Manuel Banet, ele próprio

Reflexão pessoal, com ênfase na criação e crítica

Mostrar mensagens com a etiqueta governo. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta governo. Mostrar todas as mensagens

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

DECADÊNCIA E MORTE DA «CIVILIZAÇÃO OCIDENTAL»

 Quando as pessoas permitem que ocorra um genocídio em direto, sem mexer um dedo, até ficando tranquilizadas com o estribilho de que Israel «tem direito a defender-se», o que significa isso?
- Significa que os valores morais da civilização cristã e democrática desapareceram. Que as várias centenas de anos de combates pela dignidade humana, que culminaram com a titânica luta contra o nazismo e as outras formas de fascismo, se evaporaram totalmente da consciência dos povos respectivos. 
O consentir e encorajar um crime contra a humanidade em Gaza oblitera definitivamente o regime de Biden nos EUA e dos lugares-tenentes que ocupam o poder em países vassalos da OTAN. 
Na verdade, existe uma ignorância muito grande e uma ausência de curiosidade, da parte do público: Não se pode pretender participar num processo democrático ignorando tudo das políticas concretas que os dirigentes políticos levam a cabo e se propõem continuar. 
Isto não é democracia, seja qual for o critério utilizado para defini-la. Os que se permitem dar apoio, pelo voto ou por outros meios, a genocidas são também eles genocidas. Os que deixam uma ação nitidamente genocida ser levada a cabo sem mover um dedo, quando podiam fazer algo para a parar ou dificultar os planos dos criminosos são, obviamente, comparsas do crime. Os que permitem esta monstruosidade deixaram de ser humanos, tal como os executantes da mesma. Passaram a ser monstros morais, com aparência física de humanos, apenas. 

Inventam motivos falsos, falsidades óbvias, mentiras descaradas, para que as pessoas engulam e se auto-absolvam de sua total falta de coragem e de ética. É que, apesar de tudo, as pessoas sabem que massacrar inocentes - e na escala em que é feito - é uma perversão total. Os nazis cometeram muitas atrocidades contra populações civis. Hoje, membros do povo judaico, cujos avós e bisavós sofreram o Holocausto às mãos dos nazis, são executores do Holocausto do povo de Gaza. Os governos e aparatos políticos que apoiam isto, estão realmente a justificar a descida aos infernos, o mergulhar nas trevas! 

A minha surpresa é grande, embora não tivesse ilusões sobre os sistemas políticos ditos de «democracia liberal» do Ocidente. Acho que ninguém - ou quase - previu o mergulhar de tantos países em simultâneo, no que só pode ser designado por "totalitarismo de novo tipo". 

As «elites» do dinheiro que estão no poder nos países ocidentais, manipulam as consciências. Mas, certos grupos de pessoas, deveriam ser mais difíceis de manipular: professores universitários, dirigentes políticos, membros destacados de igrejas, etc. Eles não podem, pela sua própria formação, ignorar o que se passa, nem qual é o seu dever. Mas, por cobardia, porque estão bem instalados na vida, fingem que não conhecem os factos chocantes ou descartam estes, como se fossem «mentiras dos inimigos da democracia». Os piores inimigos da civilização e da democracia são eles mesmos pois falham no seu dever, são cúmplices. 

Os outros povos, não envolvidos na matriz imperial e neocolonial do «Ocidente», estão atónitos perante os comportamentos dos ocidentais. É sua convicção de que não existe outra solução, senão viverem afastados dessa minoria de países do Ocidente, perversa, contrária a Deus e aos valores cívicos que dizem defender. 

Os governos e os oligarcas ocidentais estão a isolar-se a si próprios do resto do Mundo. Porém, estão tão ébrios da sua «superioridade», que não se apercebem disto. Nada pior do que um sistema que proclama num dado momento, certos valores para logo os trair no momento seguinte. É que ele nunca teve realmente os valores que apregoa. Eram apenas adornos de retórica ou propaganda para melhor executar seus crimes.  

