Notícia de 28 de Outubro 2024, de que praticamente não se fala em Portugal e na União Europeia. Quem quiser estar informado, tem de obter informações de fontes estrangeiras, não censuradas.
Muitos dos signatários do apelo são autores bem conhecidos nos países ocidentais.
Eles recusam ser cúmplices pelo silêncio com as atrocidades cometidas pelo regime de Natanyahou, o contínuo genocídio da população de Gaza, a limpeza étnica dos palestinianos da Cisjordânia com vista à anexação de seus territórios, a guerra de agressão contra o Líbano.
A situação de impunidade e o à vontade com que Israel se move nos «palcos» internacionais, apesar das comprovadas violações repetidas do direito internacional e dos direitos humanos, provocam a rutura da Turquia com a OTAN, e a sua aproximação aos BRICS. Este é apenas um dos aspetos da total reorganização das alianças geopolíticas, em curso.
Além das duas guerras acesas no presente, nomeadamente na Ucrânia e no Líbano, há muitas zonas sujeitas a confrontos de «baixa intensidade» e das quais quase não se ouve falar.
No campo económico, as sanções (ilegais) dos países ocidentais, contra certos membros dos BRICS, estão a levar a uma estrutura do comércio internacional separada em duas metades. A necessidade de proteger os bens financeiros dos seus países da rapina exercida pela administração dos EUA, que utiliza o dólar como arma de chantagem e de guerra, levou à construção de outras redes de pagamento internacionais, evitando o SWIFT (controlado pelos EUA), assim como à duplicação - pelos BRICS - de estruturas financeiras e bancárias internacionais, como o FMI e o Banco Mundial.
Entretanto, já existe um número elevado de candidatos à adesão aos BRICS, mesmo antes da conferência anual, em Kazan (Rússia): Nesta, é quase certo que sejam dados passos concretos para instaurar uma divisa nova (de nome provisório «The Unit»), destinada às trocas financeiras e comerciais de grande volume entre os aderentes aos BRICS e, também, envolvendo outros Estados que tenham acordos com esta aliança.
A própria ONU está posta em causa, dada a sua inoperância chocante em relação ao genocídio dos palestinianos civis em Gaza e nos Territórios. Ela própria demonstra a sua inutilidade, ao exibir a sua impotência em manter a paz e fazer respeitar as normas básicas da sua Carta. Esta incapacidade deve-se, em larga parte, à incondicional cobertura que recebe Israel dos países ocidentais, nomeadamente dos EUA, que possui poder de veto nas resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
A constatação de que os EUA não conseguem impor a sua vontade, apesar do poderio militar que (ainda) possuem, não é tranquilizadora, pois há muitos elementos, na Administração e no Pentágono, que pensam ser possível utilizar bombas nucleares como meio de «esmagar» os adversários, sem que estes tenham a capacidade de responder. Mas isto é falso, trata-se de um delírio perigoso de megalomaníacos. Por outras palavras, em caso de confronto nuclear global, a destruição mútua e recíproca está garantida.
A necessidade de convergência de todas as vontades pela afirmação de políticas de paz e pelo fim da guerra como meio de resolução dos conflitos, vai-se tornando cada vez mais evidente, à medida que a situação internacional se agrava.
Dmitri Orlov dá-nos uma ideia realista da falência dos EUA e de Israel. É um pensador político que costuma estar avançado em relação ao imediato da geopolítica. Ele, no desenho geral, tem acertado desde que leio os seus artigos e vejo suas entrevistas no Youtube.
Igualmente significativa - porque realista - é a sua avaliação da tremenda derrota da OTAN no solo da Ucrânia e as medidas desesperadas, que se traduzem em atos terroristas (tanto pelos israelitas, como pelos ucranianos).
- E a onda de refugiados ucranianos que se aproxima quando o regime de Zelensky colapsar? Ninguém fala disso, na média corporativa...
Oiça Dmitri Orlov, se quer ter uma noção clara do que está para vir.
Um dos mais lúcidos comentadores sobre o Médio-Oriente, tendo uma vasta experiência na zona, publica um boletim e mantém um site, indispensáveis para se compreender a geoestratégia de hoje e a evolução histórica nos últimos cem anos.
A maior parte dos artigos, escritos em francês, estão traduzidos para português (e para outras línguas).
Numa época de grande perturbação, como a que estamos vivendo, o facto de eu me atrever a fazer uma síntese, é - sem dúvida- um empreendimento temerário, da minha parte. Temerário, mas não impossível. Pois os meios fornecidos pela Internet e não controlados pelos poderes, multiplicam a capacidade de qualquer um. Temos acesso a muitas informações no que toca aos vários aspetos da cena internacional - economia, militares, diplomacia, etc.
