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domingo, 5 de março de 2023

A SITUAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

Serão precisos muitos mortos e feridos numa guerra, para a cidadania europeia acordar e exigir Paz aos seus dirigentes? Creio que sim, creio que - infelizmente - as pessoas ficaram dessensibilizadas da guerra por múltiplas técnicas de supressão dos sentimentos (pelo medo e pelo horror), suprimiram a solidariedade humana, que uma guerra deveria suscitar.




Da parte dos poderes, da OTAN e dos seus chefes, dos parlamentares, dos primeiros ministros europeus, dos seus governos, em relação à Ucrânia, assistimos a mais de oito anos de manipulação dos sentimentos, de mentira institucionalizada e o militarismo descarado, que vai até à recusa de negociar. Assistimos a tudo isso - nós - da cidadania europeia. Mas, a cidadania manteve-se numa letargia inquietante da qual está, apenas agora, a despertar.
Não sei sobre o assunto, senão consultando fontes diversas, não apenas da media «mainstream», como também opiniões críticas, de pessoas que têm um conhecimento aprofundado e - nalguns casos - direto do que se está a passar nesta guerra do «Ocidente» contra a Rússia, em solo ucraniano e usando o povo ucraniano como «carne para canhão».
A eficácia da neutralização dos sentimentos pelo aparelho ideológico - da media e governos fusionados- experimentou-se durante a crise do SARS-Cov-2. Esta pseudo- pandemia continua a fazer vítimas. As das injeções de «vacina», que apenas serviram para aumentar os lucros da Pfizer e doutros gigantes da indústria farmacêutica. Mas, também são vítimas, as corajosas pessoas que se ergueram contra a monstruosidade e perderam o emprego, não receberam indemnização nenhuma, nem será feita justiça, pelo andar das coisas.
Juntaram as duas coisas: A psicose coletiva do COVID e a crença na propaganda de guerra do Ocidente sobre as sua própria população. Estes mecanismos implicaram a supressão ou inversão dos sentimentos das pessoas «normais» que receberam constantes mensagens de propaganda, como avisos assustadores, falsas informações, descrevendo o inimigo como inumano, tranquilizando a má consciência que grande parte poderia ter, através de respostas ilusórias, tais como:
«O vírus é muito mau e muito mortífero, mas nós sabemos resolver o assunto, que se resume a que te submetas e te vacines, não prestando atenção a avisos vindos de pessoas maldosas, pois a única cura é uma vacinação maciça de todos, incluindo idosos, grávidas e crianças...»
ou
«O Putin é o novo Hitler, a Rússia é o reino do Mal, mas nós vamos apoiar sem desfalecer, de todos os modos, a valente e democrática Ucrânia. Não há dúvida que os maus dos russos vão sofrer uma derrota, face às sanções impostas pelo Ocidente e ao seu apoio em armamento, peritos, mercenários, biliões e mais biliões de dólares».
Note-se que, até pouco tempo antes da invasão russa, o perigo de milícias ucranianas de extrema-direita, integradas nas forças armadas desse país, foi assinalado pela própria media mainstream. Depois, esses elementos de extrema direita desapareceram do «écran mediático» e passaram a ser «heróis». Estas mentiras cosidas com um fio bem visível não apoquentam as pessoas, mesmo depois delas perceberem que, afinal, foram enganadas. Isto só é possível com a ilusão continuada de que as «democracias» ocidentais têm eleições ditas «livres».
Os partidos autorizados pertencem ao espectro de «admissibilidade» dos donos do sistema. De qualquer maneira, só têm hipótese de vencer, quando forem partidos bem financiados, o que implica grandes donativos de grandes multimilionários e das suas empresas. Na comunicação social, a janela de Overton ainda é mais estreita, com seus «fazedores de opinião» nos diversos canais televisivos. Partidos ou candidatos que saem fora do «script» de antemão decidido, são logo calados ou difamados. Ficarão com sua imagem associada àquilo que o eleitor típico mais detesta. Os partidos ou candidatos atacados não têm meios para desfazer as calúnias e repor a verdade. E as coisas estão feitas exatamente para funcionar deste modo.
Qualquer pessoa que use o seu cérebro, que não vá atrás de qualquer propaganda e que conheça algo da história do século vinte, não através das «histórias míticas» mas através de bons autores, que analisam em profundidade os regimes totalitários do passado, irá reconhecer que ou estamos já num totalitarismo, ou para lá caminhamos.
Os que apontam o dedo a regimes «comunistas», dizendo que esses é que são os «verdadeiros» totalitários, são pessoas imbuídas da ideologia neoliberal, ou seus propagadores. Com efeito, é um facto que vários regimes, ditos «comunistas», são capitalismos de Estado com pouca preocupação pela liberdade dos cidadãos.
Mas no «Ocidente» estamos em capitalismo de grandes monopólios (multinacionais), que capturaram o Estado; são outra modalidade de capitalismo de Estado. Os cidadãos não são ouvidos ou respeitados: São antes enganados, manipulados, nutridos de falsidades, de propaganda, como «manada de gado» para fazer exatamente o que a oligarquia quer. Não há qualquer respeito pelos indivíduos, pelos seus direitos cívicos e humanos.
Em que é que uns e outros diferem? No modo como agem e se posicionam, mas ambos os sistemas estão basicamente a fazer a mesma coisa, ou seja,  manterem-se no poder, alargando o controlo a todas as esferas; suprimindo a verdadeira concorrência, tanto no plano económico (com as "rendas de monopólio", presentes em ambos os sistemas), como no plano político, anulando os direitos individuais, coletivos e sociais (suprimem-nos na prática, embora os mantenham nas suas constituições).
Só com imenso trabalho de educação (auto- educação) e de abertura crítica, podemos sair da redoma mental (a Matrix verdadeira) que nos encerra a todos, com o resultado de ficarmos impotentes: Não sabendo «ler» a realidade, não são somente os bons sentimentos que nos permitem combater esta situação. É também necessária uma inteligência de como funcionam os sistemas, para se conseguir mudar algo.
Isso não é dado pela educação formal. Nem vale a pena explicar porquê: Se houvesse uma aprendizagem de pensamento crítico, a cidadania despertaria e nunca permitiria que a acorrentassem, como o têm feito as «elites» políticas e económicas deste mundo.


