Comentário de Caitlin Johnstone: http://www.informationclearinghouse.info/51608.htm
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quinta-feira, 16 de maio de 2019
domingo, 7 de abril de 2019
PAUL WILLIAMS: «NÓS CRIÁMOS ISIS...»
... E FALA DE GLADIO, DE GULEN, DE AL QUAIDA...
Uma horrível, mas verídica, visão da guerra secreta que foi/é Gládio...
Segundo William a operação Gládio nunca parou...
Ver este artigo, também:
https://off-guardian.org/2019/04/06/operation-gladio-the-unholy-alliance/
sexta-feira, 16 de novembro de 2018
COMO É QUE O IMPÉRIO DOS EUA TRATA OS SEUS «ALIADOS»
Escrevo este artigo como comentário do muito bem informado e lúcido artigo de Grete Mautner, abaixo:
Não irei repetir os argumentos desta autora, com os quais estou geralmente de acordo, apenas tentarei acrescentar algumas reflexões originais.
As pessoas têm tendência a ver com olhos favoráveis o papel dos EUA em relação à política europeia. No entanto, a memória é curta, basta relembrar o caso Gládio, que está na origem dos «anos de chumbo» em Itália, ou o constante e dedicado apoio à aliança de Portugal de Salazar e Caetano, com a África do Sul do Apartheid, que foi o eixo estratégico dos EUA para combater a «ameaça soviética» em África e conduziu ao prolongamento de uma guerra insustentável e perdida à partida para as forças portuguesas. Pois os líderes políticos desta «grande democracia» americana, não têm muitos motivos de se alegrarem com uma independência, mesmo que relativa, do bloco UE, que se poderia autonomizar ainda mais do ponto de vista económico, político e militar-estratégico em relação ao «Big Brother» dos EUA.
A imagem da diplomacia dos EUA é a do «bully» que ameaça e faz chantagem permanente com adversários e aliados. Vezes sem conta, os EUA fizeram exactamente o necessário para colocar europeus uns contra os outros, como no caso do golpe arquitectado, financiado e monitorizado pelo governo de Obama, que derrubou um governo constitucional na Ucrânia, pondo no poder líderes de movimentos de extrema-direita e a tomada de muitas riquezas estratégicas deste país pelos interesses americanos. A imposição toma o lugar da diplomacia num país sem cultura de verdadeira consensualização, de harmonização de interesses: os EUA, sempre que podem, tentam impor a sua «lei» ao resto do mundo. Veja-se o caso das sanções contra o Irão e o «torcer da mão» de uma UE sem verdadeiro contra-peso para essa chantagem (uma expressão de Obama, usada em relação a adversários, mas que estaria bem também em relação a «amigos»).
Acumulam-se os sintomas de que a UE vai ser objecto de manobras para a desestabilizar, já que esta se atreveu a pronunciar o tabu máximo: a possibilidade de construção de uma defesa autónoma, sem necessidade de recurso à NATO e portanto, a prazo, o definhamento e finalmente a total secundarização, senão a morte, da aliança estratégica agressiva.
No plano financeiro, a guerra surda entre o dólar e o euro já existe, com a subida do juro (iniciada há mais de um ano) das taxas da FED, enquanto os das taxas equivalentes do BCE se mantinham próximos de zero; isto foi drenar muitos capitais para os EUA. Mas não é tudo:
- As patentes e escandalosas benesses fiscais de que as grandes firmas americanas beneficiam (como Apple e Microsoft) no espaço da UE não seriam toleradas a empresas da própria UE,
- O esforço de guerra que os europeus têm efectuado nas aventuras neocoloniais em África, têm drenado para essas operações, sob a bandeira da NATO, muitos biliões, ao longo dos anos.
- A presença da NATO no Afeganistão, um fracasso militar (americano principalmente) que se prolonga há 17 anos, tem como resultado a mobilização de forças europeias, desde as mais ricas, como a Alemanha, até às mais pobres como Portugal.
