Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.
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segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Propaganda 21 nº16: TWITTER E GUERRA DA INFORMAÇÃO

A saga da aquisição de Twitter por Elon Musk encheu as  parangonas dos jornais e redes da Internet durante vários meses. Isto, no fluxo incessante de notícias, é percebido por muitos como uma eternidade. Mas, na realidade, o que moveu tanta curiosidade foi, basicamente, o facto do multimilionário prometer «limpar» o Twitter da vergonhosa censura, com motivação política e mesmo partidária (favorável ao Partido Democrata* dos EUA). Que as esperanças de muitos (mas não a minha), se depositem num multimilionário que venha salvar a liberdade de expressão moribunda na Internet e redes sociais, deveria ser um claro aviso sobre a progressão do totalitarismo na sociedade globalizada do «ocidente». 



Agora, um estudo académico da Universidade de Adelaide, vem mostrar que os bots pró-ucranianos inundaram o twitter e o espaço cibernético nos primeiros tempos da invasão russa, enquanto os favoráveis a Putin tinham uma presença muito modesta. Exatamente o contrário do que a media corporativa nos queria fazer crer: 

 https://consortiumnews.com/2022/11/06/researchers-find-massive-anti-russian-bot-army/

Veja-se o excelente artigo de Philip Giraldi, que desmascara a tendenciosa e propagandística escrita de jornalistas do NYT. Este órgão era tido como uma espécie de farol do jornalismo de qualidade, independente. Pois, hoje isso é somente um mito:

https://www.unz.com/pgiraldi/naughty-russians/

Muito mais se poderia acrescentar, mas seria necessária fazer-se a atualização constante dos artigos da série «PROPAGANDA 21», que eu iniciei a 20 de Julho de 2021. 

Sabia que a 3ª guerra mundial, na qual estamos metidos, há algum tempo - há mais de 30 anos -  tem sido uma «guerra híbrida»? 

Uma guerra de informação (de propaganda) e cinética, que se alternam ou sobrepõem. A estas, juntam-se a guerra económica, de sanções, biológica, alimentar, sanitária, etc. 

Veja abaixo, qual poderá ser o papel da guerra da informação ou cognitiva, no dispositivo bélico da OTAN:  

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2022/01/estamos-metidos-numa-guerra-de.html

«Numa sociedade em que tudo o que dê lucro é privatizado e em que é classificado como subversivo tudo o que escapa ao poder e controlo tanto dos grandes consórcios, como dos políticos corruptos (... que sabem que nós sabemos), o controlo da Internet surge como um objetivo essencial para ambos.» 

Escrevi o texto acima num artigo sobre o exercício do tipo «jogo de guerra» (War Game) organizado pelo WEF, sobre aspetos de guerra cibernética e de informação, chamado «Cyber Polygon»:

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2021/08/o-que-e-o-cyber-polygon.html

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* A perceção que certas pessoas têm sobre o partido democrata nos EUA está longe da realidade. Uma propaganda continuada convenceu muitos que ele era historicamente o defensor dos direitos civis e da não-discriminação com base na raça. Porém, as coisas não são assim tão lineares, veja:

 https://www.zerohedge.com/news/2022-11-05/racist-history-democratic-party-1863-2020

PS1: Como eu dizia, o que se passa ao nível do controlo da informação está sempre a merecer atualização, pois os governantes e outros poderes nunca param, na sua «cruzada» de censura por aquilo que consideram «desinformação, terrorismo» etc, na Internet. Vejam agora o governo alemão (uma coligação de «Verdes» e «Social-Democratas») não se lembra de nada melhor, do que colocar entraves à livre informação no Twitter.   Vivemos num universo orwelliano, protofascista, em que o preto é branco, a ignorância é sabedoria, a guerra é paz, etc. Os governantes, que deveriam preservar a liberdade de informação, querem preservar-se (a si próprios!) da liberdade de informação porque temem -acima de tudo- o povo, sobretudo se bem informado.

PS2: O governo dos EUA, discretamente diz para os bancos NÃO cortarem com os russos. Veja o vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=-m0x4ocs6EA Toda a charada das sanções está desenhada por um lado para agradar aos eleitores que ficam (alguns) satisfeitos por uma atitude «firme» contra a Rússia e... uma forma de liquidarem a concorrência europeia, que foi forçada a cortar os elos económicos com  Rússia, incluindo energéticos, entrando assim numa crise de desindustrialização, em benefício dos EUA.

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Dmitry Orlov & Jeffrey Sachs: DUAS VOZES DE PAZ

A política é dominada pelas paixões. Isso não nos irá surpreender muito. Mas, aquilo que surpreende, é que no «Ocidente», em especial nos EUA, os responsáveis políticos fazem um papel de irresponsáveis
Não encontro explicação simples e unívoca para o fenómeno: será húbris, será autointoxicação com narrativas de propaganda bélica, será a pressão constante do complexo militar industrial, será que esperam assim ganhar eleições e obter maior poderio?  
A ala Democrata do partido único (Chomsky dixit) do establishment americano, não apenas colhe imenso descrédito face aos seus concidadãos, como é vista como causa de imenso sofrimento nos povos. 
A administração Biden é claramente responsável pela guerra na Ucrânia, pelo seu desencadear e prolongamento, pelo afundar as economias da Europa ocidental, dos seus «aliados», pela perda de qualquer «capital de sedução» junto das nações do Terceiro Mundo. Estas nações estão a virar-se (incluindo a Arábia Saudita) em direção aos BRICS, à China, à Rússia! 
Digam-me se esta liderança democrata fez algo de positivo: Semear o caos, não me parece senão causar desgraça, a destruição, o mal!

Duas pessoas, cidadãs dos EUA, que tenho acompanhado, pelas quais tenho imenso respeito, embora não me identifique com os seus percursos e com muitas das suas afirmações. No entanto, nesta época de pequenez, têm a coragem de dizer a verdade e de proporem um caminho para a paz.



