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domingo, 5 de novembro de 2023

OPINIÃO PÚBLICA MUNDIAL CONDENA GENOCÍDIO EM GAZA [CRÓNICA (Nº22) DA IIIª GUERRA MUNDIAL]

 A opinião pública, em países muçulmanos e árabes, está tradicionalmente ao lado da resistência palestina. A dos países não submetidos à hegemonia dos EUA, tem recebido informação não filtrada sobre as atrocidades cometidas por Israel. Apenas a ocidental tem sido regada com narrativas horripilantes e falsas, sobre as ações do Hamas, pela media ocidental, no mais puro estilo «propaganda de guerra».

https://www.aljazeera.com/news/2023/10/28/protesters-shut-new-yorks-grand-central-station-demanding-gaza-ceasefire

Na ONU, muito embora esteja, em muitos planos, sujeita  ao Ocidente e aos EUA, vozes se levantam que não podem deixar de condenar os crimes patentes do exército de Israel contra populações civis, crimes continuados durante o cerco de mais de 16 anos a Gaza, agravados agora, com uma ofensiva de bombardeamento aéreo, que alveja estruturas civis, hospitais, igrejas, mesquitas, centros de acolhimento de refugiados das Nações Unidas. 

Os que erigiram o sionismo em doutrina de Estado estão a ter uma «vitória de Pirro». Como dizia Alexander Mercouris, o tempo joga contra os israelitas. Quanto mais tempo a resistência dos grupos armados dentro de Gaza (não apenas do Hamas, Jihad Islâmica e outros) durar, mais baixas haverá nos soldados israelitas, mais vozes se levantarão em Israel para parar esta guerra, mais o governo sionista de Netanyahu ficará isolado diplomaticamente. 

Com efeito, os sionistas, ao escolherem agir de modo genocida, fizeram uma jogada muito arriscada. Ela só se explica pelo seu sentimento de «superioridade racial», sua húbris, e pelo convencimento de que teriam apoio dos ocidentais, fizessem o que fizessem.  

A guerra em Gaza e nos territórios ocupados não irá acalmar-se tão cedo, porque os EUA têm sistematicamente vetado na ONU qualquer resolução exigindo um cessar-fogo. Mas, com ano eleitoral próximo, o genocídio apoiado plenamente pelo Presidente e governo dos EUA, não pode agradar ao eleitorado. Há pouco tempo, um numeroso grupo de judeus religiosos manifestou-se em Nova Iorque, ocupando transitoriamente a Estação Central (ver foto acima). Os judeus religiosos são contra a existência do Estado de Israel e têm manifestado solidariedade não fingida com as populações palestinianas.

O governo conservador britânico faz leis decretando a equivalência entre anti-sionismo e anti-semitismo. Porém, a falácia - já patente para quem está bem informado - salta agora à vista de todos.

Os governos ocidentais estão com Israel, numa campanha genocida sem precedentes no século XXI. De qualquer maneira, cidadãos com um mínimo de «decência humana», qualquer que seja a sua posição política, repudiam o castigo coletivo bárbaro e cruel, que se abate sobre mulheres, crianças e velhos. Já morreram mais de 9 mil civis em Gaza, dos quais, pelo menos 3 mil crianças. 

Eu temo que judeus e ocidentais inocentes sofram agressões e humilhações em países que não são o «Ocidente», nem alinhados com o Ocidente. Não me surpreenderia. Tudo desemboca no alargamento da intolerância e do fanatismo. Globalmente, aumenta a possibilidade  de uma guerra mundial total, em todas as frentes. Até agora, a IIIª Guerra Mundial tem sido «jogada»* em palcos regionais (Ucrânia-Rússia; Israel- Árabes ). 

Note-se que o único fator que impede maior inflamar das hostilidades é a existência de arsenais nucleares nas mãos de potências adversas umas das outras. É um paradoxo. 

Embora haja grande violência em Gaza, nos Territórios da Cisjordânia e na Ucrânia, não se assiste (por enquanto) a novos grandes fogos. Assiste-se, sobretudo, ao inflamar da retórica, às declarações incendiárias, à propaganda de guerra, protagonizada pela media corporativa, etc.  Não apenas «numa guerra, a primeira baixa é a verdade», como «na preparação duma guerra em grande escala, a  propaganda dos media faz uma barragem de tiro de artilharia pesada para enfraquecer o moral do campo inimigo e - principalmente- forçar a adesão ao seu próprio campo».

