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sábado, 8 de abril de 2023

QUE ESCOLHAS TEM A EUROPA? MUNDO MULTIPOLAR É DO INTERESSE DA EUROPA


      Eurodeputada CLARE DALY:


https://www.youtube.com/watch?v=F5tZ9HS387k


Comentário de MB:

A Europa já não é - há muito tempo - sede de grandes impérios coloniais. O seu papel como potência autónoma desapareceu, progressivamente, após a IIª Guerra Mundial, sendo englobada (na sua maioria), dentro duma aliança militar, política e económica com os EUA, a nova potência hegemónica. 
Esta aliança, a OTAN, era dirigida contra a URSS e países do Pacto de Varsóvia. Com o desaparecimento de qualquer ameaça credível ou verosímil, vinda de leste, a partir dos anos 1990, a Europa tornou-se ainda mais refém dos interesses dos EUA. 

Hoje em dia, a escolha realista é entre:
- Submissão a um império decadente, que nos impõe a sua vontade, desde a guerra na Ucrânia, sanções causadoras de estrangulamento do acesso a matérias-primas e a  energia barata, até à ameaça de atrair as indústrias europeias para os EUA;
- A independência, de forma a que os países europeus possam escolher, com os outros blocos e nações, quais as parcerias que forem mais interessantes, sem pretender fazê-lo contra seja quem for. 
Ou seja, a solução inteligente consiste num jogo de múltiplos parceiros, sem dominância absoluta (hegemónica) de nenhum deles. 

sexta-feira, 7 de abril de 2023

A DESDOLARIZAÇÃO ACELERA-SE

Para mim, e para muitas pessoas independentes, este movimento de desdolarização era inevitável. Porém, a velocidade a que a situação mudou, surpreende, tanto em termos monetários como das alianças geoestratégicas, tanto no sentimento das pessoas como no distanciamento de governos em relação aos EUA e ao dólar.
É que os EUA, nos últimos anos, acumularam erros estratégicos, fazendo com que inimigos e amigos se colocassem numa postura defensiva e acolhessem com grande interesse as propostas do bloco emergente, em que Rússia & China são pilares centrais, com os BRICS e com mais de uma centena de países, que entretanto aderiram a projetos das Novas Rotas da Seda.
Basta ver a perda de influência rápida dos EUA, primeiro na África a sul do Sahara e depois no Médio Oriente. Tendo os EUA - há duas décadas, apenas - uma situação hegemónica, agora, excetuando seus «vassalos/aliados», já não conseguem hoje impedir que os Estados procurem novas parcerias.
Nestas, procura-se a reciprocidade, os acordos «win-win» mas, sobretudo, sem interferências nos respetivos regimes políticos e no respeito pela soberania dos Estados, sejam eles fortes ou fracos, grandes ou pequenos.

Proponho ao leitor, que consulte os dois artigos abaixo, um de autoria de Alasdair Mcleod e o outro de Matthew Piepenburg. Dão-nos o contexto, assim como muita informação sobre a mudança tectónica em curso e esclarecimentos sobre o que já transparece sobre a nova arquitetura monetária mundial.
Creio que os povos do Sul têm a ganhar com a mudança, pois a utilização do dólar como moeda de reserva foi permitir que os governos americanos, sem escrúpulos, abusassem do privilégio.
Se eles não tivessem transformado o dólar em «arma de guerra», da guerra económica (ilegal e ilícita) e das sanções contra aqueles que lhes resistiam, talvez conservassem, por mais algum tempo, o predomínio do dólar, quer em termos de comércio internacional, quer em termos de moeda de reserva.
Assim, com a sua agressividade militar e a não menos brutal guerra económica, podem ainda fazer muito mal, mas não conseguem mais do que obter como «aliados», os que foram sujeitos a chantagem permanente.
Como conseguiram manter o dólar, nos últimos tempos? Pela força das bases militares que têm espalhadas nos 4 continentes e pelo terrorismo económico e financeiro, dos congelamentos e rapina de ativos dos Estados e particulares de países não submissos.
Estamos a viver uma mudança de paradigma, um momento histórico de mudança estrutural.



    Desde 2016, que o ouro é cotado e transacionado em Yuan, na bolsa de Xangai

https://www.goldmoney.com/research/time-to-trash-triffin

 https://goldswitzerland.com/golden-question-is-the-petrodollar-the-next-thing-to-break/





quinta-feira, 6 de abril de 2023

A ÁFRICA ESTÁ A EMANCIPAR-SE DO JUGO NEOCOLONIAL

 A África é um continente jovem, com o número de jovens, em relação à população total, mais elevado. 

É, também, o continente mais antigo no sentido de, em África, a espécie humana ter tido o seu berço.

 Infelizmente, este continente foi dilacerado e dominado pelas potências coloniais (entre as quais Portugal, além de muitos outros países da Europa). 

O neocolonialismo foi a «esperteza» dos americanos; eles fizeram-se passar por auxiliadores das lutas anticoloniais.

 Por exemplo, em Angola, foram os EUA suportes ativos de Holden Roberto, o fundador e dirigente da FNLA. 

Esta política americana foi desenvolvida em vários países africanos para neutralizar a influência soviética. 

Mais recentemente, o poder imperial deixou cair a máscara, quando - com Obama, o primeiro presidente negro - arrasou a Líbia, transformando-a num «não-Estado», sob pretextos falsos, que Obama e Hillary bem sabiam sê-lo. 

Mas a sabedoria milenar dos povos africanos encontra agora, com a ajuda da China, uma saída para o ciclo de dominação neocolonial. 

O que se joga no continente africano é fundamental, não apenas para os africanos, como para o mundo.

Veja e oiça o vídeo seguinte:






quinta-feira, 23 de março de 2023

OS MUITO RICOS SABIAM -DE ANTEMÃO - DESTA CRISE



No rescaldo dos últimos acontecimentos desastrosos, podemos ver a FED continuando teimosamente a subir a taxa de juro diretora (de 0.25%).
Eles fazem-no, sabendo bem que na raiz do colapso de uma série de bancos de média dimensão (pelo menos, 4 bancos, só nos EUA) estava realmente a subida faseada a intervalos muito curtos, das taxas de juros, com a consequente descida do valor das obrigações do Tesouro, portanto fazendo com que o principal ativo de reserva destes bancos (e de quase todos os outros, inclusive noutros países) ficaria reduzido. Nalguns casos, foi o suficiente para eles ficarem em défice de cobertura e sem hipótese de obterem um reforço de reservas.
Não houve bailout para estes bancos. Muitos depositantes devem ter ficado a perder o dinheiro dos seus depósitos, nomeadamente, pequenas e médias empresas que possuíssem mais de 250.000 dólares depositados, o que não é muito, visto que uma empresa tem de pagar salários e fornecedores. Quanto ao despoletar da crise, note-se que esses bancos não fizeram nada de ilegal, nem sequer de incorreto face às regras bancárias.
Pelo contrário, na crise de 2008, muitos dos bancos e entidades (Bear Sterns, Lehman Brothers, AIG) que se afundaram e outras, que foram salvas pelo Governo dos EUA, tinham-se envolvido em empréstimos fraudulentos para a habitação e na venda de pacotes desses empréstimos, até para além dos EUA.