                                                   Entrevista com Jeffrey D. Sachs




DMITRI ORLOV: 


The New Cuban Missile Crisis That Isn’t

("A nova e inexistente crise dos mísseis cubanos")

 

sábado, 9 de abril de 2022

CRÓNICA (nº6) DA IIIª GUERRA MUNDIAL - Os laboratorios de bioarmas dos EUA



 Aquilo que devia ser o foco das notícias relativas à guerra Russo-Ucraniana é passado sob silêncio. Refiro-me aos múltiplos laboratórios secretos (26?), operando dentro  da Ucrânia, muitos deles em território próximo da fronteira com a Rússia. Estão disponíveis evidências suficientes, mostradas pelos russos na ONU, há cerca de um mês, na indiferença geral da media prostituta. Estas evidências são coligidas por alguns sites corajosos, que ainda podem operar no Ocidente, apesar do avanço de uma censura insidiosa e fascista, que tem cancelado muitas vozes não conformes. O facto é que para muitos analistas de armamento biológico, não oferece qualquer dúvida que os EUA estavam a externalizar a investigação e desenvolvimento de seus sistemas de bio-armas (1). Estas, podem ser «camufladas» como sendo produzidas em exclusivo para serem testadas, contra elas, vacinas e outras proteções, preventivas para o caso de guerra biológica. Mas, esta conveniente capa, também está vedada pela Convenção internacional contra as Armas Químicas e Biológicas, rubricada por quase todos os países com assento nas Nações Unidas. 

Então, para desviar a atenção do público, criaram os nazis ucranianos, sob orientação direta do Pentágono duas falsas bandeiras: Bucha e Krematorsk. Para mim e para quaisquer pessoas que se deem ao trabalho de analisar os dados e evidências mostradas por um e outro lado, não pode haver uma convicção de que esses dois atos atrozes tivessem sido perpetrados pelos russos. A abundante informação que pode aceder AQUI, ou AQUI, ou ainda noutras fontes, pode dar uma ideia das questões. Por contraste com as fontes acima mencionadas, sobressai a histeria mediática fabricada para condicionar e intimidar as pessoas, no Ocidente. Esta guerra, como tenho mencionado, está a desenrolar-se a vários níveis: militar, económico, biossegurança, ciberguerra e guerra de informação. Esta última, é dirigida aos nossos próprios povos do Ocidente, visto que a violência e o primarismo russófobo (não anti- regime russo, mas claramente anti povo russo) que se desprende desta campanha, é de molde a causar revulsão em qualquer pessoa russa, seja qual for o seu posicionamento em relação a Putin e seu governo. A quota de popularidade de Putin e do governo russo tem subido, em especial desde as campanhas mediáticas russófobas no Ocidente.

Esta guerra tem dois lados: um, é o russo e o outro é a NATO. A NATO serve-se do regime fantoche de Zelensky e das milícias nazis (que a NATO treinou, armou, equipou e enquadrou) inseridas ou autónomas das forças armadas ucranianas. É uma guerra por procuração, por enquanto. Existem numerosos fanáticos anti-russos, sobretudo neocons, que querem que a guerra se alastre, que haja um envolvimento direto da NATO. A oligarquia que controla o poder político de Washington, está ferozmente disposta a sacrificar até ao último ucraniano, e também, até ao último europeu ocidental, no seu afã de destruir - nada menos que isso - a Rússia. 

Continua a ser um mistério, saber qual ou quais as razões que levaram Putin e o governo Russo a mudar a sua perspetiva sobre a situação na Ucrânia e decidirem-se pela ofensiva. Mas, tenho impressão que dois factos foram decisivos: 

- A declaração de Zelensky (um fantoche da NATO) na «conferência de Munique sobre segurança», de que o seu país estaria pronto a sair do Acordo de Budapeste, o qual garantia o não estacionamento de armamento nuclear em solo da Ucrânia. Em compensação, a Rússia não colocava obstáculos à saída da Ucrânia da CEI, sucessora imediata da URSS. 

- A provável informação dos serviços russos de que estaria para breve uma ofensiva, não apenas convencional, mas duplicada com armas biológicas contra a Rússia, coberta pelo reacender da guerra entre o exército ucraniano e as milícias das repúblicas do Don. 

O primeiro facto é insofismável e conferível por qualquer pessoa.

O segundo é uma inferência, pois eles (serviços secretos russos) sabiam de antemão quais os locais dos laboratórios com as tais atividades de guerra biológica. Pode-se considerar um indício disso, o facto de que, na invasão russa, houve um cuidado especial em capturar os referidos laboratórios, com operações-relâmpago de comandos.... 

 O facto de considerar que há muitos motivos para a Rússia ter invadido a Ucrânia, não invalida o facto de eu considerar que foi um erro:

Foi um erro prático, porque as possibilidades de resolução duma situação, por mais complicada que seja, ficam diminuídas quando se entra numa guerra aberta. 

- Foi um erro também do ponto de vista humano, pois nestas guerras, são os inocentes que mais sofrem (de ambos os lados) tanto soldados, como civis. 

- Do ponto de vista moral, também foi um erro, porque a Rússia não estava a ser atacada objetivamente. No caso presente, embora na iminência de o ser, será sempre difícil provar que foi uma operação preventiva absolutamente necessária para a preservação da própria Rússia.

Dito isto, penso que as culpas principais são do «Ocidente», da NATO, que se tornou o instrumento passivo da política imperial dos EUA. Estes, desde o golpe de Maidan, têm transformado a Ucrânia em ponta-avançada numa guerra de baixa intensidade, ou híbrida, contra a Rússia. 

Só com a destruição do sistema imperialista, seja ele multipolar, bipolar ou unipolar, os povos de todos os países do Mundo poderão ter a tranquilidade e segurança necessárias. No curto prazo, vamos assistir a fome, miséria, golpes, instabilidade política, em todo o Mundo, com maior gravidade no Terceiro Mundo. Isto poderá durar decénios e a sua resolução (infelizmente) não me parece favorável ao socialismo, pelo menos, ao socialismo como eu o entendo, não as formas estatais, meros capitalismos de Estado. 



(1) https://childrenshealthdefense.org/defender/u-s-firm-with-ties-to-wef-dod-implicated-in-bioweapons-cover-up/?utm_source=salsa&eType=EmailBlastContent&eId=7de34bfc-a866-4423-9f18-4c5497ebe72e


PS1: Sobre o longo historial dos EUA, relativo às armas biológicas:

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2021/06/sars-cov-2-bio-arma-produzida-em-fort.html

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2019/09/os-programas-de-guerra-quimica-e.html

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2022/03/varios-laboratorios-na-ucrania.html

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2020/03/max-parry-sera-que-pandemia-global-e-um.html

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2020/02/coronavirus-de-wuhan-bio-arma.html


PS2: Importante resumo dos motivos russos para invadir a Ucrânia, assim como de vozes dos EUA preocupadas com o papel que os EUA têm desempenhado na Ucrânia e região. A não perder:

https://www.moonofalabama.org/2022/04/sane-voices-explaining-the-reasons-for-and-dangers-behind-the-war-in-ukraine.html#more

PS3: O silêncio é «estrondoso», o blackout informativo é total, o que só mostra uma coisa: a elite global, dona dos media de massas ocidentais, não se importa com a nossa saúde; importa-se em eliminar, por quaisquer meios, a Rússia (eles querem o seu extermínio!)

