A TEMPESTADE PERFEITA
Tela a óleo de Turner* Tempestade de Neve no Mar
[PARTES ANTERIORES DA SÉRIE: VI ; VII ; VIII ; IX ; X ; XI ; XII ; XIII ]
A TEMPESTADE PERFEITA
Tela a óleo de Turner* Tempestade de Neve no Mar
[PARTES ANTERIORES DA SÉRIE: VI ; VII ; VIII ; IX ; X ; XI ; XII ; XIII ]
Se regressar mentalmente a alguns (poucos) anos atrás, reconheço que, se alguém me viesse contar sobre o quotidiano actual na sociedade, eu não acreditaria!
Por isso, aconselho-vos a leitura do texto futurístico, de TE Creus, talvez ficcional, talvez antecipatório.
Este intróito leva-me a considerar a realidade da trapaça do COVID de frente: com efeito, nunca é demais repeti-lo, não é por o vírus ser real e por haver mortes reais, que tudo aquilo que os «esclarecidos» dirigentes e seus conselheiros têm dito e defendido é lógico, é científico, é realista, é humano.
Mas, ainda mais grave, é a passividade e conivência de quase toda a esquerda, cobarde, enfeudada ao sistema, comprada - quanto mais não seja - pelas mordomias (as migalhas) que lhe concede a oligarquia, nos diversos países e mesmo a nível mundial. É detestável o papel que estão a fazer , pois muitos se situam na «vanguarda» da «luta pelo desmascarar dos ditos conspiracionistas» , quando, na verdade, estão a colaborar sem vergonha e sem remates de consciência (ambas coisas de que sempre careceram) na morte da liberdade de expressão.
Os Klaus Schwab, os Bill Gates e os George Soros deste mundo podem sorrir, satisfeitos: em pouco tempo, conseguiram neutralizar discretamente os que se vangloriavam de ser os defensores dos trabalhadores, os que estão na primeira linha da defesa dos direitos humanos, etc... É caso mesmo para dizer, não apenas os neutralizaram como os recrutaram (veja-se o caso de BLM «black lives matter», ou de AF «antifa» e muitos outros pelo mundo fora).
Que amigos (e outros) não gostem do que escrevi, paciência! O facto é que denunciei há um ano, (ver aqui, também aqui) o maior golpe jamais realizado, ao nível global: pois essa análise é corroborada agora, por pessoas muito mais informadas e competentes do que eu. É aquilo que tem de ser dito; assim como aquilo que irei dizer a seguir:
Não seria possível tudo o que vemos: os despedimentos em massa, o esmagamento da capacidade reivindicativa dos trabalhadores, o atirar milhões de pessoas para a precariedade, logo para a doença mental, a depressão e o suicídio... nem tão pouco, a continuação das guerras de desgaste, cruéis e punindo as populações civis inocentes, no Iémen, na Síria, no Afeganistão, ou a ameaça muito séria de guerra a quente, com pontos de fricção em várias zonas no globo (essencialmente nas fronteiras da Rússia e da China), com o triunfo nos neo-cons do Estado profundo nas «eleições» americanas, que deram «a vitória» a um caquético fantoche, às ordens dos bilionários. Não seria possível isto tudo, sem uma traição secular de grande parte da esquerda. Na verdade, ela já tinha traído há muito, só que não tinha tido ensejo de revelar o que era, essencialmente.
Nunca mais voltará o mundo de antes, pois estamos em plena 3ª Guerra Mundial, a qual se compõe de complexas batalhas em diversas frentes, que vão das sanções, com efeitos devastadores nas populações civis dos países «inimigos» (vejam as vítimas no Irão ou na Venezuela, são as crianças, os doentes, os pobres, não são os militares de alta patente nem os governantes, que isso seja bem claro), às guerras por procuração e até à vigilância generalizada e militarização da sociedade civil, nos países dominantes.
Mas, nem tudo são trevas. Assiste-se ao acordar de uma consciência mais humana, mais próxima das muitas espiritualidades que nos legaram milhares de anos de História.
