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terça-feira, 21 de novembro de 2023

MERGULHÁMOS NA BARBÁRIE, DE NOVO


Foto: Criança ferida é transportada para urgência do hospital Al-Shifa






Eu uso a expressão no título acima, não em termos metafóricos, mas literalmente. 

Com efeito, não há nada mais cruel e bárbaro do que a punição coletiva. É isso que governo e exército israelitas estão a fazer em Gaza e nos Territórios Ocupados, incluindo Jerusalém Este.  

Qualquer que seja a avaliação que se faça da ação do Hamas a 7 de Outubro, esta nunca pode ser justificação para o assassínio de mais de 10 mil civis, na sua maioria crianças, mulheres e idosos. O governo de Israel e quem o apoia, é que se colocam à margem da legalidade. Todos nós vemos, horrorizados, que estão a cometer crimes de guerra, «justificando-se» com um tecido de mentiras e de frases bíblicas (usadas fora de contexto, claro).

Se existe culpa coletiva, então o Ocidente é culpado:

A Grã-Bretanha, em primeiro lugar e os vencedores da  IIª Guerra Mundial, a França, a União Europeia, os Estados Unidos e Canadá. 

A Grã-Bretanha, produziu a declaração Balfour, em 1917: Foi negociada com o movimento sionista. Em troca, este devia exercer pressão para a entrada em guerra dos EUA, na 1ª Guerra Mundial. Durante o período entre as duas Guerras Mundiais, muitos judeus foram encorajados a emigrar para a Palestina, mas os autóctones, os palestinianos, não lhes era reconhecido o direito a terem a sua nação. Grupos terroristas judaicos, como a Irgun, fizeram ataques terroristas contra povoações palestinianas, com o objetivo de as expulsar de suas terras. A limpeza étnica e os atos terroristas continuaram depois da IIª Guerra Mundial e da proclamação do Estado de Israel, em 1948. As grandes potências vencedoras decretaram a «solução» dos Dois Estados, que não tinham real intenção de implementar. Os sucessivos governos israelitas, sabendo isso, continuaram a sua política de apartheid e de roubo de terras palestinianas, sem que houvesse real impedimento da parte da ONU. Israel deve ser o país com maior número de resoluções condenatórias na ONU, talvez com a exceção da África do Sul do tempo do apartheid. As guerras Israelo-Árabes de 67 e 73 foram pretexto para causar ainda mais miséria, com a ocupação dos territórios palestinianos. A população nos territórios ocupados tem sido sujeita a brutalidades, prisões arbitrárias, assassinatos pelo exército israelita ou por colonos, expulsão e arrasamento das suas casas, como «punição» por serem da família de membros da resistência. 

A França entregou a Israel a tecnologia necessária para construir bombas nucleares. Israel é uma potência nuclear que - hipocritamente - não o reconhece, só para não ter que se sujeitar a inspeções. 

Todos os anos, em quaisquer circunstâncias, Israel recebe ajuda dos EUA no valor de  3,5 biliões de dólares. É uma ajuda incondicional, portanto pode ser usada como eles entenderem.  Além disso, na situação presente, Biden fez aprovar pelo congresso dos EUA, uma ajuda extra de 40 biliões de dólares e enviou a frota americana para as costas de Israel. 

Se há culpa coletiva para os palestinianos, então também existe para os israelitas e também para todos o países ocidentais que apoiam, ativa ou passivamente, a criminalidade monstruosa do Estado de Israel.

Tenho um profundo desgosto por ver isto tudo. Ajoelho-me diante do povo mártir da Palestina. 

Não existe humanidade «A», humanidade «B», ou «C». É trágico e traz consequências de longo prazo, que a legalidade internacional, as leis humanitárias, as convenções de Genebra, etc., estejam a ser espezinhadas, com a conivência das autodesignadas «democracias». Cada vez mais, são vistas pela maioria da humanidade como um clube de ricos, com mentalidade colonialista e racista

Eu sei que muitas pessoas, nestes países ocidentais, não são egoístas. Estão a lutar para que acabe este horror e se abram vias para uma solução negociada.  Porém, se houvesse consciência suficiente e geral das populações no chamado «Ocidente», do grau de criminalidade do governo de Israel e dos governos que apoiam as políticas de Israel, as coisas não teriam chegado ao ponto desta tragédia. 

O Estado de Israel não é omnipotente: O que faz, sabe muito bem que pode fazê-lo, porque no Ocidente não existe coragem moral dos dirigentes para os obrigar a parar, muito menos de serem julgados como criminosos que são!

Há uma consequência global, para além do que está a acontecer em Israel/Palestina, neste momento:

Criou-se o precedente de que não existem condenação e medidas eficazes para parar um genocídio. Os Estados mais poderosos não estão preocupados com as resoluções da ONU, sequer. 

Amanhã, em qualquer ponto do globo, pode haver outro holocausto, semelhante ao que sofre - agora - o povo palestino. Pode ser no teu país, na tua cidade. Ninguém pode contar com as instâncias internacionais, que tinham o encargo de prevenir, minorar e acabar com  as guerras e os desastres humanitários: Nem a ONU e suas agências, nem o TPI  ou os governos hipócritas que têm a boca cheia da expressão «direitos humanos», mas o cérebro deles está corrompido.

