As tempestades de neve, as inundações catastróficas são consequência de estarmos no início de nova Era Glaciar. Não deem crédito a quem vos disser que são devidas ao «efeito de estufa». https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2024/09/a-grande-fraude-do-clima.html
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sábado, 8 de julho de 2023

SCOTT RITTER DÁ ENTREVISTA ESCLARECEDORA

NB: Desde os primeiros tempos deste blog que tenho publicado sobre a Ucrânia e o renovo da guerra-fria no continente europeu. Convido os leitores a pesquisar neste blog, usando palavras-chave relevantes como «Ucrânia», «Rússia», «OTAN» etc.


Scott Ritter: Cobardia dos líderes do Ocidente, em especial dos EUA, ao  sacrificarem o povo da Ucrânia na guerra contra a Rússia, não arriscando intervir abertamente com suas tropas. 
Scott Ritter fala sobre a forma como a Operação Militar Especial ocorreu e o papel dos países da OTAN na rutura do acordo já negociado com o governo Zelensky nas conversações (Turquia, em Março 2022).
Scott Ritter dá vários esclarecimentos  sobre...
- O papel do agrupamento Wagner na resistência das repúblicas do Donbass e depois na Operação Militar Especial. 
- O jogo de Prigozhin a partir do momento em que já não podia ter, oficialmente, o agrupamento Wagner nas repúblicas de Donetsk e Lugansk, que integraram a Federação da Rússia, pois a lei russa proíbe que sejam usadas tropas mercenárias no seu solo. Estava previsto estes mercenário serem recrutados como voluntários pelo exército russo e inseridos em unidades regulares.
- Descreve o esquema corrupto de gestão e de recrutamento dos mercenários de Wagner por Prigozhin.
Scott Ritter relembra que ele tinha previsto que este Verão de 23 seria de revolução na Europa
- Explica as razões pelas quais as sanções europeias e americanas contra a Rússia foram um fiasco.
                                                 
                                                                       ....



 Veja também uma avaliação da situação por B. de «Moon of Alabama»

quarta-feira, 28 de junho de 2023

OLHANDO O MUNDO DA MINHA JANELA, PARTE XVIII

             Se eu fosse um profissional de escrita e de política, se estivesse envolvido no jornalismo mediático, estaria a remoer o que poderia vender para o meu público, desde a minha última crónica. O meu ponto de observação, sendo de alguém muito pouco interessado na «agenda» de uns e de outros, é na verdade, o que realmente me interessa no tempo transcorrido entre a última crónica (a nº XVII) e a de hoje.

Primeiro, quero dizer-vos que não irei falar do golpe de Prighozin e de Wagner, por uma razão muito simples; estou farto de desinformação, de uns e de outros, não creio que nada de realmente novo possa ser dito sobre o ocorrido, pelo menos nos tempos mais próximos, até porque os arquivos (em geral, só abertos aos historiadores, passados 50 anos...) poderão fazer deitar por terra as versões de uns e de outros, e até mesmo dos que não estejam em nenhum campo. Dito isto, quero deixar claro que lamento o derrame de sangue ocorrido, a morte de aviadores russos; para eles e suas famílias é uma tragédia: Ainda por cima, sem-sentido. 

Olhar o Mundo, como gostaria que isso fosse possível, mas de longe, de muito longe; não no tempo, mas - pelo menos - no espaço!

Há quem diga que a História se repete, há quem atribua essa repetição à incapacidade de jovens gerações «se lembrarem» de eventos ocorridos antes delas serem adultas, ou mesmo de terem nascido. O estudo da História é levado a cabo com uma superficialidade enorme, mesmo entre muitos dos indivíduos que se dizem «cultivados». E, até os que se dignam debruçar sobre a História do Mundo, aprendendo o que ocorreu umas décadas antes de terem nascido, é quase certo que ingiram versões de História fabricadas para confortar esta ou aquela tese. Sabemos que não existe nenhum historiador, no presente ou passado, que não seja (... que não fosse) tendencioso. Todos têm a sua ideologia, todos interpretam os acontecimentos de acordo com os seus credos respetivos. Não posso atirar-lhes a pedra! Pois eu também vejo o presente e o passado de acordo com as minhas convicções e simpatias, ou seja, com subjetivismo.

No presente, eu seria um pouco como o herói de Stendhal, Fabrice (do romance «La Chartreuse de Parme»), no meio da confusão da batalha de Waterloo: 


Vê umas tropas a avançar, depois uma carga de cavalaria, soldados mortos e feridos por estilhaços de balas de canhões, um grande alarido... Mas, ele está tão perto do que se passa, que não consegue perceber nada. Nem quem está a perder, ou a ganhar; nem a lógica dos movimentos de uns e de outros. Nem as estranhas ordens gritadas no meio da confusão... Tudo lhe parece um enorme caos, que efetivamente terá sido. É sempre assim, para quem está metido no meio de uma batalha. 

O fresco magnífico de Victor  Hugo, sobre a mesma batalha, inserido na sua obra-prima («Les Misérables»), é muito diferente. Ele descreve em pormenor a carga da cavalaria pesada francesa, que se desenvolve colina acima, encontrando um inferno de metralha britânica pela frente.

 É, sem dúvida, um estilo épico, mas de certeza que não foi como tal, que o viveram ou sentiram os protagonistas do acontecimento (do lado napoleónico, ou britânico). 

Muito mais próxima da realidade é a descrição da batalha da Moskva, ou de Borodino, em 1812, entre «La Grande Armée», composta por tropas de toda a Europa ocidental e central e o exército russo, feita por Leão Tolstoi

no romance «Guerra e Paz», escrito cerca de meio-século depois da referida batalha. 

De qualquer maneira, o elemento épico dum combate, seja uma escaramuça ou uma batalha decisiva, está completamente ausente, na realidade: É a posteridade que elimina os casos que não satisfaçam os padrões, que não se coadunem com a «coragem» e o «heroísmo», do lado que se pretende glorificar.  Será surpreendente encontrar um escritor de uma dada nação, que faça a apologia do comportamento de militares da nação inimiga. Em geral, as cenas atrozes e reprováveis, são tidas como da responsabilidade do campo que mais se detesta. 

Os pacifistas verdadeiros, que não estão em nenhum dos campos, são considerados «traidores» ou «cobardes», por ambos os lados. Ficam sujeitos a levar um tiro na nuca, ou algo assim, pois estão «fora do quadro»; são uma «mancha» na pintura; quanto muito, serão «homenageados» depois de mortos mas, seu exemplo de retidão moral, de coerência e humanismo, não será cultivado pelas gerações vindouras.

Por estas razões, uma guerra, seja ela qual for, é sempre um recuo civilizacional. Não somente para as gerações que nela participam; também para a descendência de ambos os lados. Os vencedores, segregam um nacionalismo «otimista» e os vencidos um nacionalismo «pessimista».

Por isso, um ciclo de guerra recomeça, após cerca de uma centena de anos: Os horrores da guerra de 1914-18, já não são percetíveis às gerações que nasceram  por volta de 2000. 

