIV, até meados do séc. XVI - largamente por explorar. Embora seja conhecida, não é realmente divulgada ao mesmo nível das outras produções musicais do passado. 
Também na Península Ibérica se compunham canções profanas. Muitas delas eram copiadas para cancioneiros, pequenos livros com poemas de autores diversos; a música era anotada ou implícita. Os acompanhamentos eram improvisados a partir da melodia. 
Um pouco mais tarde, começaram a ser feitas transcrições e glosas (variações) de obras do reportório profano, tanto de peças ibéricas, como de outras origens (italianas, francesas, flamengas...).
 Gonçalo de Baena, António de Cabezón e outros, na primeira metade do século XVI, deixaram transcrições de canções, em cifra. Estas transcrições de canções, incluindo glosas, estão na  origem da literatura ibérica para  tecla. Inicialmente, estas peças instrumentais eram próximas dos modelos vocais. Porém, depois, passaram a ter os traços específicos de instrumentos de tecla. 
A partir de finais do séc. XVI, as peças instrumentais, ou eram completamente independentes de modelos vocais, ou somente usavam uma frase de composição vocal, sacra ou profana, como tema.




https://www.youtube.coam/watch?v=wl51iST98hA

Matona, mia cara, Mi follere canzon, Cantar sotto finestra, Lantze bon compagnon. Don don don, diri diri don don don don.

Ti prego m'ascoltare, che mi cantar de bon,
E mi ti foller bene, come greco e capon.
Don don don, diri diri don don don don.
Comandar alle cacce, cacciar, cacciar con le falcon,
Mi ti portar becacce, grasse come rognon.
Don don don, diri diri don don don don.
Se mi non saper dire, tante belle razon,
Petrarcha mi non saper, Ne fonte d'Helicon.
Don don don, diri diri don don don don. 
Se ti mi foller bene, mi non esser poltron,
Mi ficcar tutta notte urtar, urtar, urtar come monton,
Don don don, diri diri don don don don.


https://www.youtube.com/watch?v=zA2Ed5D1hHs&t=1s


El grillo, el grillo è buon cantore Che tiene longo verso Dalle (dalle) beve (beve) grillo (grillo) canta (canta) Dalle dalle, beve beve, grillo grilo, canta El grillo, el grillo è buon cantore Ma non fa come gli altri uccelli Come li han cantato un poco Quando la maggior el caldo Alhor canta sol per amore El grillo, el grillo è buon cantore Che tiene longo verso Dalle (dalle) beve (beve) ts-tss (ts-tss) ts-tss (ts-tss) Dalle dalle, beve beve, grillo grilo, canta El grillo, el grillo è buon cantore Van de fatto in altro loco Sempre el grillo sta pur saldo Quando la maggior el caldo Alhor canta sol per amore



https://www.youtube.com/watch?v=BDCKjPKdmhg

"Quand je bois un vin clairet Ami tout tourne, tourne, tourne, tourne Aussi désormais je bois Anjou ou Arbois Chantons et buvons, à ce flacon faisons la guerre Chantons et buvons, les amis, buvons donc !"


https://www.youtube.com/watch?v=-ZL5515g61I


Tant que vivray en âge florissant
Je servirai Amour, le Dieu puissant,
En faits et dits, en chansons et accords.
Par plusieurs jours m'a tenu languissant,
Mais après deuil m'a fait réjouissant,
Car j'ai l'amour de la belle au gent corps.
Son alliance,
Est ma fiance :
Son coeur est mien,
Mon coeur est sien :
Fi de tristesse,
Vive liesse,
Puisqu'en Amour a tant de bien.

Quand je la veux servir et honorer,
Quand par écrits veux son nom décorer,
Quand je la vois et visite souvent,
Les envieux n'en font que murmurer.
Mais notre Amour n'en saurait moins durer :
Autant ou plus en emporte le vent.
Maulgré envie
Toute ma vie
Je l'aimerai,
Et chanterai :
C'est la première,
C'est la dernière,
Que j'ai servie, et servirai.





https://www.youtube.com/watch?v=Dn_cSDVOMK0


Mignonne, allons voir si la rose 

Qui ce matin avoit desclose 

Sa robe de pourpre au Soleil, 

A point perdu, ceste vesprée, 

Les plis de sa robe pourprée. 

Et son teint au vostre pareil. 

Las ! voyez comme en peu d’espace, 

Mignonne, elle a dessus la place 

Las, las, ses beautez laissé cheoir ! 

O vrayment marastre Nature, 

Puis qu’une telle fleur ne dure 

Que du matin jusques au soir ! 

Donc, si vous me croyez mignonne, 

Tandis que vostre âge fleuronne 

En sa plus verte nouveauté, 

Cueillez, cueillez vostre jeunesse : 

Comme à ceste fleur la vieillesse 

Fera ternir vostre beauté.  


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Nas descrições que acompanham os vídeos, no Youtube, podem-se ler dados biográficos e sobre as peças gravadas. 

Algumas das letras são de tipo burlesco (Matona mia cara...), «bem humorado» (El Grillo), ou "chansons à boire" (Tourdion). Outras, são obras requintadas, de poetas frequentando a corte, como Pierre de Ronsard (Mignonne, allons voir si la rose...), ou Clément Marot (Tant que vivray...). 