Só uma pressão das pessoas pode furar o muro de silêncio em torno deste caso. Por isso, reenvia para todos os que têm ainda olhos para ver e miolos para pensar. Obrigado!
 
https://childrenshealthdefense.org/defender/documents-reveal-disturbing-details-gain-of-function-experiments/?utm_source=salsa&eType=EmailBlastContent&eId=cf731338-6173-4b1d-8f27-a35c82ebd270
A acumulação de dados e indícios mostra que os EUA estavam a desenvolver armas de destruição massiva na Ucrânia, em laboratórios secretos espalhados pelo país. Estes eram financiados, mantidos e dirigidos por americanos. Era proibido um trabalhador dar informação sobre o que se passava lá dentro. Logo após a invasão, foi 
dada ordem, por Victoria Nulan, para destruir as estirpes. Podiam ser consideradas peças incriminatórias e também toda a documentação. Porém, alguns trabalhadores destes laboratórios deram entrevistas aos russos e mostraram documentos de trabalho, fornecendo a descrição precisa dos agentes biológicos e do tipo de manipulações que eram efetuadas.

PS4: Martin Armstrong explica porque o «Ocidente» deseja uma IIIª Guerra Mundial: https://usawatchdog.com/the-west-needs-wwiii-martin-armstrong/

PS5: Uma jornalista holandesa independente está no Donbass e denuncia a enorme operação de propaganda da media ocidental, que só reproduz as falsidades da propaganda de Kiev e ignora tudo o que seja dissonante disso. Leia AQUI.

PS6: Veja a declaração importante dos russos, nas Nações Unidas, hoje 19/04/2022

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Artigos anteriores da Série 3ª Guerra Mundial:

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2022/03/cronica-da-terceira-guerra-mundial.html

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2022/03/cronica-da-terceira-guerra-mundial_13.html

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2022/03/cronica-da-terceira-guerra-mundial_0396436697.html

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2022/03/cronica-da-terceira-guerra-mundial_24.html

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2022/04/cronica-da-terceira-guerra-mundial-um.html


segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Documento ao Congresso dos EUA SOBRE GUERRA DE INFORMAÇÃO/PERCEÇÃO

Deparei-me com um documento interessante, um estudo destinado ao Congresso dos EUA, datado de 2018. A autora, Catherine A. Theohary, é especialista em políticas de segurança nacional, operações no ciberespaço e informação:

 https://sgp.fas.org/crs/natsec/R45142.pdf

Este documento é interessante porque caracteriza em pormenor toda a panóplia que os governos, ou forças não-governamentais, dispõem para levar a cabo a guerra informativa. Se lerem em pormenor o documento, verão que ele ajuda a clarificar muito do que se fala sobre ciberataques, sobre ataques de falsa bandeira, sobre a propaganda e sua utilização quer pelos Estados, quer por forças rebeldes. 

O que sobressai deste estudo sistemático é que estamos em pleno numa era, em que a guerra informativa toma a dianteira. 

Nesta guerra de perceção, os cidadãos - quer cidadãos do país-alvo, quer cidadãos do próprio país que leva a cabo as operações - é sobre eles que se exercem as ditas técnicas. 

O objetivo central  é - de uma ou outra forma - a construção duma imagem*. As pessoas, uma vez construída uma determinada imagem do mundo e adotada determinada visão de como as coisas funcionam, aderem a ela, sem terem consciência do processo que as levou a adotar precisamente essa visão das coisas e do mundo e não outra. Se essa visão do mundo for constantemente reforçada pelos media, pelo discurso do governo, dos políticos, incluindo políticos ditos de «oposição», então, essa tal visão do mundo e da  perceção da realidade que implica, ficam completamente «congeladas», «cristalizadas» na mente dos indivíduos. 

Em qualquer caso, as pessoas assim «capturadas», podem ser de convicções de esquerda ou direita, de cultura elevada ou baixa, de inteligência elevada ou medíocre: como eu já tinha apontado noutro ensaio publicado neste blog, a capacidade de criar ilusão através desta influência abrangente, exerce-se sobre os mais diversos tipos de pessoas, vai influenciar todos.  Uma das razões disto, tem a ver com o mecanismo de interiorização: A pessoa assimila a propaganda como se fosse a verdade, como se tivesse testemunhado pessoalmente determinados factos (quando isso não aconteceu, é apenas ilusão). A vítima torna-se defensora de seu molestador (síndroma de Estocolmo). A pessoa fica convicta de que os pensamentos são seus, foram o resultado dos seus processos de raciocínio, quando - na verdade - foram plantados no seu subconsciente, através de processos de condicionamento.

Estas táticas tornam-se muito mais eficazes na era da massificação da Internet, das redes sociais, da universalidade dos telemóveis de tipo «smartphone». A diferença em relação à era anterior, é a seguinte: As pessoas podiam ficar temporariamente hipnotizadas pela a TV mas, em confronto com a realidade, a ilusão plantada nas suas mentes acabava por se dissipar, em muitos casos. Mas, atualmente, as pessoas têm - ao contrário da era anterior - a ilusão de «procurar por elas próprias», de aceder às fontes, mesmo àquelas que estão de facto (ou aparentemente), em contradição com o discurso dominante. Isso dá-lhes uma convicção profunda de que aquilo em que creem seja verdadeiro, que seja o real. Porque elas, aparentemente, não foram guiadas, induzidas, ou canalizadas na sua pesquisa. É evidente que tal não é assim. Os algoritmos dos motores de pesquisa são manipulados de modo a dificultar o acesso a certas páginas Internet. Quando observamos a censura digital, sob pretexto de «COVID», de «segurança», ou outro, sabemos que já não existe  liberdade de expressão e informação na Internet, em especial, nos canais de vídeos, ou em redes sociais.  