Os Estados ergueram monumentos em memória dos soldados caídos nesta guerra chamada «A Grande Guerra», para os enterrar uma segunda vez, mais fundo ainda, no esquecimento. Os livros de história preocupam-se em fornecer causas económicas, aspetos ideológicos ou de geoestratégia, que permitam atribuir os motivos de tudo o que se passou. Mas, apenas alguns livros, romances quase esquecidos, detalham os horrores da tal «guerra para acabar com todas as guerras». 

E agora, temos os bisnetos dos combatentes da Iª Guerra mundial,  a deixarem arrastar-se pelo «fervor patriótico», ou pelo «terror do inimigo», para matar e morrer, como se isso fosse o maior e mais nobre dever. Como se as suas famílias devessem ficar eternamente gratas pelo seu sacrifício inútil! Todos os ditadores, seja qual for a sua tendência, gostam da guerra: ela permite forçar a «união sagrada» em torno dos regimes. Estes, supostamente, seriam a barreira para a «barbárie» (sempre a do outro).

Francamente, isto é realmente estúpido, primário e criminoso, ao ponto de despertar em mim um desejo de não ter nada que ver, de não querer saber de nada, de me retirar física e mentalmente para um refúgio onde possa ilusoriamente desfrutar de paz da alma. Mas, este desejo é contrariado pelo meu entendimento de que as pessoas mais sacrificadas são, quase sempre, as que menos responsabilidades têm no conflito. De que os poderosos - de um e do outro lado - estão a jogar as vidas dos seus soldados e civis, para engrandecer o seu nome e o seu regime... Não há os bons e os maus; há os poderosos e os humildes. Estes últimos, estão destinados a serem triturados sem piedade, para justificar sonhos megalómanos, seja de quem for. 

Não existe «causa justa» numa guerra: Ou melhor; a única causa que se deve considerar humanamente justa é a que defende o cessar-fogo imediato, a procura de uma resolução pacífica para o conflito. 

O que mantém uma guerra, embora reconhecida por todos como tragédia, é que as pessoas foram doutrinadas a considerá-la  «inevitável, por causa de X» (X= nome de Chefe-de-Estado e da Nação inimigos). É um truque muito velho, mas que funciona; e continua a funcionar, porque as pessoas preferem continuar dentro do rebanho, em vez de mostrarem independência, de terem a coragem de dizer «não!».

Não me compete dizer o que os outros têm de pensar ou fazer. Mas gostaria de ver pessoas de elevada estatura intelectual e moral, erguerem-se e denunciarem a barbárie. 

Voltando à Primeira Guerra Mundial, creio que a censura e o fanatismo xenófobo (em todos os países beligerantes), não conseguiram impedir que vozes de vários quadrantes políticos e ideológicos se pronunciassem, falassem contra a corrente: essas personalidades, terão sido mais tarde homenageadas em vida, ou depois de falecerem, por aqueles mesmos que os ignoraram ou insultaram, anos antes.  

Desculpem, mas o que saiu nesta prosa não é verdadeiramente o que deveria ser, ou seja, um relato do que se passou. Os meus leitores me desculpem. Eu realmente disse o que - a meu ver - não deveria ter acontecido, mas acontece e aquilo que eu gostaria de ver, mas que não vejo. Por este motivo, decidi chamá-la «UMA NÃO-CRÓNICA»


sábado, 20 de maio de 2023

A VERDADE DA GUERRA NA UCRANIA : ENTREVISTA COM O CORONEL DOUGLAS MAC GREGOR

 O TERRITÓRIO DA UCRÂNIA E SEU EXÉRCITO USADO COMO CARNE PARA CANHÃO, AO SERVIÇO DOS DESÍGNIOS DOS EUA E SEUS VASSALOS DA OTAN. 

NÃO É BONITO DE SE VER, PORÉM, IGNORAR A REALIDADE E CAIR NAS ILUSÕES DA PROPAGANDA PRÓ-OCIDENTAL, SERÁ BEM PIOR: SE IGNORAS A REALIDADE, ELA PODE CAIR-TE EM CIMA, QUANDO MENOS A ESPERAS. DEPOIS, SERÁ TARDE DEMAIS! ACORDA!

ABRIR ENTREVISTA DO CORONEL MAC GREGOR, NO LINK ABAIXO 

 https://www.youtube.com/watch?v=mCkDRXk17qM

Vejam e oiçam porque o coronel reformado Douglas Mac Gregor é uma pessoa com imensa lucidez e realismo. Ele posiciona-se como um militar que avalia os diversos episódios e o comportamento ao nível estritamente militar, mas também diplomático, económico, financeiro e político das forças em presença. Este coronel diz por exemplo que, de facto a Ucrânia está a fazer a guerra por procuração da OTAN e em particular dos EUA. 

As pessoas que não querem ouvir argumentos sensatos porque «ofendem» a sua sensibilidade, são como os meninos e meninas «woke», que apenas aceitam viver no arco-íris da fantasia e se ofendem imenso quando alguém lhes mostra que a realidade não é assim: Esperneiam, insultam, cospem na sopa, etc. pois - para eles - o seu ego é que conta; toda a narrativa que contradiga seus contos de fadas é uma «agressão psicológica».

segunda-feira, 1 de maio de 2023

UCRÂNIA - DEMOGRAFIA


                                  Gonzalo Lira: «Trata-se da morte de uma nação»


07/05/2023: Gonzalo Lira foi hoje preso (pela segunda vez) pela polícia do regime ucraniano.

sábado, 11 de março de 2023

NÃO É AQUILO QUE SE DIZ, QUE CONTA

... É aquilo que as palavras ocultam, ou seja , a verdadeira lógica da discursividade reside no que não é aparente. É o que se faz, no mundo REAL e que é recoberto por discursos. A utilização das palavras para induzir os ouvintes na ilusão do que eles mais desejam está a ser-lhes proporcionado, deve ser tão antiga como a mais antiga civilização. O engano deste tipo é deveras «humano», não é possível, nem concebível, ser efetuado por outras espécies animais. É realmente curioso que se  atribua tanta importância à palavras, no nosso século. É curioso que se tenha desenvolvido uma «polícia» das palavras (e das ideias) que supostamente teria como função «proteger-nos» de agressões verbais. Mas em nome de quê ou de quem? É verdade que podemos ficar ofendidos com determinadas palavras ou expressões. E daí? Costumo dizer que aquele que insulta é como o que atira um escarro para o ar: pode cair-lhe em cima da cara! A ofensa só é ofensa porque o ofendido se deixou afetar pelo insulto. Mas, a real razão de ser de todos esses batalhões de virtude verbal (e virtual), será a preocupação de que os nossos olhos ou ouvidos não sejam «ofendidos» !?

- Não, é antes o pretexto idiota para a instalação de uma censura que vai castigar os dissidentes... sob pretexto de discurso racista, ou indecente, ou homófobo, ou sei lá o quê! 