domingo, 6 de fevereiro de 2022

[Valérie Bugault] A IMPOSTURA TEM DE ACABAR


Segundo Valérie Bugault, as políticas parlamentares e as eleições não mudam absolutamente nada das reais forças em presença, dos que possuem o poder «por detrás dos cortinados», a grande finança.

Estamos em risco de perder o fundamental da nossa humanidade. É «graças» à revolução digital e ao controlo pelas grandes empresas tecnológicas, que se vai instalando o «Great Reset». Este, não é apenas do domínio económico, embora tenha ao comando os detentores do domínio económico.

Acima, apenas apresentei dois aspetos que me interessaram particularmente, mas a entrevista é muito rica de ideias: veja e oiça, tem muito interesse!

....
PS: Ver outros vídeos de entrevistas com Valérie Bugault 



 

sábado, 12 de junho de 2021

A CAPA DE ESQUERDA QUE NOS CONFUNDE

O MEDO é raramente algo que nos induza a ter comportamentos racionais. Quando alguém opera impulsionado pelo medo, tem tendência a tomar decisões terríveis e a apoiar causas e leis opressoras. As pessoas amedrontadas também tendem a juntar-se em largas multidões, formadas com outras pessoas, como elas amedrontadas: Assim, sentem-se mais seguras e anónimas, no meio da massa. Assim também, poderão atuar, impulsionadas pelo medo, sem terem que pagar pelas consequências dos seus atos.

As mesmas pessoas que estão sob o domínio do medo, são - quase todas - das classes que têm sido atacadas e submetidas pelo neoliberalismo, nestes últimos decénios. São pessoas que perderam a segurança no emprego, a capacidade de levar a cabo uma vida normal, de conservar o poder de compra que tiveram no passado. Em suma: São massas destituídas da capacidade de resistir às crises, de enfrentar os tempos difíceis. Por isso, têm medo. Mas, o seu medo exprime-se de modo irracional, manifesta-se em termos de pânico.

Não são pessoas com treino de análise racional e crítica, que saibam distinguir e desmascarar a trapaça, a demagogia, o apontar de bodes expiatórios, e de todas as demais artimanhas da oligarquia dominante e de seus vassalos e prostitutos, em lugares de poder.

A fúria destruidora, motivada em primeiro lugar pelo medo, é convenientemente desviada pela propaganda insidiosa da media, dos políticos demagogos e reforçada pelos preconceitos ancestrais. A designação do inimigo, tanto externo como interno, nunca corresponde ao perigo real: São sempre os outros povos, «os russos», «os chineses», ou outra religião, o «islamismo»; ou ainda, etnias diferentes que «invadem» o país, mas que, afinal, são pobres imigrantes com salários miseráveis, que trabalham como escravos. 

