sábado, 8 de outubro de 2022
A CRISE FINANCEIRA MUNDIAL JÁ COMEÇOU
sexta-feira, 7 de outubro de 2022
CRÓNICA (nº9) DA IIIª GUERRA MUNDIAL: POLÍTICAS NEOLIBERAIS E GUERRA
As numerosas crises de hiperinflação que existiram e continuam a existir, não teriam razão de ser, tirando o caso acima citado ou outros análogos, caso não houvesse impressão «em papel» ou «eletrónica» das unidades de troca. Com efeito, estas são unidades, sim --- mas de crédito. Para se perceber esta mudança em profundidade, nada melhor que ler Alasdair Macleod « Imploding credit - The consequences». De uma forma pedagógica e muito bem documentada esclarece o que tem de ser esclarecido, sobre a questão do «dinheiro» que deixou de ser metálico ou, pelo menos, endossado a metal, mas simplesmente unidades de crédito emitidas pelos bancos centrais ou pelos bancos comerciais. A manipulação da quantidade desse crédito em circulação, o seu aumento (ou a sua retirada), influenciam de forma decisiva o valor dessas mesmas unidades de crédito. Se houver aumento, vai haver uma desvalorização deslizante ou brusca do seu valor, em termos de poder de compra. Que importa ser detentor de um trilião de unidades numa divisa (caso do dólar do Zimbabwé), se esta «fortuna» apenas me permite comprar 3 (três) ovos!
Estamos, portanto, à beira do precipício. Já todos admitem que teremos uma crise económica global, não uma crise «cíclica», como costumam existir no sistema capitalista. Chegou-se ao ponto em que já é tarde demais para os governos e/ou bancos centrais fazerem algo eficaz para prevenir a catástrofe. A este propósito, é de notar que a tentativa da primeira-ministra britânica Liz Truz e do seu Ministro das finanças em fazerem passar um mini-orçamento de emergência falhou, porque a City vetou aspetos da proposta que iam contra os grandes interesses capitalistas. Nestas circunstâncias, o Banco Central Britânico foi obrigado a fazer uma viragem de 180º de emergência ! Isto ilustra a incapacidade de haver uma solução viável dentro do sistema.
Logo, a «solução» que costuma ser adotada nestas circunstâncias, é recorrer à guerra. Foi o caso da Iª Guerra Mundial, mas não só. Uma guerra, implica a destruição massiva de ativos, de capacidade industrial, além de dizimar a população. Por que razão ela é escolhida pela classe capitalista (ou por parte dela), nestas circunstâncias?
Georg Grosz desenhou capitalistas e pobres. depois da 1ª Guerra Mundial
- Porque a guerra permite obter lucros imediatos, com as vendas de armamento e de abastecimento, com garantias do ouro ou das obrigações governamentais.
- Porque a crise económica, associada à guerra, vai precipitar na falência empresas pequenas, médias ou grandes, que não aguentam por causa das restrições ao abastecimento, ou da perda súbita da clientela, ou dos seus mercados. As grandes empresas e grupos financeiros (abutres) vão tomar conta deste capital, que não foi destruído pela guerra, a um preço de saldo, rentabilizando-o logo que a guerra acabe.
- Porque o país conquistado é um mercado aberto à gula predatória dos capitalistas, é um «Far West» onde estes podem fazer o que quiserem.
- Porque a classe operária fica manietada, sem possibilidade de mexer-se, de fazer qualquer contestação, greve ou movimentação, em virtude das «leis de estado de guerra», invariavelmente passadas pelos parlamentos. Nestas circunstâncias, os capitalistas têm a vida tranquila e podem aumentar a exploração até níveis nunca sonhados, antes do desencadear das hostilidades.
- Porque a guerra é acompanhada pela ascensão de ideologias autoritárias (a «fé» no chefe). Isso - em si mesmo - é do agrado da classe capitalista. Vai consolidar a aliança tríplice entre o sabre, a sotaina e a cartola.