Identifico-me com os ativistas, que em Nova Iorque, em Seul e noutros pontos, fizeram manifestações pela Palestina Livre e contra o Genocídio e Limpeza Étnica que o governo israelita está a levar a cabo. O vídeo mostra algumas dessas ações:


PS1: Abaixo, um sumário da cimeira virtual de emergência dos BRICS, incluindo os novos membros, sobre o genocídio em Gaza e as medidas a tomar (o texto francês tem tradução em inglês e espanhol)

https://www.voltairenet.org/article220045.html

PS2: Jonathan Cook denuncia a deliberada (e transparente) limpeza étnica do governo israelita em relação à população de Gaza, reproduzindo as táticas criminosas da 1ª Nakba, em 1948. Denuncia igualmente a falsa miopia dos órgãos de  informação ocidentais que recusam ver e reconhecer que se está perante um crime hediondo: https://www.jonathan-cook.net/2023-11-21/israel-goals-lies-1948-gaza/

PS3: O Dr. Gabor Maté é sobrevivente do Holocausto judaico, durante a IIª Guerra Mundial. Ele, como verdadeiro humanista, tem palavras justas e severas sobre os dirigentes ocidentais, que apoiam o genocídio e limpeza étnica dos palestinianos, que está realizando o governo e os militares de Israel. Mais uma prova de que ser-se antissionista não tem nada que ver com ser-se antissemita:

https://informationclearinghouse.blog/2023/11/22/the-darkest-thing-ive-seen-dr-gabor-mate-on-western-countries-supporting-israels-gaza-slaughter/

PS4: O ataque ao hospital Al-Shifa, pelas forças do exército de Israel, fez-se sabendo eles que o quartel-general do Hamas NÃO estava localizado por baixo do hospital: Leiam a importante descoberta feita por Consortium News, que invalida o motivo do exército ocupante israelita para atacar o hospital. Além disso, esta tática revela a criminalidade perversa dos responsáveis:
 «But something quite unexpected had happened during this new round of press stories on al-Shifa that completely demolished the entire IDF story line: the IDF had gained control of the real Hamas command and control center in an area where the Hamas leadership had previously had their above-ground offices in the Al Atatra neighborhood, in the extreme northwest of Beit Lahiya city, 8.5km away from al-Shifa.»

PS5: Caitlin Johnstone a propósito de dois pesos duas medidas, no seu esclarecedor artigo, afirma:

«Really “international law” does not exist in any meaningful way, which is why powerful governments always just ignore it while the people who are actually detained by the ICC are always from weaker nations (overwhelmingly African). Perhaps nothing better exemplifies this dynamic than the the US government’s American Service-Members’ Protection Act, better known as the Hague Invasion Act. This 2002 law authorizes the use of military force to liberate any US or US-allied military personnel from any ICC attempt to prosecute them for war crimes. “US-allied” would ostensibly include Israeli forces.»

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

ONU VOTA CONTRA OCUPAÇÕES ILEGAIS DE ISRAEL NA PALESTINA




Uma série de resoluções, num único dia, mostram a real imagem da comunidade internacional e quem está a bloquear a lei internacional e o direito humanitário: Os EUA ficaram isolados (só com os votos de Israel e de 4 neocolónias dos EUA, no Pacífico), de novo, em votações importantes na Assembleia Geral da ONU.
 

quarta-feira, 15 de novembro de 2023

PROPAGANDA 21 (nº20) «A BANALIDADE DA PROPAGANDA*»

 Patrick Lawrence, no seu recente artigo «A Banalidade da Propaganda» analisa os mecanismos pelos quais os poderosos transformam as palavras e as usam como instrumentos de ataque contra a inteligência dos seus súbditos, sem qualquer preocupação pela verdade, pela coerência, pela justiça. Os exageros e as inversões lógicas abundam nos discursos propagandísticos do poder. 

O exemplo mais recente, é o do poder de Estado de Israel, que nos quer fazer crer que as vítimas (os pobres civis esmagados e desfeitos pelas bombas israelitas) seriam, afinal, os «maus». O Chefe de Estado de Israel, Isaac Herzog, vai ao ponto de fabricar uma história envolvendo uma tradução árabe de «Mein Kampf» de Hitler** como tendo sido encontrada em Gaza, num esconderijo do Hamas! 

https://caitlinjohnstone.com.au/2023/11/15/theyre-just-insulting-our-intelligence-at-this-point/

Mas é preferível ler a história no artigo original, com o talento de Patrick Lawrence e os detalhes!

Pessoalmente, o que mais me impressionou, foi a justeza absoluta da reflexão de Hannah Arendt, judia e grande filósofa política, feita numa conversa em 1975, pouco tempo antes de morrer, com Roger Errera, um ativista da liberdade de expressão. As palavras deste diálogo são aplicáveis às situações que  enfrentamos hoje, cinquenta anos depois:

 “If everybody always lies to you,” she said to Roger Errera, “the consequence is not that you believe the lies, but rather that nobody believe anything any longer.” ***

As circunstâncias e acontecimentos presentes não podiam ser mais ilustrativos do que disse Hannah Arendt, há cinquenta anos!  

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*Nota 1: O título do artigo de Lawrence, na revista Consortium News, evoca o célebre livro de Hannah Arendt sobre o processo do nazi Eichmann, «A Banalidade do Mal».

**Nota 2: Livro escrito por Hitler na prisão «Mein Kampf» (A Minha Luta), tornou-se o principal instrumento de propaganda do nazismo.

***Nota 3: " Se toda a gente te mentir, a consequência não é que acredites nas mentiras, mas antes que ninguém acredite jamais em seja o que for."

terça-feira, 14 de novembro de 2023

GENOCÍDIO DE GAZA E HIPOCRISIA DAS AGÊNCIAS HUMANITÁRIAS


 Rania Khalek Dispatches

Craig Mokhiber trabalhou na ONU durante três décadas e demitiu-se do «Alto Comissariado para os Direitos Humanos», perante a incapacidade deste, de enfrentar o que designou como «um caso de genocídio muito claro e típico» 
.Este empreendimento de genocídio não começou agora, mas em 1948 ou antes (Al-Nakba), com assaltos terroristas e massacres pelo exército de Israel e pela organização sionista Irgun, a cidades e aldeias onde viviam palestinianos, forçando-os a fugir, para não serem massacrados. 