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(*) Considero que a IIIª Guerra Mundial já começou há bastante tempo, pois as ações observadas são de natureza mista: militares, subversão de governos, embargos, sanções económicas, diplomáticas, etc.

PS1: A Turquia de Erdogan é provável «baixa» na nova guerra «de proxi» que os países da OTAN estão a levar a cabo, ao lado de Israel. Veja as declarações do presidente turco: https://www.zerohedge.com/geopolitical/turkey-recalls-ambassador-israel-holds-netanyahu-personally-responsible-gaza

PS2: Veja foto de uma das manifestações que têm ocorrido em Washington:



Cimeira dos Países Muçulmanos aqui:




(13/11/2023) As vítimas civis israelitas em 07 de Outubro, devem ter sido causadas em grande maioria pelo próprio exército israelita. Acumulam-se evidências de corpos calcinados junto de parque de estacionamento do local o festival que não podiam ser causados pelo Hamas que só transportava armas ligeiras. Os próprios pilotos de helicópteros disseram que dispararam contra tudo o que mexesse, porque era impossível distinguir os fugitivos, dos militantes do Hamas. Portanto, mesmo a media mais conservadora, agora reconhece que muitos israelitas morreram por fogo do IDF (exército de Israel) :




domingo, 22 de outubro de 2023

[CRÓNICA (nº18) DA IIIª GUERRA MUNDIAL] JOHN HELMER ANALISA CONFLITO ISRAEL/PALESTINA


O público parece estar completamente ignorante das manobras e preparativos que só podem significar que os diferentes atores estão a posicionar-se para uma guerra. 

De acordo com John Helmer, a situação presente no terreno do conflito Árabe/Israel:

Current battlefield situation

13. On the Gaza front, Hamas has fought the IDF to a standstill outside the Gaza border wall. The Israel Air Force has dropped about 4,000 tonnes of bombs per week, 8,000 tonnes to October 21; that is more than the US Air Force dropped on Afghanistan in the peak year of 2019.   More than 3,500 Palestinians have been killed so far, including at least 1,030 children  and hundreds of family units; more than 12,500 people have been injured, one million Palestinians displaced, and thousands of homes destroyed. About 1,200 are missing believed to be trapped under the rubble. The Israeli and US government record, reported by the Institute for the Study of War (ISW) in Washington, documents the continuing firing from Gaza into Israeli territory in what the ISW calls its “Iran updates”.   A prolonged IDF siege threatens to kill several hundred thousand Palestinians by starvation, dehydration, disease, and a combination of artillery and aerial bombardment,  while leaving the Hamas forces relatively unscathed and waiting to inflict a higher rate of casualties on the IDF than it has ever experienced.   

14. On the northern front across the Lebanon border, there have been exchanges of missile, drone, anti-tank rocket, artillery, and mortar fire between the IDF and Hezbollah. There have been casualties on both sides. Border settlements on the Israeli side have been evacuated to the south. For a summary of the ISW reports favouring Israel, read this;    For maps and summaries of military action as of October 20 on the Gaza and northern fronts, as well as the Golan and West Bank, click to open.

Incident map on the northern front between October 12 and 17; source:  https://www.washingtonpost.com/


15. US forces on the Jordan front. The Israeli press has been reporting some details of USAF reinforcements at the Muwaffaq Salti Air Base in the northeastern corner of Jordan and possible Marine deployments in Jordan.  Whether the Marines will be moved to defend the Al-Tanf base on the Syrian side of the border, 230 kilometres northeast of Muwaffaq Salti, isn’t known.


Top, right – the US airbase at Muwaffaq Salti; source: https://twitter.com/
According to an Israeli report, “a squadron of U.S. F-15E Strike Eagle bombers based in Britain was deployed over the weekend at the Muwaffaq Salti Air Base east of the Jordanian capital of Amman. Another squadron of A-10 attack aircraft has also been deployed there.”  Bottom, the location of Al-Tanf in Syria across the Jordanian and Iraqi borders.

16. Russian and Chinese navy deployments. The Russian fleet based at Tartous, Syria, is at sea, as reported here.   At the moment, there are as many, possibly more Chinese vessels of the 44th Naval Escort Task Force in the Persian Gulf.   The anti-surface, anti-submarine, and anti-air missile capabilities of the Type-052D destroyer can be followed here,  and of the Type-054A frigate here.  For the time being, the significance of this Chinese screen to deter a US-Israeli missile and aircraft attack on Iran has been missed in the western press and by Russian military reporters.