Agora foi a vez do Crédit Suisse, um banco há anos considerado dos mais fortes mundialmente. Houve uma clara intervenção estatal, que levou a um bail-in (ou seja, um resgate interno, à custa dos depositantes do banco) disfarçado. Os detentores de obrigações viram, de um momento para o outro, as suas obrigações do Crédit Suisse, que valiam (no total) 17 mil milhões de Francos Suíços na última cotação, serem levadas a zero: Não por ação dos mercados, mas porque era uma das condições impostas pela UBS para aceitar realizar a compra da sua ex-rival. Há base para uma ação contra o Estado, pois na ordem de prioridades de uma falência, os detentores de ações só devem ser indemnizados depois dos detentores de obrigações. Ora, a UBS «comprou» o Crédit Suisse, por uns meros 3 mil milhões de Francos Suíços, que terão servido para indemnizar os possuidores de ações. Os possuidores de obrigações ficaram sem nada.

Não existe paralelo histórico para esta crise bancária, que se alastra como mancha de óleo, em países do «coração» do capitalismo. Estamos ainda muito longe do seu final. Uma coisa é certa; os banqueiros centrais e os governos são impotentes para travar a crise em curso, são quadriliões de dólares de ativos em «papéis dos mais diversos tipos». Destes, os mais problemáticos são os derivados, cuja avaliação é difícil de se fazer: As operações de compra e venda fazem-se fora do balanço das instituições bancárias («over the counter», por cima do balcão, é a expressão consagrada).

O sistema não pode estar seguro, porque o capitalismo financeirizado se baseia em esquemas de Ponzi, quer sejam promovidos por empresas, bancos, «hedge funds», ou pelo próprio Estado, como na gestão das pensões.

Podemos ter a certeza de que os grandes capitalistas souberam transformar muitos dos seus ativos financeiros (ações, obrigações, contas a prazo, derivados...) em propriedade não-financeira:
- terras agrícolas: uma aquisição maciça de terras agrícolas por Bill Gates, fez dele o maior detentor individual de terras nos EUA.
- imobiliário: apesar de muito sujeito a especulação, é algo «sólido», seu valor nunca pode reverter  para zero.
- metais preciosos: o ouro, comprado nas praças do Ocidente excede em muito, as quantidades adquiridas pelos bancos centrais ocidentais, pelo que uma porção desse ouro deve estar em mãos privadas.
- obras de arte: verifica-se uma nítida inflação do mercado da arte, em especial, nos segmentos de topo do mercado, obras arrematadas em leilão por milhões. Elas são guardadas em cofres-fortes, durante anos, para depois serem vendidas com imenso lucro.

Quem vai sofrer são as pessoas comuns, cujo rendimento (salário, pensão ...) nunca é atualizado de acordo com a taxa de inflação. Ou seja, a imensa maioria fica realmente mais pobre. Os muito ricos não se importam, até gostam, pois um pobre sujeita-se a trabalhar em condições de grande precariedade, de forma desregulamentada, não se atrevendo nunca a reivindicar.

Há quem diga que muito do que se passa, ao nível dos mercados financeiros e dos principais bancos centrais ocidentais, é orquestrado, no sentido de que a população, castigada por tanta miséria, vai ter que «engolir» a mentira do dinheiro digital de bancos centrais (CBDC), como «panaceia» para a crise. A vantagem do dinheiro digitalizado a 100%, é que os poderosos poderão dirigir as nossas compras de bens e serviços, de acordo com aquilo que eles consideram ser «bom para a economia». Também torna impossível a verdadeira dissidência, pois os poderes podem, com toda a facilidade, «cancelar» a conta dos que eles consideram estar a incorrer no «crime de dissidência» e estes ficam sem meios de subsistência. Os poderes ocidentais, nisso, copiam o regime chinês, embora façam sempre propaganda contra a China.

quarta-feira, 15 de março de 2023

Caitlin Johnstone: O GOVERNO AUSTRALIANO ESTÁ A ARMAR-SE, MAS NÃO POR MEDO DA CHINA


 https://consortiumnews.com/2023/03/15/caitlin-johnstone-australias-real-fear-isnt-china/

Não é o medo da China que incita o governo australiano a armar-se.

Di-lo Caitlin Johnstone com a acutilante agudeza da verdade; di-lo com a certeza, baseada em evidências de fontes inquestionáveis.

A «sorte» da Austrália é preparar-se para uma guerra com a China, guerra essa que não é do seu interesse e cujo desfecho mais provável envolverá mortes e destruições incontáveis, de parte a parte. 

A China, porém, não ameaça a Austrália de modo nenhum. A China é o principal importador de bens australianos e também o maior exportador de bens para a Austrália.

 O absurdo é que os políticos australianos estão plenamente embarcados nesta chantagem contra os interesses vitais do seu próprio país. 



E quem é o autor desta chantagem? 

- O seu aliado, os EUA, cujo governo se comporta como se a Austrália, esta ilha-continente, fosse sua posse, seu território colonial privativo.

 Pensemos no modo como são tratados, pelos donos do Império, os governos e países europeus incluídos na OTAN   

Para mais esclarecimentos, leia o artigo acima de Caitlin Johnston,

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023

GUERRA NUCLEAR, COLAPSO DA DÍVIDA & ESGOTAMENTO DA ENERGIA

QUAL DOS TRÊS IRÁ ACABAR COM O MUNDO, TAL COMO O CONHECEMOS?

 https://goldswitzerland.com/will-nuclear-war-debt-collapse-or-energy-depletion-finish-the-world/

Veja o artigo abaixo, escrito por Egon von Greyerz, alguém com um profundo conhecimento dos mercados e que tem um grande realismo. Ele não esconde o seu pessimismo, pois, de facto, a paisagem político-económica global é muito escura!