O documento oficial, desmascarado* recentemente por jornalistas israelitas corajosos, mostra que essencialmente o mesmo plano estava a ser implementado, agora. 
Na verdade, o racismo, a arrogância de Netanyahu e dos seus ministros de extrema-direita, estavam seguros antes, durante e depois do ataque do Hamas de 7 de Outubro passado.  A sua segurança baseia-se na cumplicidade do governo dos EUA e dos governos da Europa ocidental e na cobardia de alguns governos árabes.  Mas também, ajuízam que têm impunidade em relação à ONU e ao ICC, porque exercem chantagem e pressões sobre estas instituições e os indivíduos trabalhando nelas em postos de elevado nível. Mokhiber lembra, é obrigação da ONU prevenir um genocídio. Portanto, não se pode esperar que o genocídio tenha começado ou se efetive, para agir. 
Oiça Craig Mokhiber. 
(Para acompanhar melhor  a entrevista, pode clicar nas legendas automáticas.)

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PS1: Veja também o vídeo seguinte sobre o reconhecimento por membro do próprio governo de Israel que o objetivo é «limpeza étnica»:



Alastair Crooke, no seu recente artigo, sublinha a incoerência entre os objetivos oficiais do governo de Israel (derrotar o Hamas), e as ações levadas a cabo pelo exército: O ataque indiscriminado contra civis e destruição de infraestruturas essenciais para a sobrevivência da população.

terça-feira, 7 de novembro de 2023

SCOTT RITTER: ISRAEL ESTÁ A PERDER ESTA GUERRA

 Veja a entrevista com o militar dos EUA que participou em várias missões de fiscalização do desarmamento e que tem sido muito crítico da posição dos EUA. O seu ponto de vista é que o Hamas consegue uma vitória pelo facto de fazer mudar a paisagem geoestratégica mundial, em desfavor de Israel. Ele tem uma visão global, que poderá surpreender as pessoas que «engolem» a propaganda - disfarçada de notícias - na media corporativa. 



PS1: Erdogan, presidente da Turquia país membro da OTAN, afirma que Israel é um Estado Terrorista

domingo, 5 de novembro de 2023

OPINIÃO PÚBLICA MUNDIAL CONDENA GENOCÍDIO EM GAZA [CRÓNICA (Nº22) DA IIIª GUERRA MUNDIAL]

 A opinião pública, em países muçulmanos e árabes, está tradicionalmente ao lado da resistência palestina. A dos países não submetidos à hegemonia dos EUA, tem recebido informação não filtrada sobre as atrocidades cometidas por Israel. Apenas a ocidental tem sido regada com narrativas horripilantes e falsas, sobre as ações do Hamas, pela media ocidental, no mais puro estilo «propaganda de guerra».

https://www.aljazeera.com/news/2023/10/28/protesters-shut-new-yorks-grand-central-station-demanding-gaza-ceasefire

Na ONU, muito embora esteja, em muitos planos, sujeita  ao Ocidente e aos EUA, vozes se levantam que não podem deixar de condenar os crimes patentes do exército de Israel contra populações civis, crimes continuados durante o cerco de mais de 16 anos a Gaza, agravados agora, com uma ofensiva de bombardeamento aéreo, que alveja estruturas civis, hospitais, igrejas, mesquitas, centros de acolhimento de refugiados das Nações Unidas. 

Os que erigiram o sionismo em doutrina de Estado estão a ter uma «vitória de Pirro». Como dizia Alexander Mercouris, o tempo joga contra os israelitas. Quanto mais tempo a resistência dos grupos armados dentro de Gaza (não apenas do Hamas, Jihad Islâmica e outros) durar, mais baixas haverá nos soldados israelitas, mais vozes se levantarão em Israel para parar esta guerra, mais o governo sionista de Netanyahu ficará isolado diplomaticamente. 

Com efeito, os sionistas, ao escolherem agir de modo genocida, fizeram uma jogada muito arriscada. Ela só se explica pelo seu sentimento de «superioridade racial», sua húbris, e pelo convencimento de que teriam apoio dos ocidentais, fizessem o que fizessem.  

A guerra em Gaza e nos territórios ocupados não irá acalmar-se tão cedo, porque os EUA têm sistematicamente vetado na ONU qualquer resolução exigindo um cessar-fogo. Mas, com ano eleitoral próximo, o genocídio apoiado plenamente pelo Presidente e governo dos EUA, não pode agradar ao eleitorado. Há pouco tempo, um numeroso grupo de judeus religiosos manifestou-se em Nova Iorque, ocupando transitoriamente a Estação Central (ver foto acima). Os judeus religiosos são contra a existência do Estado de Israel e têm manifestado solidariedade não fingida com as populações palestinianas.

O governo conservador britânico faz leis decretando a equivalência entre anti-sionismo e anti-semitismo. Porém, a falácia - já patente para quem está bem informado - salta agora à vista de todos.

Os governos ocidentais estão com Israel, numa campanha genocida sem precedentes no século XXI. De qualquer maneira, cidadãos com um mínimo de «decência humana», qualquer que seja a sua posição política, repudiam o castigo coletivo bárbaro e cruel, que se abate sobre mulheres, crianças e velhos. Já morreram mais de 9 mil civis em Gaza, dos quais, pelo menos 3 mil crianças. 