Ora, convenientemente, uma «esquerda bem-pensante», tem sempre feito a ginástica necessária para parecer estar contra os poderes dominantes mas, em simultâneo, iludindo as massas que nelas acreditam. Trata-se de fenómeno religioso, de fé na salvação. Os dirigentes políticos e sindicais especializaram-se em dirigir seus adeptos para pseudo-lutas, intencionalmente sem  hipótese real de sucesso. 

É por isso que são permitidas manifestações, greves simbólicas e que apenas afetam o salário ao fim do mês dos grevistas, grandes mobilizações eleitorais, com belos discursos e belas palavras, mas com o fim de obter assentos na Assembleia da República, onde irão cozinhar compromissos com partidos mais poderosos; normalmente, com aqueles que são a fundo, e não apenas marginalmente, subsidiados pela oligarquia.

Os dirigentes e os quadros mais importantes desses partidos de esquerda, têm grande ambição de poder, que disfarçam com belas palavras de «servir o povo», etc. Sabem disfarçar suas traficâncias para alcançar e se manterem no poder. Os militantes estão sob hipnose. É para isso que servem as palavras de ordem, os rituais dos comícios, propriamente religiosos, mesmo sem Deus. Os adeptos estão condicionados a reagir perante os estímulos fornecidos pela elite partidária: não pensam. Não precisam de pensar mas, somente, de ter uma fé infinita nos líderes, reproduzindo preconceitos de toda a ordem. 

Não são diferentes, na verdade, dos fanáticos nazis ou fascistas, deste século e do século passado. São feitos da mesma massa. Os slogans são diferentes, as cores e os símbolos, também. Mas, os objetivos são os mesmos. Eles não suspeitam sequer disso. Por debaixo das retóricas de emancipação das classes trabalhadoras, está a verdadeira motivação: A propulsão da casta  dirigente partidária ao poder. Uma vez no poder, fazem exatamente o que outros fizeram: Irão favorecer (discretamente) os que lhes forneceram os fundos, usando uma retórica mais ou menos «audaciosa», mas só para iludir o povo fiel. 

Os democratas de esquerda nos EUA são uma anedota. As figuras de proa dos partidos de esquerda europeia também. A traição da esquerda contemporânea, ao nível do mundo «ocidental», é só comparável ao que fizeram na véspera da 1ª guerra mundial. A esquerda desse tempo, renunciando ao combate contra o militarismo, recusando convocar uma greve geral, traiu a classe trabalhadora e tornou possível a 1ª Guerra Mundial.
A esquerda de hoje serve-se dos votos e dos lugares obtidos - em geral - graças às classes com menos poder, para ainda lhes retirar a réstia de poder que uma democracia fictícia e truncada ainda não tinha completamente roubado. Com efeito, estão dentro de estruturas de poder, o parlamento europeu, por exemplo, para «carimbarem» tudo o que os globalistas querem. Mais; são a garantia dos neo-liberais, de que têm uma pseudo-oposição, o que lhes dá um «verniz» democrático. Aliás, são eles os maiores responsáveis da subida da extrema-direita.

Ao fim e ao cabo, serão os serventuários mais eficazes do grande capital, das forças mais reacionárias, dos imperialismos: porque estes precisam de atores que mantenham a ficção da democracia representativa, que desempenhem o papel de defensores dos oprimidos, dos explorados, com algum grau de verosimilhança.

Os esquerdistas são de tendência autoritária, quase todos: Têm uma visão destorcida da democracia. Acham que 51% dos votos para um dado partido ou coligação, legitima que os eleitos façam tudo, como se os 49% eleitoralmente derrotados, não tivessem diretos, não tivessem voz na matéria. O que -obviamente- é uma completa negação da nossa constituição e das leis. Também é negação de um conceito realmente democrático. Mas isso não lhes importa muito, pois são eles que fazem a lei, são eles que são a legalidade, são eles que decidem o que é ou não, legal e legítimo.

Viu-se e vê-se em Portugal e noutros países europeus, ditos democráticos:

- O espezinhar a constituição, decretando um «estado de emergência», em violação flagrante do que diz a constituição sobre as condições exigidas para tal. 