O cristianismo, o budismo, o islamismo e todas as espiritualidades, não têm «culpa» das distorções, da hipocrisia e da falsidade dos que dizem professar tais religiões...
A única luz de esperança que vejo agora, provém das pessoas que sinceramente aderem a qualquer religião, seja a que está mais próxima da minha cultura e modo de sentir, seja de outra.
Muitos não compreendem que haja valores espirituais, pois os «valores» que eles conhecem, traduzem-se apenas em cifrões, em cotações bolsistas, etc.: São os materialistas vulgares e filosóficos... Para eles, a vida é o desfrutar, o prazer, não têm nenhum respeito ou preocupação com a verdadeira amizade, com o verdadeiro amor, com tudo aquilo que é intrinsecamente humano.
Eles estão - aparentemente - triunfantes: Os muito ricos enriqueceram ainda mais, desde há um ano. Sobretudo, consolidaram o seu poder. Para isso, jogou a descida dos padrões morais, sobretudo no mundo «rico», a ideologia do consumismo, hedonismo e egoísmo ostensivos. Também a traição dos chamados intelectuais, com especial destaque para os auto-proclamados defensores dos oprimidos, dos explorados, etc...
Claro que uma grande crise também está prenhe de grandes oportunidades; não apenas de destruição. Eu antevejo que as oportunidades não se limitarão à nova configuração do poder económico, mas também haverá uma «varridela» enérgica nas chamadas elites, nos políticos, na própria tecnocracia.
Convido os leitores a procurar tudo o que não é relatado, filmado ou transmitido pela média corporativa, mas por fora. Aí, por vezes, encontram-se as mais interessantes e originais formas de pensamento e de organização.
Os fascistas tecnocráticos são muito persistentes, mas existe já uma resistência: pessoas e grupos, considerados marginais hoje, mas que nos trazem a brisa fresca do futuro, não contaminada pela podridão do presente. Nada está definitivamente traçado.
Deparei-me com um documento interessante, um estudo destinado ao Congresso dos EUA, datado de 2018. A autora, Catherine A. Theohary, é especialista em políticas de segurança nacional, operações no ciberespaço e informação:
https://sgp.fas.org/crs/natsec/R45142.pdf
Este documento é interessante porque caracteriza em pormenor toda a panóplia que os governos, ou forças não-governamentais, dispõem para levar a cabo a guerra informativa. Se lerem em pormenor o documento, verão que ele ajuda a clarificar muito do que se fala sobre ciberataques, sobre ataques de falsa bandeira, sobre a propaganda e sua utilização quer pelos Estados, quer por forças rebeldes.
O que sobressai deste estudo sistemático é que estamos em pleno numa era, em que a guerra informativa toma a dianteira.
Nesta guerra de perceção, os cidadãos - quer cidadãos do país-alvo, quer cidadãos do próprio país que leva a cabo as operações - é sobre eles que se exercem as ditas técnicas.
O objetivo central é - de uma ou outra forma - a construção duma imagem*. As pessoas, uma vez construída uma determinada imagem do mundo e adotada determinada visão de como as coisas funcionam, aderem a ela, sem terem consciência do processo que as levou a adotar precisamente essa visão das coisas e do mundo e não outra. Se essa visão do mundo for constantemente reforçada pelos media, pelo discurso do governo, dos políticos, incluindo políticos ditos de «oposição», então, essa tal visão do mundo e da perceção da realidade que implica, ficam completamente «congeladas», «cristalizadas» na mente dos indivíduos.
Em qualquer caso, as pessoas assim «capturadas», podem ser de convicções de esquerda ou direita, de cultura elevada ou baixa, de inteligência elevada ou medíocre: como eu já tinha apontado noutro ensaio publicado neste blog, a capacidade de criar ilusão através desta influência abrangente, exerce-se sobre os mais diversos tipos de pessoas, vai influenciar todos. Uma das razões disto, tem a ver com o mecanismo de interiorização: A pessoa assimila a propaganda como se fosse a verdade, como se tivesse testemunhado pessoalmente determinados factos (quando isso não aconteceu, é apenas ilusão). A vítima torna-se defensora de seu molestador (síndroma de Estocolmo). A pessoa fica convicta de que os pensamentos são seus, foram o resultado dos seus processos de raciocínio, quando - na verdade - foram plantados no seu subconsciente, através de processos de condicionamento.