Se não estamos mergulhados numa guerra nuclear agora, é porque existe algum bom-senso ou receio, nas «elites» oligárquicas. Mas, existem demasiados políticos no Ocidente, incluindo presidentes ou primeiros-ministros, que são corruptos, incompetentes e manietados por conselheiros, eles próprios, ao serviço de lobbies.
domingo, 2 de outubro de 2022
A EUROPA METEU-SE NUM BECO SEM SAÍDA
ALGUMAS REFERÊNCIAS RELACIONADAS:
https://thecradle.co/Article/Columns/16307
https://consortiumnews.com/2022/09/30/scott-ritter-the-onus-is-on-biden-putin/
https://www.nakedcapitalism.com/2022/09/michael-hudson-on-the-euro-without-germany.html
https://www.youtube.com/watch?v=2wpMMSvKUTU
https://www.globaltimes.cn/page/202209/1276456.shtml
https://www.unz.com/article/nordstream-the-signal-that-washington-knows-it-has-lost-the-great-game/
PS1: Agora, que Blinken classificou (na Sexta feira passada, 30 de Set.) as explosões dos gasodutos no Báltico como «uma tremenda oportunidade» ou seja, agora, os europeus têm de comprar LNG americano em grande quantidade, não há mais lugar para dúvidas. A húbris da administração Biden é reveladora de QUEM fez essas sabotagens. Não me custa crer que os americanos tiveram a colaboração operacional dos britânicos e polacos e conhecimento prévio dos membros da NATO do Báltico, Alemanha, Dinamarca, Suécia. Veja:
Se os Estados da Europa ocidental tivessem governos nacionais e não fantoches, esta situação deveria conduzir à rutura com os EUA e ao rebentamento da própria NATO.domingo, 26 de dezembro de 2021
OS TAMBORES DA GUERRA SOAM MAIS ALTO...
... MAS CONTINUAIS DISTRAÍDOS!
Forças russas num treino militar
- A «suspensão de dívidas» será implementada, incluindo o cancelamento de dívidas. Note-se que a dívida de um é o ativo (as poupanças) de outro. Esta será a «solução» que nos será vendida para resolver a tal «ciber-pandemia». Eles dirão que isto TEM de ser feito para salvar-nos a todos.
- A relação de câmbio recíproco entre as divisas principais vai ser descontinuada. Deste modo, deixará de haver pagamentos em dólares USA, Euros, Libras, etc. As divisas serão de novo ativadas, mas com um severo corte, quando se transformarem em divisas digitais dos bancos centrais.
Parece que estas medidas são loucas, mas veja-se o que se passou com as divisas mais fracas (caso de Portugal) aquando da passagem ao Euro. Tiveram o seu câmbio inteiramente ditado pelos países mais fortes. O mesmo se irá passar, mas numa escala enorme e com mudanças de câmbios abismais.
A media vai mascarar estas manobras, que afinal se traduzem pelo empobrecimento massivo de uns e pelo enriquecimento de outros. Vão acusar, como de costume, os russos e os chineses, de estarem por detrás dos hackers.
https://www.zerohedge.com/news/2021-12-22/war-drums-are-beating
quinta-feira, 30 de setembro de 2021
A ÚNICA RESERVA GLOBAL DE VALOR QUE REALMENTE CONTA
“Doing so would likely precipitate a historic financial crisis,” Yellen wrote. “Default could trigger a spike in interest rates, a steep drop in stock prices and other financial turmoil.”
(**) O ouro foi sempre o melhor meio de conservar valor ao longo do tempo. Isto tem sido verdade ao longo de 5000 anos. Por isso, devíamos todos avaliar o preço das coisas em peso de ouro, e não em euros, dólares, ou outra divisa «fiat». Por exemplo, um «Big Mac» em dólares, custava cerca de 60 cêntimos, quando Nixon despegou o dólar do ouro, em 1971. Agora, o mesmo «Big Mac» custa 4 $: Isto corresponde à perda de 85% do valor do dólar. Faz ainda mais sentido avaliar bens tais como propriedade imobiliária, carros, etc. em onças ou gramas de ouro, comparando o preço atual, com o preço ao longo dos anos. Assim, podemos ver qual a evolução real dos preços, porque eliminamos a contínua desvalorização das divisas «fiat». A inflação, maior ou menor, das divisas «fiat» ao longo do tempo, não nos permite usá-las para uma avaliação acertada, porque um dado valor em «dólares constantes» ou noutra divisa, pressupõe que a inflação cumulada foi rigorosamente medida. Sabemos que isso não é assim. Sem dúvida, que os índices de inflação têm sido estimados (muito) abaixo da realidade.
quarta-feira, 24 de junho de 2020
DIFERENÇA ENTRE NUMERÁRIO E VALOR
Gráfico: Poder de compra do ouro na eurozona
segunda-feira, 6 de abril de 2020
MALONEY PREVIU A CATÁSTROFE QUE SE ABATE SOBRE A ECONOMIA
terça-feira, 4 de junho de 2019
CRISE DO SISTEMA FINANCEIRO E SUAS CONSEQUÊNCIAS
Todos sabemos que o dinheiro, seja ele em que divisa for, vai perdendo valor com o tempo. Por valor, pode-se entender a capacidade aquisitiva. Assim, se um dólar US de 1913 valer 100, um dólar US de hoje vale apenas 4: houve uma desvalorização de 96%. Isto, em relação à moeda mais poderosa, em princípio, visto que tem sido a moeda mundial de reserva e a moeda preferida no comércio, durante o período que vai desde o fim da 2ª Guerra Mundial (os acordos de Bretton Woods), até ao presente.