Há um certo tempo atrás, um indivíduo que se sentisse ofendido, insultado, recorreria a um tribunal e, se a queixa fosse considerada procedente, o ofendido podia reclamar uma indemnização pelos «danos morais e materiais» sofridos.  O autor do crime não só tinha de pagar ao ofendido, como também tinha de pagar as custas do processo. Mas este método de dissuadir o insulto, não servia os fins dos detentores dos poderes. Tiveram então a «genial» ideia de instaurar a censura na Internet, agora com extensão a toda a média e aos próprios livros, sob pretexto de ofensas às criancinhas inocentes, ou de fazer propaganda dos malvados terroristas, etc. 

Mas à indústria da pornografia usando as crianças, quase toda veiculada pela Internet, a esta não lhe acontece nada. Neste mundo falsamente virtuoso, as leis e regulamentos aplicam-se ou não, segundo a conveniência dos poderosos. É fatal que, com o poder de que disfrutam governos e seus agentes judiciais, eles pudessem (se quisessem) perseguir a indústria de pornografia que usa as crianças ou menores. Mas, isso seria atentar contra uma rentável indústria, na qual não poucos manda-chuva dos negócios e da política, têm interesse material. Para além do interesse material, que possam ter, também lhes convém como instrumento suplementar de desviar a atenção do público das obscenas e pornográficas traficâncias em que consiste a parte menos «oficial» do seu desempenho.

Quanto aos «malvados terroristas» é quase o mesmo: Quando as pessoas começaram a ficar fartas da propaganda «antiterrorista», sobretudo quando começaram a ver por detrás da cortina, que os tais grupos terroristas eram uma construção e um instrumento de política dos poderes, desapareceram os tais «terroristas». Muito depressa, passou a haver a tal epidemia terrível, sendo então instaurada uma censura férrea, que não acabou, sobre tudo o que cheirasse a abordagem não totalmente ortodoxa, sobre a origem, a propagação, o tratamento e a «vacina», do tal vírus. 

Depois disso, como sabemos, o vírus deixou de fazer as primeiras páginas dos jornais e telejornais, porque entretanto conseguiram fazer uma «guerra a sério» lá para as fronteiras da Rússia, envolvendo todos os membros da OTAN no esforço de guerra, em defesa dum regime considerado somente o mais corrupto de toda a Europa e talvez do Mundo. 

Isso envolveu centenas de milhares de mortes, tanto ucranianos, como russos, mas os poderes  não estão preocupados com isso. O que os preocupa é que, apesar de todo o controlo que exercem sobre este país dilacerado, haja capacidade de um certo número de entidades civis e militares começarem a negociar a paz com os russos. Isto é uma obscenidade sem nome; um país ser obrigado a sofrer uma derrota (que à partida estava garantida, pela desproporção das forças em presença) e de, ainda por cima, lutar sem proveito próprio para abrir caminho para os negócios com a terra (agronegócio) e com todo o remanescente industrial, após a destruição da guerra. 

Quando acabar a guerra e a Ucrânia for mais um Estado falido, como a Líbia e outros, vão fingir que a reconstroem, exatamente como fizeram durante 20 anos no Afeganistão, sem dúvida com a mesma eficácia!

Mas isso é «propaganda a favor de Putin», logo não pode ser dito e comentado nos grandes media, que mais parecem os jornais de propaganda nos regimes totalitários que conhecemos no século XX.

Agora o novo totalitarismo é mais «subtil», embora não menos eficaz, no sentido de calar a oposição e criminalizá-la, mas sempre invocando virtudes que o público ingénuo toma « como palavra de Evangelho». Assim, às pessoas vão lhes sendo retiradas, de forma «deslizante», todas as liberdades e garantias, sob os mais diversos pretextos, sempre a bem da sua segurança e  da «democracia»!

domingo, 5 de março de 2023

A SITUAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

Serão precisos muitos mortos e feridos numa guerra, para a cidadania europeia acordar e exigir Paz aos seus dirigentes? Creio que sim, creio que - infelizmente - as pessoas ficaram dessensibilizadas da guerra por múltiplas técnicas de supressão dos sentimentos (pelo medo e pelo horror), suprimiram a solidariedade humana, que uma guerra deveria suscitar.




Da parte dos poderes, da OTAN e dos seus chefes, dos parlamentares, dos primeiros ministros europeus, dos seus governos, em relação à Ucrânia, assistimos a mais de oito anos de manipulação dos sentimentos, de mentira institucionalizada e o militarismo descarado, que vai até à recusa de negociar. Assistimos a tudo isso - nós - da cidadania europeia. Mas, a cidadania manteve-se numa letargia inquietante da qual está, apenas agora, a despertar.
Não sei sobre o assunto, senão consultando fontes diversas, não apenas da media «mainstream», como também opiniões críticas, de pessoas que têm um conhecimento aprofundado e - nalguns casos - direto do que se está a passar nesta guerra do «Ocidente» contra a Rússia, em solo ucraniano e usando o povo ucraniano como «carne para canhão».
A eficácia da neutralização dos sentimentos pelo aparelho ideológico - da media e governos fusionados- experimentou-se durante a crise do SARS-Cov-2. Esta pseudo- pandemia continua a fazer vítimas. As das injeções de «vacina», que apenas serviram para aumentar os lucros da Pfizer e doutros gigantes da indústria farmacêutica. Mas, também são vítimas, as corajosas pessoas que se ergueram contra a monstruosidade e perderam o emprego, não receberam indemnização nenhuma, nem será feita justiça, pelo andar das coisas.
Juntaram as duas coisas: A psicose coletiva do COVID e a crença na propaganda de guerra do Ocidente sobre as sua própria população. Estes mecanismos implicaram a supressão ou inversão dos sentimentos das pessoas «normais» que receberam constantes mensagens de propaganda, como avisos assustadores, falsas informações, descrevendo o inimigo como inumano, tranquilizando a má consciência que grande parte poderia ter, através de respostas ilusórias, tais como:
«O vírus é muito mau e muito mortífero, mas nós sabemos resolver o assunto, que se resume a que te submetas e te vacines, não prestando atenção a avisos vindos de pessoas maldosas, pois a única cura é uma vacinação maciça de todos, incluindo idosos, grávidas e crianças...»
ou
«O Putin é o novo Hitler, a Rússia é o reino do Mal, mas nós vamos apoiar sem desfalecer, de todos os modos, a valente e democrática Ucrânia. Não há dúvida que os maus dos russos vão sofrer uma derrota, face às sanções impostas pelo Ocidente e ao seu apoio em armamento, peritos, mercenários, biliões e mais biliões de dólares».
Note-se que, até pouco tempo antes da invasão russa, o perigo de milícias ucranianas de extrema-direita, integradas nas forças armadas desse país, foi assinalado pela própria media mainstream. Depois, esses elementos de extrema direita desapareceram do «écran mediático» e passaram a ser «heróis». Estas mentiras cosidas com um fio bem visível não apoquentam as pessoas, mesmo depois delas perceberem que, afinal, foram enganadas. Isto só é possível com a ilusão continuada de que as «democracias» ocidentais têm eleições ditas «livres».
Os partidos autorizados pertencem ao espectro de «admissibilidade» dos donos do sistema. De qualquer maneira, só têm hipótese de vencer, quando forem partidos bem financiados, o que implica grandes donativos de grandes multimilionários e das suas empresas. Na comunicação social, a janela de Overton ainda é mais estreita, com seus «fazedores de opinião» nos diversos canais televisivos. Partidos ou candidatos que saem fora do «script» de antemão decidido, são logo calados ou difamados. Ficarão com sua imagem associada àquilo que o eleitor típico mais detesta. Os partidos ou candidatos atacados não têm meios para desfazer as calúnias e repor a verdade. E as coisas estão feitas exatamente para funcionar deste modo.
Qualquer pessoa que use o seu cérebro, que não vá atrás de qualquer propaganda e que conheça algo da história do século vinte, não através das «histórias míticas» mas através de bons autores, que analisam em profundidade os regimes totalitários do passado, irá reconhecer que ou estamos já num totalitarismo, ou para lá caminhamos.
Os que apontam o dedo a regimes «comunistas», dizendo que esses é que são os «verdadeiros» totalitários, são pessoas imbuídas da ideologia neoliberal, ou seus propagadores. Com efeito, é um facto que vários regimes, ditos «comunistas», são capitalismos de Estado com pouca preocupação pela liberdade dos cidadãos.
Mas no «Ocidente» estamos em capitalismo de grandes monopólios (multinacionais), que capturaram o Estado; são outra modalidade de capitalismo de Estado. Os cidadãos não são ouvidos ou respeitados: São antes enganados, manipulados, nutridos de falsidades, de propaganda, como «manada de gado» para fazer exatamente o que a oligarquia quer. Não há qualquer respeito pelos indivíduos, pelos seus direitos cívicos e humanos.
Em que é que uns e outros diferem? No modo como agem e se posicionam, mas ambos os sistemas estão basicamente a fazer a mesma coisa, ou seja,  manterem-se no poder, alargando o controlo a todas as esferas; suprimindo a verdadeira concorrência, tanto no plano económico (com as "rendas de monopólio", presentes em ambos os sistemas), como no plano político, anulando os direitos individuais, coletivos e sociais (suprimem-nos na prática, embora os mantenham nas suas constituições).
Só com imenso trabalho de educação (auto- educação) e de abertura crítica, podemos sair da redoma mental (a Matrix verdadeira) que nos encerra a todos, com o resultado de ficarmos impotentes: Não sabendo «ler» a realidade, não são somente os bons sentimentos que nos permitem combater esta situação. É também necessária uma inteligência de como funcionam os sistemas, para se conseguir mudar algo.
Isso não é dado pela educação formal. Nem vale a pena explicar porquê: Se houvesse uma aprendizagem de pensamento crítico, a cidadania despertaria e nunca permitiria que a acorrentassem, como o têm feito as «elites» políticas e económicas deste mundo.


