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quarta-feira, 1 de junho de 2022

OLHANDO O MUNDO DA MINHA JANELA, PARTE XIV

A TEMPESTADE PERFEITA


Tela a óleo de Turner* Tempestade de Neve no Mar


[PARTES ANTERIORES DA SÉRIE:  VI ; VII VIII ; IX ; X ; XI ; XII ; XIII ]


Ano velho, ano novo... traz-nos algo: Surpresas, espantos, deceções e esperanças. Tudo isso nos trouxe o ano de 2022, agora que se inicia o sexto mês deste fatídico ano.
Ou talvez não, afinal? - Pois tudo está contido em potência dentro de acontecimentos dos anos passados. Será necessário recuar a 2014, a 2003 ou antes, até a 1998 ou 1991?
São tantos, os eventos que se encadeiam nestas datas e se relacionam com o que se está a passar agora. É como se fossem cadeias causais perfeitamente nítidas. 
Ou será um efeito de óptica? - Será que nossa visão exclui tudo o que se afasta de uma determinada narrativa, que contamos nós próprios, para explicar o inexplicável, para dar sentido ao caos permanente? 

Em traços largos, aquilo que escrevi há 6 meses, no número anterior « OLHANDO O MUNDO DA MINHA JANELA, PARTE XIII » mantenho-o: A ascenção de um totalitarismo que se desenvolve com «pezinhos de lã», para não assustar as pessoas. 
Mas, entretanto, já a Europa experimenta, há mais de 3 meses, a descida ao abismo, ao inferno da guerra. A própria cidadania, hipnotizada ou fanatizada, vai lançando mais «achas para a fogueira», quer mais guerra, mais destruição. Quer saciar a sua raiva; quer escoar o seu medo. 

As pessoas, sob efeito de múltiplas injeções de propaganda do medo, deixaram-se manipular, reagindo como as «elites» querem. No orgulhoso Ocidente os valores de que se orgulham desapareceram, do dia para a noite, o que significa que já não existiam realmente, como também, a inteligência, o senso crítico, o equilíbrio da avaliação: Tudo isso voou em estilhaços. 

Afinal, o que isto mostra é que a podridão desta civilização chegou ao seu último estádio. A decomposição final traduz-se em manifestações de belicosidade, mas apenas sob o manto nuclear «tranquilizador» do poderio US. É como bullies que gostam de se fazer de valentes, mas que o fazem apenas quando estão protegidos por um bully mais forte. 

A vida, por aqui, corre como se nada fosse. Creio que a inflação ao consumidor, em países como Portugal, é da ordem dos anos oitenta, ou seja, de dois dígitos. Esta inflação é a maior que a Alemanha experimenta, desde há 60 anos. Note-se que a Alemanha tem horror à inflação, devido à crise hiperinflacionária que sofreu em 1923 e que ficou marcada na sua memória coletiva. 

Mas, em geral, a ignorância da História, da Economia, da Biologia e de todo o conhecimento verdadeiro, leva a uma enorme permeabilidade dos povos perante as «fake news». Estas  são -principalmente - veiculadas pelo poder, pela média dita «mainstream», pelos grandes conglomerados, que incluem agora empresas tecnológicas, aliadas do poder e fornecedoras de informações para e sobre os cidadãos, como operadoras da manipulação da informação. Por exemplo, milhares de páginas e de vídeos foram nestes meses suprimidos no Youtube, só porque não têm a perspetiva dos poderes sobre a guerra na Ucrânia. 