- Produção pelo governo de legislação avulsa, criminalizando pessoas que pacificamente apenas desejam continuar a exercer sua atividade, como comerciantes. 

- Imposição da absurda obrigatoriedade de máscara, mesmo ao ar livre, na rua.

- Negação da liberdade de informar e ser informado sobre a verdadeira biologia do vírus SARS-Cov-2, sobre a verdadeira ciência epidemiológica, sobre as boas práticas terapêuticas, deixando morrer milhares de pessoas que poderiam ter sobrevivido e ficado curadas, se tivessem sido aplicadas terapêuticas comprovadas, tudo isso para favorecer o cartel das grandes farmacêuticas... 

- Para culminar, a vacinação forçada (hipocritamente) pois as pessoas não poderão fazer nada senão ficarem em eterno confinamento, caso recusem ser vacinadas e o passaporte «sanitário»... 

- E perante esta sucessão de atropelos e violações das liberdades e direitos, o que fazem os partidos de esquerda? O que fazem eles -realmente - para defender os oprimidos, os que ficam com a vida numa catástrofe, de um momento para o outro? O que fazem para impedir a supressão do Estado de Direito, com a instalação de um Estado de arbítrio, de ditadura sobre o povo?

- Têm sido eles os mais zelosos cumpridores e, por vezes, os mais entusiastas proponentes destas medidas!

Este comportamento é grave e traz consequências. 

. A primeira das quais, é que as forças políticas de esquerda serão relegadas para as margens, como forças residuais. 

. Outra, será a impossibilidade de se contar com estas forças, imbuídas de padrões autoritários, para combater as tentativas oligárquicas de impor a Nova Ordem Mundial. 

. Quem não percebe, ou não quer perceber, o facto fundamental, de que elas estão apostadas em impor seu modelo distópico, malthusiano, eugenista, neofeudal, em que poderá contribuir para a resistência a tal estado de coisas? 

. Será necessária uma outra consciência cívica e ética, distante dos modelos autoritários, de «esquerda» ou de «direita». 

Por enquanto, ainda não verifico - apesar de manifestações em vários pontos do globo - o advento dum novo modo de fazer política. Acredito que ele virá e que será realmente a grande novidade, o polo emancipatório no século XXI.

Esse momento - creio - ainda não chegou. Porém, a minha esperança reside no facto das oligarquias terem projetos megalomaníacos, como - no seu tempo - os de Napoleão e Hitler. Mas,  tais projetos, pela sua própria natureza e pela «húbris» dos seus líderes, estão destinados a falhar.

 

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

[Manlio Dinucci] A Finança Global Controla a Itália: Governo Draghi, Por Quem Os Sinos Dobram

 https://www.globalresearch.ca/financial-establishment-controls-italy-draghis-government-for-whom-the-bell-tolls/5737630


Em Roma, a transferência entre o ex-primeiro-ministro Giuseppe Conte e Mario Draghi ocorreu no Palazzo Chigi com a tradicional cerimónia do sino. Enquanto se aguarda a verificação de qual será o programa político do novo governo multipartidário, apoiado por quase todo o arco parlamentar, as suas orientações podem ser previstas nos currículos de alguns ministros e do Primeiro-Ministro. Roberto Guerini (Partido Democrático) e Luigi Di Maio (Movimento 5 Estrelas) foram reconfirmados nas pastas da Defesa e das Relações Exteriores, um fato que indica que o governo de Draghi fortalecerá ainda mais o “Atlantismo”, que é a adesão da Itália à NATO sob o comando dos EUA. Os últimos actos dos dois Ministros do Governo anterior são emblemáticos.

O ministro da Defesa Guerini embarcou no porta-aviões Cavour, da Marinha italiana, que partiu de Taranto para os Estados Unidos, onde adquirirá a certificação para operar os caças F-35B de 5ª geração da Lockheed Martin. Depois de reiterar que “a relação transatlântica com os Estados Unidos - uma grande nação com a qual nosso país tem uma ligação profunda - desempenha um papel essencial para a Itália”, o ministro sublinhou que “a Itália se tornará um dos poucos países do mundo, junto com os Estados Unidos, Grã-Bretanha e Japão, dispondo da capacidade de possuir porta-aviões com aeronaves de combate de 5ª geração. ” Acima de tudo, graças ao grupo Leonardo, o maior produtor de guerra italiano, que participou da construção dos F-35s.

