[PARTES ANTERIORES DA SÉRIE: VI ; VII ; VIII ; IX ; X ; XI ; XII ]
SOBRE A ASCENÇÃO DO TOTALITARISMO E ALGUMAS VERDADES AMARGAS DE PERMEIO
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SOBRE A ASCENÇÃO DO TOTALITARISMO E ALGUMAS VERDADES AMARGAS DE PERMEIO
O condicionamento de massas é um fenómeno social complexo, que se aparenta com a hipnose, mas não é exatamente a mesma coisa. O vídeo abaixo tem grande mérito, porque nos esclarece quais as condições que favorecem o aparecimento deste fenómeno coletivo. Quais são os pressupostos que permitem o aparecimento do fenómeno do condicionamento de massas (aqui, no vídeo abaixo, designado por «formação de massas»)? - Esta e muitas outras questões são esclarecidas neste profundo diálogo de Aubrey Marcus com Mattias Desmet*, incidindo sobre os tempos de hoje, à luz da história dos totalitarismos.
[*Mattias Desmet é professor de psicologia clínica na Universidade de Ghent (Bélgica); também possui um grau de mestrado em estatística.]
00:00- Introdução 1:22- Estatísticas que não dão certo 3:30- Dinâmica Psicológica 9:50- Condicionamento de Massas (Mass formation) 17:45- Algo muito específico pode ocorrer nestas condições 25:10- O condicionamento de massas no séc. XIX 31:55- Mentecídio 37:27- A experiência de Asch 41:35- Perigos da nossa paisagem presente 47:42- Precisa de média de massas para o condicionamento das massas 53:53- Uma Terceira Via 58:49- Mecanismo do totalitarismo 1:05:10- A importância de estruturas paralelas 1:19:13- Consequências de erguer a voz?
Ditadura inaugurada quando o presidente Macron anunciou aos franceses toda a extensão da obrigatoriedade do passe sanitário. Não há uma obrigatoriedade, em resumo, se alguém se submete a ficar eternamente em casa, em confinamento, ou prisão domiciliária.
Esta deriva autoritária, negando o direito das pessoas a dispor do seu corpo, vai trazer uma sociedade com um novo tipo de apartheid: «os vacinados e os não vacinados». Além disso, a coerção não se vai restringir ao «passe sanitário». Já está colocado o princípio de submeter diversas medidas sociais, como os apoios escolares, à conformidade com a ditadura «sanitária». Quando as pessoas acordarem, terão penalizações ou suspensões de direitos fundamentais. O direito à saúde? Um «não-vacinado» não poderá entrar num estabelecimento hospitalar, para ser tratado quando doente, por exemplo.
A partição entre os «vacinados» e os «não-vacinados» vai aumentar as fraturas na sociedade, vai potenciar os conflitos.
Está-se perante a negação dos direitos (e do próprio Estado de Direito) aos cidadãos que não querem (e com boas razões !) ser vacinados com vacinas experimentais, apenas com autorização provisória de colocação no mercado. Acresce que estas têm mais de clonagem, do que de vacinas propriamente ditas.
Estamos - portanto - a assistir a uma viragem, não apenas na França, mas em toda a Europa da União Europeia. Note-se, o governo do Reino Unido tem uma atitude mais «liberal» e respeitadora dos direitos das pessoas. Nos últimos tempos, houve manifestações muito participadas, populares, reclamando a liberdade de ser ou não ser vacinado, no Reino Unido. Lamentavelmente, é diferente a atitude dos dirigentes de países poderosos da UE: Estão JÁ muito longe da democracia liberal, que de tanto se vangloriam, nos discursos
[NB: Cabe aqui fazer um parêntesis para lembrar que Hannah Arendt, ao caracterizar a instalação do Estado totalitário, mostrou que quem toma o poder, não se embaraça em abolir a constituição. Simplesmente ignora-a. Foi assim, na subida ao poder de Hitler e dos nazis, como em relação a Estaline e seu aparelho de terror. A letra da constituição de Weimar dava garantias de respeito pelos direitos individuais. Esta constituição foi ignorada, mas não foi abolida pelos nazis, foi mantida durante todo o IIIº Reich, até à sua derrota. De mesma forma, a letra da constituição da União Soviética, promulgada no tempo de Lenine, também tinha artigos sobre direitos e liberdades dos cidadãos. Estes artigos foram sistematicamente violados, mas nunca revogados ou modificados, no período estalinista.]
Não sei o que vai acontecer, mas no curto prazo, está a haver um colapso do turismo, da hotelaria e da restauração em França. Estes sectores, muito importantes para o emprego, também são importantes para as indústrias transformadoras e os serviços. Será impossível manter esta situação de modo «pacífico», mesmo com a imposição de restrições ao direito de manifestar, de reunir, de palavra, etc. Não acredito que o povo francês - no seu conjunto - não compreenda o que lhe estão a preparar.
