Hoje de manhã, depois da redução para zero das taxas de juro do FED no passado Domingo, acompanhada pelo anúncio de um «QE» (impressão monetária) de 800 biliões de dólares, a reacção dos mercados foi um desastre total.
Os mercados tinham já antecipado estas medidas, pelo que o seu anúncio teve um efeito negativo. É como se dissessem: «aquilo que a FED anunciou não impede a economia mundial de continuar paralisada».
De facto, estamos no início duma recessão/depressão prolongada, pois os sistemas produtivos de grande parte do mundo, incluindo Europa e os EUA, estão bloqueados.
Esta paralisia não é causada pela pandemia de coronavírus, mas é agravada pelo PÂNICO que esta pandemia suscita. Quando se fala de «pânico», é preciso ter em conta que as pessoas são - sobretudo - movidas pelo efeito amplificador do alarmismo veiculado pelos media. Este alarmismo, por sua vez, incita os cidadãos a atitudes e comportamentos irracionais e «convida» a que os dirigentes se sintam na obrigação de dar «resposta» à altura das expectativas do público. Está-se então num «ciclo vicioso», em que cada medida extrema, obriga a nova medida ainda mais extrema. Vejam-se os casos em que uma medida tomada num país europeu é logo adoptada noutros.
Do ponto de vista económico, a pandemia de medo tem como consequência a «morte» de muitos pequenos e médios negócios, de empresas familiares, como na restauração, turismo e todas as outras, que estão dependentes ou são subsidiárias daquelas.
Isto significa que vai haver uma transferência de riqueza: certos negócios serão adquiridos por um valor irrisório e outros ficarão em situação de monopólio ou quase.
Ao nível social, vamos assistir à multiplicação de respostas e atitudes extremas, não causadas por uma racional prudência, mas por fanatismo, tal como ocorreu em muitos episódios de epidemias que assolaram a Europa e o mundo, em séculos passados.
Actualmente, as epidemias são muito melhor compreendidas, têm tratamento e prevenção muito mais eficazes, do que no passado. A media, aqui também, tem um papel negativo, pois amplifica o medo e não dá a conhecer correctamente o que existe ao dispor da medicina e dos sistemas de saúde modernos para combater as epidemias. Pelo contrário, tem tendência a ignorar informações, como as que venho recolhendo de órgãos de informação diferentes da media convencional, as quais são moderadamente animadoras.
Visionem - a este propósito - a entrevista (em francês) pelo Prof. Didier Raoult à MANDARIN TV法国华人卫 e que reproduzi na minha publicação recente:
Em suma, quando este episódio de pânico causado pelo coronavírus e amplificado pela media desaparecer, vamos nos deparar com novas situações, impossíveis de antecipar.
A única coisa em que eu apostaria, é que o «reset» vai ocorrer sobretudo na esfera financeira e económica, mas também terá consequências significativas nas esferas social e cultural.
(As fotos abaixo são relativas à grande depressão dos anos 1929-33)
Sim, estamos perante o início de uma crise cujas dimensões são tais, que ninguém ou quase, se apercebe do abismo que se está a desenhar em frente «dos olhos financeiros» do mundo inteiro.
Explicação: perante a descida vertiginosa dos mercados de acções e obrigações, maiores do que as descidas da grande crise de 2007/2008 e das outras, de que o sistema guarda memória, qual será a reacção dos bancos centrais? Aposto, com toda a confiança, que estão agora (28-29 Fev. 2020) reunidos, sob a batuta do BIS (Bank of International Settlements) para decidir de uma coordenada política de impressão monetária, com vista a «salvar» a economia da catástrofe.
Evidentemente, não vão salvar nada, pois mesmo que os mercados por magia (falsa) subam vertiginosamente do mesmo modo que desceram, vão fazê-lo com dinheiro impresso e cedido pelos bancos centrais, «resgatando» assim a economia financeirizada em que temos vivido.
Mas, muitos actores do mundo económico real vão receber os dólares, ou yens, ou euros, etc. suplementares, não com entusiasmo, mas com apreensão, pois todo e qualquer activo que detenham, vai sofrer diluição equivalente do valor.
O público em geral vai também ver a aceleração da inflação, inevitável numa situação de inundação dos mercados com divisas que não correspondem a nada, a nenhum valor/trabalho. Como noutras situações históricas conhecidas, desde a Alemanha da República de Weimar (1920-23), à Rússia de Ieltsin (finais dos anos 90), à Argentina (de 2000) ou ainda outros episódios de hiperinflação contemporâneos, como na Venezuela e Zimbabwe, o início parece ser uma inflação apenas um pouco mais intensa, depois haverá uma descida enorme dos salários reais e aí as pessoas começam a entrar em pânico, sendo depois questão de pouco tempo (meses) até o dinheiro deixar de ter qualquer valor.