Sabemos também que os bancos centrais, todos eles, sejam do ocidente ou oriente, sejam de países pobres ou ricos, imprimem (ou o equivalente digital disso...), tanto quanto achem que a economia dos seus respectivos países precisa. Mas, esta abundância de divisas, apenas tem como efeito, aumentar a inflação, que vai retirar poder de compra aos salários e pensões, assim como vai desvalorizar as poupanças em dinheiro, quer estejam no banco, quer «debaixo do colchão».
Uma coisa que poucas pessoas sabem, é que os bancos comerciais são os principais criadores de dinheiro, nas diversas economias. Quando o banco empresta - por exemplo, para adquirir uma casa ou um carro - vai criar a soma correspondente a partir de nada: vai creditá-la na conta do cliente, que - a partir desse momento - tem a dívida e terá de pagar juros sobre ela... pelo menos, era assim no passado! Agora, os bancos estão a dar (literalmente) empréstimos a juro negativo, ou seja, estão a pagar para o cliente aceitar ficar devedor de uma soma!
Por exemplo, isso passa-se com o banco dinamarquês Nordea que propõe empréstimos a MENOS 0.12% de juro, ou seja, o banco paga para o cliente ficar devedor. Se isto lhe parece uma coisa sem sentido, não será a única pessoa que assim pensa!
O estímulo ao gasto atinge um paroxismo nas sociedades ocidentais, todas elas, não apenas na Dinamarca... Pelo contrário, a poupança é fortemente desencorajada, pois os juros pagos pelos depósitos a prazo, são demasiado baixos, tendo como efeito que as pessoas sentem que mais vale «gastar agora», do que esperar dois anos, para obter um juro da ordem de 1%, ou menos.
A loucura é tal que as empresas das mais deficitárias e que não conseguem equilibrar os seus balanços, têm subidas espectaculares na bolsa de valores de Nova Iorque: Tesla, Netflix, Uber...
Os governos europeus, mesmo os que estão insolventes, conseguem obter empréstimos a taxas ridiculamente baixas, taxas claramente inferiores à inflação. E isso não ocorre apenas com nações europeias, pois a Argentina, por exemplo, consegue obter empréstimo a 100 anos (!) pagando quase nada. Sabemos que a Argentina entrou em bancarrota duas vezes, apenas nos últimos 30 anos!
Nada disto parece fazer sentido.
Porém, o sistema da dívida pressupõe que existem duas espécies de dinheiro:
A - O que é efectivamente fornecido por entidades bancárias (sejam elas bancos centrais ou bancos comerciais) que têm a possibilidade de criar dinheiro a partir de nada.
B - O que resulta de actividades económicas, das remuneração de trabalho, de lucros das empresas, das transacções comerciais, de imobiliário, etc.
Muito do dinheiro gerado pelo processo B está destinado a pagar (com juros, maiores ou menores) às entidades emprestadoras, as quais são normalmente bancos comerciais, ou entidades autorizadas a emitir empréstimos.
Ora, a existência do depósito fraccionário, que todos os bancos têm autorização para realizar, significa que as instituições bancárias têm o direito de fazer uma «alavancagem» de 1 para 10 (ou maior), com os nossos depósitos. Isto quer dizer que um banco tem o direito de fazer um total de empréstimos aos clientes dum valor X, desde que estejam depositados no banco 1/10 de X. Note-se que é do nosso dinheiro que se trata; aqui, não se trata do dinheiro do banco, que este possui como capital próprio. A operação que os bancos (todos) fazem, consiste em emprestar aquilo que NÃO TÊM: seria considerada crime passível de prisão, caso fosse feita por um particular.
Por outro lado, desde a época pós 2008, com o chamado «Quantitative Easing», os bancos obtiveram dinheiro gratuito disfarçado, fornecido pelos bancos centrais respectivos. Os pacotes de obrigações hipotecárias e outros papéis - sem valor - de dívidas incobráveis, foram dados como aval, pelos bancos comerciais, aos bancos centrais. Ficaram estes com as dívidas, pelo seu valor nominal, não pelo seu valor de mercado, visto que este seria de zero. Estes activos têm contabilização positiva no balanço dos bancos comerciais; é assim que se apresentam com «solvência» e «solidez»!
Os bancos são estimulados a emprestar este dinheiro «emprestado» a juro zero, mas que não precisam sequer, na prática, de devolver aos seus bancos centrais respectivos! Se não devolverem o empréstimo, o banco central apropria-se dos tais papeis sem valor, dados em garantia!
Os bancos centrais, mesmo nominalmente independentes do Estado, acabam por repercutir as suas perdas nas contas dos Estados respectivos. Contabilisticamente, «está tudo certo», porém é tudo uma fraude total, com a conivência das direcções dos bancos centrais, dos governos e de todas as «entidades supervisoras ou controladoras» do mercado, que existam.
Sendo as coisas realmente assim, como as pessoas minimamente informadas sobre as políticas monetárias e financeiras o sabem, o resultado é que os clientes dos bancos estão a pagar com «dinheiro a sério», o seu dinheiro que resulta de actividade económica propriamente dita, empréstimos contraídos junto de entidades que criaram «dinheiro de fantasia», ou seja, houve uma criação monetária sem qualquer esteio, sem realidade económica tangível, «tendo ido extrair o dinheiro do éter...».
Fica assim explicado o mecanismo pelo qual se caiu nesta situação de juros negativos ou juros de facto negativos, porque abaixo da taxa de inflação. Os bancos comerciais pedem de volta dinheiro que resulta do trabalho, tendo emprestado dinheiro contabilístico. Por outras palavras, pedem de volta dinheiro verdadeiro, tendo emprestado dinheiro fictício. Para isso, têm conivência plena dos governos e bancos centrais.
Todos os bancos comerciais fazem, portanto, operações muito lucrativas e sem risco (para eles).
Pelo contrário, praticamente todo o risco recai sobre o público, devedor aos bancos de créditos para aquisição de casa, de carro, para estudos, para consumo e sobre a sociedade em geral, que irá sofrer as consequências do colapso do sistema financeiro.
Mas a gula de capital não acaba aqui, pois vamos assistir à aceleração da inflação, sempre minimizada pelas estatísticas oficiais. As pessoas serão pressionadas a gastar mais, a endividarem-se mais, a desfazerem-se de suas parcas poupanças, porque o dinheiro vai perdendo valor, à medida que o tempo passa.
Uma das indicações mais seguras disso, é a inversão das taxas de juro das obrigações do Tesouro dos EUA (por exemplo, obrigações a 10 anos, com juros inferiores para termo a 5, ou a 2 anos). Isto já ocorre agora e seu significado é o de que o próprio mercado está convencido de que uma crise está perto.
Eu prefiro precaver-me duma tempestade, ou dum tsunami, antes que estejam em cima de mim. De nada servirá esperar até ao último minuto, pois já será demasiado tarde.
Não digam que não vos avisei: a única maneira de salvar o valor dos activos financeiros, incluindo o dinheiro líquido, é retirar AGORA o máximo dinheiro possível dos bancos e de investimentos financeiros (acções, obrigações, fundos...) e aplicá-lo em bens como comida, água, sistemas de geração de electricidade... e outros bens de primeira necessidade.
Pode-se armazenar alimentos, que podem ficar comestíveis durante bastante tempo, se devidamente condicionados. Medicamentos, produtos de higiene e muitos outros bens ditos «consumíveis», podem ser mantidos por períodos longos (dentro do seu prazo de validade). Pode-se fazer uma gestão desses stocks, consumindo aqueles próximo do termo da sua validade, e adquirindo novas unidades para substituir as consumidas.
Para enfrentar a fase de hiperinflação, convém ter moedas de ouro e de prata; podem ser extremamente úteis.
Podemos ver que, nas situações de hiperinflação, como a Venezuela, as pessoas tomaram medidas para salvaguardar seu poder de compra: muitas delas compraram dólares no mercado negro.
Porém, neste caso, se houver uma crise sistémica, não existirá divisa em papel que resista. Umas mais cedo, outras mais tarde, todas elas irão perder o seu valor, numa espiral hiperinflacionária global, até atingirem o seu valor intrínseco, de bocados de papel, ou seja, zero.
PS1 - Uma entrevista que ilustra claramente a situação:
PS2 - Paul Craig Roberts explica em pormenor por que razão a percepção que se tem da economia está falseada, intencionalmente:
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