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

PAZ AGORA, POSSÍVEL E DESEJÁVEL

 Desde sempre que sou a favor da paz. Numa guerra, de parte e de outra, há  sempre argumentos válidos ou considerados como tais, para continuar e mesmo intensificar as ações bélicas. Mas, sob nenhum prisma, conseguem convencer-me. Tudo o que invocam os generais de poltrona, resume-se a dois falsos argumentos ou falácias:

1) Falácia do "ou eles, ou nós": se não formos nós a infligir uma derrota sem apelo, serão eles a fazer isso mesmo. Esta aparente necessidade "lógica" deixou de fazer sentido, quando sabemos que um inimigo poderoso, em vias de ser derrotado militarmente, pode ter a tentação de recorrer às armas nucleares. Mas, o argumento também vai contra a realidade histórica, visto que muitas guerras se resolveram através de diplomacia, de negociações para a paz. 

2) Falácia d' "os bons versus os maus": Que eu saiba, as guerras são sempre produto de seres humanos. Nunca nenhum lado tem 100% de razão. Os dirigentes políticos, os governantes de um e doutro lado, tiveram oportunidade de resolver o conflito por meios pacíficos, antes de recorrer a meios militares. Se não conseguiram fazê-lo, isso não significa que fosse impossível, mas que não houve empenho suficiente para encontrar um acordo. Os dirigentes e os propagandistas dirão sempre que a culpa, a falta de boa-fé, veio do lado contrário. De facto, os povos de ambos os lados é que são as vítimas, quase todas inocentes, de tudo o que de perverso, cruel, soberbo ou louco, os seus dirigentes congeminaram. 

Não existe qualquer desculpa para as partes em conflito não negociarem um cessar-fogo, verificado por entidades neutrais, como primeiro passo para as negociações de paz.

A passividade das pessoas, ou sua tomada de partido irracional por um dos lados, em detrimento do outro, tem permitido que os elementos belicistas, de um e de outro lado, pressionem os respetivos governos. Porém, qualquer pessoa culta, com conhecimentos de política, história e diplomacia, sabe que qualquer guerra tem, como desfecho, negociações. Nos casos em que não existiu um acordo de paz, as sociedades continuaram a viver no medo do reacender da guerra.

Se qualquer guerra tem de se concluir por negociações de paz, sabendo nós os incontáveis sofrimentos humanos, sabendo também a imensa destruição e empobrecimento geral, além dos perigos reais de confrontação nuclear, só loucos ou criminosos sociopatas não colocam como primeira prioridade o fim desta guerra e negociações para uma paz duradoura.

Na verdade, quem viu com seus próprios olhos uma guerra, sabe que não existe nada mais próximo do  "inferno na Terra", que isso. Mas, não é indispensável ter-se estado numa situação de guerra para se perceber e sentir verdadeira compaixão pelas vítimas, civis ou militares.

A paz agora é possível e desejável, cabe a cada um de nós fazer o seu melhor para apressar essa solução. A cada momento que passa, nas operações militares em curso, morrem pessoas, quase todas inocentes, mesmo as que vestem uniforme. A melhor maneira de parar uma guerra, é recusar embarcar na lógica falsa que acima apontei e demonstrar - por todos meios - que os povos não querem a guerra, e que os governos têm de trabalhar para a paz.






terça-feira, 21 de fevereiro de 2023

ECOLOGIA: MITOS E REALIDADES

 Tenho estado a acompanhar os desenvolvimentos tecnológicos da chamada «revolução verde» embora não tenha muitas vezes escrito sobre o assunto, mas hoje farei um esforço:

Devo dizer que sou profundamente ecologista, no sentido de preservar a biodiversidade, de permitir a integração dos povos e culturas num modo de vida não destruidor e aceito que a civilização tecnológica que temos não é resposta, pois ela está na base de inúmeras agressões, tanto a seres humanos (que muitos «ignoram», porque ocorrem no «Terceiro Mundo»), como ao ambiente.

As derivas do capitalismo «verde» são baseadas nas ilusões de que se pode obter energia «limpa», em quantidade suficiente para as pessoas (pelo menos no Mundo dito desenvolvido, afluente) continuarem a viver num nível de conforto semelhante ao de hoje. Estas ilusões propaladas, são mentiras intencionais: Quem as propala, incluindo indivíduos com prestigiosas carreiras e títulos académicos elevados, estão conscientes de que estão a relatar as questões de modo enviesado, isto é, a fazer propaganda. São pessoas que mascaram a preocupação com seu próprio emprego, com uma preocupação fictícia com o ambiente.