Escusado será dizer que as pessoas mais afectadas são as que ficam impossibilitadas de sobreviver neste contexto: em geral, os assalariados, os pensionistas, as pessoas de posses modestas, ficam na miséria.
O sistema global não poderá continuar neste estado por muito tempo. Daí que as «elites» já tenham preparado um «reset» ou seja, uma forma de mudar o que tem de ser mudado para que tudo (o que é essencial) fique na mesma.
É muito provável o lançamento dum sistema monetário baseado em cripto-moedas, mas com emissão estatal ou por bancos centrais. Esta «solução» não será uma verdadeira solução, porque o conteúdo do valor das criptomoedas ou moedas digitais será sempre sujeito a manobra dos governos e bancos centrais, tal como têm sido - até agora - as moedas em papel, as «divisas fiat», que apenas existem porque os Estados obrigam os cidadãos a fazerem todos os seus pagamentos nestas e só nestas divisas, para que as transacções sejam consideradas válidas, para todos os efeitos legais.
Ora, os Estados estão sempre a desvalorizar suas moedas para conseguirem fazer mais despesas, que não teriam hipótese de fazer, somente com dinheiro dos impostos. Mas fazem-nas, no entanto, devido ao seu endividamento, junto de entidades financeiras, como bancos, fundos especulativos, etc. (os compradores de dívidas estatais ditas «dívida soberana»).
Uma grande parte do colapso a que começamos a assistir agora, deveu-se a essa arquitectura defeituosa do sistema monetário e do poder político, aproveitando e abusando dessa possibilidade de endividamento, para se auto-perpetuar à custa do futuro dos seus próprios países e povos.
Mas, como as populações respectivas não compreendem patavina do esquema de Ponzi que tem sido mantido mundialmente pelos governos e finança, eles têm continuado, ao longo de décadas, o seu comportamento criminoso, de forma continuada, descarada e impunemente.
Só haverá mudança real do sistema monetário se e quando o mesmo não permitir os golpes ou esquemas de Ponzi, que têm sido o apanágio destas castas financeira e governante.
Quando o trabalhador tiver a garantia da conservação do valor do fruto do seu trabalho, qualquer que seja a unidade em que é pago, ao contrário de hoje, em que o poder de compra dos salários se deteriora mais ou menos rapidamente.
Hoje em dia, o assalariado não consegue manter o seu poder de compra, simplesmente porque o dinheiro está «desenhado» para ir perdendo valor ao longo do tempo, mas isso ninguém (ou quase) lhe explica!
Só uma transformação profunda, não violenta, que aborde as questões sem demagogia e no interesse da imensa maioria, poderá resolver as questões...
A gestão das principais divisas ocidentais, tem como característica fundamental, nos últimos
anos, estas serem constantemente diluídas pela compulsiva impressão monetária
(de forma quase exclusivamente digital) pelos bancos centrais.
Por outro lado, a compressão
dos juros, ou mesmo os juros negativos, vai atribuir ao custo do dinheiro uma
valoração anómala. Isto impede que se tenha em conta a preferência
temporal: com efeito, (por hipótese) o emprestador aceita emprestar uma dada soma
a juro X, sendo esse valor X o que pensa (e o mercado em geral, pensa) ser a
justa compensação por diferir (por um certo prazo) a utilização desse mesmo
dinheiro.
Se o juro é praticamente
nulo, ou mesmo negativo, os mercados ficam automaticamente incapazes
de efectuar uma justa e apropriada avaliação de quaisquer investimentos. A
preferência por opções especulativas é - em grande parte- resultante desta
situação.
É o caso das acções,
obrigações e derivados: trata-se sempre de um jogo de soma zero, ou seja, não
existe, globalmente, qualquer acréscimo líquido de riqueza: o acréscimo de
riqueza de uns, equivale - estritamente- a uma perda de riqueza de outros.
Os juros de referência dos
bancos centrais, são os que eles podem realmente controlar. Estes,
realmente, são apenas e somente os juros de curto prazo (o que inclui o «repo market»).
Poucas pessoas se apercebem de que o juro de obrigações soberanas de
longo prazo está, de facto, fora da capacidade de controlo dos bancos
centrais.
[Fig.
1: gráfico retirado do blog de Martin Armstrong; vê-se a descida do intervalo do juro
de 10 anos para 2 anos até atingir uma inversão em Setembro de 2019]
A preferência temporal
obriga, em boa lógica, a que o emprestador de dinheiro a um prazo mais longo,
queira um juro mais alto, do que a um prazo mais curto. Mas, quando a curva dos
rendimentos (yield curve) se inverte, isso significa que os investidores têm grande desconfiança nas capacidades reais de pagamento das
entidades emissoras de obrigações, no curto prazo.
Foi exactamente o que
se passou em Setembro de 2019. De cada vez que isso acontece, tem havido uma
crise nos meses seguintes.