De facto, a geração de políticos medíocres e oportunistas, que tem o poder numa grande parte dos países europeus, tem favorecido o jogo americano. Mas, no geral, um «bully» tem tendência a exagerar e a causar reacções naqueles que escolhe como vítimas: a opinião pública de países centrais na UE cada vez mostra mais claramente o seu repúdio por líderes submissos e que prestam vassalagem aos EUA. Por este motivo, mesmo os mais servis vassalos têm de dar um ar de independência, de vez em quando.
Muito se fala nos media europeus de uma onda de populismo misturando este com o «trumpismo», mas que são realidades e conceitos distintos.
O que os chamados «populistas» europeus pretendem é substancialmente diferente do que pretende a liderança do império.
Aqueles pretendem um reapossar dos comandos do governo em mãos nacionais, contra a oligarquia de Bruxelas que tem desempenhado o papel de poder imperial «subordinado», ou seja enquanto vassalo directo de Washington.
Ao contrário, Trump pretende que os EUA voltem a um relativo isolacionismo, abandonando a ingerência permanente como «polícia» mundial, assim como uma reindustrialização do país, podendo assim livrar-se da dependência em que se encontra em relação à China, a qual se tornou uma espécie de «fábrica do Mundo».
Em qualquer instância, o comportamento futuro dos EUA em relação aos seus «aliados» será o mesmo que tem sido até agora:
- Afundem-se as economias da zona Euro, para que o dólar e os mercados dos EUA possam flutuar e até prosperar com o sofrimento alheio.
- Uma Europa fraca do ponto de vista económico não poderá ser capaz de forjar um exército poderoso que dispense a presença «amiga» das bases da NATO.
Aliás, o constante acirrar da tensão, usando constantes provocações militares contra a Rússia, tem como objectivo mostrar aos europeus que eles continuam a «precisar» das tropas americanas para sua defesa, como no tempo da Guerra Fria nº1.
Uma Europa dividida por rivalidades e querelas mas temerosa de desagradar aos seus senhores, será sempre terreno propicio para a diplomacia americana, tal como ela costuma fazer com países do «Terceiro Mundo» na África, Médio-Oriente, América Latina, etc. Para os olhos dos imperialistas dos EUA, a Europa é um espaço a manter sob seu domínio.
Os europeus são sistematicamente «deitados por debaixo do autocarro» pelos seus aliados:
- São os que têm de aguentar com o pior das crises económicas, para usufruto de Wall Street,
- São os que aguentam com o peso económico e também militar estratégico de uma ocupação permanente do território com tropas estrangeiras (as bases da NATO), colocando esses países automaticamente na mira de um ataque nuclear preventivo por parte dos russos (o que se torna mais provável com a constante arrogância e provocação que tem sido a política americana em relação a estes)
- São os que têm de aguentar na sua fronteira com situações explosivas como a guerra civil da Síria com o seu cortejo de destruição e de violência, os refugiados, as crises de chauvinismo e a subida da extrema-direita aproveitando essas circunstâncias ou a secessão das regiões do leste da Ucrânia. Em ambas as situações é clara a interferência pesada de Washington, quer na sua eclosão quer na sua manutenção.
- São os que vão como «subcontratantes» para países de África como o Mali, a Rep. Centro-Africana, e outros, para manter no seu posto governos completamente submissos ao «Ocidente» a pretexto de combater grupos aparentados com a Al Quaida (mas, entretanto os grupos do tipo Al Quaida, na Síria são considerados «rebeldes moderados», visto que são úteis para combater Assad).