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WILL NUCLEAR WAR, DEBT COLLAPSE OR ENERGY DEPLETION FINISH THE WORLD?

Fragility has probably never been greater in history. Just three words encapsulate the destiny of the world.

The THREE words are: WAR, DEBT, ENERGY

A FOURTH word will financially save the ones who understand its significance. It will also play a major role in the world’s future monetary system. The word is obviously GOLD. As the world moves from a fragile debt based Western system to a commodity and energy based system in the East and South, gold will assume a strategic role in the monetary system.

WAR – WWIII

War is obviously a potentially catastrophic threat since the sheer existence of the world and mankind is now at maximum risk. Wars are horrible whoever starts them. Since the beginning of mankind there have probably been over 100,000 important wars and conflicts.

Wars are horrible whoever starts them. Most wars end in major fatalities and injuries and a massive human and financial cost. And at the end of the war, the situation is often worse than when it started, like in for example Afghanistan, Vietnam, Iraq and Libya which countries the US invaded unprovoked. The same will most probably be the case in Ukraine.

There are always two sides to a war. I learnt many years ago that before we judge someone, we must walk three moon laps in his moccasins.

So let us first walk in Putin’s moccasins.

The whole West hates Russia and have personalised it to Putin. Few realise that many of the people behind Putin are extreme hardliners and much more dangerous. Historically, Ukraine (like many European countries) has had a motley existence. Since the late 1700s to 1991 Ukraine was part of Russia / Soviet Union with a brief interruption after the Bolshevik revolution in 1917.

After the Maidan Revolution in Ukraine in 2014, the Minsk agreement brokered by Germany and France stipulated that parts of the Donbas region should be granted self-government. There should also be a ceasefire and withdrawal of heavy weapons by the Ukrainians. The Minsk agreement was never honoured and Ukraine continued to kill over 20,000 Russians in the region and to bomb the Donbas. As the bombing intensified in early February 2022, (allegedly at the insistence of the US), Russia invaded Ukraine on February 24, 2022.

So the above is how Russia and Putin sees the Ukrainian situation.

Wearing America’s moccasins, the US Neocons are extremely worried about losing the US hegemony. Since WWII, the US has basically failed with every war they have been involved in. But in their view, if they fail in the present conflict, that will be the end of US  dominance both politically and financially.

Ukraine is clearly just a pawn in a much bigger game between the two titans – USA and Russia. 

I watched Zelensky’s latest speech live to UK parliamentarians where he was begging for planes, weapons and money. This is obviously the role of a defending leader although he is clearly sacrificing hi people.

But wars are really really bizarre. Clapping every sentence that Zelensky uttered about the evil Russian invaders were around 1,000 politicians whose British ancestors, over a 400 year period, had invaded, conquered and ruled over 400 million people and 25% of the world’s landmass including major parts of Asia, Australia, Africa, Middle East and America. But today the shoe is on the other foot.

Politicians are masters at throwing stones whilst sitting in glass houses.

But wars are always about CONSEQUENCES. It is clearat this pointthat the West is sadly ignoring the potential consequences of this war as they keep sending money and weapons but no peace makers. The US has no desire for peace at this stage and Europe just follows blindly whatever the US initiates without thinking of the consequences which both economically and militarily are much graver for Europe.

Zelensky has asked for tanks and is getting them. He is now asking for planes which the NATO countries are also considering. There are not yet any NATO troops in Ukraine officially but it is clear that there are many NATO soldiers there without the official uniforms. An Austrian colonel confirms that if a NATO solider takes off his uniform, he is a mercenary and this seems how NATO sends troops to Ukraine unofficially. Also the Mozart group led by a retired US Marine Corps Colonel  acts in Ukraine as mercenaries.

So what is clear that there are not only NATO weapons in Ukraine but also soldiers. This by definition is as close to WWIII as the world can get.

It seems very unlikely that Russia will lose this war with their military superiority. Even with major additional help from NATO, Ukraine is unlikely to stand a chance.

If NATO decides to escalate the war with major troops and equipment, not only Russia will respond strongly but possibly also China and maybe India and Korea.

But there are clearly only losers in a nuclear war.

If that happens, major parts of the world and population will be gone and we won’t have to worry about deficits and debts or stocks and gold.

Let’s hope that world leaders and the ones pulling their strings come to their senses.

DEBT BUBBLE

According to Genesis in the Bible, Nimrod (grandson of Noah) built the Tower of Babel. The Babylonians desire was to make it “with its top in the heavens”. But god punished them for this deed, stopped the construction and scattered the people all around the world. Before that point spoke the same language but thereafter they all spoke different languages so they couldn’t understand each other.

Since then Central Bankers have built themselves towers or structures which haven’t quite reached heaven but both their aspirations and the money they have printed probably have.

What will pull these buildings down will probably not be the wrath of god but the wrath of the people as they realise that these monuments are a sign of bankers’ hubris based on fake money. And this fake money has not just built grandiose buildings like the Bank of International Settlement – BIS – tower in Babel Basel or the Eccles building that houses the FED in Washington.

No, fake money has also built astounding wealth for the top few percent of wealthy people and impoverished the rest.

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The French Revolution in the late 18th century or the Russian Revolution in 1917 were caused by significantly smaller differences between the rich and the poor than today.

The poverty & famine which many people in the world are already experiencing will in coming years/decades likely cause social unrest and revolutions on a major scale. In the last quarter, civil unrest rose in over 100 countries and more than 30 countries are currently at war. A collapse of the financial system which is less stable than a House of Cards will obviously exacerbate the situation and could easily cause major upheaval in many parts of the world.

GLOBAL DEBT BUBBLE OF $2.3 QUADRILLION

As I have outlined in many articles, these towers mentioned above have been instrumental in creating a global debt bubble of $300 trillion plus derivatives and unfunded liabilities of around $2 quadrillion, most of which will turn into debt in the next decade or less.

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So even if the world can avoid a major nuclear war,  it is likely to suffer massive repercussions from the financial calamity coming next.

As Gandhi said:

“THERE IS SUFFICIENCY IN THE WORLD FOR

MAN’S NEED BUT NOT FOR HIS GREED.”

To create $2.3 quadrillion of global liabilities has nothing to do with man’s need but only with the greed of a few at the expense of mankind.