Na esteira da estratégia EUA / NATO, o Ministro das Relações Exteriores Di Maio foi a Riad, onde assinou um memorando de entendimento de “diálogo estratégico” com a Arábia Saudita, a Monarquia absoluta que o grupo Leonardo está ajudando no uso dos Euro- caças Typhoon e que estão bombardeando o Yemen, também abastecendo a Arábia Saudita com os mais avançados de navios de guerra, que está construindo nos Estados Unidos.

O mesmo grupo Leonardo reaparece no currículo do físico Roberto Cingolani, nomeado para o novo “Super-Ministério” (solicitado pelo líder ideológico do Mov. 5 Estrelas, Beppe Grillo) para a Transição Ecológica: Cingolani é especialista em nanotecnologia e em robótica, e foi responsável pelo departamento de tecnologia e inovação do grupo Leonardo desde 2019, “um actor global em Aeroespacial, Defesa e Segurança”, cada vez mais integrado ao gigantesco complexo militar-industrial dos EUA. 30% do capital do grupo é detido pelo Ministério da Economia, chefiado por Giancarlo Giorgetti, número dois do Partido «Lega» e braço direito do líder da «Lega», Matteo Salvini. Definido como um "auditor", vai cuidar dos 30 mil milhões de euros, já atribuídos pelo seu Ministério para fins militares, e os outros 25 milhares milhões provenientes do Fundo de Recuperação para elevar os gastos militares italianos de 26 para 36 milhares de milhões por ano, conforme solicitado pelos EUA e pela NATO. Esta tarefa será também confiada ao novo Ministro da Economia e Finanças, Daniele Franco, ex-Director-Geral do Banco da Itália, oficialmente uma instituição de direito público, onde participam 160 bancos e fundos de pensões.

No novo governo, os “técnicos” têm mais poder do que os “políticos”. O currículo de Mario Draghi vem demonstrá-lo: de director executivo do Banco Mundial em Washington passou para director do Ministério do Tesouro em Roma, onde desenvolveu a privatização das principais empresas públicas italianas; de vice-presidente do banco americano Goldman Sachs (um dos maiores bancos de negócios do mundo) passou a Governador do Banco da Itália e a Presidente do Banco Central Europeu. Draghi é, ao mesmo tempo, um membro do «Grupo dos Trinta», a poderosa organização financeira internacional com sede em Washington, que a Fundação Rockefeller criou em 1978.

Assim, o poder do Complexo Militar-Industrial e das altas finanças fortaleceram-se com o governo de Draghi, constituindo mais uma perda para os princípios de soberania e do repúdio à guerra, consagrados na Constituição italiana. Não fosse assim, o Ministério da Transição Ecológica iniciaria a sua actividade eliminando a maior ameaça que pesa sobre o ambiente: as armas nucleares americanas instaladas em Itália.


Este artigo foi publicado originalmente em italiano no Il Manifesto.

Manlio Dinucci  é Pesquisador Associado do Center for Research on Globalization.

quinta-feira, 15 de outubro de 2020

ARBÍTRIO - UM ESTADO DE NÃO-CONSTITUCIONALIDADE, SOB PRETEXTO DE COMBATER O COVID



ESTADO DE NÃO-CONSTITUCIONALIDADE é, por definição, uma DITADURA

[Para quem tiver dúvidas, apresento em baixo o artigo da Constituição em que, supostamente, o governo deste país se baseia para impor uma série de medidas INCONSTITUCIONAIS.]

Análise Constitucional

Antes de mais, não existe no texto constitucional um «estado de calamidade pública», por si. Figura o «estado de sítio» e o «estado de emergência». No ponto 2 do referido artigo constitucional, aparece a menção de «calamidade pública», como justificação de ser decretado estado de sítio ou de emergência. Não há simplesmente nada que se assemelhe -AQUI E AGORA - a calamidade pública. Mesmo no caso de efectivamente haver calamidade pública, o que não é o caso, é notória a preocupação do texto constitucional, de que as medidas tomadas no contexto de um estado de emergência sejam proporcionais e adequadas à situação. Por exemplo, se um furacão se abater sobre a região dos Açores, isso pode originar um decretar de um estado de emergência na região, mas não no todo do território nacional... Os cuidados ao nível do texto são múltiplos, para que os poderes (governo, legisladores e judiciais) não possam abusar do referido artigo da constituição. 