Infelizmente, tenho de ser pessimista no curto/médio prazo, pois não vejo nas forças que estão irrompendo no cenário, na maior parte dos casos, mais do que oportunistas explorando um sentimento de profunda frustração das massas, de desencantamento pelo paraíso do consumismo como a UE dos anos 80 e 90 se apresentou, de medo de perda da identidade e que vai de par com uma completa incompreensão do papel dos dirigentes no próprio desencadear das guerras causadoras de ondas de refugiados. Um cenário de nacionalismo «genuíno» é tão impossível como um voltar para trás no tempo, para o passado, para o século XIX. Com efeito, a afirmação duma nação com a sua expressão de comunidade política, está historicamente correlacionada com a aliança precária entre classes - como a pequena, a média e a grande burguesia - para explorarem melhor e sem concorrência, os recursos dentro de cada país (a sua própria classe operária, inclusive). Mas o capital hoje em dia está verdadeiramente internacionalizado, nem sequer poderá haver um capitalismo auto-suficiente no mais rico e poderoso país do mundo, os EUA, quanto mais em pequenos ou médios países. Aliás nem isso seria bom, quer em termos de desenvolvimento humano, quer em termos de conservação da paz entre os povos.
Mas, este cenário de avanço dos nacionalismos tem como vantagem -para os EUA- fraccionar politicamente o espaço da UE. Para os EUA, isso vai tornar mais fácil subjugar o seu continente «aliado» e rival, a Europa.
É possível que este seja o cenário em que se desmorone a UE ou em que esta seja relegada a mera união aduaneira.
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terça-feira, 11 de setembro de 2018
AS RAZÕES PARA A INTERVENÇÃO AMERICANA NA SÍRIA
Os esforços para a paz na Síria e a limpeza dos terroristas do ISIS e do ramo local da AL QUAIDA em Idlib, estão a ser abertamente sabotados pelos EUA e por suas forças militares, que continuam ocupando ilegalmente partes do território sírio.
Para compreender a razão disto, vale a pena visionar o video abaixo. Ele aponta o verdadeiro motivo e alcance das manobras dos EUA e de Israel nesta região.
https://www.youtube.com/watch?v=605G8FMeO6Y
sábado, 20 de janeiro de 2018
ESTADO ISLÂMICO, INSTRUMENTO DE TERROR IMPERIAL
A guerra dita contra o «terror» foi um instrumento de dominação, planeado e executado pelos neocons, no aparelho de Estado (o chamado «Estado profundo») dos EUA.
Mas, a partir da década de 2010, essa guerra «contra o terror» já estava claramente perdida com as derrotas humilhantes no Afeganistão e no Iraque, da maior superpotência que jamais infectou o planeta.
Assim, as «luminárias» da administração Obama, aproveitando a onda de contestação nos países árabes da orla do Mediterrâneo (Tunísia, Egipto, etc) produzida por um empobrecimento das pessoas e a manutenção de regimes corruptos e autoritários, desencadeia a operação chamada «primavera árabe».
Esta consistia em utilizar, nestes países, os elementos radicais islamitas, em geral de obediência sunita, onde a sociedade secreta, a Fraternidade Muçulmana, tinha muita força.
F. W. Engdahl descreveu tal jogada, ocorrida durante a passagem de Hilary Clinton pelo Departamento de Estado dos EUA, pelo que não irei aqui desenvolver o assunto.
Basta recordar que, muito antes de Trump, por volta de 2014, já era completamente claro o papel desastroso que esta política representava para o conjunto das nações do Médio Oriente.
Com efeito, esta política, começada com a guerra terrorista contra a Líbia, continuou com a exportação dos Jihadistas usados como elementos no derrube do regime de Kadafi (em particular em Benghazi) para a guerra «civil» Síria.
Esta guerra «civil» foi claramente insuflada do exterior, numa coligação operacional que envolvia Israel, a Arábia Saudita e os Emiratos (nomeadamente o Quatar, proprietário da cadeia de tv internacional Al Jeezira), assim como os aliados / súbditos da NATO (Turquia, França, Alemanha, Grã Bretanha...).
Mas esta guerra «civil» também não estava a correr bem:
O regime de Damasco, em vez de ser derrubado, estava-se consolidando e começou a ser apoiado militarmente pela Rússia. Esta decidiu ir em socorro do seu aliado sírio, para contrariar estrategicamente a expansão da «Jihad» no seu território. Lembremos as Repúblicas de maioria muçulmana, da Federação Russa no Cáucaso, não apenas a Chéchénia, e das minorias muçulmanas presentes em muitas outras partes da Federação Russa.