When the nuclear financial bubble bursts in the next few years, we will see an implosion of asset prices in real terms by 75-90% as I have outlined in many articles like here. LINK

In my article “IN THE END THE $ GOES TO ZERO AND THE US DEFAULTS” , LINK, I also explain that “there is no means of avoiding the final collapse of a boom brought about by credit expansion” as von Mises stated.

So even if the world survives the threat of a nuclear war, a collapse of the financial system is absolutely inevitable. The greed and the adoration of the golden calf that some parts of the world have practised in the last 50 years, will not go unpunished.

This major transformation coming will be like a financial nuclear event. After a difficult transition, the world will not only come out of it with a much sounder foundation but also based on much better human values than currently.

OIL – ENERGY

As the world moves from a debt based and fake money system to a much sounder one, resting on real values, especially energy and other commodities, the balance of power will continuously shift from West to East and South.

I outlined in this article, the decline of the West and the rise of the BRICS (Brazil, Russia, India, China and South Africa),  the Shanghai Cooperation Organisation and the Eurasia Economic Union.

The final move down of the dollar is likely to involve a US default even though the US hubris will prevent them from using that word. It will instead be called a reset but the whole world will know that this disorderly reset will involve the US currency having lost all of its value.

The Fed will obviously invent a new digital currency that the rest of the world should not touch with a barge pole. Remember that the dollar, like most currencies, has already lost 98% since 1971. But the final 2% fall represents a 100% fall from today.

Throughout history the same total destruction has happened to every currency. Hubristic governments and central bankers clearly deserve this punishment. But sadly it is always the undeserved people who will suffer the most.

ENERGY

Another major economic crisis for the world is the contracting energy system.

The world economy is driven by energy. Without sufficient energy the living standards would decline dramatically. Currently fossil fuels account for 83% of the world’s energy. The heavy dependence on fossil fuels is unlikely to change in the next few decades.

The scale shows billion tonnes of oil equivalent energy.

As the graph shows, the energy derived from fossil fuels has declined for the last few years. This trend will accelerate over the next 20+ years as the availability of fossil fuels decline and the cost increases. The economic cost of producing energy has gone up 5X since 1980.

What very few people realise is that the world’s prosperity does not improve with more debt but with more and cheaper energy.

But sadly as the graph above shows, energy production is going to decline for at least 20 years.

Less energy means lower prosperity for the world. And remember that this is in addition to a major decline in prosperity due to the implosion of the financial system and asset values.

The graph above shows that energy from fossil fuels will decline by 18% between 2021 and 2040. But although Wind & Solar will proportionally increase, it will in no way compensate for the fall in fossil fuels. For renewable energy to make up the difference, it would need to increase by 900% with an investment exceeding $100 trillion.  This is highly unlikely since the production of Wind & Solar are heavily dependent on fossil fuels.

Another major problem is that there is no efficient method for storing Renewable energy.

Let’s just take the example of getting enough energy from batteries. The world’s largest battery factory is the Tesla Giga factory. The annual total output from this factory would produce 3 minutes of the annual US electricity demand. Even with 1,000 years of battery production, the batteries from this factory would produce only 2 days of US electricity demand.

So batteries will most probably not be a viable source of energy for decades especially since they need fossil fuels to be produced and charged.

Nuclear energy is the best available option today. But the time and cost of producing nuclear means that it will not be a viable alternative for decades. Also, many countries have stopped nuclear energy for political reasons. The graph above shows that nuclear and hydro will only increase very marginally in the next 20 years.

Of course the world wants to achieve cleaner and more efficient energy. But today we don’t have the means to produce this energy in quantity from anything but fossil fuels.

So stopping or reducing the production of fossil fuels, which is the desire of many politicians and climate activists, is guaranteed to substantially exacerbate the decline of the world economy.

We might get cleaner air but many would have to enjoy it in caves with little food or other  necessities and conveniences that we have today.

So what is clear is that the world is not prepared for even the best scenario energy case which entails a major decline in the standard to living in the next 20-30 years at least.

GOLD

Digital currencies are the perfect means for controlling the people in a totalitarian world. It gives Big Brother total power in relation to the people’s money. They can be taxed, fined or directed by any whim of the government. This would include arbitrary taxation or confiscation.

Thus CBDCs (Central Bank Digital Currencies) are a total disaster in relation to personal freedom. But in many countries the serfs have already been trained for this. Take Sweden where cash hardly exists and credit cards are used for all spending, even buying a newspaper or a loaf of bread. Most shops don’t even accept cash.

Thus the placid Swedes would happily hand over control over their money to the government, totally oblivious of the consequences.

As a lover of freedom, I would hate to live under such circumstances even though I was born in Sweden and really like many aspects of this country.

The people will not have a vote on digital money in any country just like they have no say when their leaders start a war. Personally I would do everything to avoid such oppressive circumstances but I do realise that it would be difficult for most people. 

With the coming fall of the dollar and many other currencies, as well as the end of the petrodollar, gold is likely to play a major role in the monetary system dominated by the East and South.

With government spending out of control in most countries, gold is the only currency you can trust just as it has been for 1,000s of years.

The BRICS, with China, Russia and India as major gold countries, are likely to make gold an important part of the future monetary system.

Gold is not for investment or speculation.

Gold is insurance and wealth preservation.

Gold is saving and financial survival.

2023 is likely to be the year of gold. Both fundamentally and technically gold looks like it will make major up moves this year. Any correction must be used to accumulate. Much better to buy low than on breakouts.

But please buy only physical gold and store it in a safe jurisdiction away from kleptocratic governments.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2023

ONDE ESTÃO AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS DE QUE OS ATIVISTAS TANTO FALAM???

       Um diz: «a era glaciar está a acabar»; o outro responde «deve ser da nossa culpa»
 

A histeria do clima tem sido um ponto corrente de atenção social pelo menos desde os anos 1980. Nos passados 40 anos, os países ocidentais têm sido bombardeados incessantemente com propaganda alarmista e previsões de cataclismo ambiental. Muitas pessoas - durante os seus anos de formação enquanto crianças e adolescentes - têm sido doutrinadas com histórias de terror – Um mundo onde a subida do nível dos oceanos é de centenas de metros e onde as massas terrestres são engolidas pelas ondas. Um mundo onde as temperaturas, subindo exponencialmente, criam um desregulamento da meteorologia, enquanto milhões morrem devido a furacões, tornados, inundações e secas.  