Estas táticas tornam-se muito mais eficazes na era da massificação da Internet, das redes sociais, da universalidade dos telemóveis de tipo «smartphone». A diferença em relação à era anterior, é a seguinte: As pessoas podiam ficar temporariamente hipnotizadas pela a TV mas, em confronto com a realidade, a ilusão plantada nas suas mentes acabava por se dissipar, em muitos casos. Mas, atualmente, as pessoas têm - ao contrário da era anterior - a ilusão de «procurar por elas próprias», de aceder às fontes, mesmo àquelas que estão de facto (ou aparentemente), em contradição com o discurso dominante. Isso dá-lhes uma convicção profunda de que aquilo em que creem seja verdadeiro, que seja o real. Porque elas, aparentemente, não foram guiadas, induzidas, ou canalizadas na sua pesquisa. É evidente que tal não é assim. Os algoritmos dos motores de pesquisa são manipulados de modo a dificultar o acesso a certas páginas Internet. Quando observamos a censura digital, sob pretexto de «COVID», de «segurança», ou outro, sabemos que já não existe liberdade de expressão e informação na Internet, em especial, nos canais de vídeos, ou em redes sociais.
Edward Snowden tem avisado e explicado em vídeos, ou entrevistas o funcionamento de todo o aparato que se destina a influenciar a perceção das pessoas. Ele, assim como Julian Assange e Wikileaks, são diabolizados e considerados «espiões», devido ao facto de terem desmascarado militares e «contratantes» (mercenários) dos EUA e seus crimes de guerra, a total ausência de respeito pela lei dos EUA, até com a utilização de táticas de guerra psicológica (guerra de informação) dirigidas ao público dos próprios EUA. O que está em causa é a exposição da técnica da ciberguerra, a técnica psicológica, a qual se aplica (com instrumentos e usos diferentes, claro) às próprias populações e às populações de potências inimigas.
O documento que Catherine A. Theohary escreveu é apenas um documento, entre muitos. Ele está redigido de modo a não ofender deputados e senadores, está feito com a hipocrisia necessária para não colocar em causa as estruturas dos EUA, que levam a cabo esta guerra psicológica, esta guerra de informação. Estou a falar da CIA, a NSA, etc. mas também de fundações como a NED e ONGs, em estruturas governamentais desde os ministérios, até às embaixadas.
Mas, essencialmente, é um documento utilizável como «manual», ou um «guia» para se perceber o que são as jogadas de uns e de outros. Não apenas EUA, e NATO, como igualmente Rússia, China, etc...
O «Information Warfare», que eu traduzo por Guerra de Informação, é um instrumento e técnica da guerra híbrida. É uma parte importante nesta IIIª Guerra mundial, que não se afirma enquanto tal, mas que se vai desenrolando diante dos nossos olhos, com início na queda do Império Soviético e aceleração com o 11 de Setembro de 2001. Desde esta segunda data, os processos utilizados da Guerra-Fria Nº1 têm sido aplicados de forma massificada, multiplicados pela potência da Internet, tanto na população doméstica**, como nos aliados e inimigos.
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(*) O termo «imagem» é tomado aqui no sentido mais lato possível, pois também pode ler-se como sinónimo de: «narrativa», «ideia», «conceito».
(**) Joe Rogan entrevista o autor e investigador: The secret history of MK ULTRA
Alguns artigos deste blog, relacionados com o tema:
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2021/12/prof-mattias-mesmet-entrevistado-sobre.html
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2021/11/mattias-desmet-condicionamento-de.html
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2021/09/olhando-o-mundo-da-minha-janela-n10.html
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2021/08/aldous-huxley-1962-derradeira-revolucao.html
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2021/08/propaganda-21-n-7-psicose-de-massas.html
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https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2019/11/obras-de-manuel-banet-roteiro-para.html