O regime de Damasco, em vez de ser derrubado, estava-se consolidando e começou a ser apoiado militarmente pela Rússia. Esta decidiu ir em socorro do seu aliado sírio, para contrariar estrategicamente a expansão da «Jihad» no seu território. Lembremos as Repúblicas de maioria muçulmana, da Federação Russa no Cáucaso, não apenas a Chéchénia, e das minorias muçulmanas presentes em muitas outras partes da Federação Russa.
Para contrariar a influência russa no Médio Oriente, o presidente Obama e seus conselheiros arriscaram montar uma «Segunda Al Quaida». A primeira, com Osama Bin Laden, foi também organizada pelos serviços secretos americanos, durante a luta contra a URSS, no Afeganistão. O resultado fatal e trágico é que, tal como os monstros do tipo «Frankenstein», estas organizações terroristas sempre escapam ao seu criador.
A segunda Al Quaida foi baptizada ISIS (mas este nome não era conveniente, pois idêntico ao acrónimo oficial, em inglês, dos serviços secretos de Israel). Depois, o seu nome foi resumido para «IS» (Islamic State) ou Estado Islâmico (ou Daech).
Esta força consistia numa reunião heterogénea de mercenários jihadistas, equipados, treinados e financiados pelos serviços secretos dos EUA e diversos Estados vassalos (Turquia, Arábia Saudita, Quatar, Jordânia...).
Esta coligação manteve, durante algum tempo, o jogo duplo, de combater formalmente o Daesh, enquanto lhes fornecia equipamento e abastecimento necessários para a continuidade da guerra contra Assad, na Síria, o regime que o «Ocidente» queria a todo o custo derrubar.
Cabe aqui reflectir no que seria hoje em dia o Médio Oriente, se estas ambições dos imperialistas se tivessem concretizado:
- Estaríamos perante um Califado, a estender-se desde Bagdad até a Damasco. Este Califado seria de obediência fundamentalista islâmica. As minorias, árabes ou não, muçulmanas, cristãs, ou outras, seriam impiedosamente sujeitas a «limpeza étnica» (exactamente como fizeram no Kosovo com a minoria sérvia ortodoxa). Mesmo os muçulmanos não sunitas radicais (existem grandes minorias Chiitas, Alauitas, etc.) seriam submetidos, num reino de terror, como aconteceu nas zonas e cidades (Mossul, Raqqa, etc,) sob controlo do ISIS.
Não se deve esquecer que sejam eles designados por Al Quaida, Estado Islâmico, etc. são fundamentalmente a mesma coisa:
- uma organização de mercenários, fanatizados na versão mais fundamentalista do Islão.
Apesar da aparente modificação (apenas retórica?) da doutrina oficial de «defesa» nacional dos EUA da era Trump, o facto é que estes continuam a apoiar estes grupos e agora planeiam usá-los* de modo encoberto, nas repúblicas (ex-soviéticas) da Ásia Central, que têm fronteiras com a Rússia e a China, com o claro propósito de colocar em cheque a Nova Rota da Seda. Desestabilizando estes vastos territórios, tanto no interior da China e Rússia, como nos Estados fronteiriços, os imperialistas continuam a apostar na política de guerra-fria, afinal mais e sempre mais guerra.
Além do sofrimento das populações destas regiões, tais políticas podem desencadear uma guerra mundial entre superpotências.
(*)
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terça-feira, 12 de setembro de 2017
A LUTA PELA AUTONOMIA NO CURDISTÃO SÍRIO
Em 2014, quando os exércitos do Iraque e da Síria foram derrotados por uma repentina ofensiva do ISIS, algo muito particular surgiu no território Sírio, perto da fronteira com a Turquia, na região de Kobane.
Milícias curdas de auto-defesa (YPG) ergueram-se para defender Kobane, a cidade onde predominava esta etnia, para que ela não caísse nas mãos dos djihadistas salafistas financiados pelas monarquias do Golfo, em especial pela Arábia Saudita, com a bênção e apoio logístico, em segredo, dos americanos. Nesta ocasião formou-se um movimento de solidariedade com os defensores de Kobane, tidos como próximos do partido curdo irmão do PKK.