A questão da emissão humana do CO2 para a atmosfera já foi tratada neste blog em vários artigos. Eu irei apenas aqui sublinhar que tudo está errado, nos que advogam como causa fundamental do aquecimento ou efeito de estufa, o factor antropogénico. 

Pois esse tal efeito existiu desde os primeiros tempos da Terra, há biliões de anos, sendo que os períodos onde o CO2 atmosférico era mais elevado, também são os da maior produção de biomassa total. Por isso, esse excedente de biomassa das florestas do Carbonífero, passados muitos milhões de anos, fornece-nos grande parte do carvão e petróleo que é explorado, hoje em dia.  

Segundo, as medições do CO2, a partir de métodos e de aparelhos com uma sensibilidade e fiabilidade mínimas, só ocorreram a partir da segunda metade do século XIX (cerca de 1880). Os que defendem um aumento do CO2 paralelo ao aumento do efeito de estufa, fazem-no a partir duma janela de observação e registos demasiado estreita para abarcar os fenómenos à escala geológica (centenas de milhares de anos ou mesmo milhões de anos). Pelo contrário, existem métodos, hoje bem desenvolvidos, que são muito fiáveis dentro de determinada janela temporal, desde que os registos sejam corretamente efetuados e acompanhados por rigorosa calibração: 

- Na janela temporal de séculos, temos a espessura dos anéis de crescimento das árvores. Pode dar-nos a ideia de estresses que, num momento, essas árvores tiveram; se houve um período de arrefecimento, a acumulação de nova biomassa pelas plantas será menor e isso reflete-se na menor espessura dos anéis de crescimento. 

- Na escala dos milhares de anos, temos vários métodos usando isótopos radioactivos, 14C, ou não radioactivos, como o 13C e outros elementos, que se têm mostrado muito úteis. 

- Temos os estudos dos paleontólogos, com fósseis  das faunas e floras dos períodos anteriores ao Holocénico (o período geológico mais recente, que nos inclui enquanto espécie), que nos revelam quais as condições gerais e particulares dos ambientes em que viveram estes seres vivos (cobrindo cerca de 500 milhões de anos), permitindo inferir os intervalos de temperaturas a que esses animais e plantas estavam adaptados. 

- A astronomia reconhece os ciclos de Milankovitch, que estão relacionados com as Glaciações, onde cada ciclo dura em média cerca de 40 mil anos. 

Todas estas metodologias, utilizadas pelos cientistas climáticos, permitem extrair dados concretos. Estes têm sempre de ser trabalhados, calibrados, mas são imprescindíveis. Estas investigações sérias e multidisciplinares, dos climatologistas e de outros cientistas associados, apontam para fatores múltiplos, de ponderação difícil - não para uma «linearidade» - para dar conta de fenómenos de aquecimento ou de arrefecimento globais. Não tem qualquer cientificidade afirmar-se que aumentos de dióxido de carbono na atmosfera, são «o fator mais importante» do «aquecimento global». Mas, os «cientistas da treta» costumam ocultar o que não lhes convém, ou chegam a dar uma interpretação falsa de qualquer fenómeno que venha contradizer a sua teoria. 

O mais vulgar é passarem sob silêncio aquilo que eles não podem explicar; como, por exemplo, o registo por organismos científicos australianos do aumento dos recifes de corais, que deveriam exatamente ter o comportamento oposto, caso as teses desses ideólogos falsamente científicos fossem comprovadas. 

Apenas quis dar, acima,  uma pequena amostra. A media mainstream tem sido responsável de muito alarido, pois ela «vende notícias» e as notícias alarmistas são as que despertam mais curiosidade no leitor (quantos mais leitores, mais publicidade paga o jornal ou o site terá e poderá cobrar mais por ela).

A terrível estupidez que significa estarmos na orla de grandes catástrofes humanas, ou causadas pelos humanos, é adensada pela estupidez suplementar das pessoas responsáveis, com visibilidade mediática, estarem a embarcar numa campanha sem sentido, pelo abandono das outras formas de energia, que não sejam as chamadas energias «renováveis», quando se sabe que a capacidade total de armazenamento de energia nas baterias de lítio que são produzidas, é muito limitada; e sabendo que estas baterias precisam de energia fóssil para serem construídas e recarregadas. Pelo menos, no presente e no futuro próximo, as soluções propostas não estarão à altura das necessidades.

Além do mais, os chamados recursos «renováveis», não o são, segundo a ótica global do custo total energético e no aspeto da salvaguarda do ambiente (que é fundamental). Com efeito, esta salvaguarda implicaria serem inteiramente recicláveis os seus componentes: Na verdade, tanto os painéis solares fotovoltaicos estragados, como as paletes de eólicas em desuso, são deixados a apodrecer em «cemitérios» . Os componentes não são reciclados, porque as operações de reciclagem não são rentáveis. Mas, não há problema; estes lixos causam danos ambientais nada desprezíveis, mas estão longe da vista das pessoas!

Tristemente, as pessoas responsáveis pelas consequências catastróficas de tais decisões «verdes» não serão chamadas à responsabilidade, em tribunal. Tal é o mecanismo da alienação e corrupção nas sociedades ditas «evoluídas», que são apenas evoluídas na hipocrisia. Basta pensar que Julian Assange*... Ele é mantido sob prisão arbitrária, sem ter feito qualquer crime, mas porque reportou o que o Império tem feito, com as suas tropas e seus torturadores, nos países que ocupou; no  Afeganistão e no Iraque, principalmente.

Outro exemplo: a crise global de segurança e o risco de alargamento da guerra não alarmam a chefe da diplomacia alemã, Annalena Baerbock, dirigente do partido ecologista: Mas, a crise ecológica é decuplicada em qualquer cenário de guerra, mesmo nas guerras «confinadas». A guerra é a situação mais desfavorável, em termos ambientais: Provoca a rutura nas vidas humanas, a desarticulação da sociedade, o agravamento dos problemas ambientais, que podem ir até à destruição completa e irreversível de habitats naturais. Isto, para não falarmos da guerra generalizada, que se tornaria nuclear e potencialmente causando a extinção de todas as formas de vida (e da nossa espécie, obviamente). Pois esta ministra alemã é o mais pró-guerra que se possa conceber!

Conclusão: Eu poderia continuar, traçando um panorama mais completo. Há imensas situações onde aparecem flagrantes contradições entre o discurso do poder e sua prática real, em defesa do ambiente. Mas isso está para além das minhas capacidades. De qualquer maneira, vários autores têm feito essas críticas. Mas, como existe a barreira da censura/autocensura nos grandes media, tem sido torpedeado de todas as maneiras levar este debate ao grande público. 