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NB: Pode-se consultar os números anteriores desta série, no dossier «Coletânea de páginas sobre música»

Posted by Manuel Baptista at 30.9.24 1 comentário:
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Labels: Attaignant, canção, Claudin de Sermisy, Clément Marot, Conjuntos mistos, Conjuntos vocais, dança, Josquin des Prez, Madrigal, Orlando di Lassus, Pierre de Ronsard

domingo, 29 de setembro de 2024

CIMEIRA DOS BRICS EM KAZAN; PEPE ESCOBAR EXPLICA OS DESAFIOS


 Segundo Pepe Escobar, é uma das discussões mais decisivas do séc. XXI

Posted by Manuel Baptista at 29.9.24 Sem comentários:
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Labels: Banco, BRICS, candidatos aos BRICS, EUA, FMI, IIIª Guerra Mundial, Kazan, Rússia, sistema financeiro global

sábado, 28 de setembro de 2024

JULIAN ASSANGE: MENSAGEM AO CONSELHO DA EUROPA

SOBRE O «ESPIONAGE ACT» DOS EUA.



https://www.youtube.com/watch?v=rgH3tS5MoG0&t=12s

Compreendo a preocupação de Julian Assange em tornar claro, mesmo não havendo hipótese de convencer o poder político dos EUA (com estatuto de observador, apenas, no Conselho da Europa), de que há algo muito errado na legislação, em que o exercício de direitos (de expressão, de informação, de opinião), sejam criminalizados como se fossem atos de espionagem. 
Porém, creio que estes países do Ocidente coletivo, aos quais Assange vai endereçar sua mensagem, já abandonaram - há algum tempo - os princípios do Direito, da Justiça, dos Direitos Humanos, etc.
  Como dizia Orwell: «É uma questão de simples decência», as pessoas com princípios estão há muito de sobreaviso contra a canalha engravatada que tomou conta de postos-chave dos aparelhos  de Estado.
Estes sistemas jurídicos foram herdados das transformações, ocorridas ao longo de dois séculos, em países da Europa e doutros continentes. Estes países adotaram princípios semelhantes para suas constituições e sistemas jurídicos (América do Norte, e em muitos países da América Latina, da Ásia, de África e da Oceânia).
Com a decadência do capitalismo, prenunciando o seu colapso mais ou menos completo, ruiu um dos pilares que sustentava a imagem das «democracias» no espírito do público. 
Claro que tais «democracias» nunca o foram de verdade. É preciso lembrar a terrível e cruel dominação sobre povos de origem não-europeia - ao longo de centenas de anos - vítimas do colonialismo, uma das formas mais bárbaras de dominação. De seguida, sofreram muitos decénios de neocolonialismo. Os países recém-independentes eram vergados com exploração das populações e saque de recursos. Se deixavam de obedecer aos novos senhores, sofriam bombardeamentos e guerras brutais levadas a cabo pelas forças armadas das tais «democracias».

Se fizermos um apanhado de tudo isto, incluindo os crimes  dos exércitos imperiais dos EUA e seus vassalos da OTAN, que Julian Assange deu a conhecer ao Mundo, chegamos à conclusão de que o que eles temem mais, a seguir à resistência armada das guerrilhas (que eles - os genocidas! - chamam de «terrorismo»), é que  os seus atos no «Terceiro Mundo» se saibam; que seus crimes sejam conhecidos e relatados com rigor jornalístico,  para as audiências dos seus países. 
Além de cometer crimes hediondos, sem qualquer peso nas consciências, eles não suportam que tais crimes sejam denunciados e expostos às opiniões públicas. Eles precisam da mentira, fabricam-na, com auxílio de centrais de intoxicação das opiniões públicas, das «média mainstream». 

Eles sabem o que fazem: Dizem-se respeitadores das leis, mas desrespeitam-nas ao designar um whistleblower, um jornalista de investigação, ou um político dissidente, como «terrorista», «traidor», ou «espião». 
Quem se deve sentar no banco dos réus, em julgamento, não são os que denunciam os crimes; mas os criminosos que os cometem. Estes deveriam ser julgados e condenados.

Posted by Manuel Baptista at 28.9.24 Sem comentários:
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Labels: Conselho da Europa, Julian Assange, Lei de espionagem dos EUA

quinta-feira, 26 de setembro de 2024

DISCURSO DO REPRESENTANTE DA HUNGRIA NA ONU

 


Posted by Manuel Baptista at 26.9.24 1 comentário:
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Labels: armamento nuclear, armamento ocidental, diplomacia, divisão do Mundo, EUA, Guerra, Hungria, ONU, OTAN, Paz, Rússia, sanções, Ucrânia, UE

O NOVO TOTALITARISMO


O totalitarismo é um termo associado a regimes cruéis, que ocorreram no passado recente, no século XX. Porém, nós estamos a mergulhar num novo totalitarismo, com características semelhantes aos do passado. Mas com outros traços, inéditos, seja na forma, seja nos meios repressivos, seja ainda na consciência (ou ausência dela) do público.

Tenho escrito neste blog sobre o totalitarismo, em que é que ele diverge de ditaduras «clássicas».
 Acontece que coincidem três leituras, sobre aspetos deste novo totalitarismo, por autores que eu estimo, pessoas muito diversas, mas que estão associadas no meu espírito com a integridade que qualquer jornalista, cientista social ou psicólogo, deveria possuir, embora seja cada vez menos frequente.