[Fig.2: gráfico retirado de artigo
de Zero Hedge; mostra que o FED de Nova Iorque tinha quase cessado a
intervenção no mercado de curto prazo, no final de Dez. de 2019. Mas, em Jan. 2020 voltou a colocar importâncias elevadas no mercado. No mercado de ainda mais curto prazo, o «over-night», a inversão é mais acentuada.]
Segundo Jamie Dimon,
director do banco JP Morgan, «os bancos estão cheios de cash, só que têm muitas
dúvidas sobre onde aplicá-lo». Traduzindo: a crise do mercado «repo» revela a
enorme desconfiança dos bancos uns em relação aos outros, no que toca à sua
liquidez ou mesmo, à sua solvabilidade. É esta a razão pela qual
eles não querem financiar-se uns aos outros, no curto prazo, como era costume e
normal fazerem antes.
A entrada da FED neste
mercado é muito reveladora: trata-se duma manobra de emergência para evitar o
congelamento do mercado do empréstimo inter-bancário de curto prazo. A FED quis evitar o que sucedeu logo no início da
grande crise de 2008: o congelamento dos mercados de empréstimo
inter-bancário.
Está patente o resultado
desastroso da política monetária dos bancos centrais ocidentais, após uma
década de «quantitative easing» e de supressão dos juros.
Mas, se o mercado de
capitais inter-bancário não funciona de forma satisfatória, o que é que poderá
funcionar «correctamente»?
Note-se que, numa economia
mundial onde domina largamente o capital financeiro, os fluxos de capital
monetário são de importância crítica para o funcionamento global do
sistema.
Note-se também, que o
mercado obrigacionista tem um volume dez vezes maior que o mercado das
acções.
Além disso, o preço do
dinheiro é indicador universal, quer para os Estados, quer para as empresas
ou para os particulares. É sempre indispensável ter em conta o valor dos
juros, na avaliação dum qualquer investimento. Estrategicamente, um bom investimento no curto prazo pode ser um desastre no futuro, se não houver uma boa estimativa da evolução mais provável dos juros.
A partir do grande colapso
de 2007-2009, os bancos centrais decidiram fazer «experimentação monetária» em
larga escala. Encontram-se agora na situação proverbial do aprendiz de
feiticeiro: não sabem como retornar ao funcionamento normal dos mercados.
A crise, realmente, está em
marcha, mas o grande público continua na ignorância.
É uma crise real de todo o
sistema: maior que os bancos centrais, que os Estados, que o FMI.
O desencadear da guerra
entre o Irão e os EUA irá permitir efetuar o famoso «reset», em
benefício dos grandes bancos e transnacionais, e com a ruína das pequenas e
médias empresas, atribuindo as culpas do «crash» à guerra com o Irão e não à
completa insolvabilidade do sistema.
Olhando o mundo da minha janela:partes I, II, III, IV
As «eternas» previsões para o próximo ano, são quase sempre um exercício de futilidade, que apenas pretende reforçar preconceitos, isto é, a «visão» daquele que as emite.
Vou fugir ao ritual associado à proximidade da passagem do ano, tanto quanto possível. A minha preocupação essencial é de manter a lucidez e o espírito positivo.
Oiço, vejo e leio imensos avisos sobre a crise vindoura, monstruosa, capaz de arrasar a economia mundial, portanto também as sociedades e a civilização.
Estamos a presenciar uma moda de cataclismos, depois de mergulhados numa moda de contentamento seráfico, beatífico, perante o crescimento «imparável» das cotações bolsistas, em todo o mundo.
O mundo, pelo menos o dos negócios e da finança, é constantemente agitado por notícias, falsas ou exageradas, e pseudo-análises devidas a pseudo-peritos.
A repetição constante destas previsões e alertas evocam-me, irresistivelmente, a história do menino da aldeia que, de vez em quando, se punha a gritar: vêm aí os lobos!
Neste site, ao longo do corrente ano de 2019, temos tentado fazer uma selecção criteriosa, ponderando as notícias, não tanto pela sua origem, mas sobretudo, pela sua credibilidade.
É muito importante, neste aspecto, o critério da coerência.
Consideremos um quadro duma paisagem: Se essa tela pretende representar a realidade de uma paisagem natural, obviamente não será coerente a presença dum animal tropical - um macaco, um tucano, ou um crocodilo - numa paisagem boreal (próxima do Ártico), nem de um abeto ou dum urso polar, por exemplo, numa paisagem tropical. Analogamente, a descrição dos factos económicos e das relações de poder internacionais, deve possuir coerência com os factos históricos e outros, para ter alguma verosimilhança.
Assim, quando se nos depara um fim de era, tem ele de possuir alguns traços que também se observaram no passado, noutros períodos históricos equivalentes.