É assim que os «grandes» ganham; eliminam à partida - da praça pública, que hoje em dia são os grandes media -  todos aqueles que tenham capacidade e vontade de pôr em causa as suas políticas. Na verdade, estamos num novo tipo de totalitarismo, em que as pessoas «comuns» pensam que estamos em «democracia», mas em que apenas resta a imagem mais superficial, a mera aparência, não a substância. Para que esta situação mude, é necessário que o povo deixe de confiar automaticamente em tudo o que lhe dizem, deixe de se comportar de forma passiva em relação à informação. Existem exceções, às quais os leitores deste blog provavelmente pertencem, mas insuficientes para obrigar à transformação qualitativa do modo como circula a informação e sobre o acesso ao debate por parte daqueles cujos pontos de vista são não conformes aos do poder.

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*Veja AQUI sobre luta para desmascarar a «justiça»  do R-U. , Suécia e EUA, no que toca a extradição de Assange para os EUA.



sábado, 18 de fevereiro de 2023

O MITO DA GLOBALIZAÇÃO, HEGEMONIA U.S. E CRISE DO CAPITALISMO

https://www.youtube.com/watch?v=GRKHCwVzvTs&feature=youtu.be

 NOVO LIVRO DE Radhika Desai «Capitalism, Coronavirus and War» está disponível para ser baixado grátis no endereço seguinte:

https://www.taylorfrancis.com/books/oa-mono/10.4324/9781003200000/capitalism-coronavirus-war-radhika-desai

Ben Norton (Geopolitical Economy Report) entrevista a autora, profª universitária e muito interessante.

A partir da posição assumida de marxista, não deixa de verberar os «marxismos» que tomam a globalização capitalista por aquilo que ela não é. Muito interessante sobretudo de centrar as questões na crise geral do capitalismo e fazer a crítica de uma visão da «globalização» como se fosse uma coisa autoevidente, quando na realidade, é apenas uma construção do neoliberalismo. Mas não acreditem em mim: Explorem esta rica entrevista que tem imenso conteúdo, demasiado para eu o sumarizar de forma satisfatória.  

 


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2023

ROGER WATERS: UM DISCURSO MEMORÁVEL PERANTE A ASSEMBLEIA DAS NAÇÕES UNIDAS




 Roger Waters, um dos fundadores da celebérrima banda rock dos anos 70, Pink Floyd, tem um discurso perfeitamente maduro, perfeitamente em sintonia com o pacifismo e humanismo. Não é diferente da minha posição. Digo isto com toda a tranquilidade, pois esta foi a minha posição desde o início da invasão. 
O princípio da ONU inclui a proteção das populações e aqui registo a enorme frustração que eu e todos os pacifistas experimentam neste ano, pelo apagado desempenho da ONU, ao arrepio dos seus princípios e cedendo perante os grandes poderes, as forças que dominam o mundo. Hoje em dia, a anulação dos direitos humanos fundamentais é utilizada como uma espécie de arma de arremesso de propaganda. Mas, os que o fazem, são desmascarados pelas suas próprias ações ou ausência de ações!
Não se justifica, em nome da humanidade, continuar com esta guerra!
Poderes do mundo, acabem com esta guerra agora! Paz Agora!

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

Pela Paz Agora [OBRAS DE MANUEL BANET] + ODETTA



Não te esqueças nunca que Ele e somente Ele, possui o destino. Tudo o que os poderosos deste mundo conseguem fazer, é espalhar o sofrimento. Mas não podem destituir o Poder verdadeiro que reina sobre todos.

Não duvides se és crente numa religião, numa fé, seja ela qual for. Tens Deus como teu Senhor. Não te esqueças nunca da razão pela qual tu vieste ao mundo.

Foi a mesma pela qual todos os viventes aqui estão. Só Ele tem o poder da vida no Universo. É Ele que molda a vida e o próprio Universo, que são Deus.

Por isso, reza pela Paz que só existe se for de todos, só haverá paz quando as pessoas como tu tiverem a coragem de dizer que não há inimigo...

Que somos todos irmãos e irmãs e que qualquer guerra é sempre injusta, pois quem mais sofre são os inocentes, de um e doutro lado.

Face à guerra só há uma forma de se ser humano: É rejeitá-la com todo o coração. Se queres a paz, promove-a, não promovas a guerra.

Esta é promovida por quem não tem escrúpulos, nem sentimentos, nem obediência a Deus. Até mesmo os que falam como se fossem devotos. Os que sabem a verdade, que percam o medo!

Sem pretender culpabilizar uns ou outros, denunciai a guerra como o maior dos pecados, pois todos os restantes estão contidos naquele:

O pecado de desobedecer a Deus, à clara lei de Deus, que todos os povos aprenderam a respeitar através das suas religiões e, mesmo os não religiosos, respeitam quando se maravilham com a Natureza

Pois ela é divina, como tudo no Universo. Serão os humanos tão estúpidos, que deitem a perder milhões de anos de evolução e milhares de anos de civilizações e culturas de múltiplos povos?

A guerra sempre foi intolerável, mas especialmente agora, a guerra usando tecnologias sofisticadas que o génio e criatividade humanas deveriam ter reservado às invenções benéficas e não destrutivas.

Esta época é mais estúpida, mais cruel, mais imoral que todas as anteriores.

Seremos salvos desta catástrofe, por vontade de Deus, que abra o coração de todos os humanos.

Que os que têm poder, o usem sabiamente para espalhar profundo sentimento de repúdio contra a guerra

Pois quando os povos quiserem, ela virá, a Paz, quaisquer que sejam os obstáculos. Mas, os líderes espirituais têm o dever de a promover, por todos os meios, a Paz.













quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

ENVOLVIMENTO DIRETO DA POLÓNIA E DOUTROS PAÍSES DA OTAN

        

ENTREVISTA DE «REDACTED» A JORNALISTA INDEPENDENTE, QUE TEM ACOMPANHADO O CONFLITO NO TERRENO NA UCRÂNIA E POLÓNIA


 O secretário-geral da OTAN afirmou: «Uma derrota da Ucrânia, seria uma derrota da OTAN». 
Isso é bem claro agora, pois eles, da OTAN, estão a fazer uma intervenção direta, com tropas disfarçadas de «voluntários». Cerca de 1200 soldados polacos (pelo menos) terão morrido em combate, na Ucrânia. Isto significa que a Polónia deve ter na Ucrânia a combater, pelo menos, o equivalente a duas divisões. 

Muito do material enviado pelos Ocidentais, é demasiado sofisticado e exige uma aprendizagem de meses para poder ser usado corretamente, logo terá de ser operado por soldados da OTAN, transformados para a ocasião, em «voluntários».  Ou, não é utilizado, mas tem servido para negócios. Na entrevista, cita-se declarações do Presidente do Níger, que afirmou terem sido detetadas armas vindas da Ucrânia, dadas por países da OTAN que só podem ter chegado ao Mali e outros países de África central, através de tráfico ilegal de armas. O valor em dólares das armas que os países da OTAN enviaram para a Ucrânia, ultrapassa o valor total do orçamento militar russo. Os sistemas de vigilância e espionagem por satélite dos EUA e de outros países da OTAN, têm servido para localizar e guiar os mísseis ucranianos para alvos na Rússia.