Mas, isto, muitas pessoas não querem saber, não «acreditam», até «acham bem» visto que se destina a calar aqueles que elas odeiam: Então, neste contexto, os célebres romances de ficção político-sociais de Orwell «1984» e «Animal Farm», são tomados - já não como chamadas de atenção para perigos futuros, que o Autor descreveu - mas como manuais de instruções, pela casta sociopática que nos governa. 
Francamente, não estou otimista, no curto-médio prazo. Porém, a realidade é sempre muito mais forte do que os devaneios de uns e de outros. A realidade do colapso das economias antecedeu a guerra na Ucrânia e a crise do COVID, mas foi exacerbada por estas. Esse colapso está já a fustigar o Terceiro Mundo. 
Os despreocupados do mundo afluente estão convictos que será somente mais uma crise; que algumas pessoas irão ter privações, na América do Norte e na Europa, mas que estão «protegidas» de uma grande catástrofe. 
Não serve de nada tentar demonstrar-lhes que não; que o momento é de colapso geral e transformação profunda, porque elas não ouvirão. Estão de tal maneira condicionadas, que apenas tomam atenção ao que saia da boca de poderosos, sejam políticos, multimilionários, ou outras personalidades promovidas pela média corporativa. 

Olho o mundo da minha janela e a realidade - por vezes- parece-me um enorme pesadelo. Tento não me deixar influenciar por meu estado de espírito, faço os possíveis por manter o olhar objetivo, desapaixonado, porque sei que isso é crucial para a boa navegação. 
Evitar «icebergs», «tornados», «ondas que tudo arrastam», é um cabo dos trabalhos. Ninguém, com bom senso se deveria considerar ao abrigo do naufrágio, nestas circunstâncias. 
Mas, as pessoas mais ricas pensam sempre que as desgraças são para os outros. Enganam-se, pois a riqueza não lhes serve de grande coisa dentro dum navio sacudido pela tormenta. Quanto mais «carga» levam consigo, pior, pois -em geral- não são capazes de se separar do excesso de bens, de fortuna, para salvar as suas vidas.  
 

Parede, 01-06 2022

PS: como suplementos que não precisam de comentário, deixo-vos duas notícias interessantes: Uma, revela como os ricos parqueiam as suas coleções de arte. Na outra, o eminente cientista, que é Robert Malone, descreve a «monkey pox».


sexta-feira, 15 de março de 2019

DESVENDADO NO REINO UNIDO PROGRAMA MILITAR DE CONDICIONAMENTO PSICOLÓGICO «ORWELLIANO»


[inicialmente publicado em https://ogmfp.wordpress.com/ ]

De acordo com RT, foi proposto pelas autoridades oficiais do Reino Unido, um contrato de investigação com Universidade de Cambridge, que envolvia condicionamento de tropas e do público para melhor aceitação das actividades militares.

No contexto actual, em que a guerra fria está sendo reactivada, usando instrumentos de propaganda de guerra como «Integrity Initiative», este novo escândalo mostra o verdadeiro carácter orwelliano do poder, por detrás de uma fachada democrática.

O escândalo, que rebentou em Fevereiro graças à denúncia por um jornal dos estudantes de Cambridge, foi ignorado na media «main-stream», como é costume, nestes assuntos. Porém, a revelação do mesmo inibiu a Universidade de Cambridge de aceitar a proposta.

Numa parte do projecto pode-se ler … “como compreender e influenciar o comportamento humano” … e exige que quaisquer parceiros futuros do Ministério da Defesa desenvolvam “actividades de informação e influência… enquanto componentes não cinéticas da actividade militar, no seu âmbito pleno de acção” e também, garantir que “ as mensagens dirigidas às audiências domésticas do Reino Unido e às audiências internas da Defesa sejam promotoras de atracção… para nossas fileiras (militares e civis).”

notícia de RT apresenta muitos outros aspectos factuais, mas uma das evidências mais preocupantes é um quadro, com diagrama de fluxos, que se destina a explicar como é exercida a influência em «abordagem de espectro pleno», ou seja, uma expressão codificada para o cenário de guerra total. 

Este quadro


(reproduzido aqui, acima) revela que o programa se destina a desenvolver técnicas de «manipulação da informação focalizadas em certos alvos, nos domínios físico e virtual, para moldar atitudes e crenças no domínio cognitivo».

Eis um programa orwelliano, apenas desvendado porque algumas pessoas corajosas o publicitaram. Este programa apontava claramente para objectivos de condicionamento da mente e comportamento dos cidadãos. Quantos outros programas haverá em vários países, pagos com os dinheiros dos impostos, com os mesmos fins?