sábado, 21 de setembro de 2024
CRÓNICA (Nº32) DA IIIª GUERRA MUNDIAL: "TUDO O QUE POSSA CORRER MAL, CORRE MAL"
quinta-feira, 25 de julho de 2024
A CHINA NÃO ESTÁ A DESPEJAR DÓLARES .
domingo, 31 de março de 2024
POTÊNCIA DOS EUA É BLUFF
É um "bluff" e está a revelar-se de forma cada vez mais óbvia.
Vamos por partes:
1- O dólar: a hegemonia do dólar está posta em causa a vários níveis. O sistema de Bretton Woods, ou aquilo que dele restava, está completamente posto em causa. Continuam a sentir-se os efeitos inflacionários da retirada (default) de Nixon em 71, quando desacoplou o dólar US da onça de ouro (1 onça de ouro = 35 dólares US*).
2- De seguida, com a constante e catastrófica situação de défices orçamentais e comerciais, os quais atingiram um nível estratosférico, fazem com que a dívida denominada em dólares, seja vista com crescente receio. Esta é a causa da subida rápida das taxas de juro das obrigações soberanas dos EUA, o que - por sua vez - implica a subida correlativa do mercado da dívida, em geral.
3- Estão perante a impossibilidade de sustentar - como durante decénios passados - o sistema do tipo «pirâmide de Ponzi», devido à não aceitação de dólares como pagamento (em especial dos combustíveis); igualmente, pelo constante despejar de treasuries (obrigações do Tesouro dos EUA) nos mercados internacionais. Note-se que a FED (o banco central dos EUA) se tornou o maior comprador destas treasuries. É uma situação análoga da que se verifica com os bonds emitidos pelo Japão, desde há trinta anos: O seu comprador exclusivo é o Banco Central do Japão.
4- Multiplicaram sanções económicas e financeiras e mesmo roubos, contra os países que desagradam aos EUA, que não se submetem à «rules based order» (americana). Assim, muitos países do Sul Global viram que já não podiam confiar nos EUA, enquanto entidade emissora da moeda de reserva e de troca internacional. É impressionante a imbecilidade dos que desenham as políticas de Washington: Têm aquela arrogância dos muito ricos; pensam que o mundo se submeterá sempre à sua vontade.
5- A consequência dessa utilização do dólar como arma, foi a de-dolarização, promovida pela aliança múltipla dos BRICS, que se acompanha pela criação de novo sistema de troca internacional, prescindindo do dólar como intermediário. Além disso, desenvolvem instituições próprias. O «Banco dos BRICS» está envolvido em múltiplos investimentos e assistência a países do Sul Global, deixando «desempregado» o FMI. Não esqueçamos que o FMI, controlado pelos EUA, tem como norma pressionar as suas infelizes presas a fazerem reestruturações do sistema produtivo, que põem as riquezas desses países à mercê dos grandes tubarões que emprestam o dinheiro. Com efeito, o FMI, não é ele próprio o emprestador, mas supervisiona o cumprimento de acordos entre os países que pedem ajuda e consórcios de bancos.
6 - Agora, entrou-se na fase terminal e perigosa. Os EUA já não conseguem impor sua dominação sobre os países ou, mesmo, movimentos de guerrilha, através da força bruta das armas. Durante decénios, quando um país se rebelava, estava sujeito a ser esmagado por vários meios: Bloqueio e embargo do comércio, subversão do regime, ou invasão pelas tropas do Império, sozinhas ou em coligação. Insistiram neste comportamento, ao longo do século XXI, mesmo depois das forças que se opunham ao imperialismo terem aprendido a combater numa guerra assimétrica, ou híbrida. A Somália, o Afeganistão, o Iraque, o Irão, a Síria, o Iémen, são exemplos de recentes fiascos americanos, e não são os únicos.
7 - A prazo, virá o fim do super imperialismo e do mundo unipolar, que tentaram impor, mas que nunca conseguiram totalmente. O chamado Ocidente não é mais que os EUA e os países que lhe prestam vassalagem. São uma minoria, quer em número de países, quer da população e, agora, estão em vias de ser ultrapassados, se não o foram já, na produção de riqueza global. Usam a fundo o controlo que possuem sobre os media ocidentais, para que a cidadania de cada um desses países e dos próprios EUA, não possa tomar consciência da realidade. Mas, existem demasiadas contradições, que acabam por destruir a imagem fabricada de «guerra dos maus contra os bons». Nessa altura os próprios povos dos países outrora dominantes na cena internacional, irão rebelar-se e expulsar os que, enquanto governantes, espoliaram esses países em proveito duma oligarquia global.