Análise factual

Quanto ao fundo, há manifesta falta de prova de que estamos perante o que o Primeiro-Ministro designa como «agravamento» da pandemia de Covid-19.
Os pressupostos, em que se baseia o Primeiro Ministro, são falsos.
A epidemia mede-se, não pelo número de testes positivos, mas sim pelas pessoas cuja infecção é activa (estas são apenas uma fracção diminuta das que têm teste PCR positivo). Também se pode medir pelos óbitos. Ambos os valores estão a diminuir, mais de 90%, em relação ao pico da epidemia, em múltiplos países da Europa. O pico de Março/Abril, não foi repetido. A Suécia e a Bielorússia, que nunca fizeram confinamento, estão com uma taxa de mortalidade de quase zero, menor do que a de países que usaram as políticas estritas de confinamento.

Este decretar do «estado de calamidade» é simplesmente anti-constitucional pois não existe o pressuposto de uma calamidade. Uma calamidade é algo muito grave. É algo que se traduz por muitos mortos subitamente, por muitas pessoas afectadas, por desorganização das estruturas. Nada disto se verifica. 

A epidemia do medo

O que se verifica é uma campanha de alarmismo, programada, nos media portugueses (e de muitos outros países), um silenciar das vozes científicas que denunciam esta manipulação, um exercício do poder sem respeito pelos direitos fundamentais dos indivíduos, usando e abusando do pretexto para impor arbitrariamente medidas, que não têm utilidade real ou pior. Por exemplo, o uso da máscara em espaços públicos, que apenas vai implicar mais doenças pulmonares, por re-inalação de bactérias e vírus que os próprios exalaram. 
Isto não é maneira de combater uma epidemia, que aliás está a extinguir-se naturalmente, à medida que muitas pessoas tiveram contacto com o vírus e portanto têm resistências e não são transmissores. 
Esta medida de impor máscara e «distanciamento social» ao ar livre, em espaço público, é mesmo absurda: a própria OMS reconhece a sua ineficácia. 

O mecanismo do golpe 

Se não existe justificação alguma médica e sanitária, então, estamos a assistir a quê, em Portugal e noutros países da Europa? O que se verifica é antes um constante matraquear de números pela media: estes, em regra, não são estatisticamente tratados e contextualizados. Está-se perante uma ausência de significado epidemiológico, apenas tendo como efeito psicológico manter e agravar a psicose colectiva induzida.
O aspecto mais perturbador é o facto de quererem impor aos cidadãos o uso de um «app» no seu «smart-phone», com capacidade deste detectar, supostamente, alguém que «tenha covid».
 Isto só tem paralelo com a obrigatoriedade dos leprosos usarem uma campainha, para assinalar a sua aproximação, na Idade Média. 

Condicionamento de massas

Que a media e muitas pessoas achem isso «normal e proporcional», mostra até que ponto estão sob influência, condicionadas, como se a epidemia de Covid fosse tão grave como a lepra ou a peste, sendo que está ao nível de mortalidade da gripe, como tenho feito referência no meu blog: [DR IOANNIDIS] taxa de mortalidade de Coronavírus semelhante à Gripe

Instalação da censura e arbítrio

A monstruosidade e cobardia disto salta à vista, pois é evidente que estão a censurar as vozes dissidentes desta nova ditadura totalitária. 
Os mais prestigiados especialistas das ciências biológicas e médicas são censurados, impedidos de ser ouvidos em público. O público é impedido de ouvir e tomar conhecimento das opiniões discordantes do «mantra» dominante. A isto chama-se uma ditadura.
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LEIA EM APENSO ARTIGO 19 DA CONSTITUIÇÃO PORTUGUESA

(Suspensão do exercício de direitos)

Como apêndice a este artigo, junto excerto do artigo de CJ Hopkins «The Covidian Cult»: https://consentfactory.org/2020/10/13/the-covidian-cult/  

«... The Head of the Health Emergencies Program at the WHO has basically confirmed an IFR of 0.14%, approximately the same as the seasonal flu. And here are the latest survival rate estimates from the Center for Disease Control:

  • Age 0-19 … 99.997%
  • Age 20-49 … 99.98%
  • Age 50-69 … 99.5%
  • Age 70+ … 94.6%

The “science” argument is officially over. An increasing number of doctors and medical experts are breaking ranks and explaining how the current mass hysteria over “cases” (which now includes perfectly healthy people) is essentially meaningless propaganda, for example, in this segment on ARD, one of the big mainstream German TV channels. »

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

QUE SURPRESA! TODOS OS PARTIDOS SÃO CLIENTELARES...