Eu temo que judeus e ocidentais inocentes sofram agressões e humilhações em países que não são o «Ocidente», nem alinhados com o Ocidente. Não me surpreenderia. Tudo desemboca no alargamento da intolerância e do fanatismo. Globalmente, aumenta a possibilidade  de uma guerra mundial total, em todas as frentes. Até agora, a IIIª Guerra Mundial tem sido «jogada»* em palcos regionais (Ucrânia-Rússia; Israel- Árabes ). 

Note-se que o único fator que impede maior inflamar das hostilidades é a existência de arsenais nucleares nas mãos de potências adversas umas das outras. É um paradoxo. 

Embora haja grande violência em Gaza, nos Territórios da Cisjordânia e na Ucrânia, não se assiste (por enquanto) a novos grandes fogos. Assiste-se, sobretudo, ao inflamar da retórica, às declarações incendiárias, à propaganda de guerra, protagonizada pela media corporativa, etc.  Não apenas «numa guerra, a primeira baixa é a verdade», como «na preparação duma guerra em grande escala, a  propaganda dos media faz uma barragem de tiro de artilharia pesada para enfraquecer o moral do campo inimigo e - principalmente- forçar a adesão ao seu próprio campo».

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(*) Considero que a IIIª Guerra Mundial já começou há bastante tempo, pois as ações observadas são de natureza mista: militares, subversão de governos, embargos, sanções económicas, diplomáticas, etc.

PS1: A Turquia de Erdogan é provável «baixa» na nova guerra «de proxi» que os países da OTAN estão a levar a cabo, ao lado de Israel. Veja as declarações do presidente turco: https://www.zerohedge.com/geopolitical/turkey-recalls-ambassador-israel-holds-netanyahu-personally-responsible-gaza

PS2: Veja foto de uma das manifestações que têm ocorrido em Washington:



Cimeira dos Países Muçulmanos aqui:




(13/11/2023) As vítimas civis israelitas em 07 de Outubro, devem ter sido causadas em grande maioria pelo próprio exército israelita. Acumulam-se evidências de corpos calcinados junto de parque de estacionamento do local o festival que não podiam ser causados pelo Hamas que só transportava armas ligeiras. Os próprios pilotos de helicópteros disseram que dispararam contra tudo o que mexesse, porque era impossível distinguir os fugitivos, dos militantes do Hamas. Portanto, mesmo a media mais conservadora, agora reconhece que muitos israelitas morreram por fogo do IDF (exército de Israel) :




domingo, 29 de outubro de 2023

EUA votam na ONU contra cessar-fogo em Gaza, contra a vasta maioria dos países


O vídeo de Ben Norton (Geopolitical Economy Report) explica as relações de vários países e as razões porque votaram duma maneira ou doutra. 

O essencial, é que o direito humanitário está completamente posto em causa, o que mostra a decadência dos EUA e dos países que estão na sua órbita.

Como tenho vindo a sublinhar, a agressividade acrescida dos EUA e da Europa Ocidental são a marca do desespero, de saberem que nada - perante esta situação económica e financeira - poderão fazer. Com efeito, puseram-se a si próprios dentro de uma armadilha, da qual não têm saída possível: A impressão monetária sem limites, para custear despesas militares e manter os lucros da casta bilionária, tem um preço. A  desvalorização acelerada das divisas desses países é o corolário do crescimento exponencial da dívida. 

Perante este cenário, os governantes provocam ou intensificam conflitos, na esperança de que a guerra distraia o povo das faltas cometidas por eles.


PS1: Uma análise da estratégia dos sionistas/neocons que, de tão precisa e rigorosa, me deu frio na espinha:

https://informationclearinghouse.blog/2023/10/30/nakba-2-0-revives-the-neocon-wars/

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

[CRÓNICA(Nº20) DA IIIª GUERRA MUNDIAL] PARA SABERES O QUE NOS TENTAM OCULTAR!

Será inútil sublinhar aos meus leitores habituais a relevância de John Helmer, o jornalista correspondente em Moscovo: Ele escreve o blog «Dances With Bears». Nele, consegue dar-nos conta duma série de dados censurados ou menorizados pela media corporativa, sempre pronta a vozear o ponto de vista de Israel e dos EUA e dos seus fantoches da OTAN. 

Pessoalmente, sem a leitura do referido blog, pouco conseguiria saber sobre este campo de batalha decisivo, sobre a resistência palestiniana unificada, sobre as potências árabes e muçulmanas do Médio-Oriente e sobre as dificuldades militares e económicas que enfrenta Israel.

Acima, vídeo de Hindustan Times, do ataque de foguetes do Hamas ao aeroporto de Tel Aviv há duas semanas atrás

A crónica que está no link abaixo tem imenso valor informativo. Lendo-a, percebo (pelo contraste ...) a manipulação mediática ocidental, a constante mentira por omissão ou contando histórias totalmente fabricadas e destinadas a criar um sentimento de ódio contra os palestinianos. Já não me espanta que a opinião pública dos países ocidentais seja manipulada a considerar que o carrasco é a vítima, e a vítima é o carrasco. É a fabricação do consenso, assim como da própria «realidade»!

Leiam John Helmer!

 https://johnhelmer.net/the-gods-are-going-against-the-chosen-people-mammon-against-israel-mars-against-the-pentagon/#more-88742

terça-feira, 24 de outubro de 2023

[CRÓNICA(Nº19) DA IIIª GUERRA MUNDIAL] A GUERRA VISTA POR OUTRO ÂNGULO

                    Foto: Intenso bombardeamento de Gaza City pela aviação israelita

CONTRASTE ENTRE DINÂMICAS DE DESENVOLVIMENTO E DE GUERRA 

 Na semana passada, o  Fórum das Novas Rotas da Seda em Pequim incluiu - para a integração Euroasiática - investimentos totalizando cerca de 100 biliões de dólares em projetos para novas infraestruturas e para desenvolvimento.