Porém, a maior parte das pessoas não desenvolveu uma visão de conjunto, esta foi antes tornada opaca, pela enorme quantidade de «lixo informativo» que satura os diversos canais de informação.
Navio de carga alvejado no Mar Vermelho
O meu propósito, aqui, é descrever com a maior franqueza o que tenho vindo a observar neste domínio da geoestratégia, ao longo dos últimos decénios. Deliberadamente, irei coibir-me de fazer prognósticos, sejam quais forem; o leitor que tire as suas conclusões. Eu irei, apenas, fazer o diagnóstico do que tem ocorrido no Mundo desde a implosão da URSS.
Com efeito, este é um marco muito importante para se compreender o que vem a seguir, embora a História contemporânea, o século XX, incluindo as duas Grandes Guerras Mundiais e todas as outras situações de guerra ou de conflito, que ocorreram quer entre as duas guerras mundiais, quer após a 2ª guerra mundial, sejam de primeiríssima importância para se compreender o mundo de hoje.
O marco da implosão da URSS é importante porque significou o desaparecimento de um Mundo dominado por duas superpotências. Mas, contrariamente à esperança ingénua de muitos (eu incluído), não houve paz verdadeira, na Europa e no Mundo: lembro as guerras desencadeadas pelo imperialismo triunfante contra o Iraque e a guerra civil que levou ao desmembramento da Jugoslávia, com os préstimos de uma Alemanha reunificada e força dominante da União Europeia.
Mas, no plano económico, a oligarquia do Mundo afluente deu passos de grande significado (e imprudência), nomeadamente, naquilo que chamam de «globalização». Este nome ocultou, na verdade, o propósito de domínio. Este termo de globalização escondia a ideologia subjacente: o neoliberalismo. Na Europa, principalmente, assistiu-se ao «enrolar» do cenário anterior, ou seja, o Estado Social-Democrático, ou Estado de Bem-Estar. Tratava-se de uma transitória repartição, menos assimétrica da riqueza na população, resultante dos superavits das economias, em crescimento rápido depois a IIª Guerra Mundial, permitindo assim manter satisfeitas as classes não-burguesas (assalariados, pequenos funcionários, campesinato) num consenso fabricado, afastando-as da atração exercida pelo socialismo, considerado por muitos ser a inevitável alternativa aos regimes capitalistas então vigentes. O processo de privatização das empresas estatais foi acompanhado pelo desmantelamento dos direitos sociais, conquistas de decénios de lutas populares. Mas este processo teve também como consequência que os grandes capitalistas já não tinham que enfrentar-se com governos que pretendessem obrigá-los a cumprir os objetivos gerais das sociedades, nas quais suas empresas operavam. Foi também possível essa transição graças ao arregimentar da casta política. Tratou-se de torná-la cativa através da corrupção ou, nos casos de tendências não-capitalistas, a marginalização, confinamento a um ghetto político. Além disso, datam dessa altura as discretas manobras visando ressuscitar a extrema-direita, pela primeira vez, desde o final da IIª Guerra Mundial, em muitos países europeus. Esta extrema-direita, aparecendo à luz do dia e concorrendo a eleições, cativou uma parte do eleitorado descontente. Grande parte do que refiro acima, decorreu durante a década de 1990; pelo menos, o desenrolar em grande escala da nova estratégia da oligarquia e os seus primeiros resultados práticos.
Uma primeira contradição que surgiu e foi-se acentuando: a desindustrialização do mundo capitalista mais afluente, realizada pela transferência de fábricas para zonas de não-respeito das regras do mercado laboral (ausência ou repressão dos sindicatos) e uma total indiferença à preservação do ambiente (indústrias depredadoras de recursos, poluição em grande escala ...). Os grandes capitalistas reconstituíam assim a capacidade de extraírem lucro, graças ao custo muito menor dos salários, à ausência de regulamentação, ou seu incumprimento, quer ao nível dos direitos laborais, quer da proteção do ambiente. Esses países tinham governos desejosos desses investimentos estrangeiros. Primeiro, foram as «maquiladoras» (perto da fronteira do México com os EUA), depois fábricas em países totalmente submetidos aos EUA, como o Haiti, as Filipinas, etc. Logo depois, ainda nos anos 80, a China «comunista» proporcionou uma força de trabalho disciplinada e diligente que permitiu a deslocalização das indústrias de eletrónica e de computadores, dos EUA e dos países mais avançados da UE (Reino Unido, Alemanha, França), para a China.