Não irei chorar nem uma lágrima pela «civilização» ocidental: Ela - afinal - já estava morta. Estou só à espera que se realize o funeral e que seja enterrada numa cova bem funda. 


Posted by Manuel Baptista at 7.12.23 11 comentários:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Civilização, condicionamento de massas, Gaza, genocídio, governo, Humanidade, legalidade internacional, Ocidente

domingo, 19 de novembro de 2023

EM ESPANHA ESTÃO A CRIAR AMBIENTE PARA A GUERRA CIVIL

   Foto: Rei de Espanha, Filipe VI e Pedro Sanchez, presidente do governo

As ondas que agitam a vizinha Espanha são quase ignoradas pelos portugueses. Mas, não deviam, pois o momento é realmente grave. 

Um coro de vozes indignadas, da direita, faz muito barulho, porque o presidente do PSOE, Pedro Sanchez, negociou com os independentistas catalães  o apoio à votação do novo governo socialista, em troca duma lei de amnistia. Esta, iria resolver a situação dos políticos catalães independentistas que em 2017, organizaram e executaram um referendo pela independência da Catalunha. O referendo foi declarado anticonstitucional e seus organizadores foram presos ou tiveram que se exilar. 

Eu não vou - aqui e agora- discutir  questão do independentismo, tal como se colocou em 2017. A questão de fundo é importante e grave, mas não estou suficientemente por dentro dos assuntos políticos de Espanha, para opinar de modo esclarecido. 

O que vou dizer aqui, é exprimir a minha estranheza por forças da direita considerarem que o indigitado presidente do governo estava a cometer uma falta grave, ao negociar apoio parlamentar junto dos deputados eleitos dos partidos independentistas catalães. 

Indigna-se a gente de direitas, por esse apoio ter implicado negociar uma lei de amnistia. Porém, em muitos países e em diversas circunstâncias, foram feitas leis de amnistia para os crimes políticos. Inclusive em Espanha, os independentistas da ETA, do País Basco, foram amnistiados. 

Os catalães perseguidos e condenados podem ter razão ou não, no que fizeram. Podem ter violado ou não, a constituição de Espanha. Mas, ainda assim, a sua ação foi realizada dentro dos limites da democracia representativa. Por outras palavras; não se tratou de um ato insurrecional.

Os que berram nas ruas contra o recém-empossado Presidente do governo espanhol, estão simplesmente a descarregar o seu rancor contra a esquerda, no que ela representa como posição mais tolerante, mais respeitosa do direito dos outros terem pontos de vista diferentes do nosso. 

Amnistiar, não significa dar razão às pessoas que tinham sido condenadas, nem opinar se a condenação foi justa ou injusta. Significa que, no interesse da sociedade, o facto dessas pessoas serem amnistiadas, é preferível a cumprirem a pena até ao fim. É um processo de sarar as feridas resultantes dos choques políticos que dilaceraram o tecido da sociedade. 

Para os direitistas que agitam «o papão» da ditadura, da perda da liberdade e do Estado de direito, o que seria «justo»? Seria que os implicados no processo sofressem o castigo mais severo? Seria só de prisão? Talvez mesmo, de pena de morte? Tudo isto, por se terem atrevido a desrespeitar a «sacrossanta» constituição espanhola. Lembro que a constituição atual foi negociada após a morte de Franco, entre governo, forças franquistas e os outros grupos e partidos, na chamada «transição*». 

Para mim e para as pessoas com formação ética, qualquer que seja sua posição partidária, o extremar de posições - neste caso concreto - é criminoso, pois vai reabrir feridas antigas mas nunca totalmente saradas, da trágica Guerra Civil Espanhola de 1936-39.

Alguém, doutra região de Espanha que não da Catalunha, deveria ver com bons olhos a amnistia e também um referendo. Este, deveria ser de tal modo, que não fosse considerado anticonstitucional. Porque, mais vale um divórcio sem demasiados dramas, do que uma guerra civil. Além do mais, a entidade geográfica Península Ibérica foi sempre um conjunto heterogéneo de povos, de culturas e de reinos. 