Nada do que se passa num país da «União» europeia é indiferente aos restantes. Uma nova legislação é normalmente ensaiada num só Estado, ou num pequeno número de Estados, para logo ser alargada ao conjunto. O processo autoritário desta generalização, é realizado através de «diretivas europeias» (deveriam chamar-se «leis», na verdade), emitidas pela Comissão de Bruxelas. Todos os países e suas assembleias legislativas têm um prazo - passado o qual, o país faltoso pagará multas - para verter no seu Direito interno a norma europeia em causa.
Veremos o que acontece nos próximos meses, com a aceleração garantida da inflação. O banco central europeu (BCE) vai aumentar ainda mais a impressão monetária. Irá continuar a compra da dívida soberana dos Estados. Os países continuarão a endividar-se, sem teto ou restrições de qualquer espécie. Antes, eram a Grécia e Portugal, os sobre-endividados na UE. Agora, a França e a Espanha passaram a ter, igualmente, um endividamento de mais de 100% do PIB, caminhando alegremente para os 120%...
Nada pode ficar como dantes. Um Estado policial e autoritário poderá vir a instalar-se. Em França existe descontentamento popular mas, nas circunstâncias presentes, ele só pode reforçar a vertente direitista-populista. Os partidos à esquerda estão esfacelados pelo abandono de «uma linha de unidade de classe» (usando a terminologia marxista), para abraçarem a «movida» identitária e o fracionamento das lutas.
Assim, com as esquerdas parlamentares e sociais fora-de-jogo, as fileiras da direita chauvinista e conservadora têm vindo a engrossar, quotidianamente.
O mal-estar dos franceses ditos «de raiz» (seja lá o que isso for), tem sido explorado, ampliando os medos e ódios contra todos os imigrantes. Este estado de coisas é mantido com a política de ghettos (as «periferias pouco seguras»). Nestes ghettos vive «um exército de reserva» de trabalho precário, disponível e a baixo preço.
O grande patronato está contente com isso, pois advoga a abertura das fronteiras e legalização indiscriminada dos clandestinos em França.
Nisso, está a espelhar a política de total abertura à imigração, levada a cabo pelos democratas nos EUA, à qual Trump queria fazer obstáculo, mas não conseguiu.
Tudo isto é perverso: as pessoas ficam presas a falsas dicotomias, a fidelidades irredutíveis: é o triunfo da política «identitária».
Este jogo dura há demasiado tempo. O respeito pelos «princípios republicanos» não entusiasma por aí além os eleitores. A polarização a que se assiste agora, neste lançamento da campanha eleitoral para a presidência, significa que as tensões irão muito depressa ao rubro. Macron é o «bombeiro-pirómano». Ele é também o fantoche da oligarquia. Esta, pagou e assinou em seu nome próprio*, um anúncio a página inteira, declarando que «aceitar refugiados, é importar talentos». Só não dizem a razão do seu entusiasmo. Vão pagá-los, esses talentos importados ... abaixo, muito abaixo dos salários dos cidadãos franceses com qualificações equivalentes.
Antes, as forças armadas designavam-se como «La Grande Muette» (= a grande muda), um grande corpo estatal, que não manifestava em público a sua opinião, nunca. Recentemente, vimos vários grupos semi-anónimos, militares, a posicionarem-se.
Porém, «uma tomada em mãos da situação», eufemismo de golpe de Estado, já está em curso. Seu protagonista é o próprio presidente Macron. Agora, resta saber se ele tem realmente «as costas quentes», ou se está a fazer um bluff arriscado.
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[* com assinaturas pessoais dos grandes patrões]
- Quantas vezes vos tenho dito isto? De quantas maneiras vos mostrei claramente o que estava em jogo?
- Será que vossa mente é obtusa? Não! Vós tendes tão boa inteligência quanto eu! Será que sou eu que estou a delirar? Não, senão não poderia fazer as previsões acertadas, que tenho feito!
Quem são as pessoas que «preferem ignorar» as verdades que lhes ponho debaixo do nariz?
Há dois grupos nesta categoria dos que «ignoram»:
Há aqueles que têm por hábito olhar o mensageiro e avaliá-lo. Consoante a avaliação do mensageiro, a mensagem será credível, ou não. São demasiado recetivos à propaganda do poder. Atribuem a credibilidade a quem detém o poder, veneram o poder. Existem outras pessoas, que «não querem saber», que «preferem ignorar», como crianças que têm imenso medo e fecham os olhos, num esforço desesperado e fútil de «fazer desaparecer» a visão horrenda. O povo diz, com razão, que «não há pior cego do que aquele que não quer ver» e estamos a transformar-nos num povo de «cegos», impotentes e cobardes, incapazes de recusar algo ao poder.