A população ucraniana é completamente desprezada pelo seu próprio governo; aconselham-na a refugiar-se nos países limítrofes. A Polónia está a sofrer um colapso de suas estruturas de saúde e de assistência social, devido à onda de refugiados vindos da Ucrânia. Não se fala dos 1,5 milhões de refugiados, na maioria, mulheres com crianças pequenas. Na Polónia,  a realidade quer da guerra, quer dos refugiados, não é dada a conhecer realmente ao povo, por causa da censura dos media. Mesmo assim, percebe-se que a maioria dos polacos esteja contra a guerra, apesar de campanhas anti-russas, explorando sentimentos nacionalistas tacanhos.

PS1: Sobre estratégia militar ver/ouvir o Coronel US, Douglas Mc Gregor

PS2: John Helmer publica hoje um artigo no seu blog em que dá conta da opinião de Danilov, um membro da equipa governante em Kiev, que admite que se está a tentar obter um acordo para uma zona desmilitarizada, na Ucrânia. 

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

A QUESTÃO NACIONAL: PASSADO E PRESENTE

 


Foto: Trabalho forçado de «indígenas» nos caminhos de ferro do Ghana, enquanto colónia britânica.

A «questão nacional» é das que se vem arrastando desde os mais recuados momentos da História. Ela - ou melhor, a sua confusão com outros conceitos - ensombrou as sociedades, com guerras de conquista e/ou de resistência e pela autonomia perante poderes autocráticos. 

Além disso, a forma como a nacionalidade é percebida, não é a duma simples constatação das diferenças étnicas, com aspetos genéticos, culturais, linguísticos, etc. Porque, a estas constatações, somam-se sistematicamente elementos valorativos, quer subindo, quer baixando, um vasto conjunto de pessoas, dentro das sociedades. Trata-se portanto de afirmar ou reforçar uma desigualdade. Este aspeto da questão é porventura o mais grave, pois funciona como terreno propício comum aos racismos e xenofobias. Ou seja, é o esteio de todas as indignidades e crueldades, que seres humanos têm infligido a outros seres humanos.

Ultimamente, vários povos inseridos em nações, que são sempre conjuntos multiétnicos, têm sofrido (de novo!) as consequências catastróficas da visão racista das etnias, a que gerou as ondas que vieram desembocar na Iª e IIª Guerras Mundiais. 

As pessoas esquecem, demasiado facilmente, que a ciência instituída afirmava, por volta de 1900, como estando provada a superioridade de certa(s) «raça(s)» em relação a outras. Considerava-se que era natural países imperialistas e colonialistas, dominarem os outros. Que povos «indígenas» não-europeus, precisavam de ser «civilizados» pelos europeus. 

Os revolucionários do passado não eludiram as questões da nação e da pátria. Porém, que eu saiba, os autores socialistas, comunistas e anarquistas do século XIX nunca teorizaram a nação num sentido nacionalista. Pode dizer-se que estiveram muito atentos aos fenómenos do nacionalismo e às rebeliões contra a opressão colonial. 

Na visão «ocidental» dominante, pelo contrário, trata-se de fazer passar um discurso de autoabsolvição. Os seus autores, ou quem os encomenda, são, obviamente, os mesmos que levaram os povos das sedes coloniais às guerras e à destruição de etnias e nações, na imensa maioria do que hoje se chama «3º Mundo».

A desmontagem e exposição do conceito de superioridade racial de certas nações, como sendo falso e ideológico, nunca foram efetuadas seriamente na Europa junto do grande público. Isto, apesar das catástrofes que foram a Iª e IIª Guerras Mundiais. Com efeito, nos países ditos do 1º Mundo, não se fez nunca uma correção, nunca se expôs os crimes do colonialismo e imperialismo. Não são os povos em si mesmos, dos países coloniais e imperiais, quem têm a principal responsabilidade: São as classes dirigentes, que ocultam ou deformam, pois nunca quiseram considerar-se culpadas. 

Os estudos aprofundados que instituições académicas possam produzir, apesar do seu mérito, não se traduzem - nos países outrora metrópoles coloniais - numa pedagogia para a generalidade do povo. Pelo contrário, nas camadas populares desses países, pode notar-se, por vezes, um nacionalismo agressivo, com a identificação com as «gestas», que foram as guerras e conquistas. Tal não nos deveria admirar, pois as formas ideológicas e caricaturais do ensino da História, têm sido um dos pilares do obscurantismo e da propaganda. 

A classe dominante não pode sê-lo, senão à custa do engano e da ausência propositada de pensamento crítico no ensino. Não é por acaso que tal acontece, quer no ensino, quer na media e no «entretenimento». Os «bons e os maus», é assim que são construídos todos os enredos, em especial, nas ficções que envolvam  guerra. 

A minha convicção, neste campo, é que as pessoas deveriam ser educadas sobre as origens da nossa espécie. Deveriam perceber, profundamente, que a origem comum da humanidade, não é mais assunto «de opinião»: Transformou-se numa das poucas certezas que a ciência nos pode dar.

A maioria das grandes religiões (cristianismo, islamismo, budismo e outras), são «não-étnicas». Existe predominância desta ou daquela religião, em certas partes do Globo e em determinados países. Porém, salvo manipulação e distorção da religião, não há um assumir de que existam origens separadas, «criações separadas», dos grupos humanos, na base da sua diversidade. O que já é um progresso; nem sempre foi assim. 

Hoje, as narrativas de criação separada são tidas como míticas pelos antropólogos e outros cientistas e são explicitamente tratadas como tal. Ideologias que postulavam origens independentes umas das outras, de facto, não apenas estavam cientificamente erradas, mas também serviram como doutrinas de pseudo ciência, com consequências graves. Tal aconteceu com o regime nazi, com o apartheid na África do Sul e com outros regimes.

A questão nacional está muito claramente codificada na Carta das Nações Unidas e noutros documentos, assinados pelos Estados-membros da ONU, que proíbem a discriminação dos indivíduos com base na sua etnia, religião e cultura de origem. Não só isso, como é reconhecido o direito duma minoria étnica ou nacional, ver respeitadas as tradições e as vivências culturais próprias, como parte integrante e inalienável dos seus direitos humanos. Além disso, é explicitamente reconhecido o direito à autodeterminação: O direito a qualquer população se emancipar da tutela dum Estado, no qual se encontra e construir as suas próprias instituições. 

Ao nível dos princípios e do seu significado, é possível que especialistas em Direito Internacional se ponham de acordo, mas quanto a políticos, mesmo dizendo respeitar os textos com força legal, não fazem mais, por vezes, do que demagogias e sofismas.

A vontade popular deveria ser expressa diretamente através de referendos. No entanto, isso é impedido - na prática - em muitos casos. Aquilo que impede essa expressão por referendo, é geralmente um contexto de conflito aceso, que pode chegar à guerra civil. Frequentemente, este conflito é acirrado ou provocado pelos próprios governos dos Estados. Por isso, as questões de cunho étnico, têm estado na origem de guerras civis, muito violentas e onde são cometidos graves crimes, de parte a parte.  