A seguinte abordagem vem de uma psicanalista, Ariane Bilheran: Ela detalha, numa entrevista em francês, como é que a língua é moldada para incutir nas pessoas uma certa forma de pensar, sem que elas se apercebam. Só com a análise fina das distorções de sentido das palavras, dos neologismos, e as distorções na gramática, se consegue decifrar o pensamento do poder totalitário. Este impõe a toda a sociedade a sua «nova normalidade». Esta é uma característica própria do totalitarismo, o não se contentar com uma coerção exterior (como numa banal ditadura), mas querer mudar as pessoas por dentro.
 
Oiçam a entrevista (em francês): 



Na «Guerra Cognitiva no Ocidente», Thierry Meyssan descreve a arbitrariedade com que são perseguidos e encerrados órgãos de comunicação, só porque são russos, ou de origem russa.  Esta censura extrema esconde-se por detrás de «atos administrativos», nunca são levantados processos por infrações supostamente cometidas. Evidentemente, tais atos arbitrários dos governos ocidentais destinam-se a impedir que outras perspetivas, outros pontos de vista, ou dados objetivos sobre o que se está a passar, cheguem ao conhecimento do público. 
«A liberdade de informar e ser informado não se aplica a eles» dirão alguns, no que estão a legitimar a mesma censura que existia nas ditaduras totalitárias e incluindo no fascismo de Salazar e Caetano, supostamente de brandos costumes, em Portugal. 
A criminalização da dissidência vai de par com a interdição de órgãos da comunicação social que dão voz aos pontos de vista dos dissidentes. 

Figura 1 (retirada do artigo de Thierry Meyssan)                                        
A polícia federal alemã lançou em julho de 2024, buscas com grande aparato, para reprimir um crime imaginário e apreendeu uma quantidade de documentos. O tribunal administrativo acabou por anular todo o processo.

Leiam o artigo de Meyssan, em francês e noutras línguas .

O terceiro autor é Jonathan Cook, um britânico radicado em Nazareth, na Cisjordânia. Ele é testemunho direto das brutalidades a que estão sujeitos os palestinianos nos territórios ocupados. Além de Gaza, também a população civil da Margem Ocidental tem sido sujeita a massacres por colonos judeus, que ficam impunes.  
Na reportagem seguinte, Jonathan Cook relata não apenas um crime de guerra* por soldados israelitas, como também o tratamento noticioso mais que benévolo, de absolvição, pelo repórter da AP , sobre a ocorrência. 
Assim, crimes quotidianos, perpetrados contra palestinianos são «banalizados», «normalizados». É assim que se inocenta, junto da opinião pública de Israel e internacional, o racismo e suprematismo de uma parte da população judaica.

Leia: Mídia cúmplice dos crimes de Israel

No vídeo* vêm-se corpos de palestinianos a serem atirados do alto de um prédio, por soldados de Israel.

Se contabilizarmos as brutalidades, humilhações e crimes a que estão sujeitos - todos os dias - os palestinianos dos Territórios, temos de concordar que «a banalidade do mal» não se limitou aos criminosos de guerra alemães, julgados em Nuremberga, no final da IIª Guerra Mundial.

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(*)
https://x.com/MustafaBarghou1/status/1836805570403180728?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1836805570403180728%7Ctwgr%5E6e2ead4a152ec6d37fbffea65e98793bc40dfabf%7Ctwcon%5Es1_c10&ref_url=https%3A%2F%2Fconsortiumnews.com%2Fpt%2F2024%2F09%2F25%2FmC3ADdia-cC3BAmplice-dos-crimes-de-israel%2F



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Labels: agências de notícias, Ariane Bilheran, Crimes de Guerra, fascismo, Israel, Jonathan Cook, média corporativa, palestinianos, Thierry Meyssan, totalitarismo

quarta-feira, 25 de setembro de 2024

OPUS VOL III, 23: ILUSÃO

 


Peguei no telemóvel 

Marquei aquele número que me disseram 

Uma voz maviosa respondeu

Ouvi um longo desfiar de frases

Que me preveniram supostamente

De todas as infrações / penalidades 

Eximia-se de qualquer responsabilidade 

E eu apenas tinha de dizer "sim"

Por fim, após uma musiquinha

Que se repetiu quinhentas vezes 

Veio a voz (real) de alguém 

Um homem que se identificou 

Mas não percebi seu nome

Da maneira como o pronunciou 

Apenas queria saber o meu nome

Completo, meu número da Seg. Social

Número fiscal, data de nascimento 

E depois perguntou-me:

"O que deseja?"

Já não sabia se desejava

Falar com alguém assim.

Afinal, tinha sido impulsionado

Por um agudo sentimento

Como se fosse uma vertigem,

Um mal-estar, de impotência 

Para continuar a arrastar

Comigo a sombra do passado

E de encarar o presente.

Estava realmente na ponta

Final da luta comigo próprio,

Mas a fatalidade jogava

Tudo para me empurrar 

Para dentro dum poço 

Sem fundo de meu

Desespero...

Não encontrei palavras

Para lhe responder.

Os pensamentos atravessavam

Meu cérebro como raios

U.V. e nem ouvia já 

Aquela voz insistente 

Ao meu ouvido

Que me repetia 

De maneira polida

"O que desejava ?"

Por fim, disse-lhe:

- Desculpa , não é nada.

E desliguei.




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Labels: Obras de Manuel Banet, OPUS VOL III, poesia

terça-feira, 24 de setembro de 2024

A DESREGULAÇÃO DO MERCADO HABITACIONAL E SUAS CONSEQUÊNCIAS

Quem aqui vive, em Portugal, está consciente de que a suposta «recuperação económica» feita à custa do turismo (exclusivamente) e total desregulação do mercado habitacional (tanto de aquisição como de arrendamento) tem como consequência uma série de crises: habitacional, demográfica, desemprego, emigração dos jovens e degradação das condições de vida.


A situação dramática da habitação (não existem apartamentos a preços abordáveis para a população) deve-se a decénios de fraco investimento na habitação social e na secundarização das funções sociais do Estado. O «boom» no imobiliário de altos preços é um bónus somente para especuladores imobiliários, mas a população geral do país pouco ou nada ganha com isso.


 Esta é a consequência social e económica de Portugal ter ficado cativo de uma classe especuladora, parasitária, vivendo de expedientes. O duopólio PS-PSD e respetivos governos, têm sido  os  promotores deste festim neoliberal.

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RELACIONADO:

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2023/10/portugal-o-terceiro-mundo-da-europa.html

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2022/04/lisboa-tem-48-mil-habitacoes-vazias.html

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2020/07/um-pais-em-ruina-beira-mar-plantado.html

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Labels: emigração, especulação, Estado Social, habitação, imigrantes, jovens, Portugal, turismo de habitação

VACINAS ANTICOVID E CANCRO (conferência da Dra Karina Acevedo Bloque )


                                        (pode ver legendas em castelhano, pra melhor seguir a conferência)



 Esta cientista chilena faz uma conferência muito inteligível e dirigida ao grande público. Não há dúvida que eu tinha intuído vários perigos da «vacina» anti-covid e o modo totalmente irresponsável como foi autorizada e forçada na população mundial. Vejam os meu artigos sobre o assunto (a partir do ano 2020) neste blog.

NB: Há imensa informação que nos é escondida pelo blackout dos media, só em sites alternativos conseguimos obtê-la.  Veja o site do Prof. Chossudovsky:
 

It’s a “Killer” Vaccine Worldwide: Japanese Researchers Say Side Effects of COVID Vaccines Linked to 201 Types of Diseases

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Labels: «vacina» anti-Covid, ARN-m, cancros, COVID, Karina Acevedo Bloque

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

STOLTENBERG REVELA PLANO PARA DERROTAR A RÚSSIA


 É preciso compreender como pensam estes militaristas e qual o perigo em que se encontram as nações e povos da Europa ao submeterem-se à liderança dos falcões americanos. 


PS1: https://www.youtube.com/watch?v=jHnzvuFpl50

Confirma-se no vídeo acima que a IIIª Guerra Mundial já começou!

PS2: Zelensky finalmente revelou o seu «plano para a vitória»:

https://www.youtube.com/watch?v=YqeMotP_HsM

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Labels: ameaça de guerra nuclear, armamento, armas nucleares, complexo militar industrial, EUA, indústria armamentista, Jens Stoltenberg, neocons, OTAN, Rússia, Ucrânia, União Europeia

O DISCURSO DO ÓDIO E A MONTANHA MÁGICA

Hoje, abrimos um jornal qualquer, ouvimos um programa de rádio ou televisão, ou consultamos uma página de Internet e deparamo-nos com dois tipos de discurso: ou uma série de futilidades, mais ou menos «engraçadas», ou supostamente «úteis», ou então peças sobre política, geopolítica, sobre figuras de estadistas, ou ainda relatando atos terroristas ou ações bélicas.
Os leitores são puxados - de uma forma ou de outra - a consumir notícias, nas quais, afinal, são cada vez mais frequentes os apelos ao ódio, ao ódio cego e vesgo, contra certos povos, correntes políticas, ou individualidades.
Os autores dessas peças consideram que os leitores devem partilhar com eles, os sentimentos de aversão, de repúdio, etc. Evocam situações do passado, mas apenas com o objetivo de avivar o medo. Note-se que nem sequer procuram comparações pertinentes com as respetivas figuras históricas.
A propaganda é um instrumento de destruição do espírito crítico. É uma forma de fazer a guerra, mas sem risco verdadeiro, pois apenas se explode em insultos e insinuações gratuitas, contra aqueles cuja imagem se pretende destruir junto das massas.
O discurso do ódio tem sido o instrumento das ditaduras, em especial das totalitárias. Encontram-se tais discursos na boca de Hitler, de Estaline, etc, mas também e sobretudo, nos seus «lacaios», que faziam de comentadores ou jornalistas, nos órgãos de comunicação, completamente controlados pelo poder.
A situação atual é perfeitamente paralela com outras ocasiões, que antecederam as duas Guerras Mundiais. É mais acentuada a massificação da média; aumentaram (mas não em diversidade) os canais que chegam aos ouvidos e olhos dos cidadãos. Mas, a monotonia do discurso político é a mesma, característica típica da propaganda prevalecente: «Canta-se» o mesmo, em todos os tons, com todos os instrumentos e todas as vozes. O resultado é um discurso obsessivo, amplificado, seja sobre o que for.
Em geral, são falácias, que se destinam a esconder os podres do poder, do regime, sempre designando os Outros, como sendo os maus, os causadores das desgraças, os perversos, que só agem para nos destruir ou escravizar, etc.
Este discurso, que se tornou o mais comum, é dicotómico, simplista, sem a preocupação de fornecer dados não-enviesados, nem de tentar uma abordagem realista, objetiva: É também com palavras de que são feitas as guerras, as tragédias da nossa Era.


Para tanto, socorro-me de uma cena do famoso romance de Thomas Mann, «A Montanha Mágica» onde o autor faz evoluir seus personagens, numa micro sociedade. Eram os doentes de um sanatório e seus acompanhantes, nos Alpes suíços. O local de convívio era o refeitório, onde doentes e familiares tinham reservadas suas mesas respetivas. Nestas ocasiões, eram discutidas notícias internacionais; nesse tempo, a informação era apenas veiculada pelos jornais. 
Normalmente, havia cortesia entre pessoas das diversas nacionalidades que aí se encontravam. Mesmo quando discordavam frontalmente da opinião política de seu interlocutor, exprimiam a discordância de forma firme, mas bem educada. Não lhes passava pela cabeça, como gente de boa educação, de se porem a insultar os que tinham opiniões contrárias às suas próprias. 
Mas, à medida que Agosto de 1914 se aproximava, notava-se uma agitação cada vez maior, um alçar do tom das vozes, que subiam num burburinho diferente do habitual. E esta agitação ia aumentando, à medida que se aproximava aquilo que iria ser a 1ª Guerra Mundial. No momento em que rebentou efetivamente, com declarações de guerra das diversas potências, com marchas dos diversos exércitos e sua colocação em posições perto das fronteiras, os hóspedes do sanatório dos Alpes, enfurecidos uns contra os outros, esqueceram toda a 'civilidade' e 'educação', insultando-se grosseiramente para logo se envolverem em cenas de pugilato.
Este episódio do livro - que me ficou gravado na memória - traduz muito bem o clima histérico que antecede estes acontecimentos trágicos. Não acontece isto com toda a gente mas, se tivermos uma amostra suficientemente grande, veremos que existem sempre algumas pessoas mais exaltadas, mais acaloradas. Tenho verificado este fenómeno em várias circunstâncias da minha vida; agora também, o insulto, o discurso do ódio, tem vindo a substituir-se ao sereno sopesar dos vários argumentos.
Note-se que a média ao serviço dos grandes poderes tem tido um papel de «atiçador do ódio» entre as pessoas, fazendo eco ao comportamento das figuras de proa nos governos e partidos de poder.
Nós devemos resistir às «sereias do ódio», devemos conservar o nosso espírito crítico e sobretudo autocrítico. Primeiro, devemos compreender os fenómenos que ocorrem nestas ocasiões: Levam a uma radicalização das pessoas, envolvidas em catadupas de propaganda.
Segundo, devemos ter em conta que nunca nos dizem a verdade do que se passa, de como as decisões que mais nos afetam foram tomadas, a quem - de facto - estas decisões beneficiam, quem as encomendou.
A nossa ignorância pode ser devida - nalguns casos - à teimosia de só ouvir ou ler o discurso de um dos lados (o nosso, claro).
Mas, embora a censura e o «nevoeiro da guerra» sejam reais, existe o secretismo nas deliberações e decisões dos poderes. Eles podem argumentar que, senão, o inimigo saberia logo o que se estava a preparar e o lance perderia totalmente a eficácia. Mas, as deliberações mais vastas, as estratégicas, não cabem nesta tipificação.
Acontece com frequência que a lógica verdadeira que impulsiona um campo a entrar em choque com outro, tenha a ver com «razões» não apresentáveis:
- A vontade de poder dum chefe ou dum grupo de dirigentes políticos;
- o forte interesse em obter assim posições de chefia no Estado Civil, ou nas Forças Armadas
- estar-se ao serviço de grandes fortunas, tais como os multimilionários Georg Soros, a família Rothschild, os Rockefeller e os donos das empresas tecnológicas (Microsoft, Tesla, Amazon ...);
etc.
De qualquer maneira, a democracia, mesmo o «ersazt» que nos servem no mundo Ocidental, acaba por se evaporar, ficando apenas a «casca» da mesma, ou seja, aquilo que formalmente define uma democracia, mas que é sistematicamente desrespeitado ou mesmo, espezinhado: São as constituições (intactas no papel, mas violadas na prática), as eleições formais (de onde certas forças políticas são excluídas), etc. que permitem conservar as aparências de democracia liberal.
É aquilo que se pode claramente observar hoje, tanto nos EUA, como nos seus aliados da OTAN.
Os dados estão lançados; só não sabemos ainda em que momento as pessoas irão acordar para aquilo que venho dizendo há muito tempo: Estamos numa Nova Guerra Mundial, com uma nova cortina de ferro, um novo confronto entre potências, usando países frágeis ou movimentos de guerrilha, como «proxi».
A probabilidade do desencadear da guerra nuclear nunca foi tão grande como agora.
Temo que a cidadania dos diversos países só abra os olhos tarde demais.
Posted by Manuel Baptista at 23.9.24 3 comentários:
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Labels: censura, Estaline, governos, Guerra, guerras mundiais, Hitler, ideologias, informação, média corporativa, multimilionários, propaganda, Thomas Mann, totalitarismo

domingo, 22 de setembro de 2024

DANÇAS IBÉRICAS (Segundas-f. musicais nº18)

 FANDANGO- FLAMENCO - FOLIA - PASACALLES - CHACONA 

O Fandango é uma dança popular, de origem espanhola do séc. XVII, mas que pode ter sido adaptada de danças extraeuropeias, tal como outras danças, originadas na América Central ou do Sul, ou ainda nas Canárias.

                                                Fandango de Soler, discípulo espanhol de D. Scarlatti

Em Portugal, o fandango surge no séc. XVIII, provavelmente trazido por trupes teatrais castelhanas. Tornou-se rapidamente elemento do património folclórico português. 

Hoje em dia, o fandango está muito associado aos forcados do Ribatejo (uma espécie de «cowboy português») mas os grupos instrumentais e de danças, do Minho aos Açores, utilizam o fandango.

Dois grandes músicos de origem italiana, que exerceram a maior parte da carreira de músicos nas cortes da Ibéria, Domenico Scarlatti e Luigi Boccherini, compuseram fandangos, ou melhor, arranjos do fandango para cravo (Scarlatti) e para pequeno conjunto instrumental  (Boccherini).

A origem do fandango será talvez sempre obscura, como muitas expressões da criatividade popular, depois retomadas como moda pelas classes mais elevadas, como a aristocracia, no séc. XVIII.  

Sua difusão e perpetuação dá-se pela apropriação pelo povo e com modificação da dança cortesã. Isto é observável com as Pasacalles e a Chacona (ambas oriundas da América hispânica e trazidas pelos marinheiros), a Folia (de provável origem portuguesa). Todas estas danças, de origem plebeia, foram codificadas por músicos «eruditos» e integradas em Suites de danças ou em peças autónomas, do tipo «Tema com variações».

Quanto ao flamenco, a sua origem remonta ao início do Renascimento. Foram compostas versões instrumentais, por António de Cabezón (músico da corte de Carlos V), usando a sequência do baixo e a estrutura harmónica do Villancico «Guarda me Las Vacas», dos Séc. XV e XVI. 

                               Diferencias «Las Vacas», A. de Cabezón

Devido à relativa similitude do ritmo e das formas de dançar, muitas pessoas confundem o fandango e o flamenco. Porém, são duas formas de dança distintas, culturalmente pertencentes ao mundo ibérico, ambas de origem popular e posterior apropriação erudita. 

Em Portugal, é muito conhecida a toada do fandango; consiste num baixo obsessivo*, sobre o qual se vêm desenvolver variações do tema melódico.

                                        https://www.youtube.com/watch?v=E3NSldeHE_0

O esquema é semelhante ao das danças supracitadas, a Pasacalle, a Chacona, a Folia e o Flamenco. 

Para finalizar, vejamos/oiçamos uma versão para conjunto de câmara, sobre original para cravo de D. Scarlatti, interpretada no Palácio Nacional de Ajuda (Lisboa), pela Orquestra Sem Fonteiras.

                                          https://www.youtube.com/watch?v=7EMgb4BimxE

É curioso que as cortes europeias do passado tenham -repetidas vezes- assimilado danças populares, transformando-as em modas cortesãs. É difícil de imaginar isso hoje em dia, pois a aristocracia do dinheiro ou oligarquia, não tem qualquer afinidade com o sentir do povo; suas músicas e modas preferidas são totalmente diferentes das populares. Conservam assim a separação estrita da sua casta, originada pela fortuna.


-----------------

*) O «basso ostinato» é muito usado noutras composições, em escolas não-ibéricas: É o caso do célebre ground em Dó menor, por William Croft (durante muito tempo atribuído a Henry Purcell)

Posted by Manuel Baptista at 22.9.24 3 comentários:
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sábado, 21 de setembro de 2024

CRÓNICA (Nº32) DA IIIª GUERRA MUNDIAL: "TUDO O QUE POSSA CORRER MAL, CORRE MAL"


Sim, a «Lei de Murphy» aplica-se num mundo enlouquecido pela húbris, pela constante saturação de ideologias, pelo condicionamento das mentes (lavagem ao cérebro), resultando numa cidadania adormecida, constantemente procurando reforçar os seus confortos egoístas, não questionando, nem contestando os poderes instituídos.

Nos últimos dias, como nos assinala o Prof. Chossudovsky , na sua página de Substack, «Uma invasão pela OTAN do território Russo está em curso e o Mundo continua sem perceber que isto é a Guerra Mundial Nº3».

A provocação da invasão do território russo de Kursk, não é uma simples «bravata» das forças militares enfraquecidas de Kiev: Foi uma invasão longamente planeada e que tinha um objetivo estratégico claro: A tomada da central nuclear de Kursk e do paiol de armas na mesma província, para fazer chantagem com o governo russo.

Esta manobra falhou de forma previsível, com a consequência das elites do exército ucraniano, mais os mercenários de vários países (França, Reino Unido, EUA, e muitos outros) serem sacrificados. Mas, os poderes que manobram a OTAN não se deram por vencidos, pois lançaram um míssil, «disfarçado» no meio de uma invasão de mais de 50 drones, fazendo explodir armamento nuclear em Tver, a uma certa distância da fronteira com a Ucrânia, mas próximo da fronteira com a Estónia.

A OTAN decidira fazer deste minúsculo país de cerca de 1.800.000 habitantes, a ponta de lança de ataque à Rússia: O golpe é claro; tratava-se de fazer uma provocação grave a partir da Estónia, para que os russos se sentissem obrigados a contra-atacar (e mesmo invadir) a Estónia e neutralizarem o foco de desestabilização.
Nestas circunstâncias, os americanos poderiam clamar que um país da OTAN foi «agredido selvaticamente», «sem causa prévia», sendo portanto obrigatório pôr em marcha o célebre artigo nº5 do tratado da OTAN.

Os EUA detêm o controlo sobre a maioria dos governos europeus, corrompidos ou comprometidos com o Império, não com os seus eleitores: O Parlamento europeu, por maioria, votou uma resolução/declaração de guerra, mas estatutariamente não pode fazer isso. É um bluff, pois a União Europeia não tem mandato para se imiscuir nos assuntos de defesa; não tem qualquer poder estatutário de declarar guerra, seja em que circunstâncias for. O que aconteceu foi uma manobra para forçar a mão dos renitentes dentro da OTAN, para eles votarem favoravelmente medidas agressivas, que o Estado-Maior Imperial e certos vassalos já decidiram: Levar diretamente a OTAN, sem disfarce, a fazer a guerra dentro da Rússia. Estamos a ver agora as consequências disso.

