Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.

sexta-feira, 7 de abril de 2023

A DESDOLARIZAÇÃO ACELERA-SE

Para mim, e para muitas pessoas independentes, este movimento de desdolarização era inevitável. Porém, a velocidade a que a situação mudou, surpreende, tanto em termos monetários como das alianças geoestratégicas, tanto no sentimento das pessoas como no distanciamento de governos em relação aos EUA e ao dólar.
É que os EUA, nos últimos anos, acumularam erros estratégicos, fazendo com que inimigos e amigos se colocassem numa postura defensiva e acolhessem com grande interesse as propostas do bloco emergente, em que Rússia & China são pilares centrais, com os BRICS e com mais de uma centena de países, que entretanto aderiram a projetos das Novas Rotas da Seda.
Basta ver a perda de influência rápida dos EUA, primeiro na África a sul do Sahara e depois no Médio Oriente. Tendo os EUA - há duas décadas, apenas - uma situação hegemónica, agora, excetuando seus «vassalos/aliados», já não conseguem hoje impedir que os Estados procurem novas parcerias.
Nestas, procura-se a reciprocidade, os acordos «win-win» mas, sobretudo, sem interferências nos respetivos regimes políticos e no respeito pela soberania dos Estados, sejam eles fortes ou fracos, grandes ou pequenos.

Proponho ao leitor, que consulte os dois artigos abaixo, um de autoria de Alasdair Mcleod e o outro de Matthew Piepenburg. Dão-nos o contexto, assim como muita informação sobre a mudança tectónica em curso e esclarecimentos sobre o que já transparece sobre a nova arquitetura monetária mundial.
Creio que os povos do Sul têm a ganhar com a mudança, pois a utilização do dólar como moeda de reserva foi permitir que os governos americanos, sem escrúpulos, abusassem do privilégio.
Se eles não tivessem transformado o dólar em «arma de guerra», da guerra económica (ilegal e ilícita) e das sanções contra aqueles que lhes resistiam, talvez conservassem, por mais algum tempo, o predomínio do dólar, quer em termos de comércio internacional, quer em termos de moeda de reserva.
Assim, com a sua agressividade militar e a não menos brutal guerra económica, podem ainda fazer muito mal, mas não conseguem mais do que obter como «aliados», os que foram sujeitos a chantagem permanente.
Como conseguiram manter o dólar, nos últimos tempos? Pela força das bases militares que têm espalhadas nos 4 continentes e pelo terrorismo económico e financeiro, dos congelamentos e rapina de ativos dos Estados e particulares de países não submissos.
Estamos a viver uma mudança de paradigma, um momento histórico de mudança estrutural.



    Desde 2016, que o ouro é cotado e transacionado em Yuan, na bolsa de Xangai

https://www.goldmoney.com/research/time-to-trash-triffin

 https://goldswitzerland.com/golden-question-is-the-petrodollar-the-next-thing-to-break/





11 comentários:

Manuel Baptista disse...

Os mercados de capitais em dólares vão ser afetados pela desdolarização. Veja:
https://www.youtube.com/watch?v=TheRwUTVHIA

Manuel Baptista disse...

Á medida que a crise financeira e económica se aprofunda, a des-dolarização torna-se mais intensa. Veja: https://www.youtube.com/watch?v=JUOAXsbecPI

Manuel Baptista disse...

Alasdair Mcload não podia ser mais claro em relação à questão da des-dolarização:

https://www.youtube.com/watch?v=fibCzlyS7xU

Manuel Baptista disse...

Consultar também:
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2023/02/a-desdolarizacao-acelera-se.html

Manuel Baptista disse...

Havia imensos sinais que indicavam um fraquejar de todo o edifício da hegemonia do dólar. Piepenburg lembra-nos o passado muito recente: https://goldswitzerland.com/golden-question-is-the-petrodollar-the-next-thing-to-break/

Manuel Baptista disse...

A reintrodução do ouro como meio de pagamento de grandes contratos de combustíveis já estava em curso em 2017. Leia :
«The physical oil trader (paraphrased) said this in 2017:

A few months ago, Russia did some Oil deals with China amounting to about $3BB testing Blockchain connectivity. The deals somehow were done through Seychelles and called for settlement in Yuan with a kind-of embedded call [EDIT- his words not mine-VBL] to convert to Gold on demand. So basically Russia and China did a Gold-for-Oil trade and used Blockchain to verify the Gold in Shanghai for custodial chain purposes.»
https://www.zerohedge.com/news/2023-04-11/petrodollar-dead-china

Manuel Baptista disse...

https://www.youtube.com/watch?v=bIoGBtz6-YM
Philipe Béchade, dá o tom do descalabro nos mercados e nos bancos.

Manuel Baptista disse...

Alasdair Mcleod descreve os fatores que vão levar ao colapso do dólar:
https://www.goldmoney.com/research/how-quickly-will-the-dollar-collapse-2023

Manuel Baptista disse...

https://www.visualcapitalist.com/de-dollarization-countries-seeking-alternatives-to-the-u-s-dollar/
Este infográfico mostra a cronologia da des- dolarização.

Manuel Baptista disse...

compra de ouro pelos bancos centrais atinge um novo record:
https://www.zerohedge.com/commodities/central-bank-gold-buying-record-breaking-start-2023-led-singapore

Manuel Baptista disse...

Hoje, 08/05/2023 a China re-monetizou o ouro:
https://www.youtube.com/watch?v=so2nqcbAakc