- Um fluxo ininterrupto de dinheiro sem contrapartida («fiat»), derramado nos grandes bancos sistémicos, pelos bancos centrais ocidentais, supostamente para «estimular» a economia, mas que apenas estimulam a especulação e as bolhas, em todas as categorias de activos (acções, obrigações, imobiliário, derivados...). Por outro lado, os bancos sistémicos apresentam-se insolventes, na prática. A FED e outros bancos centrais ocidentais, estão desesperadamente a tentar conter a derrocada.
- A crescente perseguição do que não é «politicamente correcto», dos «dadores de alerta»; a marginalização - por uma media ao serviço de grandes grupos financeiros - de todas as correntes de opinião, sejam quais forem os seus posicionamentos, que estejam fora do que eles, jornalistas do «mainstream» e seus patrões, consideram aceitável.
Desenha-se assim um quadro geral, que pode significar, a termo, uma involução, ou seja, uma ruptura com regressão nos padrões de vida e de civilização. Tem uma probabilidade não tão baixa como isso, pois existem elementos para se considerar que essa involução já está em curso.
Todos estes problemas e disfunções existem; vê-los como sinais de fim de uma época, talvez seja - ao fim e ao cabo - bastante acertado.
Pois mais vale prevenir com um ano de antecedência, um colapso anunciado, do que o tentarmos remediar, um segundo depois dele ter acontecido. Tomo a sério, embora não com alarmismo, os sinais de tempestade. Para aumentar a nossa resiliência, para estarmos aptos a enfrentar os tempos difíceis que se anunciam, temos de saber como escapar da Matrix.
Qual a lógica comum que está subjacente à histeria do «Aquecimento Global», ao «Green New Deal» e à «Modern Monetary Theory» ou MMT?
Por muito que se tenha em conta a contribuição dos gases de efeito
de estufa, o mais importante dos quais é - sem dúvida - o vapor de água, o
certo é que o calor que mantém a temperatura da Terra é proveniente do Sol. A
quantidade vinda do próprio interior da Terra, é considerada desprezível. As
variações da atividade solar, as manchas solares e os seus ciclos de 11 anos,
são da maior importância. São igualmente importantes os ciclos de Milankovitch,
um cientista sérvio, que descreveu as oscilações do eixo terrestre em relação
ao plano de translação com ciclos da ordem de 40 mil anos, assim como outros
movimentos relacionados com a excentricidade da órbita terrestre, que varia em
ciclos da ordem de centenas de milhares de anos.
O desencadear de uma fase glaciar é um fenómeno relativamente
curto à escala geológica. Por contraste, a fase de reaquecimento (os períodos
interglaciares) é muito mais progressiva. Nós estamos num período interglaciar,
que se iniciou por volta do final do paleolítico, há cerca de 15-14 mil anos.
Não existe uma certeza matemática em relação aos inícios e fins das etapas dos
ciclos climáticos de aquecimento e arrefecimento, mas sabe-se que são fenómenos
periódicos que a Terra experimentou durante longuíssimos períodos de tempo. Sabemos
isso, nomeadamente, pelos sedimentos e rochas sedimentares, que resultam da
acumulação dos restos de seres vivos que se depositam no fundo dos oceanos.
Logicamente, a composição dessas faunas planctónicas, assim como a sua abundância,
vão variar em função da temperatura do oceano.
Temos de ter em conta a existência de múltiplos factores,
cuja escala e efeitos são muito difíceis de avaliar, até mesmo pelos
especialistas. As pessoas leigas em climatologia – por muito que tenham uma
formação científica de base – não estão conceptualmente equipadas para
intervirem no debate científico.
Porém, ao nível da media social de massas e ao nível político, o que se observa é uma
histeria com um propósito claro de empurrar para a «green new deal», a indústria
de «energias renováveis» (as quais têm impactos ambientais muito sérios, pois estes
não se limitam à «pegada-carbono»), sobretudo, um interesse muito grande em
fazer avançar uma «taxa carbono» planetária, que seria gerida pelos grandes
bancos, com a bênção da ONU e das instituições globalistas mundiais.
Também tem
como efeito desviar as pessoas dos problemas graves, originados na finança e causadores da grande crise anterior (2007-2009, na fase aguda) que se prolonga até hoje, com
a não-resolução e fuga para a frente da impressão monetária constante.
A Modern
Monetary Theory é um avatar dessa fuga para a frente, pois admite que os
governos podem imprimir dinheiro a preceito, para satisfazerem os mais diversos
programas, sem que isso implique um disparar da inflação. Tal não é mais do que
uma falácia, pois o que se passou e passa com o Zimbabwe, a Venezuela e
Argentina, nos dias de hoje, e com a República de Weimar em 1923, entre outros
exemplos, mostra o que acontece sempre, quando um governo se põe a imprimir dinheiro de
modo irrestrito: o colapso da confiança do público começa com os
credores externos ou internos, depois com o comércio e acaba por ser geral… no final, há sempre a destruição total e integral do valor da moeda-papel, sendo vítimas as pessoas pobres
e da classe média, aquelas mesmo que não tiveram culpa, que não participaram nos desmandos da oligarquia financeira e dos seus fantoches políticos.