Edward Snowden tem avisado e explicado em vídeos, ou entrevistas o funcionamento de todo o aparato que se destina a influenciar a perceção das pessoas. Ele, assim como Julian Assange e Wikileaks, são diabolizados e considerados «espiões», devido ao facto de terem desmascarado militares e «contratantes» (mercenários) dos EUA e seus crimes de guerra, a total ausência de respeito pela lei dos EUA, até com a utilização de táticas de guerra psicológica (guerra de informação) dirigidas ao público dos próprios EUA. O que está em causa é a exposição da técnica da ciberguerra, a técnica psicológica, a qual se aplica (com instrumentos e usos diferentes, claro) às próprias populações e às populações de potências inimigas.

O documento que Catherine A. Theohary escreveu é apenas um documento, entre muitos. Ele está redigido de modo a não ofender deputados e senadores, está feito com a hipocrisia necessária para não colocar em causa as estruturas dos EUA, que levam a cabo esta guerra psicológica, esta guerra de informação. Estou a falar da CIA, a NSA, etc. mas também de fundações como a NED e ONGs, em estruturas governamentais desde os ministérios, até às embaixadas. 

Mas, essencialmente, é um documento utilizável como «manual», ou um «guia» para se perceber o que são as jogadas de uns e de outros. Não apenas EUA, e NATO, como igualmente Rússia, China, etc...

O «Information Warfare», que eu traduzo por Guerra de Informação, é um instrumento e técnica da guerra híbrida. É uma parte importante nesta IIIª Guerra mundial, que não se afirma enquanto tal, mas que se vai desenrolando diante dos nossos olhos, com início na queda do Império Soviético e aceleração com o 11 de Setembro de 2001. Desde esta segunda data, os processos utilizados da Guerra-Fria Nº1 têm sido aplicados de forma massificada, multiplicados pela potência da Internet, tanto na população doméstica**, como nos aliados e inimigos. 

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(*) O termo «imagem» é tomado aqui no sentido mais lato possível, pois também pode ler-se como sinónimo de: «narrativa», «ideia», «conceito».

(**) Joe Rogan entrevista o autor e investigador: The secret history of MK ULTRA

Alguns artigos deste blog, relacionados com o tema:

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2021/12/prof-mattias-mesmet-entrevistado-sobre.html

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2021/11/mattias-desmet-condicionamento-de.html

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2021/09/olhando-o-mundo-da-minha-janela-n10.html

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2021/08/aldous-huxley-1962-derradeira-revolucao.html

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2021/08/propaganda-21-n-7-psicose-de-massas.html

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2021/06/servidao-voluntaria-e-great-reset.html

https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2019/11/obras-de-manuel-banet-roteiro-para.html


quinta-feira, 6 de maio de 2021

UM MUNDO... UNIPOLAR? BIPOLAR? MULTIPOLAR?


ou UM MUNDO FRACTURADO...

Isto já não se pode chamar «guerra fria». Visto que as relações entre países estão ao mais baixo nível, com medidas de agressão económica (sanções, bloqueios, embargos, tarifas, proibições de exportação) que são assimiláveis a guerra (económica) não declarada formalmente, mas com efectivação muito concreta. Os tiros podem não ser de canhão ou míssil, porém, os efeitos directos e colaterais arriscam-se a ser ainda mais destruidores que os de uma guerra com tiros. Note-se que não é lícito dizer-se que «ao menos este tipo de guerra não causa vítimas». Pois é patente que as causa, e as mais inocentes, as crianças são as vítimas principais dos embargos de exportação de alimentos e medicamentos. Trata-se de algo absolutamente repelente, efectuado sem a mínima consideração pelos direitos humanos dos povos que são alvo destas sanções económicas. Estamos a falar de um número assustador de crianças que morrem de fome, de doenças evitáveis, de doenças facilmente tratáveis. No meio da histeria da crise do Covid, os EUA e UE não tiveram vergonha em bloquear a exportação das vacinas para países do Terceiro Mundo, que não são do seu agrado. 

Não há justificação pragmática sequer para isto. Eu pergunto; estes embargos e sanções têm efeito sobre os ditadores (ou supostos tais), sobre a elite que os sustenta, nas altas patentes militares? - Não, a verdade é que estes embargos e sanções enfraquecem... mas pela penúria que causam na subsistência da imensa maioria do povo, com exclusão das elites. Estas, estão ao abrigo de tais efeitos. 

Para mim, não há nada mais odioso do que uma punição colectiva. Algo que se abate sobre todo um povo ou uma grande parte do mesmo. Um povo, que pode ou não, apoiar os seus líderes. De qualquer maneira, não existe «culpa colectiva». 

«Culpa colectiva», eu não aceito isso, em nenhuma circunstância. Nenhuma pessoa com formação humanista (resultante das Luzes de que tanto o Ocidente se envaidece), o aceita.  Embargos, que não sejam de armas e material de guerra, são fortemente condenáveis, independentemente das «razões» alegadas para os impor.

No Ocidente existe uma visão enviesada, unilateral, dando como «normal», que os seus governos usem a retórica dos direitos humanos para imporem sanções. Eles estão, na realidade a violá-los, da maneira mais cínica e atroz. Porque sabem perfeitamente que, quem vai efectivamente sofrer, são pessoas indefesas, não culpadas dos males (reais ou fictícios, não importa) dos dirigentes desses países. 

Os intelectuais e académicos, os activistas e os políticos que se reclamam de correntes anti-imperialistas, todos eles deveriam erguer bem forte o seu protesto, contra essa violação constante, continuada e deliberada da Carta da ONU, de todas as convenções dos Direitos Humanos, assinadas pelos seus países.

É mesmo absurdo e grotesco que algumas potências aleguem violações dos direitos humanos, em certos países. Desacreditam-se no imediato, ao lhes imporem sanções, pois sabem perfeitamente que (além de ilegais face à lei internacional) são uma punição colectiva, brutal e totalmente imerecida das populações, não dos dirigentes.... E eles sabem-no. 

Estou convencido que a guerra económica implacável que os EUA, com seus súbditos (incluindo Japão, Austrália, Nova Zelândia, Israel, Coreia do Sul...além dos países da NATO), estão decididos a levar a cabo contra a Rússia, a China e todos os que desejam emancipar-se das garras imperialistas, vai conduzir a um mundo fraccionado, fracturado:

- Por um lado, um eixo Euro-asiático, com a China e Rússia como locomotivas principais, uma múltipla aliança de povos e nações que têm sido espoliados, explorados e  por vezes invadidos e subjugados, tanto na era colonial como na neo-colonial (que se prolonga até hoje). 