O PKK, por sua vez, depois da prisão do seu líder Oçalan, numa ilha turca, tinha sofrido uma mutação tanto estratégica quanto ideológica. O seu líder prisioneiro, tinha estudado com muito interesse Murray Bookchin e tinha chegado à conclusão de que o seu movimento se deveria inspirar pelo Municipalismo Libertário para construir a nova entidade, nas zonas libertadas. Assim, Kobane foi o primeiro laboratório em «escala real» de um movimento de guerrilha, que adotou princípios de horizontalismo, assembleísmo e de total igualdade entre homens e mulheres. Se tal postura já era por si só revolucionária em qualquer parte do mundo, em especial o seria frente a uma ofensiva dos ultra-conservadores, inspirados na interpretação mais obscurantista e fundamentalista do Corão: o Waabismo.
Porém, não devemos embandeirar em arco, pois as forças nas quais se integram os contingentes curdos sírios, as SDF (Sirian Democratic Forces) são largamente controladas, financiadas e equipadas pelos EUA. Estes, não querem perder o controlo estratégico do leste da Síria, onde se situa o petróleo e onde podem exercer vigilância sobre o Irão, sobretudo pretendem manter as bases ilegalmente aí implantadas, sob o pretexto de combater o Estado Islâmico (uma criação deles, da Mossad, dos sauditas, dos quataris, da Al Quaida, etc.) .
Agora, com Dar-el-Zor prestes a ser libertada do cerco de anos pelas forças do Estado Islâmico, desenvolve-se uma corrida de velocidade para controlar esta região, rica em petróleo, entre as forças governamentais sírias, apoiadas pela Rússia, e as forças de SDF, apoiadas pelos EUA.
O que deveria prevalecer seria um acordo para que não houvesse incidentes entre forças que, nominalmente, combatem o mesmo inimigo... mas sabemos que tem havido uma constante sabotagem disso, pelo Estado Profundo dos EUA, que já vem do tempo da presidência Obama. Não esqueçamos que um acordo de troca de informações entre forças dos EUA e Russas foi sabotado horas depois de concluído, pelo bombardeamento «por engano» de uma coluna do exército sírio, causando mais de 60 mortes do lado sírio, na altura em que estes estavam a repelir o Estado Islâmico na zona de fronteira sírio-iraquiana.
O que os EUA tentam cozinhar é claramente a construção de um mini-estado tampão, usando os curdos (tal como o fizeram, várias vezes, com os curdos iraquianos) para depois poderem se implantar permanentemente nessa zona do mundo, onde estritamente não têm absolutamente lugar nenhum, mas onde eles pretendem estar presentes, para controlo das rotas do petróleo, do gás e mantendo e acirrando rivalidades e conflitos entre povos, única coisa na qual eles são exímios!
No meio disto, os militantes revolucionários vão ser - mais uma vez - «deitados para debaixo do autocarro», caso continuem a fazer a escolha errada e «apanhem o isco» de criar um mini estado Curdo, sem viabilidade e apenas baseado no apoio americano.
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quarta-feira, 23 de novembro de 2016
LÓGICA DE PAZ VERSUS LÓGICA DE GUERRA FRIA
Neste
final de 2016, constatamos que o mundo está um pouco menos ameaçado pela guerra
global. Isto seria uma quase certeza, caso Hillary tivesse vencido as eleições americanas.
Não devemos pensar, porém, que tudo se vai compor, não devemos cair na ilusão de que uma détente
EUA-Rússia é automática e inevitável, pois existem muitas frentes de fricção
que podem, a qualquer momento, especialmente antes da entrada do governo Trump
em funções na segunda metade de janeiro 2017, rebentar em conflitos fora de
controlo e complicarem muito a situação internacional.