Entretanto, na ex-URSS, a Rússia estava sofrendo um processo de saque e desmantelamento, pelos oligarcas locais e por capitalistas abutres ocidentais. Quanto aos outros países, que antes faziam parte da URSS, reinavam oligarquias desejosas de vender os recursos nacionais (principalmente minerais) aos capitalistas do Ocidente; alguns desses governos eram formados por velhos burocratas do Partido Comunista que se reconverteram à pressa em vassalos do capitalismo globalizado, mantendo-se no poder através dos métodos autoritários de sempre. O desmantelamento da própria Rússia, era o desejo estratégico da tendência neoconservadora (chamada neocons) nos EUA, que se tinha entrincheirado nos postos chave dos ministérios e fazia parte de influentes «think-tanks». Este grupo, autêntico Estado dentro do Estado, considerava que a vitória na Guerra-Fria não estava completa. Para completá-la, era indispensável desmantelar a Rússia («balcanizar»), o maior país mundial, em termos de área, riquíssimo em recursos e escassamente povoado. Eles conseguiram influenciar a política de sucessivos presidentes dos EUA, desde Clinton, Bush Júnior, Obama, Trump, até Biden. A política externa foi sempre ditada pelos neocons, quer os presidentes fossem republicanos, quer democratas.
Esta situação, perigosa para a paz mundial e, em particular, para a paz europeia, teve o seu culminar com a guerra da Ucrânia. A estratégia, essencialmente a mesma durante mais de dois decénios, deve-se aos mais agressivos políticos e militares, que consideravam que os dirigentes dos EUA e da OTAN não tinham que honrar os compromissos assumidos com Gorbatchov, aquando do processo que levou à reunificação pacífica da Alemanha, em que os soviéticos se comprometeram a retirar suas tropas da Alemanha de Leste (DDR), a troco de não se efetuar o alargamento da OTAN, a países do ex-Pacto de Varsóvia. Este compromisso, assumido por Bush Sénior e - coletivamente - pelos líderes da OTAN, foi repetidamente negado ter existido, embora haja provas concludentes de que foi efetivamente assumido e por escrito .
Mas, os poderosos continuavam a fazer o que lhes apetecia, negando-se a qualquer diálogo sério com a Rússia. Note-se que esta, embora enfraquecida, continuava a ser a segunda maior potência mundial no armamento nuclear. As coisas só começaram a mudar, com a subida ao poder de Vladimir Putin, promovido por Ieltsin, nos seus últimos momentos de lucidez, depois de ter visto em que se transformara a Rússia.
A subida de Putin não se deveu a um golpe de Estado: foi uma evolução dentro dos marcos constitucionais e políticos da Rússia, na transição do milénio. Por mais que demonizem Putin, os propagandistas ocidentais não poderão ocultar o facto de que ele e seu governo propuseram que a Rússia se integrasse na OTAN. Esta proposta foi varrida com um revés de mão, como aconteceu a muitas outras iniciativas de «mão estendida» do governo da Rússia.
A última tentativa de diálogo sério entre gente adulta, tentada pela diplomacia russa, ocorreu no final do ano de 2021. Tratava-se de uma proposta de conversações ao mais alto nível, nos países europeus que - coletivamente - se reuniriam e encontrariam um modus vivendi, assegurando um sistema coletivo de segurança.
Nessa altura, os dirigentes da Europa e dos Estados Unidos já estavam, com o governo vassalo de Zelensky, a preparar o assalto final às repúblicas dissidentes do Don (República Popular de Lugansk e República Popular de Donetsk). Estas tinham-se separado do regime de Kiev, após o golpe de Maidan de 2014, porque não aceitavam serem oprimidas por Kiev, que queria impor-lhes a anulação do seu estatuto (constitucional) de regiões maioritariamente russófonas. Nesta situação, as repúblicas organizaram a sua autodefesa, contra as divisões e milícias (neonazis) de Kiev, apoiadas pelos países da OTAN: Durante 8 anos, foram treinadas, armadas e equipadas pelos ocidentais. Cerca de 14 mil mortes civis, durante esses oito anos (do início da guerra civil ucraniana, até à invasão russa) resultaram do constante bombardeamento, pelo exército do regime de Kiev, de centros de cidades e de outros locais com civis, nas duas repúblicas. Deve-se sublinhar, que Putin hesitou muito até vir em auxílio a este povo russo martirizado. Em Janeiro de 2022, os serviços de espionagem russos sabiam que a ofensiva de Kiev estava iminente. A opinião pública russa nunca lhe iria perdoar, se ele não fizesse nada, perante a ofensiva contra as repúblicas do Donbas: cerca de 70 mil tropas ucranianas de elite, bem treinadas e equipadas, preparavam-se para invadir estes territórios. Poucos dias antes da invasão da Ucrânia pela Federação Russa (24 de Fevereiro de 2022), as repúblicas dissidentes estavam a ser bombardeadas com maior intensidade, num crescendo que prenunciava a invasão iminente pelo exército ucraniano.
Dos desenvolvimentos e peripécias desta guerra, outros terão escrito com bastante rigor e pormenor. Eu contento-me em dizer que foi uma guerra cruel e inútil, que deixará marcas indeléveis nos povos da região, mas também implicará uma divisão duradoira entre europeus ocidentais e orientais.