Há dois dias, o presidente Biden apresentou ao Congresso um projeto, votado por unanimidade, consistindo em ajuda militar totalizando mais de cem biliões de dólares, cerca de 60 biliões para  Ucrânia (para comprar mais armas), e para Israel uns 40 biliões (sobretudo para compra de força aérea e mísseis ).

As motivações das águias e falcões imperiais são transparentes, como aponta Pepe Escobar, no seu mais recente artigo.


PARECE-ME FATAL QUE ESTA GUERRA SE GENERALIZE A VÁRIOS VIZINHOS DE ISRAEL. 

Pois a questão central que se coloca é que nenhum muçulmano, seja qual for a sua tendência política, religiosa ou sua nação pode ver tranquilamente a aniquilação de um povo irmão (muçulmano) indefeso em Gaza, sem ficar tremendamente indignado e desejoso de vingança. Os que governam os países árabes da região podem não ser muito ardentes defensores da causa palestiniana, mas se não se mostrarem em sintonia com as massas, podem ter, internamente, que enfrentar uma rebelião. O presidente Erdogan da Turquia está ciente disso, ele sabe que o povo não esqueceu a afronta feita em 2008, com o assassinato de civis turcos, num barco destinado a entregar ajuda humanitária  a Gaza, brutalmente atacado pela marinha guarda-costeira israelita. A marinha de guerra turca está posicionada perto de Israel, ao largo de Chipre.

Seja qual for o desenrolar desta guerra assimétrica Israel-Palestina, o certo é que o campo pró-palestiniano está reforçado como nunca,  inclusive, as simpatias pelo Hamas cresceram muito. Este movimento está a conseguir efetuar  a reunificação de toda a resistência palestiniana.


PROPAGANDA DE GUERRA DO OCIDENTE 

A propaganda do Ocidente, tanto as narrativas do governo dos EUA e de governos seus vassalos, como as duma media prostituída aos poderosos, não deixa que a real complexidade da situação político-militar seja perceptível pelo público, em geral. É preciso ir á procura ativa de fontes não alinhadas com o «globalistão», para se perceber quais as cartas possuídas pelos diversos intervenientes. As mentiras repetidas das autoridades de Israel deveriam fazer com que os jornalistas ocidentais olhassem com sentido crítico as suas histórias. Mas, pelo contrário, transcrevem acriticamente essas mentiras, nunca as confrontando com factos do terreno. Esta atitude da media é semelhante às sucessivas «notícias», segundo as quais as forças ucranianas estavam prestes a causar tremenda derrota no exército russo. Isto foi dito e redito, tantas vezes e de forma obviamente enganosa. O resultado, quando a realidade veio deitar por terra tais narrativas, foi que muitas pessoas acordaram para a natureza da media de massas.


JOGO PERIGOSO DO OCIDENTE

O jogo do «Ocidente coletivo» além de nojento - porque não se importa que as forças armadas de Israel anunciem e cometam um genocídio perante o olhar do Mundo inteiro - tem uma vertente de irresponsabilidade inquietante, pois assopra nas brasas quentes da destruição de Gaza, parecendo que o seu objetivo é o de causar uma guerra regional, com possibilidade de evoluir rapidamente para uma guerra generalizada. Pensam que assim, poderão obter a dominância total e definitiva do Ocidente sobre o resto do Mundo!  

Se os políticos no poder, nos países ocidentais, fossem sujeitos à crítica livre e esclarecida, não poderiam manter-se no poder. Por isso, a matança dum povo tem de ser recoberta de um manto de mentiras!


PS1: Mecanismo de propaganda de guerra e de lavagem ao cérebro:

A media corporativa, unanimemente, toma posição a favor de Israel. Basta ler os títulos, em que sistematicamente classifica o conflito como «Guerra Israel -Hamas». Este é seu modo hipócrita de colocar a situação, escondendo a vontade (e os atos) de genocídio anti- árabe, por parte dos sionistas, desde antes de 1948. 

Habilmente, deslocam o problema, como se fosse a questão do «Hamas, organização terrorista» que estivesse em causa, quando é o próprio Estado, Governo e Forças Armadas de Israel que (coletivamente) cometem atos terroristas, criminosos e estão a exterminar civis inocentes na Faixa de Gaza. 

PS2: Uma lição esclarecedora do Coronel US Douglas Macgregor: 

https://www.youtube.com/watch?v=00frv5blaXM


PS3: Leia como um jornal dito «de esquerda» faz censura despudorada sobre a questão Palestiniana

https://www.globalresearch.ca/surge-suppression-how-guardian-applies-censorship/5837810


domingo, 22 de outubro de 2023

[CRÓNICA (nº18) DA IIIª GUERRA MUNDIAL] JOHN HELMER ANALISA CONFLITO ISRAEL/PALESTINA


O público parece estar completamente ignorante das manobras e preparativos que só podem significar que os diferentes atores estão a posicionar-se para uma guerra. 

De acordo com John Helmer, a situação presente no terreno do conflito Árabe/Israel:

Current battlefield situation

13. On the Gaza front, Hamas has fought the IDF to a standstill outside the Gaza border wall. The Israel Air Force has dropped about 4,000 tonnes of bombs per week, 8,000 tonnes to October 21; that is more than the US Air Force dropped on Afghanistan in the peak year of 2019.   More than 3,500 Palestinians have been killed so far, including at least 1,030 children  and hundreds of family units; more than 12,500 people have been injured, one million Palestinians displaced, and thousands of homes destroyed. About 1,200 are missing believed to be trapped under the rubble. The Israeli and US government record, reported by the Institute for the Study of War (ISW) in Washington, documents the continuing firing from Gaza into Israeli territory in what the ISW calls its “Iran updates”.   A prolonged IDF siege threatens to kill several hundred thousand Palestinians by starvation, dehydration, disease, and a combination of artillery and aerial bombardment,  while leaving the Hamas forces relatively unscathed and waiting to inflict a higher rate of casualties on the IDF than it has ever experienced.   