 

Como muitos de nós sabemos agora, todas essas alertas acabaram por se revelar falsas. Os glaciares e as calotas de gelo polar nunca derreteram.  A terra não está recoberta pelos mares. A fome, hoje, é resultante de desastre económico, não de desastre ambiental. Entretanto, a maioria das espécies em risco não desapareceu do planeta. Mas os cientistas climáticos, arrebanhando biliões de dólares de financiamento dos seus governos e os «grupos de reflexão» globalistas, continuam a dizer que o Apocalipse Climático está a chegar; eles estiveram enganados durante 40 anos, mas nós deveríamos confiar neles, agora. O debate «está concluído» dizem eles e nós devemos confiar nos «peritos». 

 Mas onde está e evidência desta crise climática, de que cientistas bem financiados e ativistas continuam a falar? Onde estão os efeitos no clima? Podem-se ver os resultados bem tangíveis da crise económica, em curso; a inflação e os elevados preços, os consumidores debilitados, esgotando o saldo dos cartões de crédito; despedimentos em massa nas indústrias tecnológicas, que se alastram a outras áreas, etc. As pessoas estão a sofrer esta descida e podem testemunhar as consequências, para elas próprias. Se os indivíduos da seita climática devessem ser tomados a sério, eles teriam de mostrar alguma prova visível de que o aquecimento do clima global é real e uma ameaça a ter em conta.  

O problema surge quando eles não têm provas e, portanto, são obrigados a desonestamente relacionar qualquer acontecimento climático desfavorável com «mudança climática», enquanto forma de assustar o público. Vamos ver os dados de acontecimentos climáticos reais e ver se as supostamente perigosas emissões de dióxido de carbono devidas ao Homem estão de alguma forma a causar a calamidade climática. Os EUA são frequentemente citados como fonte de poluição pelo carbono (apesar de países como a China produzirem 30 % do carbono globalmente libertado para a atmosfera enquanto os EUA apenas produzem 14%). Vejamos qual é o registo de fenómenos climáticos nos EUA e ver se há sinais de catástrofe vindoura. Se o problema é global, então certamente seria visível no clima dos EUA, do mesmo modo que em qualquer outro país.  

Como estão os furacões? De cada vez que um furacão atinge a costa do Golfo, a media corporativa agita a mudança climática como sendo a sua causa. Mas, terá havido um aumento significativo de furacões nos EUA? Não, não houve tal aumento, de acordo com os dados de períodos longos. As tempestades têm-se formado a uma taxa consistente com o registo histórico. 

    

E quanto aos episódios de cheias? Tem havido mais inundações e rios a transbordar?  Não, tal não tem acontecido. As cheias não estão a acontecer a uma frequência superior ou com maior severidade hoje, do que o fizeram nas décadas passadas. Mesmo os cientistas do clima são forçados a admitir  que nos EUA e globalmente, os danos por inundações têm estado em declínio durante décadas.  Os dados sobre danos em proporção com o PIB mostram o seguinte:

 


Isto significa que estamos a enfrentar um aumento das condições de seca? Certamente, um aumento de temperatura global, causaria uma significativa diminuição da chuva? Não! Também não está a acontecer isto. As piores secas nos EUA ocorreram nos anos 1930 e nos anos 1950.

 Talvez se possa ver uma alteração significativa nos furacões e num clima agreste nas zonas do interior? Haverá mais mortes causadas por furacões hoje em relação a alguns anos atrás?  Não, tal não acontece. De facto, os furacões perigosos têm estado em declínio.  

 

A histeria da mudança climática baseia-se muitas vezes na teoria dos «pontos culminantes» como base para os seus argumentos.   Os dados oficiais de temperatura apenas são registados oficialmente desde a década de 1880, dando-nos uma pequena janela para visualizar o clima e comparar dados de hoje com os do passado. De acordo com o NOAA, as temperaturas globais subiram 1º C em 100 anos. Eles afirmam que chega um aumento de 1,5% para desencadear «um ponto culminante» originando eventos capazes de destruir a Terra tal como a conhecemos.  Não existem evidências para fundamentar a teoria do «ponto culminante», nem existe precedente histórico. Certamente não existe evidência na meteorologia e os céticos têm dificuldade em vislumbrar qualquer sinal de que haja uma catástrofe no horizonte.

A provarem algo, os dados provam que a emissão de carbono pelos humanos não tem efeito nos acontecimentos climáticos. Portanto, se estivermos no limiar duma aniquilação global pelo aquecimento, não será a indústria humana a causadora.  

A verdade é que o tema da mudança climática se tornou numa ideologia ou religião, uma extensão da deificação da Terra e seu culto, baseando-se em fé, em vez de factos. E, tal como uma fé religiosa, um culto do clima precisa duma mitologia de Apocalipse, uma imagem de fim do mundo, para manter os fiéis nas suas fileiras.  A cada década descobrem uma série de «estórias» da destruição inevitável, a não ser que sigamos as suas regras e nos ajoelhemos perante os seus desejos. É uma triste tentativa de cooptar a ciência como instrumento de fanatismo.         

Traduzido a partir de Zero Hedge:

www.zerohedge.com/weather/where-climate-crisis-activists-keep-talking-about

sábado, 11 de fevereiro de 2023

A DESDOLARIZAÇÃO ACELERA-SE

Segundo as últimas notícias, veiculadas por Pepe Escobar, os sistemas de pagamento bancário do Irão e da Rússia estarão em direta interação, em breve, formando uma plataforma imune às intervenções de guerra económica, que os EUA - pretensos «donos do mundo» - quiseram impor.  

Outro sinal claro de desdolarização, é o acordo firmado entre o Banco central da China  e o do Brasil: Estas instituições assinaram um memorando de cooperação permitindo a utilização do RMB (renminbi, o «dinheiro do povo» ou yuan). Isto vai fazer com que avancem significativamente e na prática, os acordos de investimento e cooperação. Mais um passo para a internacionalização do RMB, com a diminuição correlativa da fatia de trocas comerciais efetuadas em dólares.

Como eu tenho afirmado aqui, nestas páginas, o processo da guerra global que podemos chamar a IIIª Guerra Mundial, ocorre em vários planos, desde a parte propriamente militar, até À RÁPIDA TRANSFORMAÇÃO DA PAISAGEM MONETÁRIA, ENTRE OS PAÍSES NÃO TOTALMENTE DEPENDENTES DOS EUA. Note-se, que isto inclui países como a Arábia Saudita e as monarquias do Golfo.

Mesmo países com fortes laços com os EUA, como a Coreia do Sul, são obrigados - em função do contexto global no qual estão inseridos - a não alinharem com os EUA no que toca às sanções, pois isso iria afetar diretamente a sua indústria. 