Nesta pequena discussão, quis enfatizar o que é o conceito de nação, como afirmação de «superioridade» de um povo em relação a outro(s) e que este conceito está na origem de conflitos. 

Por contraste, a nação enquanto conjunto político multiétnico, é caracterizada por igual respeito pelos vários grupos étnicos e pessoas que os compõem. Este conceito é compatível com um modo de vida pacífico, tolerante, apropriado à nossa época. 

A visão mitificada da nação, como uma espécie de «super tribo», ou seja, baseada somente na origem étnica dos indivíduos, não apenas é racista, também é contrária ao entendimento contemporâneo da ciência biológica e antropológica. 

É uma construção ideológica, um instrumento de dominação de classe que é infundido nas várias camadas do povo, para que considere como seu «dever» oprimir os outros, que podem até ser seus vizinhos e familiares. 

Importa compreender que, na panóplia ideológica neocolonial e imperial, as narrativas nacionalistas têm um conteúdo totalmente diferente e falso, das abordagens contemporâneas da sociologia, da antropologia ou da história. 

PS:  ​O que é ​«nacionalismo étnico»​?​ 

Desde logo, deve ser visto como radicalmente distinto dum nacionalismo​ ​​POLÍTICO, onde a nação é reconhecida como uma construção política à qual pode pertencer qualquer indivíduo de qualquer origem étnica, na condição de aceitar a constituição e leis pela qual se rege. Esta visão da nação como uma construção política, vem da Revolução Francesa, do conceito de nação dos republicanos franceses, que inclusive aceitaram como nacionais e portanto elegíveis para a Assembleia Nacional, cidadãos da Polónia e da Irlanda, e outros, pois estavam com o regime republicano instaurado.


​Quanto ao caso triste e trágico do nacionalismo OUN, trata-se de algo completamente distinto: A organização terrorista ucraniana OUN nascida nos anos 1920, começa por ser um movimento anti-polaco na região de Lvov, que correspondia à província da Galícia do Império Austro-Húngaro, para derivar para um movimento de apoio ao nazismo na IIª Guerra Mundial, responsável por dezenas de milhares de mortes de civis polacos, judeus e ucranianos soviéticos. São criminosos de guerra, sem qualquer dúvida e realmente torna-se muito preocupante que os poderes ocidentais, em particular, os da U.E. estejam a branquear a origem assumida dos partidos no poder em Kiev e a darem uma ideia falsa, intencionalmente (pois sabem a verdade), ocultando o seu racismo e colaboração com o nazismo, como se eles fossem «democratas» e «patriotas»...
Consultem estes links:





domingo, 1 de janeiro de 2023

FUNDO SOBERANO RUSSO AUTORIZADO A SUBIR PERCENTAGEM DE YUAN ATÉ 60%

 https://www.reuters.com/markets/currencies/permitted-share-chinas-yuan-russian-wealth-fund-doubled-60-finmin-2022-12-30/


A Rússia foi exposta a uma severa guerra de sanções, que começou pouco depois do golpe de Estado pró-ocidental de Maidan, em 2014. Porém, com a invasão russa da Ucrânia, os países do Ocidente, liderados pelos EUA, fizeram uma brutal (e obviamente ilegal) confiscação dos fundos em divisas, presentes nos bancos ocidentais e pertencentes ao Banco Nacional da Rússia (o banco central, detentor de ouro e divisas em reserva) confiscando também os bens de pessoas individuais, apenas por serem russas.
Face a esta atitude de extrema hostilidade dos poderes ocidentais, a reação da Rússia foi totalmente previsível: Desfazer-se das divisas de países hostis, que tinham tido parte nesse roubo. Cerca de metade das reservas em divisas estrangeiras da Rússia, as que se encontravam em bancos ocidentais, foram «congeladas», mas - na realidade - com a intenção de nunca mais as devolverem, pois a UE e os EUA têm estado a fazer planos para «reconstrução da Ucrânia», utilizando os fundos russos «congelados» (ou seja, roubados).
Naturalmente, surge agora a decisão de aumentar para o dobro a participação de ouro (de 20 para 40%) e de yuan (de 30% para 60%) permitidos para esse fundo soberano nacional da Rússia. Sem dúvida, os países hostis à Rússia não poderão esperar um qualquer interesse da Rússia em (continuar a) exportar energia (gás natural e petróleo) para eles. Terão de se abastecer junto de outros, no mercado internacional.
A estratégia deles, países ocidentais, querendo impor ao mundo um preço máximo sobre o petróleo, falhou redondamente com o «não» da Arábia Saudita e dos países da OPEP.


Mas, note-se, este desfecho inicia uma nova era, onde as economias dos dois blocos - euroasiático e «atlântico» - estão praticamente divorciadas, a própria China estando mais interessada em exportar para países seus amigos, do que para seus adversários geopolíticos que têm designado (oficialmente) a China como a principal ameaça.
Mesmo que a guerra russo-ucraniana acabe e se estabeleça num acordo de paz, é muito provável que se mantenha a partição entre o domínio do «yuan-ouro», ou seja, onde as notas de crédito em yuan (incluindo as de pagamento da energia) sejam convertíveis em ouro; e a «zona dólar», com os EUA e seus aliados anglo-saxões (Reino Unido, Austrália, Canadá Nova Zelândia), assim como a União Europeia (quase todos, membros da OTAN). Note-se que as zonas monetárias vão estar imbricadas: Existirão países no «Ocidente», que continuarão a ter boas relações com o Eixo Euroasiático, tais como o Brasil (membro dos BRICS), a Venezuela, a Argentina e outros da América Latina e Caraíbas. O mesmo, em relação a muitos países, antes tidos como pró-ocidentais, nos continentes Asiático e Africano. 
Por outro lado, do Extremo Oriente ao Médio Oriente, por maior que seja o crescimento do comércio com a China, através das Novas Rotas da Seda, muitos países quererão manter boas relações com os EUA e o Ocidente, aos níveis económico e militar (armamento, sistemas de defesa, treino de tropas e cooperação em informação e espionagem,...).
Note-se também, que o Mundo, no decurso da 1ª Guerra Fria, experimentou severas restrições ao comércio internacional. Mas, o nível de sanções agora atingido, é tal que a chamada globalização vai apenas ser uma memória do passado. Com o comércio internacional sendo severamente atingido, haverá necessariamente um empobrecimento global. Isso irá também afetar todos os países que pretendem manter-se neutrais.
Creio que vai durar e ser muito significativo, dentro do conjunto de decisões monetárias, económicas e de defesa, o efeito desta decisão do Fundo Nacional russo. Vai estender-se muito para além do ano de 2023, que agora começa.
A guerra entre a Ucrânia (apoiada pela OTAN) e a Rússia, é um momento infeliz e transitório desta guerra mundial híbrida (a IIIª Guerra Mundial). Porém, tudo indica que esta medida não é de simples retaliação, face às sanções massivas dos países ocidentais: Será antes um mudar definitivo de rumo da Rússia, não apenas em termos de política monetária, mas também económica e geoestratégica.