14. On the northern front across the Lebanon border, there have been exchanges of missile, drone, anti-tank rocket, artillery, and mortar fire between the IDF and Hezbollah. There have been casualties on both sides. Border settlements on the Israeli side have been evacuated to the south. For a summary of the ISW reports favouring Israel, read this;    For maps and summaries of military action as of October 20 on the Gaza and northern fronts, as well as the Golan and West Bank, click to open.

Incident map on the northern front between October 12 and 17; source:  https://www.washingtonpost.com/


15. US forces on the Jordan front. The Israeli press has been reporting some details of USAF reinforcements at the Muwaffaq Salti Air Base in the northeastern corner of Jordan and possible Marine deployments in Jordan.  Whether the Marines will be moved to defend the Al-Tanf base on the Syrian side of the border, 230 kilometres northeast of Muwaffaq Salti, isn’t known.


Top, right – the US airbase at Muwaffaq Salti; source: https://twitter.com/
According to an Israeli report, “a squadron of U.S. F-15E Strike Eagle bombers based in Britain was deployed over the weekend at the Muwaffaq Salti Air Base east of the Jordanian capital of Amman. Another squadron of A-10 attack aircraft has also been deployed there.”  Bottom, the location of Al-Tanf in Syria across the Jordanian and Iraqi borders.

16. Russian and Chinese navy deployments. The Russian fleet based at Tartous, Syria, is at sea, as reported here.   At the moment, there are as many, possibly more Chinese vessels of the 44th Naval Escort Task Force in the Persian Gulf.   The anti-surface, anti-submarine, and anti-air missile capabilities of the Type-052D destroyer can be followed here,  and of the Type-054A frigate here.  For the time being, the significance of this Chinese screen to deter a US-Israeli missile and aircraft attack on Iran has been missed in the western press and by Russian military reporters.


 Bottom: the Chinese Defense Ministry announcement of the arrival of the destroyer Zibo and frigate Jingzhou at Kuwait on October 19.  

Armageddon strategy
17. US Afghanistan War veteran: “Suppose Israel and the US understand they are facing an existential survival future in which they must combat swarm attacks on three or four fronts — Gaza/Hamas, North/Hezbollah, Golan/Syria/Iran, and West Bank/Jordan, and they calculate the Arabs have at least a 30 to 60–day arms supply in stock, do they calculate they can withstand a multi-front offensive for enough time, resupplied by air from the US? If they calculate that they can withstand a 30-day multi-directional swarm, they must understand that, at a minimum, Israel’s infrastructure and economy will be ruined. In a scenario like that, even if they ‘win’, they lose. In terms of airlifting and shipping supplies, we’ve already seen that the Arabs can hit Israeli military and civilian airfields, airports and seaports. Defending Israeli infrastructure with their air defence capability is the main mission of the strike groups the US is deploying in the eastern Mediterranean and in the Red Sea.

According to the Pentagon on October 19,  the USS Carney, a part of the USS Gerald Ford group, had transited into the Red Sea through the Suez Canal the day before and was in the northern Red Sea when it intercepted three land attack cruise missiles and several drones.

Western societies like Israel cannot function without solid, reliable, electrical power and communications services. We can be certain that power generation, transmission and distribution will be targeted by the Arabs non-stop. The cell towers and central communications centres will be too.”

18. Moscow source. “When does the threat to Israel become so dire, they go nuclear, and when they do, against what targets will they fire – Hamas, Beirut, Damascus, Teheran?*  The US won’t accept a Palestinian state so the only option left for the Palestinians, Arabs, Iranians, possibly Turks is to fight with this new kind of warfare whose objective is to cut into the flesh and bones of the Israeli adversary, and make life in that state unviable. Without a Palestinian homeland, all of Israel and the Arab territories become a battlefield. The IDF options then shrink to two – carpet bombing and mass killing of the civilian population centres on all fronts at once. If that isn’t sustainable or effective for the Israeli-American purpose, then option 2 is to attack Lebanon, Syria and Iran to stop the flow of reinforcements. But that’s regional war, and it can only be conducted by the Israelis with full US military participation. This becomes nuclear very quickly because President Putin has already placed the Kinzhal missiles in range of the US carrier fleet in the eastern Mediterranean, and the Chinese have installed their screen to protect Iran. It’s obvious that the race hatred policies of Biden and Netanyahu, and their belief that God has chosen them both as destroyers for their people, lead to the final, nuclear weapons solution. The Russians and Chinese can maximise their limited military projection by deterring, or if need be pre-empting a nuclear attack on the Arab cities or Teheran. For this to work, the Russians and the Chinese need to say more – loudly so there’s no mistaking what they mean.”

[*] In 1983, in conversation with his General Staff, Iraq’s President Saddam Hussein said: “the Iraqis would be able to withstand three years of fighting in a war. However, the Israelis cannot withstand one year of fighting in a war.” In April 1990 Hussein was hosting Yasser Arafat of the PLO in Baghdad. “[Israel] has 240 nuclear warheads, 12 out of them for each Arab capital,” Arafat said. Saddam replied: “I say this and I am very calm and wearing a civilian suit [everyone laughs]. But I say this so that we can get ready at this level.” Quoted in The Jackals’ Wedding, page 16.


