Segundo as últimas notícias, veiculadas por Pepe Escobar, os sistemas de pagamento bancário do Irão e da Rússia estarão em direta interação, em breve, formando uma plataforma imune às intervenções de guerra económica, que os EUA - pretensos «donos do mundo» - quiseram impor.
Outro sinal claro de desdolarização, é o acordo firmado entre o Banco central da China e o do Brasil: Estas instituições assinaram um memorando de cooperação permitindo a utilização do RMB (renminbi, o «dinheiro do povo» ou yuan). Isto vai fazer com que avancem significativamente e na prática, os acordos de investimento e cooperação. Mais um passo para a internacionalização do RMB, com a diminuição correlativa da fatia de trocas comerciais efetuadas em dólares.
Como eu tenho afirmado aqui, nestas páginas, o processo da guerra global que podemos chamar a IIIª Guerra Mundial, ocorre em vários planos, desde a parte propriamente militar, até À RÁPIDA TRANSFORMAÇÃO DA PAISAGEM MONETÁRIA, ENTRE OS PAÍSES NÃO TOTALMENTE DEPENDENTES DOS EUA. Note-se, que isto inclui países como a Arábia Saudita e as monarquias do Golfo.
Mesmo países com fortes laços com os EUA, como a Coreia do Sul, são obrigados - em função do contexto global no qual estão inseridos - a não alinharem com os EUA no que toca às sanções, pois isso iria afetar diretamente a sua indústria.
Não me surpreendem nada estes desenvolvimentos, tenho escrito sobre eles, em várias ocasiões. O que me surpreende é miopia dos poderosos, desde banqueiros até aos generais que, no centro do dispositivo imperial, dispõem de todas as informações e podem fazer uma avaliação realista da situação que eles próprios criaram. Não acredito que eles tenham uma ideia clara do que têm estado fazer.
De facto, têm estado a dar múltiplos tiros pela culatra (ou no pé). Penso que perceberam já a acumulação de erros estratégicos, que têm levado o Império do Dólar à situação presente. Acredito que, perante este panorama, decidiram fazer «como se», perante as massas dos países que controlam, a começar pelos próprios cidadãos americanos.
Os povos do chamado «Ocidente» têm sido sujeitos a uma dose de propaganda impressionante. Alguém que acredite integralmente na paisagem política, económica e militar que é veiculada pela media ocidental, é como se estivesse num universo paralelo. Haverá alguns ainda sob essa ilusão, mas muitos outros, embora já tenham descolado do tecido de mentiras propalado pelas fontes nas quais confiavam, estão ainda desprovidos de instrumentos conceptuais para perceberem realmente o que se está a passar.
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