Na sequência de mais um escândalo, desta vez envolvendo a autarquia de Loures dirigida por comunistas, e um genro do secretário-geral do PCP Jerónimo de Sousa, verifica-se de novo aquilo que já era evidente (pelo menos) desde que se «consolidou» a democracia parlamentar neste país, por volta de finais dos anos 70: O poder dum partido está na proporção directa da percepção que o público tenha de que possa influenciar nos assuntos de Estado e nos negócios. 
Aderem muitos, na medida em que tal ou tal partido possa ser influência decisiva para arrancar um contrato ao nível autárquico, uma autorização para edificar em zona protegida, etc, etc... Sobretudo, através dos partidos muitos esperam obter emprego na máquina do Estado, algo que também foi notório durante a primeira República e ditadura. No fundo, nunca deixou de ser um forte «motivador» para as pessoas se inscreverem em partidos (durante a ditadura, a inscrição na Legião Portuguesa ou na União Nacional, era condição para aceder a muitos cargos de funcionários, mesmo os mais ínfimos, sem quaisquer funções decisórias).
O que me espanta é a aparente inocência (digo bem, aparente) dos escrevinhadores dos media, que se «escandalizam» com tais práticas, das quais eles próprios são participantes ou, no mínimo, testemunhas quotidianamente. 
Dirão que a democracia não é perfeita, mas que é o regime que permite um máximo de participação popular nos assuntos do Estado. Permitam-me discordar. 
A democracia, tal como é entendida no presente e nos nossos países europeus, é antes um processo para arredar os cidadãos da coisa pública. Quando cidadãos desencantados se erguem e clamam por mudanças, como acontece agora em França, com a revolta dos coletes amarelos, os partidos daqui calam-se, assobiam para o lado, enquanto a media é rápida a difundir imagens de comportamentos menos correctos, omitindo a imensa maioria de situações em que os coletes amarelos se comportam com a maior responsabilidade. 
Sobretudo, os media deste país não se atrevem a explicar ao povo português quais são as verdadeiras razões da revolta!

RAZÃO Nº1: Existe um défice profundo de democracia e de respeito pela cidadania: Os países da Europa foram metidos num colete de forças chamado tratado de Lisboa, que é afinal uma constituição anti-democrática, que nem sequer tem a coragem de dizer o seu nome. A razão de se mascarar assim, sob forma de tratado, aquilo de que, de facto, é uma constituição, tem tudo a ver com a rejeição em 2005 do tratado constitucional pelo povo francês e holandês, em referendos democráticos, que foram ignorados e espezinhados pelos respectivos dirigentes.

RAZÃO Nº2: Há uma perda de capacidade económica por parte de um número crescente de famílias trabalhadoras. Em face da perda progressiva da competitividade da economia, a reacção dos poderes dos diversos países, quaisquer que sejam as colorações políticas, foi de aumentar o endividamento dos Estados. Por este motivo, está-se numa situação de crise de dívida permanente, apenas disfarçada pela artimanha do BCE de comprar a dívida (quase toda) dos países do Euro do sul europeu. Mas este mecanismo está a partir de agora, oficialmente fechado.
Para fazer face a um aumento dos juros da dívida, perante um decréscimo de actividade industrial e uma fuga de capital para paraísos fiscais (que eles não querem verdadeiramente estancar pois são beneficiários) o único recurso que resta aos Estados é subir impostos. Como os impostos directos são proporcionais ao rendimento das pessoas, eles vão sobretudo abater-se sobre os impostos indirectos, as taxas sobre o gasóleo, o IVA, etc... 

A MANIPULAÇÃO: Aquilo que se quer fazer passar por retorno a visão de extrema direita, reaccionária, classificando os que contestam de forma pejorativa como soberanistas ou ainda populistas, nada mais é do que a reacção dos povos, fartos de serem espoliados por uma elite, seja ela de «esquerda» ou de «direita», que se arroga os comandos do Estado para favorecer - de todas as maneiras - a sua própria ascensão e manutenção ao estatuto de aristocracia. Nos tempos presentes, esta aristocracia é apenas a do dinheiro, sendo essa a medida de todas as coisas, no espírito e na letra do capitalismo financeiro e especulativo.