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Manifs em várias capitais europeias contra o genocídio dos palestinianos pelas forças israelitas. Abaixo um vídeo sobre a manif em Londres (mais de 100 mil manifestantes):


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Ver a entrevista de Amin Maalouf ao «Le Monde» na ocasião da sua eleição à Académie Française.

PS:
24/10/2023: Se os meus maiores receios se concretizarem, haverá um massacre/genocídio total em Gaza, enquanto os «ocidentais», muito democraticamente, aplaudem a «única democracia no Médio-Oriente». Também os maiores inimigos de Israel na região, em termos militares (o Hezbollah e o Irão), não vão concretizar suas ameaças, porque Netanayahu os ameaçou com a bomba nuclear: Eles sabem que ele é capaz de concretizar a ameaça.
Temo, portanto, que vá concretizar-se o genocídio - a sangue frio - dumas centenas de milhares de inocentes em Gaza, sob o olhar indiferente, assustado, ou divertido, dos que teriam possibilidade de obrigar o governo de Israel a recuar. Segundo informação credível, já 2000 crianças morreram, em Gaza, sob as bombas israelitas.

Consultem: 


quarta-feira, 18 de outubro de 2023

CENÁRIO PLAUSÍVEL PARA UMA IIIª GUERRA MUNDIAL


Albert Einstein é bem conhecido como um grande físico teórico, pai da Teoria da Relatividade. Poucas pessoas, no entanto, sabem que ele foi socialista revolucionário e pacifista*

Tenho feito uma análise frequente das relações internacionais, dos aspetos militares das mesmas, aos económicos e diplomáticos. Tenho avisado em várias ocasiões, que o Mundo tem estado a encaminhar-se (não por fatalidade, mas por loucura de certos dirigentes) para uma nova confrontação. A dinâmica dessa confrontação já se tornara patente, em múltiplos aspetos. Somente não viam esta situação, as pessoas demasiado condicionadas pela propaganda dos media (máquinas de propaganda, disfarçadas de órgãos de informação).

A propaganda já não chega - agora - para ocultar a situação. Porque estamos em grave risco de assistir ao desencadear dum confronto generalizado, como na Primeira Guerra Mundial. Nessa época, pelo jogo das alianças, a agressão contra um país, implicava declarações de guerra de todo um conjunto doutras potências. 

Assim como nesse tempo, hoje, pode acontecer que um ataque contra a Síria, por Israel (como tem havido nestes últimos dias) receba resposta. Neste caso, o Hezbollah, o Irão e, na retaguarda, a Rússia, estarão do lado sírio, assim como a população palestiniana. Os israelitas serão apoiados pelos EUA e pela OTAN, mesmo que não seja a OTAN formalmente, enquanto organização.

Temos assim o cenário deliberado, claramente provocatório, com os ataques de Israel contra os aeroportos sírios de Damasco e Alepo.

Israel procura envolver diretamente os EUA no conflito. Mas o envolvimento direto dos EUA vai atingir interesses geoestratégicos vitais da Rússia e do Irão. Será impossível, nesse caso, eles não defenderem a Síria e não se defenderem a si próprios. 

Pode parecer loucura haver um governo apostado em desencadear eventos cataclísmicos. Mas Netanyahu e a extrema-direita sionista em Israel, têm demonstrado serem capazes de tudo para se manterem no poder.

Um confronto direto entre os dois grandes blocos, significa, a termo, uma escalada ainda maior, com o risco de utilização de arma nuclear. Logo que esta seja usada por um dos lados, o outro irá desencadear um contra-ataque nuclear. Provavelmente, será o fim da civilização humana.

*Como dizia Einstein «Não sei como será exatamente a IIIª Guerra Mundial, mas a 4ª Guerra, se ela vier a acontecer, será - com certeza - combatida com paus e pedras»

PS1: A recusa de vários países árabes (Jordânia, Autoridade Palestiniana, Egipto, Arábia Saudita) em receber Biden, depois de terem tratado o Secretário de Estado Blinken (nos EUA, secretário de Estado equivale a ministro dos negócios estrangeiros) muito friamente, mostra que a diplomacia dos EUA não é tomada a sério, que falhou completamente em relação aos árabes. Estes, provavelmente irão acolher os serviços de Putin e/ou de Xi, para intermediação no conflito Israelo-Árabe. 

Os neocon nos EUA, que dominam a política externa e de defesa, empurram constantemente para políticas de confronto e provocação com outras potências rivais.

terça-feira, 17 de outubro de 2023

FIM AO GENOCÍDIO EM GAZA

Ataque da força aérea israelita a hospital em Gaza fez cerca de 500 vítimas



Foto retirada de https://consortiumnews.com/2023/10/17/israels-official-ethnic-cleansing-program/

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COMUNICADO de Movimento Anti-Racista 

<movimento.antiracista@gmail.com>


Estamos a assistir a um genocídio. Durante esta semana, o regime sionista deu mais um passo em frente no seu plano de completa destruição de Gaza. O povo palestiniano vem-no dizendo há muitas décadas, e revisitando a definição de genocídio que o artigo 6º do Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional oferece, é impossível negá-lo. Raz Segal, historiador israelita e professor de estudos do holocausto e genocídio na Universidade de Estocolmo, afirma que “o ataque a Gaza pode ser entendido [...] como um caso clássico de genocídio a desenrolar-se à frente dos nossos olhos.”