 Bottom: the Chinese Defense Ministry announcement of the arrival of the destroyer Zibo and frigate Jingzhou at Kuwait on October 19.  

Armageddon strategy
17. US Afghanistan War veteran: “Suppose Israel and the US understand they are facing an existential survival future in which they must combat swarm attacks on three or four fronts — Gaza/Hamas, North/Hezbollah, Golan/Syria/Iran, and West Bank/Jordan, and they calculate the Arabs have at least a 30 to 60–day arms supply in stock, do they calculate they can withstand a multi-front offensive for enough time, resupplied by air from the US? If they calculate that they can withstand a 30-day multi-directional swarm, they must understand that, at a minimum, Israel’s infrastructure and economy will be ruined. In a scenario like that, even if they ‘win’, they lose. In terms of airlifting and shipping supplies, we’ve already seen that the Arabs can hit Israeli military and civilian airfields, airports and seaports. Defending Israeli infrastructure with their air defence capability is the main mission of the strike groups the US is deploying in the eastern Mediterranean and in the Red Sea.

According to the Pentagon on October 19,  the USS Carney, a part of the USS Gerald Ford group, had transited into the Red Sea through the Suez Canal the day before and was in the northern Red Sea when it intercepted three land attack cruise missiles and several drones.

Western societies like Israel cannot function without solid, reliable, electrical power and communications services. We can be certain that power generation, transmission and distribution will be targeted by the Arabs non-stop. The cell towers and central communications centres will be too.”

18. Moscow source. “When does the threat to Israel become so dire, they go nuclear, and when they do, against what targets will they fire – Hamas, Beirut, Damascus, Teheran?*  The US won’t accept a Palestinian state so the only option left for the Palestinians, Arabs, Iranians, possibly Turks is to fight with this new kind of warfare whose objective is to cut into the flesh and bones of the Israeli adversary, and make life in that state unviable. Without a Palestinian homeland, all of Israel and the Arab territories become a battlefield. The IDF options then shrink to two – carpet bombing and mass killing of the civilian population centres on all fronts at once. If that isn’t sustainable or effective for the Israeli-American purpose, then option 2 is to attack Lebanon, Syria and Iran to stop the flow of reinforcements. But that’s regional war, and it can only be conducted by the Israelis with full US military participation. This becomes nuclear very quickly because President Putin has already placed the Kinzhal missiles in range of the US carrier fleet in the eastern Mediterranean, and the Chinese have installed their screen to protect Iran. It’s obvious that the race hatred policies of Biden and Netanyahu, and their belief that God has chosen them both as destroyers for their people, lead to the final, nuclear weapons solution. The Russians and Chinese can maximise their limited military projection by deterring, or if need be pre-empting a nuclear attack on the Arab cities or Teheran. For this to work, the Russians and the Chinese need to say more – loudly so there’s no mistaking what they mean.”

[*] In 1983, in conversation with his General Staff, Iraq’s President Saddam Hussein said: “the Iraqis would be able to withstand three years of fighting in a war. However, the Israelis cannot withstand one year of fighting in a war.” In April 1990 Hussein was hosting Yasser Arafat of the PLO in Baghdad. “[Israel] has 240 nuclear warheads, 12 out of them for each Arab capital,” Arafat said. Saddam replied: “I say this and I am very calm and wearing a civilian suit [everyone laughs]. But I say this so that we can get ready at this level.” Quoted in The Jackals’ Wedding, page 16.


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Manifs em várias capitais europeias contra o genocídio dos palestinianos pelas forças israelitas. Abaixo um vídeo sobre a manif em Londres (mais de 100 mil manifestantes):


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Ver a entrevista de Amin Maalouf ao «Le Monde» na ocasião da sua eleição à Académie Française.

PS:
24/10/2023: Se os meus maiores receios se concretizarem, haverá um massacre/genocídio total em Gaza, enquanto os «ocidentais», muito democraticamente, aplaudem a «única democracia no Médio-Oriente». Também os maiores inimigos de Israel na região, em termos militares (o Hezbollah e o Irão), não vão concretizar suas ameaças, porque Netanayahu os ameaçou com a bomba nuclear: Eles sabem que ele é capaz de concretizar a ameaça.
Temo, portanto, que vá concretizar-se o genocídio - a sangue frio - dumas centenas de milhares de inocentes em Gaza, sob o olhar indiferente, assustado, ou divertido, dos que teriam possibilidade de obrigar o governo de Israel a recuar. Segundo informação credível, já 2000 crianças morreram, em Gaza, sob as bombas israelitas.

Consultem: