No presente, existe uma profusão de ruído que impede muita gente de ver o que importa mais. São impedidos, pela gritaria propagandística, de se concentrarem na realidade. Estamos sempre a ser atordoados por ribombantes declarações, brilhantes manifestos, doctíssimas teses...
segunda-feira, 8 de maio de 2017
UM NÃO-MANIFESTO PELO PRESENTE
No presente, existe uma profusão de ruído que impede muita gente de ver o que importa mais. São impedidos, pela gritaria propagandística, de se concentrarem na realidade. Estamos sempre a ser atordoados por ribombantes declarações, brilhantes manifestos, doctíssimas teses...
domingo, 5 de março de 2023
A SITUAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS
domingo, 18 de agosto de 2019
MICHEL ONFRAY E O COMPLEXO FREUDIANO
As teorias de Freud são tudo menos científicas. São teorias ad hoc construídas pelo médico vienense para «justificar» suas próprias obsessões e «generalizar» a todo o género humano, os seus problemas! Eis a constatação explosiva e, no entanto, rigorosa, que efectuou o autor do livro «Anti-Freud», nas suas exaustivas leituras e nas reflexões subsequentes que faz. Nos aspectos essenciais, baseia-se em dados, os mais objectivos, nas obras de Freud, na sua correspondência, em particular, com o médico amigo e confidente, Fliess e outras fontes de informação absolutamente seguras.
O Freud das hagiografias dos seus seguidores não tem muito que ver com o Freud da realidade, é esta a espantosa conclusão que se tira desta biografia. No essencial das questões, nada de especulativo pude encontrar, na escrita de Onfray. Quando ele faz conjecturas, ele afirma-o de modo claro, para que o leitor não possa confundir com o que está efectivamente escrito nas fontes consultadas.
Depois, há a questão da honestidade e da coragem intelectual. As pessoas que estudaram Freud, que o biografaram, antes de Onfray, com certeza deram com algumas incoerências gritantes, com contradições patentes, com aspectos menos luzidios da biografia do homem. Porém, pelo que me apercebi, na sua imensa maioria, descartaram ou menorizaram tudo o que pudesse amesquinhar a personagem e a «cientificidade» das suas supostas descobertas.
Seria um trabalho gigantesco e salutar, o de se compreender como se ergueu e se elevou este mito aos «cumes da objectividade científica».
Muitas pessoas foram efectivamente capturadas pela propaganda do próprio Freud, segundo a qual, suas «descobertas» seriam de significado e dimensão análogos à revolução do heliocentrismo de Copérnico, no séc. XVI, e à teoria da evolução das espécies e da ascendência do homem, de Darwin (século XIX).
É que não se trata somente da personagem «tutelar» da ciência psicológica contemporânea, mas sobretudo da montagem das suas teorias e do seu suposto poder explicativo e terapêutico.
Não lhe falta coragem e honestidade intelectual por nos dar a conhecer algo que outros ocultaram, sabendo que iria desencadear contra ele uma série de ataques. Estes ataques efectivamente têm surgido dos que se arrogam o papel de sacerdotes da religião da psicanálise.
segunda-feira, 20 de novembro de 2017
O PODER A NU: MERKEL OBRIGADA A RENUNCIAR A NOVA «GRANDE COLIGAÇÃO»
domingo, 19 de novembro de 2023
EM ESPANHA ESTÃO A CRIAR AMBIENTE PARA A GUERRA CIVIL
Foto: Rei de Espanha, Filipe VI e Pedro Sanchez, presidente do governo
As ondas que agitam a vizinha Espanha são quase ignoradas pelos portugueses. Mas, não deviam, pois o momento é realmente grave.
Um coro de vozes indignadas, da direita, faz muito barulho, porque o presidente do PSOE, Pedro Sanchez, negociou com os independentistas catalães o apoio à votação do novo governo socialista, em troca duma lei de amnistia. Esta, iria resolver a situação dos políticos catalães independentistas que em 2017, organizaram e executaram um referendo pela independência da Catalunha. O referendo foi declarado anticonstitucional e seus organizadores foram presos ou tiveram que se exilar.
Eu não vou - aqui e agora- discutir questão do independentismo, tal como se colocou em 2017. A questão de fundo é importante e grave, mas não estou suficientemente por dentro dos assuntos políticos de Espanha, para opinar de modo esclarecido.
O que vou dizer aqui, é exprimir a minha estranheza por forças da direita considerarem que o indigitado presidente do governo estava a cometer uma falta grave, ao negociar apoio parlamentar junto dos deputados eleitos dos partidos independentistas catalães.