Desde o passado sábado, o governo israelita tem prometido dizimar toda uma região com mais de 2 milhões de pessoas, onde metade são crianças, como punição coletiva em resposta às ações do Hamas (o que, também diz o direito internacional, é um crime de guerra). Na segunda-feira, 9 de outubro, o ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, anunciou que o seu governo iria impor um cerco total em Gaza – “sem eletricidade, sem comida, sem água, sem gás. Tudo fechado.” Já as bombas continuam a cair. Na passada quinta-feira, o governo sionista afirmou que, em seis dias, largou cerca de 6.000 bombas em Gaza. Para comparação, o número de bombas máximo lançadas num ano na guerra do Afeganistão foi um pouco acima de 7.423; durante toda a guerra na Líbia, a NATO confirmou ter mandado cerca de 7.600.

É difícil estimar com certeza números de mortes durante uma carnificina como a que se assiste mas, até à tarde de 15 de outubro, o Ministério da Saúde Palestiniano confirma o assassinato de mais de 2600 pessoas na Faixa de Gaza. Segundo a organização de direitos de crianças palestiniana Defence for Children International, mais de 700 são crianças. Cerca de um milhão de pessoas palestinianas perderam ou tiveram de abandonar as suas casas. Mais de 12 jornalistas foram assassinados em Gaza durante esta semana. A Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou também que 14 dos seus trabalhadores foram mortos, e cinco da Cruz Vermelha.

O exército sionista bombardeou a Universidade Islâmica de Gaza, mesquitas, hospitais, escolas – incluindo das Nações Unidas – campos de refugiados, a passagem de Rafah, onde centenas de pessoas palestinianas tentavam atravessar a fronteira com o Egipto — e impedindo a entrada de ajuda humanitária –, redações de órgãos de comunicação social, e inteiros quarteirões de prédios residenciais e pequenos negócios. A Human Rights Watch confirma o uso de fósforo branco por parte do exército, proibido em áreas de grande densidade populacional.

Na quarta-feira, dia 11, a única central elétrica de toda a Faixa de Gaza ficou sem energia. Desde então, profissionais de saúde dependem de geradores para prestar cuidados, incluindo cuidados intensivos e salas de operações.

Ontem, o Estado israelita avisou a ONU que teriam 24 horas para evacuar mais de um milhão de pessoas que vivem no Norte de Gaza. A ONU considerou o ultimato “impossível” de executar, a Organização Mundial de Saúde alerta que é uma “sentença de morte” para todos os pacientes vulneráveis em hospitais. Várias famílias abrem caminho entre destroços e estradas cortadas para se refugiarem no sul, sem fazerem ideia se será seguro ou não (há, neste momento, vários relatos de ataques israelitas contra quem procura fazer esse percurso). Outras organizações, como a Crescente Vermelha, decidem ficar: "Apesar das ameaças da ocupação de bombardear, a decisão foi tomada. Não partimos e não partiremos. Os nossos profissionais de saúde continuarão a desempenhar suas tarefas humanitárias. Não deixaremos as pessoas enfrentarem a morte sozinhas." Também a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) recusa-se a evacuar as escolas onde milhares de pessoas se encontram refugiadas. Algumas pessoas procuraram refúgio fora das suas casas, numa repetição da Nakba, mas estima-se que a maioria das habitantes do Norte de Gaza também tenha decidido ficar.

E, enquanto tudo isto acontece, Estados e instituições europeias e portuguesas solidarizaram-se exclusivamente com um Estado colonial que pratica uma limpeza étnica a todo um povo, enquanto avança um regime de Apartheid na Palestina denunciado pelo povo palestiniano há décadas e reconhecido por organizações internacionais como a Human Rights Watch e a Amnistia Internacional . O primeiro-ministro, António Costa, a presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, foram rápidas a oferecer a sua solidariedade e apoio às vítimas Israelitas, afirmando que “a Europa está ao lado de Israel e do seu povo.” A Câmara Municipal de Lisboa hasteou uma bandeira israelita; a Câmara Municipal do Porto iluminou-se com as cores da sua bandeira; o Parlamento português, assim como o Parlamento europeu, também. Estas ações equivalem a uma carta branca para Israel executar a carnificina anunciada.

Apelamos a uma urgente pressão política que impeça o Estado israelita de continuar a cometer genocídio contra a população de Gaza: exigimos imediatamente um cessar dos ataques do Estado israelita, a entrada de ajuda humanitária em Gaza, proteção da ONU para os palestinianos em Gaza e um embargo de armas ao regime sionista. A nossa posição é clara: este genocídio, a decorrer com a conivência e apoio financeiro da Europa, não é feito em nosso nome.

Assinam este texto:

A Coletiva

Alvorada | Nova Medical School

Associação de Combate à Precariedade - Precários Inflexíveis

Alkantara Associação Cultural

Associação Habita

As Feministas.pt

Bloque Nacionalista Galego - Assembleia de Portugal

Casa é Um Direito

CIDAC

Chão das Lutas

Coletivo Andorinha - Frente Democrática Brasileira em Lisboa

Colectivo de Solidariedade Mumia Abu-Jamal

Colectivo Humans Before Borders

Coletivo pela Libertação da Palestina

Colombina Clandestina

Comité de Solidariedade com a Palestina

Consciência Negra

Cooperativa Mula

Disgraça

Espaço Alkantara

Fado Bicha

Jornal MAPA

KILOMBO – Plataforma de Intervenção Anti-Racista

Manas

MAR - Movimento Anti-Racista

Mbongi67

Mulheres Negras Escurecidas (MNE)

Nossa Fonte - Associação de Intervenção e Difusão Cultural

Palestina em Portugal

Plataforma de Solidariedade com os Povos do Curdistão

Plataforma Gueto

PENHASCO

Por Todas Nós

Revista ECOSSOCIALISMO

Sindicato dos Trabalhadores de Call Center

Sirigaita

Stop Despejos

Zona Franca nos Anjos