Esta situação presente
poderia caracterizar-se como «nem paz, nem guerra», não se trata de uma
situação estável, nem se pode equacionar a nova «Guerra Fria» com o famoso
«equilíbrio do terror» da «Guerra Fria nº1». Com efeito, a política agressiva e
provocatória dos EUA e de seus aliados da OTAN, tem sofrido revezes de toda a
ordem:
- Os
tratados de comércio «livre», TPP e TTIP, estão realmente afundados, já estavam
seriamente em risco antes da eleição de Trump, sendo que a sua eleição apenas
representa o prego final no caixão.
- O
lodaçal da Ucrânia tem azedado as relações nem sempre cordiais dos «aliados»
(súbditos) europeus na OTAN com os EUA, pois existem demasiados setores
industriais europeus a sofrer por causa das sanções à Rússia. Esta, declarou
recentemente que as contrassanções, banindo a importação de géneros agrícolas,
vão continuar. Muitos outros motivos, como a desesperada necessidade de
abastecimento de gás natural, que nunca será substituído pelas energias
renováveis, pelo menos no curtíssimo prazo, aconselham os governos a uma
atitude de não confronto com a Rússia, que continua a ser um importante
fornecedor da União Europeia (especialmente, da Alemanha do Norte).
-
A derrota militar na Síria está a tornar claro o jogo sujo lançado pelos EUA,
com o pleno apoio da Arábia Saudita e do Qatar. Os objetivos militares eram
claramente de empurrar os terroristas do Estado Islâmico (ele próprio uma
criação dos EUA, Israel, Arábia Saudita e Qatar) contra o exército sírio
governamental, na esperança de causar uma situação crítica e finalmente o
derrube de Assad.
Aliás, isto foi, enquanto estratégia de Hillary, como
secretária de Estado do governo Obama, O OBJECTIVO ESTRATÉGICO dos EUA no médio
oriente.
-
A perda das Filipinas como um dos baluartes de cerco à RP da China. Esta
estratégia do «Asia pivot» ruiu com a recusa estrondosa de Duterte em aceitar
ser o vassalo obediente dos imperialistas, virando-se claramente para os
chineses, para se livrar da dominação colonial secular dos EUA sobre o seu país.
-
A redução de influência, em relação aos governos do sul da América: tem surgido
uma América Latina cada vez mais independente económica, militar e
diplomaticamente do poderoso vizinho do norte.
-
Mesmo os aliados mais próximos dos EUA, como a Grã-Bretanha, têm de ter cuidado
até onde vão no seu apoio à política «da canhoneira», pois as suas
possibilidades de continuarem a desempenhar um qualquer papel no xadrez
económico-político-diplomático, dependem das boas relações com a China, e eles sabem-no perfeitamente. Os
britânicos ofereceram a praça de Londres para emitir e negociar bonds denominados
em yuans, o que lhes daria uma vantagem importante sobre Frankfurt, a principal
praça europeia.
Delineei
acima algumas de um vasto conjunto de situações, ocultadas ou tratadas de forma
completamente distorcida pela média corporativa, mostrando que estamos perante
um quadro muito complexo em que a agressividade de uma das partes - o campo
«ocidental», nitidamente mais agressivo na retórica e nos atos- acabe por desencadear uma reação
da outra. Ou seja, que a provocação constante acabe por causar um passo em
falso dos outros.
Isto é claramente uma estratégia de tensão, que é levada a
cabo pelos EUA e aliados (na realidade... súbditos) da
União Europeia, agrupados sob o chapéu da OTAN.
-
Este posicionamento perigoso é acompanhado por uma torrente importante de
propaganda, que faz com que muitas pessoas, incluindo pessoas sinceramente devotadas à
causa da paz, confundam as situações e pretendam tomar as suas «distâncias»
em relação ao conflito em curso, mas de forma equivocada.
Ora,
para se ter uma visão apropriada, deve-se considerar as coisas, não sob a forma
que a propaganda quer e deseja que façamos, mas sob a forma que nos parece justa em termos
globais, ou seja, sob forma de um desenlace que seja aceitável pelas diversas partes, dentro dum
espírito realista de resolução dos conflitos por meios pacíficos, pela
prioridade à negociação sobre a confrontação armada, pela reafirmação do
princípio da soberania dos Estados, pela não-ingerência de Estados nos assuntos
internos dos outros (ou seja, o completo abandono da doutrina de «intervenção
humanitária», que apenas trouxe desastres humanitários e destruição total).