Hoje, já se pode afirmar - sem parcialidade - que se está perante a derrota do exército ucraniano, após cerca de dois anos de guerra, uma guerra desejada e incentivada pela OTAN. Isto significa cerca de um milhão de baixas de militares ucranianos, além das baixas de civis e da destruição causada pela guerra. Do lado russo, não tenho dados precisos pois, desde o princípio, as fontes oficiais russas não fornecem números. O que dizem as fontes jornalísticas ocidentais tem sido - quase sempre - um exagero, elas são um mero instrumento de propaganda anti- russa.
Em definitivo, a guerra russo-ucraniana é um acontecimento trágico, também para os povos europeus ocidentais: ficaram sujeitos a uma oligarquia militarista e fascistoide, ela própria obedecendo aos imperialistas americanos. Estes, acentuaram o tratamento dos países europeus sob «proteção» da OTAN, como vassalos aos quais se pode mandar fazer tudo o que decida Washington DC.
No futuro, não haverá paz no continente europeu. Pelo menos, rapidamente, pois não se vislumbra tal vontade. Os russos não se sentem inclinados a negociar um acordo: têm experiência de que os dirigentes europeus e norte-americanos não cumprem os compromissos assumidos. Entre muitos factos graves, os dirigentes dos EUA deixaram caducar, não renovaram ou denunciaram os acordos relacionados com armas nucleares (com grande significado no continente europeu), negociados na década de 70 e nas duas décadas seguintes.
Por outro lado, não se pode esperar do lado ocidental uma viragem no sentido da distensão: os militaristas dominam a OTAN. Os governos na Europa ocidental são submissos aos EUA, cada vez mais imperiais. O mais recente caso, é significativo. A decisão americana unilateral de interromper* o envio de gás LNG aos países europeus, o qual era vendido por preço bem alto, aliás. O seu comportamento é mais uma facada nas costas da Europa, depois de terem promovido a destruição no Mar Báltico, dos gasodutos Nordstream I e II, que abasteciam de gás russo a Alemanha e outros países europeus. Os que governam os EUA, não são «amigos» da Europa.
Duvido que a destruição física da população de Gaza, com a complacência e ajuda material do «Ocidente», seja grande trunfo para exibir como prova do respeito pelos direitos humanos e da simples decência, aos olhos dos países do Sul Global (ver PS1).
O ponto a que se chegou, mostra que o momento unipolar da geopolítica mundial está a chegar ao fim. Isto ocorre mais depressa do que praticamente todos os observadores imaginaram.
Não apenas as bases dos EUA em território hostil, sírio ou iraquiano, estão à mercê de ataques por milícias, desejosas de expulsar os americanos. Também as frotas dos EUA e de dois ou três aliados, estacionadas à entrada do Mar Vermelho são «sitting ducks» (alvos fáceis). O mesmo, em relação aos porta-aviões americanos no Mediterrâneo, ao largo de Israel e do Líbano. As forças do Hezbollah têm mísseis com alcance (e com precisão) mais do que suficiente para atingir e afundar esses porta-aviões.
Então, para que se põem os EUA a fazer estas provocações? - Sem dúvida, querem mostrar que não se deixam intimidar e que continuarão a dar o seu apoio ao governo genocida de Netanyahu. Mas, tanto no Iémen como no Líbano, está fora de questão fazerem desembarques com marines, para conquistar posições dos Houthis, ou do Hezbollah. O espetáculo que dão é dum «gigante com os pés de argila». O Irão e todo o Eixo da Resistência (forças governamentais e milícias no Iraque, Síria, Líbano, Iémen e Palestina) aprenderam as táticas que resultam, nesta guerra assimétrica: estão agora a pôr isso em prática. Estão a flagelar o inimigo através de ataques simultâneos e causando baixas, mas não chegam ao ponto de provocar um ataque americano em larga escala, que só seria desencadeado em caso extremo, devido ao risco de fiasco. Esta tensão permanente obriga os americanos a verter cada vez mais reforços, a aumentar os ataques pela aviação e por mísseis; porém, sem vantagem decisiva, sem vitória. No final, terão de recuar, após terem perdido soldados, material de guerra valioso e prestígio.
Não sei o que o amanhã trará, por isso não faço conjeturas. Não me admira que, nos próximos tempos, a instabilidade aumente. Poderá haver novos focos de violência e de guerra.
A chamada «globalização» foi um enorme fiasco. Agora, o Globo está dividido: Dum lado, os herdeiros das potências coloniais e neocoloniais, o Ocidente; do outro, o Sul Global, com a locomotiva da aliança tríplice Rússia - China - Irão, em coordenação com os restantes Estados dos BRICS alargados. Ao todo, estes já perfazem a maioria da população mundial e cerca de metade do PIB mundial.
