Embora Aldous Huxley tenha escrito o seu romance «Admirável Mundo Novo» em 1932, o mesmo foi aclamado como algo mais do que um livro de «science-fiction». Tem sido um livro com surpreendente atualidade: parece «profético»... na verdade, ele faz uma amplificação de traços do comportamento humano, enquanto indivíduos (psicologia, biologia), e enquanto sociedade (sociologia, saber sobre ideologias, história...). Assim, o livro é publicado, muito a propósito, um ano antes da tomada de poder de Hitler e na altura em que Estaline toma controlo total da burocracia soviética e liquida os últimos «românticos» do bolchevismo. Porém, 30 anos depois, aquando da conferência dada em Santa Barbara, Califórnia este livro, perfeitamente atual, ajudava a iluminar novas derivas autoritárias: não apenas nas ditaduras «comunistas», nas ditaduras fascistas, da Península Ibérica, ou da América do Sul e Central; mesmo nas chamadas «democracias liberais».
Hoje, o fenómeno repete-se. A classe oligárquica, para o «nosso bem», está a destruir os vestígios de liberdade, de direitos individuais, de prevalência da lei e do direito, supostamente, para nos manter seguros contra um «terrível» vírus...
Tirai a circunstância, tirai o pequeno pormenor, a mesmíssima atitude prevalece: Trata-se de não confiar no indivíduo, trata-se de estabelecer um complexo de medo, de angústia que «justifique» as medidas mais severas, trata-se de diabolizar, de anular toda a dissidência, impedindo primeiro a expressão de qualquer narrativa que contrarie a ortodoxia, depois o simples direito à subsistência, a possibilidade de uma vida social normal, a pessoas coerentes, que não desejem ser vacinadas, e isto por razões, porém, inteiramente legítimas.
Oiçamos pois Aldous Huxley, em 1962.
3 comentários:
Oiça Alan Watts sobre Aldous Huxley, um aprofundado estudo sobre o livro de Huxley «Island».
https://www.youtube.com/watch?v=KIgzZVpg4ks
Os autoritários, os totalitários de hoje, como os de ontem, querem transformar, formatar, moldar, amansar, domesticar, vergar, a natureza e o espírito (dos outros, claro. não deles próprios!). O «transumanismo» é, tal como outras ideologias totalitárias, anti-humanismo.
Leia*: https://larrysanger.org/2021/08/the-astonishing-hubris-of-a-global-experimental-vaccine/
*Autor: Larry Sanger, co-fundador de Wikipedia
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