PROPOSTAS POLITICAS E ECONÓMICAS

As propostas dos coletes amarelos de reforma constitucional, permitindo um referendo de iniciativa cidadã, nada têm de democracia directa «radical», pois se baseiam nas formas muito tradicionais de democracia directa da República Helvética, cuja população vota, pelo menos, duas ou três vezes por ano em referendos nacionais e num número maior de referendos nos cantões ou municípios. 
Por outro lado, a diminuição da carga total das taxas ou impostos indirectos, substituíveis por um agravamento dos escalões superiores (imposto sobre fortunas) e sobre os lucros das firmas, não pode agradar ao 1%. Tem esta pequeníssima minoria ditado a campanha mediática para denegrir toda e qualquer iniciativa que venha das bases e pretenda reformar os aspectos mais «indecorosos» do sistema. 

Por ganância ou miopia, a reforma é tornada impossível pelos de «cima». São eles que criam as condições de uma revolução: claramente, ao inviabilizarem qualquer reforma dentro do sistema, estão a empurrar os de baixo a se radicalizarem a cada recusa de atenderem as suas reivindicações. No momento em que as massas vêem claramente que o poder apenas tem como objectivo a contenção e não a resolução dos problemas, dá-se uma explosão social, com perda completa da confiança dos governados nos respectivos governos


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sexta-feira, 1 de setembro de 2017

AGENTE DA CIA EXPÕE A EXTENSÃO E PODER DO ESTADO PROFUNDO


Este vídeo, pela sua clareza, dispensa comentário. Tenho pena de não dispor de uma tradução em português. Encorajo os leitores do blog a divulgarem ao máximo, pois estas verdades, ditas por alguém «de dentro», têm muito mais impacto.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

OBJECÇÃO DE CONSCIÊNCIA E PACIFISMO

A lei que estabelece a objecção de consciência ao serviço militar é a própria constituição portuguesa. 
Porém, este direito fundamental, associado a outros direitos fundamentais como o de pensamento e de religião, foi parcialmente esvaziado de conteúdo pelas legislações que vieram «regulamentar» esse tal direito. 
A objeção de consciência - uma vez reconhecida - implica um serviço cívico em substituição do serviço militar obrigatório. Ora, embora não existindo obrigatoriedade desse serviço actualmente, considerar o direito à objecção de consciência como um «direito vazio» seria um grave erro.

Tenho refletido e lido alguns estudos. Tenho ideias a esse respeito, que quero partilhar convosco.

1- Temos de afirmar esse direito consitucional, para nós enquanto indivíduos, seja em que circunstância for. 
Se as condições internacionais fizerem com que Portugal se veja envolvido em conflito armado ou se as autoridades acharem que a situação é suficientemente grave, irão repor o serviço militar obrigatório. Quaisquer pessoas sinceramente pacifistas, seja por motivos de convicções religiosas ou filosóficas, terão a maior dificuldade em fazer reconhecer nessa altura o seu direito de objeção de consciência, na prática.
A objecção de consciência em relação aos deveres militares faz todo o sentido, independentemente de haver ou não serviço militar obrigatório para todos os(as) cidadãos (cidadãs) em idade de serem recrutados(as). 
A obtenção do estatuto de objector protege-nos de sermos forçados(as) a pegar em armas, amanhã.

2- A objecção fiscal a gastos com as forças armadas, no quadro da objeção de consciência.
A objecção fiscal às despesas militares (as quantias astronómicas que são absorvidas em orçamentos militares é uma questão grave na atualidade), deveria ser logicamente reconhecido como extensão do direito de objecção de consciência.
 Infelizmente, os políticos, os professores de direito e todas as pessoas imbuídas de idolatria pelo Estado, consideram a casta militar como «indispensável à soberania nacional», coisa que de facto não é, se é que jamais foi. 
Hoje em dia, em Portugal, certamente que não o é, pois está reduzida ao triste papel de instrumento do imperialismo para manter a sua «ordem» e para garantir internamente que não haja «subversão» de qualquer espécie. As forças armadas exercem, sem dúvida nenhuma, uma função de opressão e em clara violação do que a própria constituição institui na matéria. 
Penso ser totalmente incoerente reconhecer-se o direito dos objectores não participarem no serviço militar e - no mesmo momento - exigir dos mesmos que contribuam com uma parte dos seus impostos, para equipar, manter, sustentar as forças armadas.
Devia-se reconhecer a objecção de consciência no domínio fiscal, recusando fornecer dinheiro sob forma de imposto para matar, destruir e oprimir.

Gostava de saber a vossa opinião.