Não me surpreendem nada estes desenvolvimentos, tenho escrito sobre eles, em várias ocasiões. O que me surpreende é miopia dos poderosos, desde banqueiros até aos generais que, no centro do dispositivo imperial, dispõem de todas as informações e podem fazer uma avaliação realista da situação que eles próprios criaram. Não acredito que eles tenham uma ideia clara do que têm estado fazer. 

De facto, têm estado a dar múltiplos tiros pela culatra (ou no pé). Penso que perceberam já a acumulação de erros estratégicos, que têm levado o Império do Dólar à situação presente. Acredito que, perante este panorama, decidiram fazer «como se», perante as massas dos países que controlam, a começar pelos próprios cidadãos americanos. 

Os povos do chamado «Ocidente» têm sido  sujeitos a uma dose de propaganda impressionante. Alguém que acredite integralmente na paisagem política, económica e militar que é veiculada pela  media  ocidental, é como se estivesse num universo paralelo. Haverá alguns ainda sob essa ilusão, mas muitos outros, embora já tenham descolado do tecido de mentiras propalado pelas fontes nas quais confiavam, estão ainda desprovidos de instrumentos conceptuais para perceberem realmente o que se está a passar.  

sábado, 4 de fevereiro de 2023

UP, UP AND AWAY [5th Dimension] + COMENTÁRIO DE MB

 


O tempo dos balões está aí. Mas não inocentes veículos de turismo, sobrevoando pedaços da paisagem campestre. 

A China está muito ativa a enviar balões para a estratosfera: claro, não consegue controlar tudo, nesses engenhos que se elevam, porque mais leves que o ar, mas que dificilmente se podem dirigir com precisão. Assim, para avaliar as diversas camadas da atmosfera,  os seus parâmetros, as estações meteo do mundo inteiro enviam balões para a atmosfera. O seu destino quase certo, é perderem-se, serem arrastados pelos ventos. 

A histeria do nosso tempo é que transforma estes instrumentos em perigosos instrumentos de espionagem disfarçados de inócuos auxiliares de meteo. Enfim, sabemos que a panóplia da espionagem vai crescendo: aviões-espiões; satélites-espiões... mas, balões-espiões (??!): Acho que não é muito boa ideia. Há muiita histeria no ar. 

É clara a motivação dos que sopram ventos da discórdia entre as nações, em particular entre os EUA e a China, quando estava programada a viagem do secretário de Estado dos EUA, Blinken, para conversações ao mais alto nível, com Xi Jin Pin.

Podíamos dizer que a história do «balão-espia- chinês» é como «lançar um balão» para rebentar no momento certo, pondo em causa qualquer possibilidade de diminuição das tensões entre estes dois países gigantes, económicos e militares.

Diz-me quem beneficia com a situação, e eu te direi quem está na origem da campanha de medo.

PS: Os militares americanos (as altas patentes) frustrados de não conseguirem qualquer sucesso no terreno da Ucrânia, com as tropas mercenárias e os seus «brinquedos caros», decidiram dedicar-se ao «tiro ao balão», parece brincadeira, mas não é, verifiquem na notícia seguinte: https://caitlinjohnstone.com/2023/02/18/what-we-know-about-the-us-air-forces-balloon-party-so-far/

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

«IN GOD DOLLAR WE TRUST» ?

 

                                    Nova Iorque: Empire State Building visto no ocaso


                       Gráfico retirado dum artigo de A. Mcleod, que pode consultar AQUI

Nós somos matraqueados permanentemente com a «força do dólar», em relação às outras divisas ocidentais, pelo menos, as que têm maior peso tanto no comércio, como enquanto membros de SDR,  a famosa «divisa» artificial, que é (de facto) um cabaz de divisas, usado na contabilidade interna do FMI.  Mas, o comércio e a participação dos países nas trocas globais não se resume ao «Ocidente». Este conjunto de países é denominado assim, embora devessem ser designados por aquilo que - de uma forma, ou de outra - são: Constituem os mais fieis aliados (ou vassalos) dos EUA; os países de língua inglesa (Austrália, Nova Zelândia, Reino Unido, Canadá e EUA), a Europa da União Europeia, o Japão, a Coreia do Sul e pouco mais (cerca de 15% da população mundial).

O sistema de Bretton Woods, foi instaurado quando os EUA eram a potência tecnicamente vencedora da 2º Guerra Mundial. A URSS e muitos outros países que lutaram contra as potências do Eixo (Alemanha hitleriana e potências suas aliadas) estavam de rastos. A sua vida económica e social sofreu de tal maneira, que não estavam muito melhor que os países vencidos (Alemanha, Japão, Itália, e outros.)

Assim, quando foram assinados os acordos de Bretton Woods em 1944, e nos anos imediatos, os EUA dominavam o comércio mundial (cerca de 50% deste), possuíam a maioria das reservas de ouro em bancos centrais (cerca de 70 % do ouro guardado nos bancos centrais) e tinham uma infraestrutura industrial intacta e em plena expansão. 

Um sistema de Bretton Woods não poderá voltar a ser reinstalado, não porque seja impossível reinstaurar um padrão-ouro (embora seja uma má solução), mas porque não existe nenhuma potência com o poderio hegemónico dos EUA à saída da IIª Guerra Mundial.

Um futuro multipolar será sempre mais instável, que um futuro unipolar. Mas, um sistema global unipolar não dará a um conjunto de países, possuindo a maioria da população mundial e dos recursos em matérias-primas, a possibilidade de fazerem valer os seus interesses e de poderem negociar em termos aceitáveis, a sua participação no comércio, no investimento e na repartição do bem-estar individual e social, ao nível mundial. Por muito injusto que seja um mundo multipolar, como o foi em diversos períodos da História, para aqueles povos submetidos a um império ou a uma nação mais forte,  nada se compara com a força bruta e a ausência total de consideração pelos direitos e pela dignidade dos mais pobres, num império mundial único, hegemónico. 

O império liderado pelos EUA tem demonstrado isso, neste pequeno intervalo de tempo, que vai da implosão da União Soviética (1991), até hoje. No entanto, reveste o seu desprezo absoluto, com a hipocrisia típica da civilização de comerciantes, aventureiros e donos de escravos - que foram os impérios Português, Espanhol, Britânico, Holandês - especializados na guerra de razia e de rapina, que foi o modo como se expandiram e enriqueceram estas potências coloniais desde o século XVI até hoje. 

