- E se o incêndio de Notre-Dame de Paris não tivesse sido acidental?
- E se esta catástrofe abrisse a oportunidade do negócio de renovação de toda a zona, com vista aos Jogos Olímpicos de 2014?
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https://www.zerohedge.com/markets/strikes-cripple-frances-fuel-supply
As estações de serviço estão a ficar sem gasolina, após 4 semanas de greves e de paralisação das refinarias. Além das operações das refinadoras, as greves também impediram as importações de LNG (liquid natural gas) pois os terminais de importação foram encerrados.
Comentário:
A força e tenacidade dos protestos operários, mostra que a «França de baixo» tem um «raz-le-bol», uma saturação, de aturar a elite corrupta que governa o país, em exclusivo no interesse dos grandes grupos, desprezando não apenas os sentimentos, como as próprias leis, que são a base da República.
As paralisações têm como resultado prático a impossibilidade de vários milhões de franceses irem para férias de Páscoa. Como estão fartos do governo, isto não significa que ficarão maioritariamente contra os grevistas, mas que se vão zangar ainda mais contra Macron e o seu governo.
Este tem reprimido as manifestações e tem inserido elementos provocadores (polícias disfarçados) para «justificar» a repressão. Mas, esta tática não resulta, porque os franceses já têm muita experiência, não se deixam enganar.
A media tem o seu papel de servente do poder, ao apresentar sob o pior aspeto e deformando a realidade, o que se está a passar.
Esta explosão de raiva não foi preparada nem por partidos, nem por sindicatos e deve ter também surpreendido o governo. Mas, os «de baixo» têm vivido nos últimos anos uma constante descida do seu nível de vida. A subida da idade da reforma é, na realidade, a «gota que fez transbordar o vaso».
A greve geral anunciada e as manifestações são resultado direto da teimosia de Macron em aumentar a idade da reforma. Os franceses não se deixam intimidar, têm direitos e defendem-nos. É absurdo o presidente fazer isto, senão para provocar os cidadãos. Ele sabe que não há outra contra-reforma que mais congregue os franceses contra o governo.
A ideia de fazer isto com as consequências previsíveis de violência por parte dos manifestantes, constantemente provocados pelas forças de polícia de choque, está em continuidade com as lutas dos «coletes amarelos».
Não se compreende a iniciativa de Macron, a não ser que o seu propósito seja de que a situação se torne muito difícil de gerir, para ele ter pretexto de decretar um estado de exceção, em que poderá legislar por decreto do governo, sem passar pela assembleia dos deputados e pelo senado.
Se o poder em França está apostado em provocar a ira dos franceses, a melhor resposta é mostrar indignação, mas não o que a media chama de «violência dos manifestantes».
Isto é o que o poder quer, para «legitimar» um governo ditatorial, sob pretexto de «repor a ordem».
Enquanto veem à tona as implicações sérias de uma espionagem efetuada pelo consórcio Israelo-Marroquino, temos - em paralelo - a criminalização de jornalistas independentes, dadores de alerta, como Julian Assange e agora, também, Craig Murray.*
O Estado (neste caso, UK e USA) está a tornar-se cada vez mais autoritário. Está a assimilar os dadores de alerta a «espiões», criminalizando a revelação de segredos de estado, que porém são falsamente mantidos sob o «segredo defesa», somente para proteger agentes do Estado, da condenação por práticas criminosas.
Entretanto, nada é feito verdadeiramente, para lutar contra ciber espionagem, se ela vem de Israel ou dos EUA, supostamente nações «aliadas»!
*Veja o artigo de Jonathan Cook AQUI.
PS (18-09-2021): O intrusivo app Pegasus foi extensivamente analisado pelo «Citizens' Lab» e veja os resultados, aqui: http://www.informationclearinghouse.info/56795.htm