O vídeo abaixo, de Fernando Ulrich, dá-nos uma ideia sobre
essa teoria monetária moderna (MMT) e ajuda a colocar em questão a especulação pseudo-científica de muitos «economistas»:
Na realidade, existe uma forma de corrigir ou prevenir os desmandos dos governos e bancos centrais mas, os que estão ao comando, não gostariam de a adoptar: trata-se do regresso ao padrão-ouro. Esta evolução é desejada por cada vez maior número, por razões económicas e racionais, não por fetichismo em relação ao ouro: isso seria tão ridículo como o fetichismo em relação ao dinheiro-papel. Com efeito, o ouro é uma matéria-prima rara, além de muito estável, tendo propriedades naturais adequadas para conservar o valor, ao longo de gerações (e mesmo, de milénios). A sua raridade é um factor importante de estabilidade para o sistema, pois é impossível, de um momento para o outro, inundar de ouro o mercado mundial, ao contrário das moedas-papel. A mineração aumenta o ouro existente na economia, numa proporção mínima, anualmente.
Que interesse tem isso para a economia mundial?
- Se todas as moedas estiverem indexadas ao ouro (se forem convertíveis numa determinada quantidade deste metal) os governos não poderão gastar mais do que uma certa quantidade, não poderão entrar numa orgia de despesa pública. Sabemos que o fazem por demagogia, para serem reeleitos, ou numa corrida aos armamentos com potências rivais. Isto acontece, frequentemente, porque é fácil produzir divisas que não têm por detrás qualquer garantia, além da palavra do governo. Com efeito, as «moedas-fiat», «em papel» ou sua versão digital, têm, realmente, custo zero de fabricação.
No famoso «reset» ou reforma monetária global, a grande questão será - no curto prazo - saber até que ponto a elite globalista conseguirá gerir a crise, que ela própria engendrou. Para obter ainda maior fatia de riqueza e poder, está disposta a tudo. No imediato, ela tem necessidade de desviar a atenção das pessoas, sobre o que está a ocorrer no presente: a grande transferência de activos financeiros (de riqueza e de poder), que essencialmente passa para as mãos privadas, sendo espoliados os cofres públicos, o dinheiro dos nossos impostos. É «a privatização dos lucros e da socialização dos prejuízos», mas que se quer acelerar e exacerbar, sob pretexto de «urgência climática».
Por isso mesmo, a manipulação das mentes atinge um grau muito sofisticado. Poucas são as pessoas que resistem e guardam a cabeça fria e serena, de forma que não se deixam enganar por políticos e financeiros corruptos e sedentos de poder.
Os Clinton, os Bush, George Soros, os Rockefeller, os Rothchild etc, etc. são alguns dos políticos e multimilionários mais conhecidos.
Que é que nós -cidadãos normais- temos em comum com eles? Um bando de multimilionários ou bilionários, cuja agenda é de manter o controlo das suas imensas fortunas acumuladas.
O problema é que muitas pessoas deixaram de pensar pela sua própria cabeça; cederam ao «politicamente correcto», ao «group think», ou seja, a pensar dentro do rebanho.
Enquanto, em Biarritz (França), o G7 mostrava a sua impotência, em Jackson Hole, nos EUA, banqueiros centrais desenhavam um plano para tomada de controlo, não só da emissão da massa monetária, mas também a utilização desta... controlo total.
Que relação tem a introdução do lobo no Yellowstone National Park com o sistema monetário internacional e o ouro?
A resposta está no vídeo abaixo.
- No momento em que o preço do ouro está a subir e já ultrapassou os máximos históricos numa série de divisas (recordes de preços em Yen, Dólar australiano, Libra britânica, Euro, etc...),
- No momento em que várias grandes potências (russos e chineses...) compram todo o ouro que podem e, em simultâneo, se desfazem dos «treasuries» (obrigações do tesouro dos EUA) que têm em reserva nos seus bancos centrais,
É tempo de tomar atenção ao que significou o ouro como estabilizador fundamental do sistema monetário e das boas razões para se considerar um regresso ao padrão ouro como uma boa coisa.
Este vídeo explica, para além de qualquer dúvida, a história da moeda, das divisas e porque razão as divisas «fiat» - sem a garantia de convertibilidade no ouro - se tornaram, primeiro, predominantes no início do século XX e, depois da falência de Bretton Woods em 1971, exclusivas no sistema monetário mundial.
Os maiores inimigos do sistema padrão-ouro são os financeiros e os políticos e, com Grant Williams, podemos compreender perfeitamente porquê.