- Por outro lado, as potências ex-coloniais e também neo-coloniais, mantidas numa aliança sob hegemonia dos EUA e apoiante de regimes bárbaros (como o da Arábia Saudita), mas que estão do «lado bom» e portanto, não são inquietados...

Esta situação é muito menos estável que a «Guerra Fria nº1»:

- Não é raro a passagem de um campo para outro, quando um chefe de Estado deseja tirar vantagem de acordos de ambos os lados, para fazer o seu jogo próprio (por exemplo, a Turquia e outros). 

Esta situação, instável, arriscada para a paz mundial, é piorada pela captura dos principais órgãos dependentes da ONU por oligarcas globalistas (a OMS, financiada e controlada, em grande parte, pelos grandes grupos farmacêuticos e pela Fundação Bill e Melinda Gates).

Nem sequer o Secretário-Geral da ONU (António Guterres, neste momento), tem independência - e meios físicos - para impor algo que desagrade ao império e aos neo-conservadores. Estes, têm tomado conta das rédeas do governo americano, e conseguem também dominar a agenda de organizações multilaterais, regionais e mundiais. Por outras palavras, a ONU não pode ser vista como elemento capaz de dissipar os perigos resultantes da guerra-fria cada vez mais quente. 

As diplomacias dos países sob ameaça, sob chantagem, sob sanções, sabem-no perfeitamente. Na minha visão, eles tentaram tudo por tudo. Estender a mão a quem se coloca na postura de inimigo é difícil, mas fizeram-no, repetidas vezes. Estão a perder a esperança em conseguir que os seus países tenham paz e boas relações com os mais diversos parceiros, de que tanto necessitam. Renderam-se à evidência; perceberam que era inútil procurar alianças, pactos, acordos ou entendimentos. Porque, do outro lado (dos governos «ocidentais» e poderes não-eleitos que os controlam), essa vontade não existe.

Abaixo, deixo links para notícias, do dia 06 de Maio de 2021, que ilustram alguns dos pontos expostos acima. Infelizmente, notícias deste género têm-se multiplicado nos últimos tempos:

 https://www.zerohedge.com/geopolitical/russia-prepared-disconnect-swift-payment-system-foreign-ministry

https://www.zerohedge.com/political/china-indefinitely-suspends-economic-dialogue-australia-relations-worsen

terça-feira, 30 de março de 2021

OLHANDO O MUNDO DA MINHA JANELA - PARTE X

 


Se regressar mentalmente a alguns (poucos) anos atrás, reconheço que, se alguém me viesse contar sobre o quotidiano actual na sociedade, eu não acreditaria

Por isso, aconselho-vos a leitura do texto futurístico, de TE Creus, talvez ficcional, talvez antecipatório.

Este intróito leva-me a considerar a realidade da trapaça do COVID de frente: com efeito, nunca é demais repeti-lo, não é por o vírus ser real e por haver mortes reais, que tudo aquilo que os «esclarecidos» dirigentes e seus conselheiros têm dito e defendido é lógico, é científico, é realista, é humano.

Mas, ainda mais grave, é a passividade e conivência de quase toda a esquerda, cobarde, enfeudada ao sistema, comprada - quanto mais não seja - pelas mordomias (as migalhas) que lhe concede a oligarquia, nos diversos países e mesmo a nível mundial. É detestável o papel que estão a fazer , pois muitos se situam na «vanguarda» da «luta pelo desmascarar dos ditos conspiracionistas» , quando, na verdade, estão a colaborar sem vergonha e sem remates de consciência (ambas coisas de que sempre careceram) na morte da liberdade de expressão.

Os Klaus Schwab, os Bill Gates e os George Soros deste mundo podem sorrir, satisfeitos: em pouco tempo, conseguiram neutralizar discretamente os que se vangloriavam de ser os defensores dos trabalhadores, os que estão na primeira linha da defesa dos direitos humanos, etc... É caso mesmo para dizer, não apenas os neutralizaram como os recrutaram (veja-se o caso de BLM «black lives matter», ou de AF «antifa» e muitos outros pelo mundo fora).

Que amigos (e outros) não gostem do que escrevi, paciência! O facto é que denunciei há um ano, (ver aqui, também aqui) o maior golpe jamais realizado, ao nível global: pois essa análise é corroborada agora, por pessoas muito mais informadas e competentes do que eu. É aquilo que tem de ser dito; assim como aquilo que irei dizer a seguir:

Não seria possível tudo o que vemos: os despedimentos em massa, o esmagamento da capacidade reivindicativa dos trabalhadores, o atirar milhões de pessoas para a precariedade, logo para a doença mental, a depressão e o suicídio... nem tão pouco, a continuação das guerras de desgaste, cruéis e punindo as populações civis inocentes, no Iémen, na Síria, no Afeganistão, ou a ameaça muito séria de guerra a quente, com pontos de fricção em várias zonas no globo (essencialmente nas fronteiras da Rússia e da China), com o triunfo nos neo-cons do Estado profundo nas «eleições» americanas, que deram «a vitória» a um caquético fantoche, às ordens dos bilionários. Não seria possível isto tudo, sem uma traição secular de grande parte da esquerda. Na verdade, ela já tinha traído há muito, só que não tinha tido ensejo de revelar o que era, essencialmente.

Nunca mais voltará o mundo de antes, pois estamos em plena 3ª Guerra Mundial, a qual se compõe de complexas batalhas em diversas frentes, que vão das sanções, com efeitos devastadores nas populações civis dos países «inimigos» (vejam as vítimas no Irão ou na Venezuela, são as crianças, os doentes, os pobres, não são os militares de alta patente nem os governantes, que isso seja bem claro), às guerras por procuração e até à vigilância generalizada e militarização da sociedade civil, nos países dominantes.

Mas, nem tudo são trevas. Assiste-se ao acordar de uma consciência mais humana, mais próxima das muitas espiritualidades que nos legaram milhares de anos de História. 

O cristianismo, o budismo, o islamismo e todas as espiritualidades, não têm «culpa» das distorções, da hipocrisia e da falsidade dos que dizem professar tais religiões...

única luz de esperança que vejo agora, provém das pessoas que sinceramente aderem a qualquer religião, seja a que está mais próxima da minha cultura e modo de sentir, seja de outra. 