Indigna-se a gente de direitas, por esse apoio ter implicado negociar uma lei de amnistia. Porém, em muitos países e em diversas circunstâncias, foram feitas leis de amnistia para os crimes políticos. Inclusive em Espanha, os independentistas da ETA, do País Basco, foram amnistiados.
Os catalães perseguidos e condenados podem ter razão ou não, no que fizeram. Podem ter violado ou não, a constituição de Espanha. Mas, ainda assim, a sua ação foi realizada dentro dos limites da democracia representativa. Por outras palavras; não se tratou de um ato insurrecional.
Os que berram nas ruas contra o recém-empossado Presidente do governo espanhol, estão simplesmente a descarregar o seu rancor contra a esquerda, no que ela representa como posição mais tolerante, mais respeitosa do direito dos outros terem pontos de vista diferentes do nosso.
Amnistiar, não significa dar razão às pessoas que tinham sido condenadas, nem opinar se a condenação foi justa ou injusta. Significa que, no interesse da sociedade, o facto dessas pessoas serem amnistiadas, é preferível a cumprirem a pena até ao fim. É um processo de sarar as feridas resultantes dos choques políticos que dilaceraram o tecido da sociedade.
Para os direitistas que agitam «o papão» da ditadura, da perda da liberdade e do Estado de direito, o que seria «justo»? Seria que os implicados no processo sofressem o castigo mais severo? Seria só de prisão? Talvez mesmo, de pena de morte? Tudo isto, por se terem atrevido a desrespeitar a «sacrossanta» constituição espanhola. Lembro que a constituição atual foi negociada após a morte de Franco, entre governo, forças franquistas e os outros grupos e partidos, na chamada «transição*».
Para mim e para as pessoas com formação ética, qualquer que seja sua posição partidária, o extremar de posições - neste caso concreto - é criminoso, pois vai reabrir feridas antigas mas nunca totalmente saradas, da trágica Guerra Civil Espanhola de 1936-39.
Alguém, doutra região de Espanha que não da Catalunha, deveria ver com bons olhos a amnistia e também um referendo. Este, deveria ser de tal modo, que não fosse considerado anticonstitucional. Porque, mais vale um divórcio sem demasiados dramas, do que uma guerra civil. Além do mais, a entidade geográfica Península Ibérica foi sempre um conjunto heterogéneo de povos, de culturas e de reinos.
E, já agora, para lembrança dos portugueses, recordo que os Restauradores de 1640, que «traíram» o Rei (pois Filipe IV era Rei de Portugal, além de ser de Espanha), obtiveram sucesso nesta insurreição, porque havia uma revolução - em simultâneo - na Catalunha. A Restauração da independência de Portugal deve-se - em parte - aos independentistas catalães, que se revoltaram contra a coroa de Espanha e fracassaram. Os portugueses não tiveram que enfrentar logo os poderosos exércitos espanhóis, ocupados na repressão da revolta catalã; tiveram tempo para se organizar na defesa das fronteiras do território.
Mas, hoje em dia, é lamentável que demagogos de extrema-direita e ditos «de centro-direita», venham agitar suas hostes, criando um clima de alarme falso porque, na verdade, são eles que põem intenso dramatismo em torno dum processo que é - afinal de contas - banal: A negociação de apoio parlamentar para um governo minoritário. A amnistia para os independentistas catalães é equiparada por eles, a "traição à pátria".
Na verdade, eles querem criar uma situação de rutura ao nível institucional, político e sociológico. Eles querem uma grande agitação, um caos. O grande «argumento» deles é falso e nulo, quer em termos políticos, quer jurídicos. A agitação deles visa claramente o derrube do governo recém-nomeado. Pretendem assim reconquistar a maioria e retomar o poder.
Pelo menos, é o que vejo à distância de umas poucas centenas de quilómetros. Em todo o caso, os meus amigos espanhóis é que têm de resolver o problema, sem se deixarem arrastar por demagogias, de uns e de outros.
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*Veja-se os «Pactos de Moncloa»
quarta-feira, 31 de janeiro de 2024
REFLEXÃO GEOESTRATÉGICA
quarta-feira, 15 de novembro de 2023
UCRÂNIA: REGIME DE ZELENSKY CONTESTADO POR DENTRO
Pirâmide demográfica da Ucrânia: As classes etárias em torno dos 25 anos estão em défice acentuado.
https://www.moonofalabama.org/2023/11/ukraines-demographics-dictate-to-end-the-fight.html
O comandante-chefe das forças armadas ucranianas, Zeluzhnyi, deu uma entrevista ao magazine britânico «The Economist», em que se mostra realista em relação à guerra Ucrânia-Rússia. Este posicionamento desagradou aos setores de extrema-direita, que controlam o governo de Zelensky e à CIA, que controla o regime de Kiev.