Compreende-se muito melhor, também, por que razão o actual sistema, com o dólar a servir de moeda de reserva, está condenado e terá, mais cedo ou mais tarde, de ser substituído: «o reset».
Não estou a fazer retórica quando escrevo este título. Com efeito, o Outono/ Inverno de 2018 já anunciava a cor e o tom do ano que aí vem e que ainda está muito jovem. Os sinais críticos de uma crise bolsista já se fizeram sentir em um sem número de ocasiões entre Setembro do ano anterior e o Ano Novo deste ano. A grande queda de Wall Street e em particular dos títulos que constituíam uma espécie de «montra» do mercado bolsista (os famosos «FANG») mostrou ser muito mais do que uma correcção. Mostrou que se tratava de uma inversão de tendência. Com a maior parte dos títulos cotados muitas vezes acima do valor real das empresas respectivas não admira que seja uma queda longa e dolorosa para seus detentores. Os bancos não ficaram melhor; veja-se o caso do Deutsche Bank um banco sistémico, o maior banco do espaço europeu, cuja saúde é considerada periclitante, dado o enorme peso dos derivados na sua carteira, assim como a série de processos - da sua intervenção no falseamento dos mercados dos metais preciosos e do LIBOR - cujas multas cumuladas atingem um montante total muito alto. As pensões de reforma, sobretudo nos países onde estas são privadas, estão sob perigo eminente de entrar em colapso. Estes fundos de pensões apostaram em títulos especulativos, para fazerem face à enorme e prolongada baixa dos juros, consequência da política de ajuda aos bancos, efectuada por governos e bancos centrais ocidentais, ao longo de todo o período pós-2008. A «normalização» em curso, com a subida das taxas directoras do banco central americano (a FED) e a não renovação da compra de activos (muitos deles «tóxicos») do BCE aos bancos comerciais da zona euro, já tem consequências visíveis na retracção dos mercados, quer bolsista (e que apenas agora começou...), quer obrigacionista (a queda das obrigações de alto rendimento). Também se observa o esvaziamento das bolhas no sector imobiliário, a começar pelos valores mais altos, como Vancouver e Toronto (Canadá), Los Angeles e Nova Iorque (EUA) ou ainda Londres e Paris. A situação só é risonha no sector dos mercados de metais preciosos, com espectaculares recuperações dos preços do ouro e da prata, assim como da platina, sobretudo em divisas como a Libra esterlina, o Dólar australiano, embora também em Euros e Dólares. Isto não nos surpreende, pois o ouro é um valor-refúgio, quando todos os activos baseados em dívida (incluindo o «cash») já não inspiram confiança. Quanto ao cidadão comum, está claro que o «tiro de partida» foi dado pelos «coletes amarelos» em França, mas com o agravamento da crise, haverá muitas mais e talvez piores explosões de descontentamento dos governados face às suas elites. Os que sofrem, por vezes, não compreendem como foram espoliados, mas compreendem bem por quem o foram: pela aristocracia que se pavoneia no maior luxo, usando os recursos fornecidos pelo dinheiro público, pelos contribuintes, por todos nós.
A situação da economia hoje é reflexo duma década em que o valor do dinheiro foi sistematicamente sabotado, deixando os pobres, os que dependem de pensões para sobreviver, os que têm salários de miséria, numa situação dramática. Com efeito, para esconder a situação e para poderem pagar cada vez menos, aparentando desembolsarem o mesmo, os governos foram maquilhando os números da inflação, ao mesmo tempo que abraçavam o «Quantitative Easing» ou seja, da impressão de quantidades abismais de dinheiro electrónico, no intuito de salvar os bancos. Para os que governam no «Ocidente», a primeira prioridade são eles, os bancos... Agora fala-se cada vez mais de «reset», ou seja, de uma reestruturação ao mais alto nível, o que pode muito bem acontecer na próxima década, pois aquilo que se perfila no futuro mais próximo é uma crise mundial caracterizada por hiperinflação, após um breve mas violento episódio deflacionário, de falências em cadeia. Quando ficar claro que o valor do dinheiro em papel foi completamente destruído (por eles, a finança e os governos), irão tentar construir um novo sistema monetário e financeiro. Não me parece que tenham grandes hipóteses de ter muito sucesso. A infeliz Venezuela está aí para nos indicar o que acontece a um país que entra pelo caminho da hiperinflação. Não existem receitas milagre para sair da espiral hiperinflacionária, mesmo para um país com as maiores reservas de petróleo conhecidas... O que será de um país de economia frágil, completamente dependente de tecnologias estrangeiras, importador líquido de bens alimentares (embora pudesse ser um exportador) e que se tem deixado seduzir por uma economia especulativa (imobiliário...) e por um turismo de moda efémera? Todos sabemos, com certeza, o nome e as coordenadas geográficas do mesmo....