Muitos não compreendem que haja valores espirituais, pois os «valores» que eles conhecem, traduzem-se apenas em cifrões, em cotações bolsistas, etc.: São os materialistas vulgares e filosóficos... Para eles, a vida é o desfrutar, o prazer, não têm nenhum respeito ou preocupação com a verdadeira amizade, com o verdadeiro amor, com tudo aquilo que é intrinsecamente humano.   

Eles estão - aparentemente  - triunfantes: Os muito ricos enriqueceram ainda mais, desde há um ano. Sobretudo, consolidaram o seu poder. Para isso, jogou a descida dos padrões morais, sobretudo no mundo «rico», a ideologia do consumismo, hedonismo e egoísmo ostensivos. Também a traição dos chamados intelectuais, com especial destaque para os auto-proclamados defensores dos oprimidos, dos explorados, etc...

Claro que uma grande crise também está prenhe de grandes oportunidades; não apenas de destruição. Eu antevejo que as oportunidades não se limitarão à nova configuração do poder económico, mas também haverá uma «varridela» enérgica nas chamadas elites, nos políticos, na própria tecnocracia. 

Convido os leitores a procurar tudo o que não é relatado, filmado ou transmitido pela média corporativa, mas por fora. Aí, por vezes, encontram-se as mais interessantes e originais formas de pensamento e de organização. 

Os fascistas tecnocráticos são muito persistentes, mas existe já uma resistência: pessoas e grupos, considerados marginais hoje, mas que nos trazem a brisa fresca do futuro, não contaminada pela podridão do presente. Nada está definitivamente traçado.

domingo, 28 de julho de 2019

OLHANDO O MUNDO DA MINHA JANELA (PARTE III)

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Para ver a parte 1 , ir para aqui
Para ver a parte 2, ir para aqui

Sem quaisquer pretensões em profetizar seja o que for, tenho de dizer - com toda a sinceridade - que fico surpreendido com a justeza e precisão das minhas previsões. Por exemplo, nunca duvidei que as divisas em papel (ditas «fiat») iriam sofrer uma erosão, tanto maior quanto o «quantative easing» e os juros zero ou negativos viessem distorcer os mercados, implicando que as pessoas, os negócios, os próprios Estados, já não poderiam - de todo - confiar no valor do dinheiro.
Perante a crise da dívida, o elefante na loja de porcelanas que tudo quebra, as entidades ditas «reguladoras», os bancos centrais, apenas têm duas «balas» para carregar a sua pistola: 
- uma delas, é a impressão ilimitada de divisas e sua distribuição aos bancos comerciais (o «quantitative easing»); ora, esta tendência é retomada após um interregno breve, menos de dois anos, pela FED (Reserva Federal Americana, o banco central, privado, dos EUA) e não tendo verdadeiramente parado, nos casos do ECB (Banco Central Europeu, emissor do Euro) e do BOJ (Banco central do Japão). 
- a outra, é a manutenção dos juros (das obrigações soberanas, isto é emitidas pelos Estados), a níveis que seriam «estimulantes» da economia. 
Embora estes juros não permitam qualquer investimento racional em poupança, por parte dos agentes económicos, visto que, em vários casos, já sejam negativos (os bancos cobram ao fim de um ano, uma quantia, em vez de dar um juro ao depositante), eles são defendidos pelos economistas ao serviço dos poderes, por duas razões: 
- são encorajadores do consumo, visto que muitas compras actualmente são feitas a crédito [argumento válido, em princípio, mas que implicaria que os salários tivessem uma subida moderada e real, pelo menos acompanhando a inflação, ora os salários não sobem, estagnam... em termos reais, o poder de compra das pessoas diminui]
- vão embaratecer a liquidação das dívidas, sobretudo dos Estados e grandes instituições privadas (banca e grandes empresas). Este argumento não é produzido frequentemente na imprensa mainstream, pois é realmente muito desfavorável à imagem dos poderes do dinheiro e dos Estados. É um facto que o pagamento dos compromissos, desde pensões de reforma, até aos empréstimos (as emissões de obrigações do tesouro, a dez, vinte, trinta ou mais anos) fica muito mais fácil, se o quantitativo dos ditos compromissos (o montante em dívida) ficar praticamente idêntico e a inflação tiver diminuído o valor real do dinheiro: com uma inflação de 2% anual, ao fim de 10 anos, uma pensão de reforma que se tenha mantido sem actualização (é exactamente o que acontece, em muitos países)  terá um poder de compra real de menos 20%... Se a inflação real não for de 2%, mas sim muito maior, de 10% (bem mais próximo da realidade, num país como Portugal) ao fim de 10 anos, a mesma pensão valerá cerca de 10 % apenas do valor inicial em termos de poder de compra, ou seja, a partir duma soma aceitável, passa-se para a indigência! 
Torna-se evidente que os bancos centrais e os governos, apenas querem safar-se, o melhor possível, da montanha de dívidas que foram fazendo nestes anos e que acelerou após a grande crise de 2007-2008. 
Como medidas de «combate» à crise, apenas fizeram uso das «duas balas» acima descritas e mesmo estas, usaram-nas somente para favorecer os já muito privilegiados (os 0,01%), que tinham a possibilidade de obter empréstimos tão baratos, quase gratuitos, não para favorecer a economia real, onde intervêm pequenos empresários, trabalhadores e suas famílias. O efeito foi que se formaram enormes bolhas nos mercados financeiros - acções e obrigações - acrescidas da bolha no imobiliário, que teve efeitos devastadores na gentrificação dos centros urbanos em todo o mundo, colocando a aquisição dum andar de preço médio, fora do alcance das famílias da classe média, seja em Londres, Paris, ou Nova York ...
Penso que a «elite» que nos desgoverna não vai evitar a crise que aí vem, a qual será com certeza de uma ordem de magnitude maior que a de 2008: a que rebentou há pouco mais de dez anos tinha como epicentro as hipotecas sobre imobiliário feitas a pessoas que não tinham as condições necessárias para as obterem («sub-prime» quer dizer isso). A crise que se desencadeou quase causou a derrocada do edifício bancário mundial e apenas foi «estancada» com a oferta de 26 triliões de dólares (ou o equivalente, noutras divisas) para que os bancos não ficassem a descoberto. Estas enormes somas não foram reabsorvidas, mas antes reforçadas com o constante fluxo de dinheiro (é isso o «quantitive easing»), dirigido às mesmas entidades bancárias. Entretanto, sabendo estas que «tinham as costas quentes» graças aos bancos centrais, em vez de emprestar aos empresários e às famílias, puseram uma parte destas quantias em reserva nos próprios bancos centrais, com um juro quase nulo, mas sem risco; a parte restante, serviu para jogos de auto-compra de acções nas bolsas, destinadas a fazer subir artificialmente as cotações das próprias acções... o que - por sua vez - ia aumentar os bónus que os administradores desses bancos recebiam!
Face a esta situação, pode-se afirmar que estamos pior, a nível do «Ocidente» pelo menos, relativamente à véspera da falência do Lehman Brothers, em Setembro de 2008. 
A «resposta» das elites do dinheiro e do poder foi a mais medíocre que se possa imaginar. Não admira que estejam somente a adiar o estoiro final dos vários esquemas de Ponzi (*), que eles próprios instauraram.