A
propaganda tem sempre um objetivo claro em relação à cidadania sobre a qual
incide: É desencadear reflexos de medo. O medo impede as pessoas de pensar. Para isso, deflete as questões, não permite que as pessoas
percebam onde estão as responsabilidades reais.
Penso que uma
estratégia de paz não passa por contrapropaganda, ou seja, por demonizar aqueles que
emitem a propaganda. Isso não é eficaz por várias razões.
- Em primeiro lugar, porque nos põe, não como críticos, mas como favorecendo apenas um dos lados; ficamos ao mesmo
nível que propagandistas.
- Por outro lado, não permite que se aprofunde, se
compreenda, com base em factos e não em opinião, as causas dos acontecimentos.
Pois é exatamente isso que a média corporativa nos oculta sistematicamente.
Esmera-se sempre em obliterar completamente o contexto das notícias,
especialmente de conflitos armados, mas - em geral - faz isso com todo o noticiário de
política internacional.
Pelo contrário, esmeram-se em transcrever e reproduzir
todas as declarações oficiais de um dos lados, de forma extensiva, omitindo
completamente quaisquer contrapontos. O discurso do poder é registado sem
qualquer observação crítica, como um «deus», inquestionável.
Para essa média, o «deus» é realmente o poder do dinheiro, seja ele o dos
nossos impostos ou o das publicidades que alimentam essas enormes máquinas de
propaganda moderna.
Assim,
as pessoas de boa vontade devem educar seus concidadãos a verem a realidade
por detrás da propaganda, indo à raiz dos problemas.
Apenas
alguns exemplos de manipulações e ocultações recentes da média corporativa
internacional:
- Eles
sabiam perfeitamente, mas ocultaram quem desencadeou e nutriu as guerras da
Líbia, da Síria, quem equipou e subsidiou Al-Nusra, ramo Sírio de Al-Quaida… e como sabemos, estas guerras estiveram realmente na origem do problema – gravíssimo – dos refugiados destas guerras.
- Eles
sabiam perfeitamente e ocultaram que houve interesses que se serviram dos
refugiados para desestabilizar vários países da Europa central: era conhecido o
envolvimento do multibilionário George Soros, que subsidia as
ONGs que tiveram um papel de relevo nesta crise.
- Eles
sabiam, não apenas do papel das ONGs locais, subsidiadas por Soros, um fator importante
na «revolução» de Maidan na Ucrânia, como das forças nazis e antissemitas sem
quaisquer máscara, mas que foram apelidadas de «democráticas» pela média e pelo
departamento de Estado dos EUA. Foi um golpe de Estado, monitorizado e financiado pelos EUA e com o apoio das chancelarias europeias,
nomeadamente alemãs, francesas, britânicas…
Poderia
citar mais exemplos, eles estão constantemente a surgir. Mas estes bastam, para
se perceber como a média distorce as realidades no terreno, exerce uma forte
pressão na opinião pública, não como veículo de informação, que deveria ser,
mas como veículo de propaganda.
A
meu ver, a propaganda não deve ser combatida com «contrapropaganda», mas com
informação objetiva, que desmascare as operações de propaganda. Por isso,
importa formar uma cidadania com uma elevada capacidade de pensar criticamente. Não «acreditar» seja o que for, seja de onde vier a
informação, sem questionar, examinar as provas da mesma, ver até que ponto se
trata de factos, não fabricados, mas objetivos. Depois, ver se estes tais factos
suportam ou são coerentes com as teses ou hipóteses defendidas e se não terá
havido omissão de outros factos, que iriam contrariar as conclusões…
Esta
educação e formação de espíritos livres devem ser assumidas como fator muito importante, essencial mesmo, na construção de um movimento
pacifista.
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