Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.
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sábado, 11 de fevereiro de 2023

A DESDOLARIZAÇÃO ACELERA-SE

Segundo as últimas notícias, veiculadas por Pepe Escobar, os sistemas de pagamento bancário do Irão e da Rússia estarão em direta interação, em breve, formando uma plataforma imune às intervenções de guerra económica, que os EUA - pretensos «donos do mundo» - quiseram impor.  

Outro sinal claro de desdolarização, é o acordo firmado entre o Banco central da China  e o do Brasil: Estas instituições assinaram um memorando de cooperação permitindo a utilização do RMB (renminbi, o «dinheiro do povo» ou yuan). Isto vai fazer com que avancem significativamente e na prática, os acordos de investimento e cooperação. Mais um passo para a internacionalização do RMB, com a diminuição correlativa da fatia de trocas comerciais efetuadas em dólares.

Como eu tenho afirmado aqui, nestas páginas, o processo da guerra global que podemos chamar a IIIª Guerra Mundial, ocorre em vários planos, desde a parte propriamente militar, até À RÁPIDA TRANSFORMAÇÃO DA PAISAGEM MONETÁRIA, ENTRE OS PAÍSES NÃO TOTALMENTE DEPENDENTES DOS EUA. Note-se, que isto inclui países como a Arábia Saudita e as monarquias do Golfo.

Mesmo países com fortes laços com os EUA, como a Coreia do Sul, são obrigados - em função do contexto global no qual estão inseridos - a não alinharem com os EUA no que toca às sanções, pois isso iria afetar diretamente a sua indústria. 

Não me surpreendem nada estes desenvolvimentos, tenho escrito sobre eles, em várias ocasiões. O que me surpreende é miopia dos poderosos, desde banqueiros até aos generais que, no centro do dispositivo imperial, dispõem de todas as informações e podem fazer uma avaliação realista da situação que eles próprios criaram. Não acredito que eles tenham uma ideia clara do que têm estado fazer. 

De facto, têm estado a dar múltiplos tiros pela culatra (ou no pé). Penso que perceberam já a acumulação de erros estratégicos, que têm levado o Império do Dólar à situação presente. Acredito que, perante este panorama, decidiram fazer «como se», perante as massas dos países que controlam, a começar pelos próprios cidadãos americanos. 

Os povos do chamado «Ocidente» têm sido  sujeitos a uma dose de propaganda impressionante. Alguém que acredite integralmente na paisagem política, económica e militar que é veiculada pela  media  ocidental, é como se estivesse num universo paralelo. Haverá alguns ainda sob essa ilusão, mas muitos outros, embora já tenham descolado do tecido de mentiras propalado pelas fontes nas quais confiavam, estão ainda desprovidos de instrumentos conceptuais para perceberem realmente o que se está a passar.  

domingo, 7 de agosto de 2022

[Discurso de Daniel Ortega] «PORQUE RAZÃO OS EUA PROVOCAM GUERRAS CONTRA A RÚSSIA E A CHINA»


 No passado dia 2 de Agosto, enquanto Nancy Pelosi estava a fazer a sua visita provocatória a Taiwan, Daniel Ortega, o Presidente Sandinista da Nicarágua analisava num discurso porque razão os EUA levam a cabo uma política de agressão contra a China, a Rússia e todos os os Estados que não se alinhem na ordem mundial unipolar do Imperialismo Yankee. Vídeo produzido e falado por Benjamin Norton.

terça-feira, 9 de abril de 2019

NO JOGO DE «GO», A CHINA TEM 5000 ANOS DE AVANÇO




É muito interessante ver como este comentador de um canal de televisão russa apresenta a estratégia de Xi Jin Pin. 
No entanto, os críticos do presidente do Partido Comunista da China responsabilizam-no pelo lançamento do sistema de controlo social interno.
Este sistema, ainda em fase experimental, de pontuação positiva ou negativa, consoante se tenha feito «boas» ou «más» acções, está destinado a generalizar-se.
Nos centros principais, há sistemas de vigilância, com câmaras nas ruas e em todos os recintos públicos, usando algoritmos de reconhecimento facial. Alguém que cometa algo «errado», sua imagem é logo captada por uma câmara de CCTV e identificado.
Além disso, com a digitalização quase total da economia, nos grandes centros (Pequim, Xangai, Cantão...), os cidadãos com um baixo «score» social são facilmente excluídos de usufruto duma série de serviços. Pode ser-lhes recusada a compra dum bilhete de comboio ou de avião, por exemplo. É um sistema que parece ter ido buscar várias ideias à distopia orwelliana. 
A China não poderá estar sempre com sua economia em crescimento galopante; poderá haver crise, marasmo, desemprego e agitação social. Sabendo isso perfeitamente, as autoridades tentam desenvolver um sistema de controlo do comportamento das massas, antes que se possa originar uma situação revolucionária. 

Xi Jin Pin é acusado de ser o responsável pela repressão das comunidades uigures e outras tradicionais islâmicas, com campos de «reeducação» para islamitas radicais,  mas onde uma parcela considerável desta etnia estaria confinada. É muito difícil fazer um juízo correcto à distância. Sem dúvida, faz parte da estratégia dos EUA, de insuflar a djihad nestas partes da China, para sabotar o processo da «Nova Rota da Seda»Acredito que haja uma corrente terrorista no movimento nacional dos uigures, mas também não me admira que exista uma grande brutalidade das autoridades policiais e administrativas, em relação aos civis uigures. 
Além disso, haveria uma política do PC Chinês de endurecimento em relação às religiões, quer sejam muçulmana, católica, ou budista. 
Todos os aspectos negativos podem ter sido exagerados ou hipertrofiados, por uma imprensa hostil, desejosa de confrontação com a China. Porém, não acredito que uma grande potência em ascensão seja completamente inócua. Será tentada a controlar as minorias dentro de fronteiras e, posteriormente, outros povos sob sua esfera de influência.

 Pelo menos, nesta fase, o poder na China nega ter qualquer desejo de hegemonia. É certo que a procura de hegemonia é um jogo que todos falharam, no passado. 
Talvez o jogo estratégico de longo prazo do poder na China, seja o de extrair o melhor dum mundo multipolar, evitando imiscuir-se nos assuntos internos das outras nações.