Como para cada venda há um comprador, interessa saber quem são os compradores?
- Estes são, em grande maioria, os actores institucionais... Ou seja, o grande público afinal, indirectamente, que pôs suas economias nos fundos de pensões, etc. e nem suspeita do que andam a fazer com o seu dinheiro.
São pessoas pobres e da classe média, que contam com o dinheiro de suas pensões e de instrumentos de poupança. Esse dinheiro simplesmente não vai existir quando for mais necessário. São eles que vão levar pela medida grande, quando vier a crise.
Todos os grandes actores sabem que a crise está aí, mas não vos dirão isso, nem mostrarão qualquer preocupação em público.
Porém, os seus actos falam mais alto: eles estão a precaver-se, ao venderem os activos mais arriscados, a comprar metais preciosos e outros activos não financeiros sub-cotados.
Os que embarcaram na bolha especulativa das cripto-moedas estão encerrados numa espiral descendente. Muitos, desde 2017, acumularam perdas da ordem de 80%.
A inflação (a hiper-inflação, no fim) é a «saída» para os Estados e as empresas sobre-endividados. É a ruína para as pessoas pobres e da classe média.
QUANDO OUVIR A EXPRESSÃO «THE GREAT RESET», PENSE QUE SE TRATA DA MAIOR TRANSFERÊNCIA DE RIQUEZA EM TODA A HISTÓRIA, DOS MAIS POBRES EM DIRECÇÃO AOS MAIS RICOS.
Jim Rickards pensa que sim; que o preço do ouro em SDR (a moeda do FMI) está a ficar muito estável, em torno de 900 SDRs por onça de ouro, o que não ocorria antes da entrada do Yuan chinês para o cabaz de divisas (dólar, libra, euro, yen agora yuan, numa certa proporção cada) que constitui o SDR.
Isto constitui uma colagem informal (ancoragem) do ouro ao SDR.
A China estaria interessada em diversificar as suas reservas de divisas para fora do dólar, o que se traduz num grande volume de compras de ouro, tal como a Rússia.
De qualquer maneira, essa etapa é provisória, visto que o FMI pode imprimir tantos SDRs quantos quiser.
O video abaixo, de Mark O'Byrne, permite contextualizar a importância desta notícia:
A absurda decisão de Trump em iniciar uma guerra comercial com os países (nomeadamente a China, mas não só) que têm fornecido matérias-primas e produtos industriais revela a enorme fragilidade económica do Império. Dá a impressão que o próprio Trump está desesperado em criar as condições de uma crise.
Alguns analistas pensam que só assim - ou com uma monstruosa «falsa bandeira»- pensam justificar o «reset», a transformação do sistema financeiro mundial. A oligarquia dos EUA está convencida que somente assim poderá controlar a transição.
Todos nós sabemos que existe uma anulação deliberada e centralmente planeada na origem da supressão das taxas de juro. Os bancos pagam quase nada às pessoas que têm depósitos a prazo e isto em todos os países. A redução é efetivamente coordenada pelos bancos centrais e governos dos países, especialmente dos que pertencem à OCDE. Têm, como «gurus» da economia e finanças, pessoas que se identificam como «economistas», porém mais não são do que sacerdotes do «culto Keynesiano». Para mais esclarecimentos sobre esta curiosa seita, consulte-se neste blogue, A Grande Ilusão Só alguns sites , como «Zero Hedge» vão dando conta da enorme catástrofe que tem sido desencadeada desde o topo da pirâmide, como que um colapso controlado, uma implosão controlada do sistema. Com efeito, a decisão de juros negativos, que incidia não apenas em bonds ou obrigações soberanas (isto é, emitidas pelos Estados), como também sobre depósitos à ordem ou a prazo, iria desencadear, segundo os brilhantes keynesianos, uma corrida ao consumo por parte das pessoas. Eles argumentavam que as pessoas, vendo que não interessava nada conservar o dinheiro de pequenas poupanças em depósitos bancários, acabariam por gastá-las, havendo assim uma «chicotada» no consumo e portanto em toda a economia. Simplesmente, este modelo de comportamento omitia que as pessoas com psicologia de «amealhar», não se iriam converter de um momento para o outro em «despesistas». Os reformados, por exemplo, sabem que não têm grandes hipóteses de gerar entradas de dinheiro; portanto, tentam gerir o que têm com prudência, favorecendo uma poupança pois só esta pode resgatá-los se vierem (quando vierem) dias maus. Eles têm muita prudência e sabedoria, ao contrário dos loucos que governam as nossas economias! O Japão e a Alemanha experimentam uma corrida à compra de cofres individuais, pois as pessoas simplesmente deixaram de guardar as suas poupanças nos bancos e preferem guardar as suas poupanças em casa, num cofre, ou mesmo «debaixo do colchão». Os modelos de cofres a 700 dólares já se esgotaram no Japão, estando os comerciantes de cofres à espera de novos