Entretanto, vão acelerando a corrida aos armamentos, com a estúpida e perigosa fantasia do «keynesanismo militar» uma teoria que aproveita a ideia de Keynes de que o Estado deve entrar em despesa para ajudar a arrancar a economia do marasmo, mas com a variante «militar», trata-se de despesa não-reprodutora de capital e logo dissipadora de riqueza, não criadora. Pois o armamento e despesas conexas, jamais poderão constituir uma base para enriquecimento global: o destino do armamento, ou é ser armazenado (o armazenamento tem custos); caso não seja usado, fica caduco e será preciso mais dinheiro para construir novas armas; ou, se for utilizado, significa destruição de pessoas e bens. Numa economia globalizada, a miséria dos vencidos também acaba por bater à porta dos «vencedores».
Para convencerem os cidadãos dos seus países de que é preciso acelerar a corrida aos armamentos, recorrem ao medo, ao papão da «ameaça» russa ou chinesa. Eles precisam de tornar a ameaça credível; então, inventam mil e uma situações de potencial conflito. Os estados maiores anglo-americanos tornaram-se especialistas em gerar e gerir o atrito em várias frentes: o Irão e estreito de Ormuz, mas também o Mar da China e as fronteiras russo-bálticas. 
Em todos os casos, estão a «brincar com o fogo», pois as provocações podem, num dado momento, ser confundidas com o desencadear duma ofensiva e, por sua vez, suscitarem contra-ataques, ou pode até haver respostas não desejadas pelos comandos superiores, causadas por subordinados demasiado enervados com estas danças e contra-danças. 
A criminalidade da NATO, dos governos dos países que dela fazem parte e de todas as hierarquias de altas patentes militares, é por demais evidente. 
A necessidade de se encarar esta organização como o factor de desestabilização nº1, em todo o mundo, não é exagerada da minha parte. Basta ver o que diz sobre o assunto Paul Craig Roberts, um ex-subsecretário de Ronald Reagan, que  preparou o terreno para o final da Guerra-Fria, por Reagan e Gorbatchov.   
Relativamente a tudo o que ouvimos e lemos nestes dias na media corporativa, aquilo que incide sobre reais questões candentes da actualidade, é muito pouco. A media continua a fazer seu papel ao atulhar os olhos e ouvidos das pessoas com «notícias» irrelevantes, satisfazendo a gula que muitas pessoas têm pelo sórdido, pelo escabroso, pelo indecente...  
As verdadeiras notícias, no melhor dos casos, são servidas descontextualizadas. Só os especialistas as compreendem realmente e colocam-nas no devido contexto. Outras vezes, são distorcidas e apresentadas de modo falsamente objectivo, são «fake news» produzidas pelas grandes organizações de media (CNN, BBC, NYT, The Guardian, Libération, Le Monde ...). Note-se que muitos títulos com passado glorioso, foram capturados pelo «politicamente correcto» e pela narrativa obsessiva, que coloca sempre os «outros» como «Império do Mal», não importando que seja em resultado de análises completamente distorcidas e dando crédito a «fontes» muito dúbias. Eles estão cumprindo o papel de instrumentos de propaganda, que lhes foi destinado, dentro do grande esquema da 3ª Guerra Mundial. 
Esta 3ª Guerra Mundial, já tem anos. Começou com o gigantesco ataque de falsa bandeira às Torres Gémeas e ao Pentágono, no dia 11 de Setembro de 2001. Desde então, não parou - não houve nenhum ano decorrido, sem acções militares desencadeadas pelos EUA sozinhos, ou com aliados seus da NATO. 
Por isso, é que temos a realidade que temos. 

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(*) Esquema de Ponzi: um especulador que inventou uma burla nos anos 1920 para captar incautos; dava juros altos, com os novos capitais que - entretanto- vinham afluindo.
  

sexta-feira, 28 de junho de 2019

GEOPOLÍTICA DA TERCEIRA GUERRA MUNDIAL

                                            «THE GEOPOLITICS OF WORLD WAR III»


Este excelente documentário explica como se realiza o domínio do dólar US e como o império dos EUA está indissoluvelmente relacionado com o petrodólar. 
Na minha opinião, tudo o que este documentário mostra, ajuda a compreender melhor por que razão estamos num momento tão perigoso para a própria sobrevivência da espécie humana. 

terça-feira, 11 de setembro de 2018

AS RAZÕES PARA A INTERVENÇÃO AMERICANA NA SÍRIA

               

Os esforços para a paz na Síria e a limpeza dos terroristas do ISIS e do ramo local da AL QUAIDA em Idlib, estão a ser abertamente sabotados pelos EUA e por suas forças militares, que continuam ocupando ilegalmente partes do território sírio
Para compreender a razão disto, vale a pena visionar o video abaixo. Ele aponta o verdadeiro motivo e alcance das manobras dos EUA e de Israel nesta região.

https://www.youtube.com/watch?v=605G8FMeO6Y



terça-feira, 10 de julho de 2018

«SE QUERES A PAZ...PREPARA A GUERRA» (?)

Inquietante, esta reportagem de James Corbett. Ele está radicado no Japão e tem seguido a par e passo as movimentações das grandes potências no Extremo-Oriente.

                                         

A ameaça de uma guerra a quente entre a China e os EUA já era evidenciada no documentário do grande jornalista John Pilger, «A guerra anunciada com a China», divulgado neste blog, em Dezembro de 2016.

Agora esta ameaça torna-se mais perigosa, com a guerra comercial com a China, iniciada por Trump, enquanto paralelamente ameaça o Irão. 
O presidente Rouhani terá dito que o estreito de Ormuz é «para todo o petróleo circular... ou para nenhum». 