O avivar das ações bélicas e terroristas de Israel, sobretudo no Líbano, contra o Hezbollah, mas também nos Territórios da Cisjordânia, foi precedido pelo voto da Assembleia Geral da ONU, por larga maioria, considerando ilegal a ocupação dos Territórios palestinianos (Margem Ocidental do Jordão, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental) e decretando que Israel deveria, no prazo de seis meses, retirar-se dos territórios ilegalmente ocupados desde a guerra de 1967.

Não há hipótese do imperialismo ganhar estas duas guerras «proxi», usando o regime de Kiev e o governo sionista de Israel. Por isso, estão a manobrar para impelir as nações europeias, num embate frontal e direto com as forças russas.

A perversidade desta manobra está à vista: Se isto se vier concretizar do modo como os imperialistas desejam, a Europa será destruída juntamente com a Rússia. Os EUA ficarão essencialmente intactos, como sucedeu na IIª Guerra mundial. Só que isto é falso e uma loucura completa dos «neocons», que governam realmente os EUA. Os russos já prometeram que, em caso de guerra nuclear, o território dos EUA será alvo prioritário dos mísseis supersónicos russos que não são intercetáveis; e estes podem perfeitamente realizar a tarefa.

Mas os belicistas nunca param: Já estão a planificar ativamente a próxima etapa: A guerra contra a China. Eles argumentam falsamente que o próprio governo chinês apontou o ano de 2027 como ano da resolução do problema de Taiwan. Esta data é falsa, mas é parte da estratégia de propaganda, para «justificar» a intensificação do cerco e das provocações contra a China. Leia a este propósito, o artigo de Caitlin Johnstone, na sua newsletter.

A intensificação da belicosidade dos EUA e da OTAN, contra os membros mais fortes dos BRICS, não tem só a ver com a proximidade da cimeira de Kasan. Eles gostariam que ela fosse um fiasco, mas não vai ser, porque seus atuais membros estão atentos a todos os pormenores e os candidatos a membros, querem realmente participar ativamente do bloco económico em expansão.


 
                   Foto da última cimeira dos BRICS, 2023


Entretanto, no Ocidente, perfila-se uma enorme crise económica e financeira, cujo paralelo com a do final dos anos 20 (1929) foi posto em destaque por Christine Lagarde, presidindo o Banco Central Europeu. No plano monetário, vai ser acelerada a introdução dos famosos CBDC (cripto-moedas emitidas pelos bancos centrais). Todas as medidas dos bancos centrais ocidentais que estão a ser agora implementadas, foram longamente preparadas e testadas, para estarem a postos quando ocorrer o desabar do dólar, uma inevitabilidade, a julgar pelos dizeres dos que sempre foram pró-capitalistas e pró-ocidentais, como Alasdair Mcleod.

As «elites» ocidentais, não querem largar o controlo do que se passa no mundo. Estiveram realmente ao comando, na época imediatamente a seguir à implosão da URSS, tendo sido intensificado o controlo direto e militar, com as guerras do Império desde os alvores do século XXI, até hoje. Mas, note-se, todas estas guerras foram perdidas, de uma forma ou de outra. A potência maior do Mundo, em termos militares, continua sendo os EUA, porém já não consegue impor sua vontade e não tem vocação para entrar em compromissos, em negociações, em diplomacia. Por isso, temos hoje o mundo que temos.

Como eu dizia, bem antes do início da guerra russo-ucraniana, o que está a acontecer é uma mudança tectónica, com duas placas, a Euro-Atlântica e a Euro-Asiática, a separarem-se. No processo, são trituradas as margens, ou seja, há guerras e golpes violentos nos territórios da antiga URSS, como é o caso da Ucrânia por um lado e - por outro - no Médio Oriente e Ásia Central, no flanco sul da Rússia, com Israel/EUA contra o Irão e aliados regionais deste.




Posted by Manuel Baptista at 21.9.24 6 comentários:
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Labels: BCE, CBDC, China, Christine Lagarde, colapso financeiro, de-dolarização, Estónia, EUA, Hezbollah, IIIª Guerra Mundial, Israel, neocons, OTAN, Rússia, Taiwan, Territórios Palestinos, Tver, Ucrânia

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

CONSEQUÊNCIAS DO ATAQUE TERRORISTA DE ISRAEL/ MOSSAD NO LÍBANO

 


Dmitri Orlov dá-nos uma ideia realista da falência dos EUA e de Israel. É um pensador político que costuma estar avançado em relação ao imediato da geopolítica. Ele, no desenho geral, tem acertado desde que leio os seus artigos e vejo suas entrevistas no Youtube.

Igualmente significativa - porque realista - é a sua avaliação da tremenda derrota da OTAN no solo da Ucrânia e as medidas desesperadas, que se traduzem em atos terroristas (tanto pelos israelitas, como pelos ucranianos).

- E a onda de refugiados ucranianos que se aproxima quando o regime de Zelensky colapsar? Ninguém fala disso, na média corporativa... 

Oiça Dmitri Orlov, se quer ter uma noção clara do que está para vir.