Não é por o comércio internacional ser feito em tal ou tal unidade de valor, vulgo «moeda», que a troca é mais ou menos desigual. Desde Ricardo, que se reconhece que determinadas nações têm determinadas vantagens competitivas, no comércio internacional, em relação a determinados produtos industriais, agrícolas ou minerais. É sobretudo o preço do trabalho que conta, por agregado. Assim, os países onde o trabalho é mais barato, foram aqueles que receberam as indústrias deslocalizadas dos países industriais tradicionais, os países europeus ocidentais e os EUA, sobretudo. 

Mas o globalismo, ideologia associada ao neoliberalismo, está completamente posto em causa. Este globalismo «reinou» durante um curto período, em que as potências industriais europeias e norte-americanas exportaram as suas indústrias para beneficiarem da mão-de-obra barata dos países ex- coloniais, ou que tinham uma grande diferença no seu grau de desenvolvimento. Estes países, entretanto, fortaleceram-se e tornaram-se mais capazes de impor suas condições a países outrora dominantes. 

Esta mudança entra em colisão com a mentalidade colonialista e imperialista, das classes dirigentes dos países ocidentais, que também se transmitiu a extratos explorados desses mesmos países.  Órfã de uma instância política que formalmente a representasse, a classe trabalhadora dos países do Ocidente virou-se para os demagogos de extrema-direita, ou confinou-se na rejeição da política. O abstencionismo crónico tem sido maior na classe trabalhadora marginalizada,  do que na «classe média», ou classe trabalhadora integrada, que tradicionalmente vota à esquerda.

Do ponto de vista do império dominante, este já percebeu que é demasiado tarde para inverter a tendência global. Trump não foi bem sucedido, porque - em parte - não conseguiu o entusiasmo interclassista e patriótico que ele esperava para a sua campanha de fazer regressar as indústrias ao solo americano. Sem dúvida, ele foi sabotado pelo «establishment» de Washington, mas também não conseguiu uma adesão significativa dos setores da indústria, ditos «high-tech», tecnológicos. 

As mutações do sistema monetário são sempre consequência de um duplo jogo de forças: As forças relacionadas com o capitalismo mais dinâmico - hoje, a China e outros países asiáticos, principalmente - por um lado, e por outro, com a capacidade militar global: Sabe-se que as simulações duma guerra Russo-Chinesa / Americana (NATO), realizadas no Pentágono, deram invariavelmente resultados negativos para as forças americanas e suas aliadas. 

Assim como a arquitetura de Bretton Woods foi consequência da prevalência dos EUA no comércio, indústria, finanças e domínio militar, após a IIª Guerra Mundial; também a nova arquitetura global do sistema monetário terá de refletir a realidade das trocas comerciais, das forças produtivas, das capacidades de defesa e da inovação tecnológica, que os diversos atores mundiais terão alcançado, na atualidade. 

O facto de o dólar surgir como «forte», em relação a outras moedas ocidentais não significa que a divisa dos EUA continue a possuir a mesma prevalência mundial. Existe uma diminuição significativa das trocas efetuadas em dólares, numa parte importante do Mundo, o que significa que há rutura, face ao período de trocas efetivamente mundializadas. Significa que os países da esfera político-económica do dólar, estão encerrados numa de matriz de tipo neocolonial em que a potência dominante tem a possibilidade (e exerce-a) de dizer o que esses países devem comerciar e com quem, com que tipo de mercadorias e com que formas de pagamento. O sistema de sanções montado pelos EUA é muito astuto, no curto prazo, porém a impossibilidade das empresas europeias comerciarem com países possuidores de grandes reservas de energia (como o Irão) ou com a Rússia e China, que possuem certos produtos praticamente insubstituíveis, no curto prazo (certos metais, como o titânio, ou terras raras, ou ainda, os «microchips»), traduz-se numa perda de competitividade  da União Europeia, nos mercados mundiais. Isto é válido para todos os seus membros, em especial, para o gigante industrial, a Alemanha.

Por contraste, os países dos BRICS+ e das Novas Rotas da Seda têm reais perspetivas de desenvolvimento, de alargamento dos mercados. Os países da «velha Europa» não estarão em condições de competir, devido à diminuição da sua parte nos mercados, ao acréscimo de custos de produção e devido à «mão de aço» da potência «hegemónica regional» , os EUA. Por enquanto, estes comportam-se como o senhor feudal (o suserano) em relação aos vassalos. 

Mas, embora o feudalismo tenha durado alguns séculos, o novo feudalismo dos EUA, perante outro sistema multipolar, não poderá manter uma «hegemonia regional», durante muito tempo. Uma tal situação é intrinsecamente instável, não poderá durar mais do que alguns decénios.

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(1) O  «SDR» significa Special Drawing Rights, em português, Direitos de Saque Especiais.

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PS1: Para compreenderes a estratégia globalista em todas as suas vertentes, lê:

https://www.globalresearch.ca/globalist-cabal-meets-again-prepare-world-domination/5805836

PS2: Os dementes que estão no poder não se importam que seja desencadeada uma guerra nuclear; por outro lado, os povos estão de tal maneira doutrinados, que não percebem realmente o que representa a generalização do conflito Rússia/Ucrânia.  

https://caitlinjohnstone.com/2023/01/25/hardly-anyone-is-thinking-logically-about-the-risk-of-nuclear-war/

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

OURO REGRESSA AO CENTRO DO SISTEMA FINANCEIRO

 A China é detentora duma quantidade de ouro difícil de apurar. No entanto, aquilo que se sabe é que o ouro em mãos do Estado, é mais do que o ouro oficialmente contabilizado no People's Bank of China, o banco central chinês. Por outro lado, nos últimos decénios, o povo foi encorajado a comprar ouro. A quantidade de ouro acumulado por este muito poupado povo (a poupança, por agregado familiar, é cerca de 40% do seu rendimento) é também quase impossível de avaliar.