Porém, a mortandade causada pela guerra de atrição prolongada acaba por tornar impossível a defesa das próprias linhas de retaguarda ucranianas, por falta de soldados. No desespero de encontrar mais carne para canhão, o governo de Kiev decretou a conscrição forçada dos estudantes do ensino superior e de jovens mulheres.
Zelensky e fanáticos de extrema-direita que o rodeiam, temem somente por eles próprios. Apesar da retórica nacionalista, não têm consideração pelo futuro do seu país e do seu povo. Há cada vez maior dissidência em relação ao governo. Tem havido boatos segundo os quais três generais estariam em vias de ser demitidos.
É certo que o sacrifício das mais jovens gerações é absurdo, nestas circunstâncias. A probabilidade de vencer é nula e o seu sacrifício põe em xeque o crescimento demográfico no pós-guerra. A situação militar é tão má, que a Ucrânia deveria propor um cessar-fogo e negociar um tratado de paz, mesmo que ele seja nos termos ditados pela Rússia: É isso, ou o desaparecimento da Ucrânia, enquanto Estado independente.
Na sua arrogância estúpida, os governantes americanos e europeus não puseram sequer a hipótese duma derrota ucraniana e ainda menos, com esta amplitude.
Alguns observadores pensam que um dos motivos para os EUA terem dado carta branca à campanha genocida de Israel sobre a população de Gaza, é que ela vem desviar as atenções da enorme derrota dos EUA e da OTAN na Ucrânia.
A questão demográfica já existia muitos anos antes do início da guerra com a Rússia, em Fevereiro de 2022. O défice demográfico, agora mais acentuado, limita severamente a viabilidade económica da Ucrânia, no período pós-guerra.
- Explicações pormenorizadas sobre o assunto no blog Moon of Alabama, «Ukraine's Demographics Dictate To End The Fight».
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PS1 - Veja a entrevista dada pelo Prof. Jeffrey Sachs, dada a 21 de Nov. 2023: https://www.youtube.com/watch?si=Atgmv32VbAFjQ0RI&v=CsDPDIx8bPY&feature=youtu.be
sábado, 25 de novembro de 2023
AUMENTO DE VOTOS NA EXTREMA-DIREITA EUROPEIA
https://www.statista.com/chart/6852/right-wing-populisms-enormous-potential-across-europe/
A progressão da extrema-direita europeia não é uma fatalidade. Não se pode ficar de braços cruzados...
O que fazer? Gostaria que as forças políticas e sociais fizessem um debate sério sobre o panorama político europeu e dentro de cada Estado. Só assim, haverá possibilidade de acordos entre várias tendências, mesmo que limitados, para a ação.
domingo, 8 de janeiro de 2017
TRATADOS DE LIVRE COMÉRCIO, GLOBALISMO E ESQUERDA
quarta-feira, 18 de janeiro de 2017
JOVEM DE EXTREMA-DIREITA ESBOFETEOU MANUEL VALLS, ONTÉM
domingo, 2 de outubro de 2022
A EUROPA METEU-SE NUM BECO SEM SAÍDA
ALGUMAS REFERÊNCIAS RELACIONADAS:
https://thecradle.co/Article/Columns/16307
https://consortiumnews.com/2022/09/30/scott-ritter-the-onus-is-on-biden-putin/
https://www.nakedcapitalism.com/2022/09/michael-hudson-on-the-euro-without-germany.html
https://www.youtube.com/watch?v=2wpMMSvKUTU
https://www.globaltimes.cn/page/202209/1276456.shtml
https://www.unz.com/article/nordstream-the-signal-that-washington-knows-it-has-lost-the-great-game/
PS1: Agora, que Blinken classificou (na Sexta feira passada, 30 de Set.) as explosões dos gasodutos no Báltico como «uma tremenda oportunidade» ou seja, agora, os europeus têm de comprar LNG americano em grande quantidade, não há mais lugar para dúvidas. A húbris da administração Biden é reveladora de QUEM fez essas sabotagens. Não me custa crer que os americanos tiveram a colaboração operacional dos britânicos e polacos e conhecimento prévio dos membros da NATO do Báltico, Alemanha, Dinamarca, Suécia. Veja:
Se os Estados da Europa ocidental tivessem governos nacionais e não fantoches, esta situação deveria conduzir à rutura com os EUA e ao rebentamento da própria NATO.