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* Até que Nixon retirou a convertibilidade; hoje (01/04/2024) a onça de ouro = 2250 dólares US.
quarta-feira, 6 de março de 2024
O YUAN ULTRAPASSA O EURO, NA SUA UTILIZAÇÃO INTERNACIONAL
sábado, 21 de outubro de 2023
O DÓLAR PODERÁ SOBREVIVER; MAS O SISTEMA QUE O SUSTENTA ESTÁ CONDENADO
*Divisas-fiat são divisas que só estão sustentadas pela crença do público na palavra das autoridades, do governo.
PS1 (28/10/23): Jim Rickards faz uma avaliação interessante da situação da economia dos EUA e mundial.
quinta-feira, 12 de outubro de 2023
CRÓNICA (Nº17) DA IIIª GUERRA MUNDIAL: QUALQUER QUE SEJA O SEU RESULTADO ...
... NO IMEDIATO, O SISTEMA ECONÓMICO E FINANCEIRO MUNDIAL irá sofrer um grande abalo; o «Cisne Negro» tão falado.
Embora a situação estivesse a ser incubada desde há alguns anos, com a deriva direitista e fundamentalista do governo de Israel, «punindo» os árabes, fazendo incursões constantes na esplanada das mesquitas, em Jerusalém, incluindo no interior da mais importante, a mesquita de Al-Aqsa.
O propósito dos sionistas é (desde o princípio da proclamação do Estado de Israel e mesmo antes) expulsar o máximo de árabes, de forma a que o território da Palestina seja exclusivamente povoado por judeus. Este é o seu objetivo declarado. Porém, o mundo árabe está cada vez mais saturado da arrogância do Estado de Israel e compreende que as nações árabes estão em vantagem, se houver unidade entre elas. Mas, quanto às consequências desta guerra, qualquer que seja o seu desfecho, sempre trágico para as vítimas civis palestinianas e israelitas, estas são totalmente previsíveis:
- Uma subida do preço internacional do petróleo
- O acentuar da fratura do mundo em dois blocos assimétricos: o chamado Ocidente, ainda com a maioria do capital financeiro, mas com uma minoria populacional; e os países do Sul, cada vez mais próximos dos BRICS e do eixo Moscovo-Pequim- Teerão
- Um acentuar da inflação alimentar, sobretudo no Terceiro Mundo, e sua maior dependência das exportações de cereais da Rússia. Um aprofundar das relações recíprocas dos países dos BRICS+ e dos países candidatos, ou com boas relações com aqueles.
- A venda, em maior quantidade, de bonds do Tesouro dos EUA, que funcionam como a forma habitual de armazenamento dos dólares, pelos diversos países (a chamada de-dolarização). Estes bonds acabam por ser adquiridos pelo próprio Tesouro dos EUA e/ou pelo Banco central, a Fed, chegando-se rapidamente a uma situação como no Japão; o banco central japonês é o único comprador de bonds do governo.
- A inflação também vai ser maior nos EUA (e restantes países da OTAN). A capacidade dos EUA exportarem a inflação, como o fizeram até agora, vai estar diminuída.
- Vai haver aceleração das trocas comerciais entre países, não usando o dólar. Até agora estavam estes intercâmbios limitados aos países dos BRICS e a outros, sujeitos a sanções brutais pelos EUA. Agora, vai haver muito mais trocas comerciais usando as divisas dos países respetivos e os défices na balança de transações serão compensados por transferências de ouro.
- A crise será mundial e múltipla (económica, financeira, monetária, política e social): Nenhum país ou conjunto de países, sairá vencedor. No entanto, os países que têm algo de sólido a oferecer, como matérias-primas ou produtos industriais, vão sofrer relativamente menos do que os que se financeirizaram, ao longo dos últimos 30 a 40 anos. Estes (EUA, Europa ocidental) já não são viáveis sem a drenagem constante de energia, matérias-primas e força de trabalho dos países do Terceiro Mundo.
-Se não houver escalada nesta guerra, que desembocaria fatalmente no uso de armamento nuclear numa fase ou noutra da mesma, o Mundo irá transitar para nova configuração geopolítica, a multipolaridade, o que não significa igualdade entre as nações, mas abre a possibilidade dos mais fracos jogarem com várias hipóteses de alianças.