A «crise do Covid» serviu, entre outras coisas, para mostrar isso mesmo. Serviu para por a nu a psicologia profunda dos contemporâneos, a sua anomia (ausência de vontade própria), a sua cobardia também. Existe - porém - um número grande mas indefinido, desorganizado, que está contra esta situação. Muitos estão a chegar a conclusões semelhantes às minhas. Mas, vai demorar um bocado até muitas destas pessoas conseguirem juntar-se e fazer voz comum, em relação ao mais importante, ou seja, desmascarar os mecanismos pelos quais o povo se deixa iludir, se deixa capturar. Vai demorar o seu tempo.
Aqui, deixo alguns conselhos às pessoas que têm consciência do que se está a passar:
1- Tem de haver uma retirada da barafunda mediática, não no sentido de ignorar totalmente o que nos querem fazer engolir, mas antes para não ficarmos submersos pela propaganda. A propaganda tem efeito, mesmo naqueles que são contrários à mensagem que ela veicula, pois polariza a sua atenção, a sua indignação. Eles, ao colocarem-se numa postura antagónica, vão reagir em vez de agir. Pode ser exatamente isso que o manipulador deseja: pode ser esse o objetivo encoberto de uma determinada onda de propaganda.
2- Trata os outros como gostas que te tratem a ti: Deve a pessoa esclarecida colocar-se num plano igualitário, em relação à outra pessoa, seja ela quem for. A condescendência, o paternalismo, a hipocrisia, são totalmente contraproducentes. O outro é tão inteligente como nós próprios. Nós não estamos num plano acima, nem abaixo do outro. Quem não extirpar de si próprio tais sentimentos falsos, não tem capacidade para estar em empatia com o próximo. E o próximo intui isso: ele tem inteligência emocional, que lhe permite distinguir se algo é sincero, ou se é mero teatro.
3- É preciso identificar os mecanismos de manipulação das massas, compreender os processos utilizados pelos poderes. Uma vez que se atingiu tal compreensão, que implica um pouco de conhecimento em psicologia, fica-se imune à propaganda. A partir deste ponto, os que manejam a propaganda não conseguem que tu sejas um foco de disseminação da mesma. O mecanismo é análogo à infeção viral: os que estão imunizados ao agente infecioso, vão destruí-lo, de cada vez que o vírus entrar no seu organismo. Também não pode haver difusão de um vírus (... ou de uma falsa informação) por uma pessoa que seja resistente a este.
4- Sendo o propósito do poder o de manter as pessoas cheias de medo e divididas, é preciso desenvolver uma pedagogia - não uma contrapropaganda! - que combata o medo, que propicie a reconciliação entre as pessoas e onde se manifeste o que há de mais profundo no ser humano, o amor.
5- A História é importante. Ela ensina-nos o que os poderes passados fizeram para oprimir, para esmagar, para enganar, para dividir e colocar uns contra os outros, os que tinham interesses básicos comuns. Ela ensina-nos os caminhos para a libertação da opressão: Como as pessoas souberam desmascarar falsos amigos e se organizaram para vencer a força bruta, ou insidiosa. A História é a disciplina marginalizada, o «parente pobre» no ensino básico, secundário e universitário. Mesmo nos casos em que é ensinada, é-o segundo o ponto de vista dos vencedores, não dos vencidos, ou seja, seu ensino institucional é uma construção ideológica.
6- Agir com conhecimento é elementar. Os poderosos têm um domínio muito grande, pois têm uma visão de conjunto, têm informantes ao seu serviço e são eles, muitas vezes, a tomar a ofensiva. Portanto, para uma ação eficaz contra a corrente opressora, devem as pessoas estar bem informadas, capazes de antecipar as «jogadas» deles, como num jogo de xadrez: Devem debater entre si, com vista a chegar a um consenso, quais são as melhores táticas, face ao jogo dos oponentes.
7- Um otimismo sem triunfalismos, é um ingrediente necessário. Deve-se compreender que os adversários cometem erros, que o seu poder é finito e sua inteligência, também. Um efeito estranho, mas comum, é um dos lados se colocar, logo desde o início, na atitude mental do derrotado. Isto é diferente de colocar-se na defensiva. É, pelo contrário, não ser capaz de resistir: é entregar a «partida de xadrez» ao adversário, por capitulação psicológica. Por isso, é importante ter sempre presente que não há poder invencível, não há ditadura que dure sempre, não há inteligência (malévola, neste caso) infinita, não há crueldade que não acabe por revoltar, até quem apoiou o poder tirânico.
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* Ver leis de censura, 1933 e 2021:
(Suspensão do exercício de direitos)
«... The Head of the Health Emergencies Program at the WHO has basically confirmed an IFR of 0.14%, approximately the same as the seasonal flu. And here are the latest survival rate estimates from the Center for Disease Control:
The “science” argument is officially over. An increasing number of doctors and medical experts are breaking ranks and explaining how the current mass hysteria over “cases” (which now includes perfectly healthy people) is essentially meaningless propaganda, for example, in this segment on ARD, one of the big mainstream German TV channels. »