                             Imagem: Loja de venda de ouro a retalho, em Pequim

O que se sabe, é que o ouro importado doutras paragens, principalmente através da Bolsa de metais preciosos de Xangai, faz desta, a praça mais importante mundialmente, no que diz respeito a trocas reais, ao metal físico. No mercado londrino (LBMA) ou no americano (COMEX), a quantidade de ouro realmente transacionada, é uma pequena percentagem dos contratos de futuros que são comprados e vendidos, ou seja, do «ouro-papel». É com estes contratos, que a finança e os Estados fazem uma permanente manipulação do ouro, um metal precioso muito «político»: é o único metal que continua a ser reconhecido como monetário (= como dinheiro real) pelos bancos centrais do mundo inteiro.
Ora, a China quer enriquecer o seu povo: É previsível que isto vá significar a oportunidade de adquirir mais ouro com os seus yuan. O yuan irá tornar-se assim como um «substituto» do ouro. O que Pequim tem de fazer (ao contrário dos padrões monetários/ouro, do passado) é não fixar/ indexar o preço do ouro em yuan. Se não indexarem a sua moeda ao ouro, continuará a haver, no entanto, uma forte correlação (1) com o ouro, mas não será algo fixo, rígido.
Penso que é este o caminho que as autoridades monetárias e financeiras chinesas estão a tomar há algum tempo: Lembremos que vem do tempo de Deng, o slogan «Enriquecer é Virtuoso». Desde o início do século XXI, que a posse de ouro na China, por cidadãos privados não só foi autorizada, como foi encorajada. Todo o ouro minerado na China, lá fica. A China é o 2º produtor mundial de ouro, atrás da Rússia. Não há exportação de ouro chinês. O enorme volume de importação vem, sobretudo, do Ocidente. As empresas de fundição e refinaria de ouro, na Suíça (com 70% da refinação mundial de metais preciosos), têm estado ocupadas - a tempo inteiro - em converter barras «LBMA» (que obedecem às especificações ocidentais) em barras de quilograma, que obedecem às especificações da China.
Como não podia deixar de acontecer, os media económicos e comentaristas ao serviço dos interesses financeiros ocidentais, querem que seus leitores continuem a «engolir» a treta de que o ouro é um mau investimento, de que sua posse não traz dividendos, apenas despesas associadas, etc. Mas - de facto - mesmo os bancos centrais ocidentais têm estado a adquirir ouro, desde há uns cinco anos (venderam muito ouro, no início do século XXI, quando seu preço em dólares era cerca de 1/5 de agora!). Os multimilionários também o compram, embora não queiram publicidade sobre isso. A sua preocupação é desfazerem-se dos ativos financeiros e adquirir imobiliário ou metais preciosos.
Não tenho dúvidas de que a era do dólar-rei acabou. A única coisa que mantém os países ocidentais dentro da esfera do dólar, é o medo. Porque os americanos têm defendido o dólar com invasões e guerras: no caso do Iraque, está provado que a verdadeira razão da guerra que levou à captura de Saddam Hussein e sua execução, num simulacro de julgamento, foi este ter decidido que o petróleo iraquiano seria vendido doravante em euros. Quanto à guerra e ocupação que levaram á trágica morte de Muamar Kadafi e a destruição da Líbia - foi o país africano mais próspero - foram decididas pelos EUA e seus aliados, porque Kadafi propôs a construção do «dinar pan-africano», moeda única, que seria usada pelos países africanos e na qual venderiam suas matérias-primas, em substituição dos dólares, euros, etc. Agora, não se atrevem a fazer o mesmo com a Rússia, a China, nem sequer com a Arábia Saudita. 
Todos os países (mesmo os aliados dos EUA) temem, com razão, as manipulações que os americanos fazem com a sua moeda, seu controlo da rede de transferências - a rede SWIFT - e todos os processos de transferências que passam por bancos americanos: Quaisquer países que façam transações em dólares, podem potencialmente sofrer sanções, por parte dos EUA. Os países do Golfo e a Arábia Saudita estão a fazer as pazes com seu inimigo, o Irão e pediram a intermediação dos russos para esta aproximação, porque perceberam que o petrodólar morreu e que só poderão ter espaço de manobra, se saírem da esfera americana. 
Os que ficam na esfera do dólar americano, são os que não podem fazer doutro modo, nomeadamente, os países europeus ocidentais. Eles tornaram-se, desde o fim da 2ª Guerra Mundial, neocolónias de facto dos EUA.

Em todo o Ocidente, os indivíduos continuam a ser canalizados para investir em ativos de natureza financeira. Estes, dentro de pouco tempo, ficarão denominados em moedas digitais : e-dólares, e-euros, e-libras, e-yens. Quando isso acontecer, as cotações do ouro e da prata serão muito mais elevadas, do que no presente. Nessa altura, quem for detentor de certa quantidade destes metais, terá capacidade de adquirir valiosos bens imobiliários, terrenos agrícolas e outros bens não-financeiros. 
Os bens tangíveis, globalmente, irão manter, ou aumentar, em valor real, enquanto os instrumentos financeiros (contas a prazo, obrigações, derivados, criptomoedas, etc.), sofrerão enormes perdas. (2)
A ruína dos pequenos investidores faz parte do «golpe» dos muito ricos. Estes, preveniram-se e compraram, com os lucros obtidos na especulação bolsista, toda a espécie de bens não financeiros, dos metais preciosos, às terras agrícolas, ao imobiliário e mesmo, obras de arte e objetos de coleção. 
Os pequenos e médios investidores podem evitar ser erradicados da face da Terra, se tiverem o bom-senso de fazer o mesmo (mudar de ativos financeiros, para ativos tangíveis) - e quanto mais depressa, melhor. As pessoas que ficam nos mercados financeiros, à espera de «melhores dias», irão perder o máximo. A conversão de ativos financeiros em ouro ou prata, metais reconhecidos universalmente como tendo valor (e cotação), pode corresponder à diferença entre conservar o essencial e a perda completa do património.

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(1) No mercado de ouro de Xangai, as compras e vendas do metal precioso são obrigatoriamente em yuan.
(2) A conversão do dinheiro usual, em digital é um aspeto central do «Great Reset». O valor nominal das unidades pode ser o mesmo, mas o valor real não será idêntico. Ou seja, 1 dólar, 1 euro,1 yen,  etc... de hoje (18-01-2023), serão mais valiosos do que 1 e-dólar,1 e-euro, 1 e-yen,  da digitalização integral da economia. Haverá uma brutal transferência de riqueza, que a grande maioria não compreenderá, nem terá consciência, no imediato.

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PS1: O GRÁFICO ABAIXO  DÁ-NOS UMA IDEIA DA VALORIZAÇÃO DO OURO NO ANO DE 2022, EM TERMOS DE «DIVISAS FIAT». OUTRA MANEIRA DE VER, É CONSIDERAR QUANTO CADA DIVISA SE DESVALORIZOU, EM RELAÇÃO AO OURO.(retirado de AQUI)