Será que, perante uma colossal dívida, certos elementos da administração dos EUA, estão a fazer tudo para desencadear uma guerra? 
Como não poderão evitar um colapso económico, esperam desviar as atenções com uma guerra. 
Além disso, tentarão convencer o povo americano que a situação é causada pelos seus inimigos.

sábado, 11 de novembro de 2017

HÁ 99 ANOS TERMINOU A PRIMEIRA GRANDE CARNIFICINA MUNDIAL

                             
                

A Grande Carnificina, com que o século vinte começou, foi a primeira guerra imperialista mundial. 
Envolveu muitos milhões de soldados, de muitos países, os quais foram mortos aos milhões nas trincheiras ou feridos, gazeados, para sempre afetados. 
Os civis foram também vítimas; além dos bombardeamentos, também houve fomes, miséria em muitos locais, mesmo longe do teatro da guerra. A gripe, em 1918 e no ano seguinte, matou mais pessoas (a grande maioria, civis) que os mortos diretos da guerra. 
A Europa, em particular, ficou de rastos, com muita da sua população mais jovem morta ou estropiada, a sua infraestrutura industrial parcialmente destruída, a economia depauperada. 
Muitos soldados, sentindo-se traídos pelos políticos tradicionais, aderiram a movimentos de extrema-direita, que se apresentavam como «revolucionários»: nasceu o fascismo, o Hitlerismo...

Da primeira guerra mundial, o único episódio que gosto de recordar é o da confraternização entre homens de exércitos inimigos. 
Foi o caso, não único, de soldados britânicos e alemães aquando do natal de 1914, em que tiveram a ousadia de abandonar as suas linhas e mostrarem sentimentos humanos, jogarem à bola, abraçarem-se e desejarem que a guerra terminasse depressa.

Os militaristas de todas as Nações vencedoras tentam transformar esta efeméride do armistício que pôs fim à Primeira Guerra Mundial, numa glorificação das forças armadas e das «virtudes» militares. 

Eu penso que o fim da Primeira e da Segunda Guerra Mundiais foram ocasião de grandes ilusões. Muitos, ingenuamente, pensaram que toda a gente estava farta de sofrer e que mais ninguém iria provocar guerras. 
Enganaram-se nessa altura e enganam-se agora os que assim pensam. 
Pois as oligarquias que, abertamente ou não, comandam os destinos dos diversos países, têm como objetivo guardar o poder, a qualquer custo. 
Não hesitarão em lançar nova guerra mundial, se assim virem que precisam disso para salvaguardar o seu poder. 

Há vários grupos interessados em que haja guerra, em vários países do globo. 
Mas, sendo os EUA a maior potência bélica do planeta (o seu orçamento da «defesa» equivale a mais do que as despesas dos cinco países seguintes, combinados) é particularmente angustiante verificar que o «partido da guerra» consegue congregar uma parte importante dos Democratas e Republicanos. 
A esta deriva belicista não são estranhos os Neo-cons e lobís do armamento, que estão constantemente a empurrar o governo dos EUA para guerras, as quais têm causado imenso sofrimento e tornam muito mais provável a deflagração de um conflito global. 

Gostava que este dia 11 de Novembro servisse para uma reflexão séria e profunda sobre as origens das guerras, de ontem e de hoje; sobre os meios para as prevenir; sobre os passos concretos a dar para terminar os conflitos em curso. 
Só assim seriam dignamente recordados os milhões de caídos das guerras! 


sexta-feira, 4 de agosto de 2017

SANÇÕES UNILATERAIS SÃO ACTOS DE GUERRA E CRIMES SEGUNDO LEI INTERNACIONAL

                           

       A política de sanções que a aristocracia americana (e o Estado profundo) está a impor a um presidente fraco e manietado pela sua própria hesitação, está a chegar ao ponto de ruptura com os aliados tradicionais dos EUA. 
Igualmente, a atitude dos chamados «inimigos», russos e chineses, não pode mais continuar a ser de complacência, nem de crer que os líderes do império globalista desejam negociar. 

Com efeito, as sanções são actos de guerra, segundo a definição da ONU. Também segundo o estabelecido pela ONU, é ilegal um país impor sanções a outros, de forma unilateral. É, pois, a lei internacional que está sendo constantemente espezinhada por aqueles em cujo território está a sede da ONU! 

Além da ilegalidade, há outros aspectos substanciais que importa destacar: 
- as populações e não as elites governantes é que são as vítimas de embargos, sanções, etc. 
- estas medidas hostis têm como natural consequência o entrincheirar dos regimes visados; a sua popularidade geralmente cresce; proporciona uma união nacional, ou reforça-se esta, em torno dos líderes. Nunca as sanções resolveram problemas internos de quaisquer regimes.
- finalmente, para os arautos do «comércio livre», uma nação pretender ditar às restantes as regras de quem, como e o quê se pode comerciar é o máximo do cinismo. Embora já soubéssemos que o «liberalismo» deles se resumia a impor os interesses da superpotência dominante aos restantes actores, vemos que deixaram cair a máscara.

Constatação inquietante: o único vector constante na política externa dos EUA é a imposição pela força da sua vontade, não hesitando até fazer a guerra, sempre que exista uma grande assimetria de armamento com os regimes que eles antagonizam. 

Tão depressa colocam meio mundo sob sanções, como pretendem liderar o concerto das nações; tão depressa cometem e apoiam crimes de guerra sem fim, como se perfilam enquanto paladinos dos direitos humanos; tão depressa apoiam os regimes mais despóticos e contrários ao direito, como pretendem ser a «nação excepcional». 

                           

Talvez agora a UE mostre que não é assim tão servil, talvez saiba dizer «NÃO!» a sanções, que - parece - lhes são antes destinadas: a eles, aos aliados dos EUA, aos parceiros da NATO. 

 Mas eu não acredito que tal possa acontecer, enquanto a população europeia não acordar da letargia em que se encontra. 

Para manter o adormecimento, a media corporativa joga um papel de relevo. Que tem sido assim, mostram-nos as informações e análises sobre o papel da CIA, especialmente nos media da Europa, recentemente vindas a público graças a «whistleblowers» e ex-operacionais das agências secretas. 
Mas, na maioria dos casos, estas informações são ocultadas, ignoradas, pela media ao serviço dos poderosos.

Podemos estar no momento de passagem da «Guerra Fria 2.0» à «Guerra Quente».