Murtal/ Parede, 31 de Janeiro de 2024
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* Parece inacreditável, mas esta medida, que prejudica os aliados/vassalos dos EUA, terá que ver com questões internas dos EUA, nomeadamente a «revolta» do governador do Texas e/ou com a luta contra «alterações climáticas». Veja:
PS1: A sentença do TIJ - que obrigava o Estado de Israel a tomar conta das situações humanitárias - foi sabotada pelo mesmo Estado de Israel, com o pretexto de que a UNRW era capa para ativistas do Hamas. Em consequência, os ocidentais decidiram de imediato suspender a sua contribuição financeira, no momento em que esta é absolutamente indispensável aos cerca de 1,7 milhão de refugiados. Se esta medida parece retaliação contra a população de Gaza, é porque é isso mesmo, de facto:
(03/12/2023) O inferno recomeçou em Gaza. Trazido pelas cobardes bombas da força aérea de Israel fornecidas (e com outro material mortífero) pelos EUA e pelos vassalos da OTAN. O crime de guerra é - portanto - cometido conjuntamente.
Veja a fotorreportagem (dia 02/12/2023) sobre a tragédia da população civil d Gaza (tem dispositivo de tradução automática em português e outras línguas):
Segundo Keith Barrett, vários especialistas e certa mídia mainstream consideram que o Hamas está a ganhar a guerra contra o exército de Israel (IDF). Leia o artigo abaixo:
PS1 : Tradução de artigo de Manlio Dinucci em Voltaire.net (este artigo é um resumo da Revista de Imprensa 'Grandangolo' de Sexta-f. 13 de Outubro às 21:30 na tv italiana 'Byoblu')
O 11-de-Setembro do Médio-Oriente
Manlio Dinucci
A versão oficial do ataque do Hamas contra Israel é impossível. Segundo a CNN, o Hamas pôde treinar-se durante um ano e meio em seis instalações militares em Gaza. Esta preparação era objecto de rumores desde o mês de Maio no Líbano. Ela deu lugar a uma batalha mortífera entre facções palestinianas, em Setembro, em Saïda. Em 30 de Setembro, o Ministro egípcio de Inteligência, Kamel Abbas, telefonou pessoalmente ao Primeiro-Ministro israelita, Benjamin Netanyahu, para o por em guarda. Uma sociedade de Segurança privada israelita contactou a Shabak nos dias seguintes. A CIA informou igualmente a Mossad, em 5 de Outubro. É impossível que Israel tenha sido surpreendido. Além disso, como sublinha Manlio Dinucci, os procedimentos rotineiros de segurança não foram aplicados. E o Exército levou 5 horas para intervir. A questão é, portanto, por que é que Benjamin Netanyahu deixou morrer 1. 300 dos seus concidadãos ?
REDE VOLTAIRE | ROMA (ITÁLIA) |24 DE OUTUBRO DE 2023
Segundo a versão oficial, o ataque do Hamas «apanhou de surpresa» Israel. Porém, há uma série de factos inexplicáveis que não tornam credível a versão oficial.
Como é possível que a barreira de Gaza tenha sido arrombada com buldózer sem que ninguém se apercebesse? A barreira que circunda Gaza, com 64 quilómetros de extensão, é formada por um muro subterrâneo dotado de sensores para impedir a escavação de túneis, e uma cerca de 6 metros de altura com sensores, radares, câmaras e sistemas de armas automáticas ligados a um centro de comando, e que é controlada por soldados.
Como é possível que nesse mesmo dia se realizasse um festival de música, com milhares de jovens, no deserto a poucos quilómetros de Gaza, numa zona já considerada perigosa por estar no raio de acção dos foguetes do Hamas, para mais sem qualquer força segurança?
Como é possível que, quando os militantes do Hamas atacaram mais de 20 centros populacionais israelitas (israelenses-br), matando (segundo os dados oficiais) 1. 300 pessoas, não tenham imediatamente intervido com helicópteros as Forças Especiais israelitas, consideradas entre as melhores do mundo, e tenham intervindo apenas forças de policia ?
Como é possível que a Mossad, considerada um dos mais eficientes Serviços Secretos do mundo, não tenha dado conta que o Hamas estava a preparar o ataque ?
As respostas essenciais encontram-se num artigo, publicado a 8 de Outubro pelo diário israelita The Times of Israel : « Durante anos, os vários governos dirigidos por Benjamin Netanyahu adoptaram uma política que dividiu a Faixa de Gaza e a Cisjordânia entre dois poderes diferentes. Pondo de joelhos o Presidente da Autoridade Palestiniana, Mahmud Abbas, e favorecendo o Hamas. Este foi tratado como um parceiro em detrimento da Autoridade Palestiniana para evitar Abbas de avançar no sentido da criação de um Estado Palestiniano. O Hamas foi promovido de grupo terrorista a organização com a qual Israel conduziu negociações por intermédio do Egipto, e ao qual foi dada permissão para receber do Catar, através das passagens de Gaza, malas contendo milhões de dólares ».
Todos estes factos traçam um cenário semelhante ao do ataque terrorista a Nova Iorque e Washington em 11 de Setembro de 2001, quando todo o sistema de inteligência e defesa dos EUA foi « apanhado de surpresa » pelo ataque da Alcaida. Provas irrefutáveis (oficialmente ignoradas ou rejeitadas como «conspiracionismo») demonstram que foi uma operação levada a cabo pela CIA (provavelmente com a participação da Mossad) para desencadear a « guerra global ao terrorismo » com a invasão do Afeganistão e do Iraque e as subsequentes guerras. Algo de semelhante está a acontecer hoje em Israel, no qual todo o sistema de inteligência e defesa teria sido «apanhado de surpresa» pelo ataque do Hamas.
O fim estratégico da operação é, por um lado, exterminar os Palestinianos (até agora houve mais de 1. 500 mortos, incluindo 500 crianças, e mais de 7. 000 feridos) e apoderar-se dos seus territórios (o comando israelita ordenou a evacuação de mais de um milhão de habitantes, mais de metade de toda a população, da metade norte de Gaza). Por outro lado, o objectivo estratégico da operação é desencadear, visando o Irão, uma reacção em cadeia de guerras num Médio-Oriente onde os Estados Unidos, Israel e as potências europeias estão a perder terreno.
PS2: significativa informação do recente artigo de Scott Ritter:
«...While Israeli forces have been able to penetrate into the less urbanized areas of the northern Gaza strip, taking advantage of the mobility and firepower of its armored troops, the progress is illusory, as Hamas forces harry the Israelis continuously, using deadly tandem-warhead rockets to disable or destroy Israeli vehicles, killing scores of Israeli soldiers and wounding hundreds more. While Israel has been reticent in releasing the figures of armored vehicles lost in this fashion, Hamas claims the number is in the hundreds. Hamas’ claims are bolstered by the fact that Israel has halted the sale of older Merkava 3 tanks, and instead has organized their inventory of these vehicles into new reserve armor battalions to make up for the heavy losses being sustained in both Gaza and along the northern border with Lebanon, where Hezbollah forces are engaged in a deadly war of attrition with Israel in operations designed to support Hamas in Gaza. »
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(01/12/2023) Posição do presidente do governo de Espanha, que afirmou na visita a Israel, um ponto de vista independente e favorável ao povo de Gaza:
O público parece estar completamente ignorante das manobras e preparativos que só podem significar que os diferentes atores estão a posicionar-se para uma guerra.
13. On the Gaza front, Hamas has fought the IDF to a standstill outside the Gaza border wall. The Israel Air Force has dropped about 4,000 tonnes of bombs per week, 8,000 tonnes to October 21; that is more than the US Air Force dropped on Afghanistan in the peak year of2019. More than 3,500 Palestinians have been killed so far, including at least1,030 children and hundreds of family units; more than 12,500 people have been injured, one million Palestinians displaced, and thousands of homes destroyed. About 1,200 are missing believed to be trapped under the rubble. The Israeli and US government record, reported by the Institute for the Study of War (ISW) in Washington, documents the continuing firing from Gaza into Israeli territory in what the ISW calls its “Iran updates”. A prolonged IDF siege threatens to kill several hundred thousand Palestinians by starvation, dehydration, disease, and a combination of artillery and aerial bombardment, while leaving the Hamas forces relatively unscathed and waiting to inflict a higher rate of casualties on the IDF than it has ever experienced.
14. On the northern front across the Lebanon border, there have been exchanges of missile, drone, anti-tank rocket, artillery, and mortar fire between the IDF and Hezbollah. There have been casualties on both sides. Border settlements on the Israeli side have been evacuated to the south. For a summary of the ISW reports favouring Israel, read this; For maps and summaries of military action as of October 20 on the Gaza and northern fronts, as well as the Golan and West Bank, click to open.
15. US forces on the Jordan front. The Israeli press has been reporting some details of USAF reinforcements at the Muwaffaq Salti Air Base in the northeastern corner of Jordan and possible Marine deployments in Jordan. Whether the Marines will be moved to defend the Al-Tanf base on the Syrian side of the border, 230 kilometres northeast of Muwaffaq Salti, isn’t known.
According to an Israelireport, “a squadron of U.S. F-15E Strike Eagle bombers based in Britain was deployed over the weekend at the Muwaffaq Salti Air Base east of the Jordanian capital of Amman. Another squadron of A-10 attack aircraft has also been deployed there.” Bottom, the location of Al-Tanf in Syria across the Jordanian and Iraqi borders.
16. Russian and Chinese navy deployments. The Russian fleet based at Tartous, Syria, is at sea, as reported here. At the moment, there are as many, possibly more Chinese vessels of the 44th Naval Escort Task Force in the Persian Gulf. The anti-surface, anti-submarine, and anti-air missile capabilities of the Type-052D destroyer can be followed here, and of the Type-054A frigate here. For the time being, the significance of this Chinese screen to deter a US-Israeli missile and aircraft attack on Iran has been missed in the western press and by Russian military reporters.
Bottom: the Chinese Defense Ministry announcement of the arrival of the destroyerZibo and frigateJingzhou at Kuwait onOctober 19.
Armageddon strategy
17. US Afghanistan War veteran: “Suppose Israel and the US understand they are facing an existential survival future in which they must combat swarm attacks on three or four fronts — Gaza/Hamas, North/Hezbollah, Golan/Syria/Iran, and West Bank/Jordan, and they calculate the Arabs have at least a 30 to 60–day arms supply in stock, do they calculate they can withstand a multi-front offensive for enough time, resupplied by air from the US? If they calculate that they can withstand a 30-day multi-directional swarm, they must understand that, at a minimum, Israel’s infrastructure and economy will be ruined. In a scenario like that, even if they ‘win’, they lose. In terms of airlifting and shipping supplies, we’ve already seen that the Arabs can hit Israeli military and civilian airfields, airports and seaports. Defending Israeli infrastructure with their air defence capability is the main mission of the strike groups the US is deploying in the eastern Mediterranean and in the Red Sea.
According to the Pentagon on October 19, the USS Carney, a part of the USS Gerald Ford group, had transited into the Red Sea through the Suez Canal the day before and was in the northern Red Sea when it intercepted three land attack cruise missiles and several drones.
Western societies like Israel cannot function without solid, reliable, electrical power and communications services. We can be certain that power generation, transmission and distribution will be targeted by the Arabs non-stop. The cell towers and central communications centres will be too.”
18. Moscow source. “When does the threat to Israel become so dire, they go nuclear, and when they do, against what targets will they fire – Hamas, Beirut, Damascus, Teheran?* The US won’t accept a Palestinian state so the only option left for the Palestinians, Arabs, Iranians, possibly Turks is to fight with this new kind of warfare whose objective is to cut into the flesh and bones of the Israeli adversary, and make life in that state unviable. Without a Palestinian homeland, all of Israel and the Arab territories become a battlefield. The IDF options then shrink to two – carpet bombing and mass killing of the civilian population centres on all fronts at once. If that isn’t sustainable or effective for the Israeli-American purpose, then option 2 is to attack Lebanon, Syria and Iran to stop the flow of reinforcements. But that’s regional war, and it can only be conducted by the Israelis with full US military participation. This becomes nuclear very quickly because President Putin has already placed the Kinzhal missiles in range of the US carrier fleet in the eastern Mediterranean, and the Chinese have installed their screen to protect Iran. It’s obvious that the race hatred policies of Biden and Netanyahu, and their belief that God has chosen them both as destroyers for their people, lead to the final, nuclear weapons solution. The Russians and Chinese can maximise their limited military projection by deterring, or if need be pre-empting a nuclear attack on the Arab cities or Teheran. For this to work, the Russians and the Chinese need to say more – loudly so there’s no mistaking what they mean.”
[*] In 1983, in conversation with his General Staff, Iraq’s President Saddam Hussein said: “the Iraqis would be able to withstand three years of fighting in a war. However, the Israelis cannot withstand one year of fighting in a war.” In April 1990 Hussein was hosting Yasser Arafat of the PLO in Baghdad. “[Israel] has 240 nuclear warheads, 12 out of them for each Arab capital,” Arafat said. Saddam replied: “I say this and I am very calm and wearing a civilian suit [everyone laughs]. But I say this so that we can get ready at this level.” Quoted in The Jackals’ Wedding, page 16.
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Manifs em várias capitais europeias contra o genocídio dos palestinianos pelas forças israelitas. Abaixo um vídeo sobre a manif em Londres (mais de 100 mil manifestantes):
24/10/2023: Se os meus maiores receios se concretizarem, haverá um massacre/genocídio total em Gaza, enquanto os «ocidentais», muito democraticamente, aplaudem a «única democracia no Médio-Oriente». Também os maiores inimigos de Israel na região, em termos militares (o Hezbollah e o Irão), não vão concretizar suas ameaças, porque Netanayahu os ameaçou com a bomba nuclear: Eles sabem que ele é capaz de concretizar a ameaça.
Temo, portanto, que vá concretizar-se o genocídio - a sangue frio - dumas centenas de milhares de inocentes em Gaza, sob o olhar indiferente, assustado, ou divertido, dos que teriam possibilidade de obrigar o governo de Israel a recuar. Segundo informação credível, já 2000 crianças morreram, em Gaza, sob as bombas israelitas.
Pierre Jovanovic volta de Beirute (Líbano), onde se passam cenas quotidianas de violência, nas agências bancárias*. Nestas, os empregados e o público engalfinham-se em lutas corpo a corpo (como se pode ver numa passagem deste vídeo) porque o governo decretou uma limitação de levantamento semanal para todos os depósitos, desactivando todas outras formas de pagamentos e transferências em cartões (Visa, Mastercard,...) e obrigando o público a fazer bichas para «pedinchar» uns 200 dólares por semana para sobreviver.
Há uma autêntica atmosfera de revolta no ar, porque tudo resulta de um sistema bancário corrupto, de um governo corrupto, de um regime que não tem viabilidade e que se tem mantido apenas pelos discretos apoios financeiros da França, Arábia Saudita, Emiratos, etc..
Como explica este jornalista, a situação é tanto mais explosiva, que existem muitas armas nas mãos da população, que passou por 15 anos de guerra civil.
---------- * A media ocidental está completamente comprada, pois a situação (explosiva) desenrola-se desde Outubro passado, mas não tem suscitado «interesse». Porquê este black-out informativo?
- Os poderes, certamente, não desejam que as pessoas se ponham a pensar no que poderá também acontecer na banca dos países europeus!
O plano dos EUA, de isolar o pior inimigo de Israel, saindo do acordo multipartes não apenas teve uma resposta negativa de seus aliados (Grã Bretanha, França e Alemanha) também signatários do acordo, como colocou o regime iraniano numa posição em que pode legitimamente tomar medidas que aproximam o Irão da possibilidade de obter a arma nuclear, sem no entanto, ir contra a letra do acordo.
Além disso, os europeus, com a sua cobarde atitude de recusar sair do acordo por um lado, mas por outro, vindo com exigências de que a re-negociação futura do mesmo deveria incluir os mísseis iranianos (não nucleares, que nunca estiveram em causa durante as negociações para este acordo) levaram imediatamente uma recusa peremptória do regime dos ayatollahs.
Tudo isto, resume a incapacidade do Ocidente em definir uma estratégia, que não seja a da ameaça constante e do bullying, para com uma potência dispondo de uma capacidade militar dissuasiva de uma invasão terrestre e com algum potencial de retaliação também, caso Israel se lembre de efectuar um ataque aéreo «punitivo».
No fundo, é apenas esta capacidade do Irão, que enfurece Natanyahu e todos os sionistas. Eles desejam continuar suas campanhas contra a Síria e o Líbano, com total impunidade. Desejam anular o Irão como poderoso inimigo e aliado do regime Sírio e do Hesbollah do Líbano (parceiro da coligação governamental).
Os lacaios dos sionistas, sejam eles europeus ou americanos, estão assim a diminuir as garantias e compromissos mútuos, que permitiram baixar o nível de tensão e afastar o perigo de confronto nuclear no médio-oriente.
Haverá algum propósito, alguma lógica nisto? A única «razão» para tais comportamentos ocidentais será o facto de que os poderosos lóbis pró-Israel e da indústria armamentista terão feito uma enorme pressão no sentido de fazer tudo voltar à estaca zero.
Ao terem de novo o Irão como inimigo nº1 oficial, estão a deixar Israel com as mãos livres para qualquer ataque aéreo que queira efectuar, além de criarem uma justificação «plausível» para a necessidade de mais despesas com armamento.
Após uma previsível derrota em toda a linha dos objectivos estratégicos da coligação heterogénea comandada pelos EUA, resta a esta potência e a Israel fazerem guerra suja (ainda mais suja) flagelando alvos russos, como se fossem «enganos», como se os bombardeamentos tivessem como alvo o «Estado Islâmico». A mesma «falta de pontaria» se nota, pelos americanos e israelitas, em relação às forças do Exército governamental sírio.
Na frente norte, em Afrin, o exército turco invadiu um pedaço grande de território sírio, com o pretexto de combater os «terroristas»... mas estes são afinal as milícias curdas do YPG.
Felizmente, tanto do lado do YPG como do exército governamental sírio, houve bom senso suficiente para se entenderem de forma ao exército do governo de Damasco poder combater esta grosseira violação das fronteiras Sírias pelo seu vizinho do Norte.
O governo turco está mais e mais apostado em fazer figura de grande potência regional. Os seus partidários já se atrevem a «considerar a hipótese» de invadir a Grécia. Sim, o partido de Erdogan exibe ambições megalomaníacas!
Em suma, os EUA deixam o Levante em muito pior estado do que estava antes, mas isso serve os seus interesses: manter - a todo custo - sua hegemonia mundial.