fornecimentos das fábricas, para os clientes em lista de espera. Eu creio que esta evolução - de consequências tão nefastas para o próprio capitalismo - foi prevista e planeada; não foi realizada por acidente, como obra de proverbial «aprendiz de feiticeiro». Mais concretamente, a elite globalista do dinheiro e do poder pretende levar a cabo o grande «reset» - ou seja: a reestruturação do sistema monetário internacional, sem perda de seus privilégios e fortunas e com a total submissão das massas, sempre devotamente crentes. Assim, as medidas apresentadas como «remédios», revelam-se como etapas do «reset», sob esta nova luz: a hiperinflação monetária (o «Quantitative easing» é apenas a produção de dinheiro sem contrapartida em riqueza verdadeira); o apontar para uma inflação de cerca de 2% como se isto fosse benéfico para a economia, quando - na realidade - apenas é benéfico para a redução da dívida enorme dos Estados e corporações; a eliminação progressiva do «cash» (numerário) já conseguida, em grande parte, na Suécia, mas com tendência a se alargar progressivamente a outras divisas (a eliminação das notas de 500€ é um passo nesse sentido); a experiência do «bail-in» - ou seja, do roubo dos depósitos dos bancos - em Chipre, transformou-se em «directriz» internacional, segundo a qual o resgate externo (bail out) de um banco só poderá ser encarado se estiverem esgotadas as possibilidades de um «bail in»... etc, etc. O funcionamento em concreto do sistema capitalista depende da formação do capital: é necessário haver excedentes, capital disponível para investimento: é assim que se financiam negócios, empreendimentos produtivos. Isto gera riqueza material, o que se traduz em maior quantidade de bens e serviços. É evidente que uma parte importante desse capital disponível gerado, corresponde às poupanças das pessoas. Quase todas as pessoas contribuem para isso. Todos, numa medida maior ou menor, têm dinheiro disponível, durante algum tempo. Se retiram o motivo para as pessoas manterem poupanças em depósitos à ordem ou a prazo, visto que passam a ser «remunerados» com juro zero ou negativo (o depositante tem de «remunerar» o banco por este deter o seu dinheiro!), estão a socavar a base da formação de capital. Mas estão também a criar suspeição em relação à banca e economia: estão a brincar com o fogo, visto que, muito depressa, esta suspeição pode transformar-se em perda de confiança geral do sistema. É possivel que, de um dia para o outro, os bancos fechem e quando reabrirem, haverá uma nova divisa, a qual poderá ser adquirida -durante tempo limitado- pelas divisas que circulavam anteriormente. A nova divisa poderá ser algo parecido com os «special drawing rights» (SDR) ou «direitos especiais de saque» como se chama a divisa que tem sido utilizada ao longo dos anos pelo FMI. Esta divisa contabilística é resultante de um cesto de divisas, o qual agora será alargado para conter o Yuan (divisa da Rep. Popular da China), além do Dólar, Libra, Euro e Yen. Outras pessoas pensam que será uma espécie de «bitcoin», mas sob contrôlo dos bancos centrais. Pode ser muita coisa, mas não será algo que favoreça realmente os mais pobres, disso podemos ter a certeza. Muito provavelmente, irá completar e consolidar a espoliação «suave» das classes médias, que tem vindo a ocorrer ao longo dos últimos 20 anos. O ouro e a prata, metais monetários, serão revalorizados «da noite para o dia». Nessa altura, haverá uma corrida para compra destes metais. Mas quem não os conseguir comprar, ficará com bocados de papel sem valor na mão, quer eles sejam designados por «euros», «dólares», ou outro nome de divisa qualquer. A instalação do novo sistema monetário internacional está em curso, mas faz-se muito progressivamente, para não assustar as pessoas. Temos assistido à transferência de riqueza em doses massivas sem que (quase) ninguém se dê conta disso. Por exemplo, quem tem acesso a empréstimos dos bancos centrais, com juros de praticamente 0% (é o caso dos grandes bancos) tem um enorme privilégio sobre o comum dos mortais, que têm difícil acesso ao crédito (juros de 6 ou 7% no crédito para habitação, com taxa de inflação oficial de 1 %). Infelizmente, as pessoas mais afetadas por este «reset», serão as que menos se preocupam. Assim, não saberão certamente defender as suas parcas poupanças. Seja qual for a razão para o seu desinteresse, ficarão mais pobres. Os globalistas, que dominam os mercados, os bancos, os ministérios e as organizações internacionais, não são inocentes, nem «aprendizes de feiticeiro»: eles sabem o que se está a passar e tentam pilotar o sistema para seu proveito próprio e com prejuízo muito direto dos 99%, em todo o mundo!