Posted by Manuel Baptista at 19.9.24 5 comentários:
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Labels: EUA, falência, Grandes Tecnológicas, Hezbolah, Israel, Líbano, Mossad, pagers, terrorismo, Ucrânia, walkie-talkies

quarta-feira, 18 de setembro de 2024

ONU DECRETA ILEGAL A OCUPAÇÃO DOS TERRITÓRIOS PALESTINOS

E EXIGE QUE ISRAEL SE RETIRE

 
 
 124 NAÇÕES VOTARAM A RESOLUÇÃO NA ASSEMBLEIA GERAL DA ONU


NOTA DE MANUEL BANET:

Desde a guerra israelo-árabe, em 1967, que estes territórios, pertencendo legalmente à Autoridade Palestiniana estão sob regime de ocupação de Israel. Há mais de 50 anos que instâncias jurídicas internacionais decretam a ilegitimidade por parte de Israel de ocupar os referidos territórios (Margem Ocidental do Jordão, Faixa de Gaza e Jerusalém oriental). 
Nestes territórios, reina um regime de terror, causado pelas forças armadas de Israel e também por colonos israelitas armados, que matam e maltratam impunemente os palestinianos, roubam as suas terras, expulsam-nos de forma violenta das suas próprias casas. 
O Holocausto dos Judeus às mãos do regime hitleriano, tem servido como falsa «desculpa» para não se aplicar nos países ocidentais as sanções e condenações concretas a Israel. O que é facto é que esta situação de excecionalidade e transigência em relação ao que as autoridades israelitas façam, tem servido como cobertura para um regime de «apartheid», em muitos aspetos semelhante ao que a comunidade sul-africana branca (Boers) impôs às etnias «de cor», os negros, os mestiços e também aos indianos. Mas, neste caso, a comunidade internacional conseguiu unir-se o suficiente, para impor embargo de vendas de armas, embora fossem traficadas por vários canais, incluindo pelo regime fascista de Salazar e Caetano nas ex-colónias portuguesas. 
Em relação ao povo da Palestina, nota-se uma arrepiante indiferença, uma denegação e conivência objetiva com os autores de um genocídio de 2,3 milhões de civis, encurralados numa estreita faixa de território, Gaza, o maior campo de concentração a céu aberto do mundo.
 
Perante tal cobardia dos governos ocidentais, os dirigentes de Israel não terão contemplações, irão prosseguir os seus planos de  limpeza étnica; agora, também estão a fazer violências (=pogroms de palestinianos) na Margem Ocidental do Rio Jordão. O seu intuito é perfeitamente claro; são eles próprios que o proclamam. Querem expulsar a população palestiniana daquilo que eles - governo e sionistas de Israel - consideram serem os seus territórios, que lhes «pertencem por decreto bíblico». 
A inoperacionalidade dos países ricos em fazer cumprir a lei internacional, até mesmo os direitos humanos mais elementares, torna-os coniventes - de facto - com os crimes do regime sionista.  Recordemos que tiveram uma atuação em relação ao genocídio no Ruanda, como em relação a outros casos. Portanto, as potências ocidentais podem fazer algo (se quiserem) para impedir a contínua violação dos direitos humanos em relação aos palestinianos nos Territórios ocupados por Israel.   
A barbárie está do lado dos sionistas, no governo e nas forças armadas de Israel. Conta com a conivência, a cumplicidade ativa e mesmo corresponsabilidade no genocídio em curso, dos governos que autorizam a exportação de bombas, de munições e de outro material de guerra, porque sabem que este material irá ser usado contra a população civil palestiniana. 
Posted by Manuel Baptista at 18.9.24 4 comentários:
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Labels: Assembleia Geral da ONU, Ocupação por Israel, Palestina

DIRIGENTES JOGAM À ROLETA RUSSA COM AS NOSSAS VIDAS


Leiam o artigo de 16 de Setembro do ex-diplomata indiano MK Bhadrakumar, traduzido em português, do site de Consortium News:

https://consortiumnews.com/pt/2024/09/16/a-guerra-da-ucr%C3%A2nia-se-transforma-em-roleta-russa/

Hoje, 17 de Setembro, como se as coisas não fossem já péssimas, o primeiro ministro britânico Keir Starmer encorajou a utilização de mísseis de cruzeiro, por parte da Ucrânia. Isto significa, segundo os analistas mais competentes, que esses mísseis já se encontram na posse dos ucranianos. Qualquer míssil de cruzeiro tem capacidade para transportar uma ogiva nuclear. Os sistemas de deteção não permitem distinguir se um míssil tem, ou não, uma carga nuclear. A interceção dum míssil de cruzeiro não é simples e automática, mesmo havendo sistemas de interceção muito eficazes.



O perigo é evidente. Perante a provocação do lançamento, pela Ucrânia, de um míssil de cruzeiro sobre Moscovo, Putin poderá ordenar o bombardeamento em larga escala de Kiev.

O mundo está refém de um braço de ferro. Isto significa que a população mundial poderá sofrer as consequências - guerra nuclear generalizada - da trágica incapacidade dos dirigentes em resolver pacificamente os conflitos.

É evidente que Putin não está a fazer "bluff". Infelizmente, no Ocidente, as pessoas (mesmo em altos cargos) ignoram, ou não levam a sério, o que o Presidente da Federação Russa diz.
Posted by Manuel Baptista at 18.9.24 4 comentários:
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Labels: Bhadrkumar, Consortium News, Joe Biden, Keir Starmer, Kiev, mísseis de longo alcance, Moscovo Ucrânia, Vladimir Putin
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