E, já agora, para lembrança dos portugueses, recordo que os Restauradores de 1640, que «traíram» o Rei (pois Filipe IV era Rei de Portugal, além de ser de Espanha), obtiveram sucesso nesta insurreição, porque havia uma revolução - em simultâneo - na Catalunha. A Restauração da independência de Portugal deve-se - em parte - aos independentistas catalães, que se revoltaram contra a coroa de Espanha e fracassaram. Os portugueses não tiveram que enfrentar logo os poderosos exércitos espanhóis, ocupados na repressão da revolta catalã; tiveram tempo para se organizar na defesa das fronteiras do território.

Mas, hoje em dia, é lamentável que demagogos de extrema-direita e ditos «de centro-direita»,  venham agitar suas hostes, criando um clima de alarme falso porque, na verdade, são eles que põem intenso dramatismo em torno dum processo que é - afinal de contas - banal: A negociação de apoio parlamentar para um governo minoritário.  A amnistia para os independentistas catalães é equiparada por eles, a "traição à pátria". 

Na verdade, eles querem criar uma situação de rutura ao nível institucional, político e sociológico. Eles querem uma grande agitação, um caos. O grande «argumento» deles é falso e nulo, quer em termos políticos, quer jurídicos. A agitação deles visa claramente o derrube do governo recém-nomeado. Pretendem assim reconquistar a maioria e retomar o poder. 

Pelo menos, é o que vejo à distância de umas poucas centenas de quilómetros. Em todo o caso, os meus amigos espanhóis é que têm de resolver o problema, sem se deixarem arrastar por demagogias, de uns e de outros.

---------------

*Veja-se os «Pactos de Moncloa»


Posted by Manuel Baptista at 19.11.23 2 comentários:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: agitação, amnistia, Catalunha, direita, Espanha, governo, história da Península Ibérica, parlamento, Portugal, referendo

sábado, 14 de outubro de 2023

GENOCÍDIO EM DIRETO

22/05/2025: Só agora, passado um ano e 9 meses, os media ocidentais começam a falar do genocídio e mostram-se «preocupados» com operação de «limpeza étnica» do governo de Netanyahu. Os governos e a media ocidentais tiveram um papel de cumplicidade ativa ao encobrirem a verdade, que eles sabiam perfeitamente.

04/04/2025: Jonathan Cook relata os crimes cometidos contra civis, incluindo equipes de salvamento e o pessoal de saúde, pelas forças militares de Israel. O silêncio ou menorização face aos crimes consentidos e mantidos impunes, são a prova da conivência dos governos ocidentais, da sua cumplicidade com o goveno genocida de Netanyahu.

08/01/2025 :  Um conjunto de evidências demonstra que a alegada violação em massa de mulheres judias, pelos militantes do Hamas, durante o ataque de 7 de Out.  2023, foi uma mentira construída e propalada por um grupo de fanáticos ortodoxos judeus.

10/02/2024: um genocídio que vai manchar a «civilização humanista e democrática do ocidente». Só espero que que este monstruoso ato seja anunciador do fim desta «civilização» em que as pessoas «comuns» são demasiado cobardes e olham para o lado, para não verem as crueldades feitas em seu nome: 
https://michelchossudovsky.substack.com/p/a-false-flag-operation-to-justify?utm_source=substack&publication_id=1910355&post_id=141537720&utm_medium=email&utm_content=share&utm_campaign=email-share&triggerShare=true&isFreemail=true&r=9hbco

03/12/2023: Um documento de grande importância, a entrevista a Thierry Meyssan. Ele revela o que a mídia mainstream passa sob silêncio, sobre o genocídio em Gaza mas - igualmente - as conivências entre o HAMAS e o governo sionista de Israel. Veja: https://crowdbunker.com/v/qVLJ4sDj

24/11/23: A média corporativa ocidental reproduziu acriticamente a narrativa (falsa) do governo sionista e das forças armadas de Israel, sobre os acontecimentos em 7 de Outubro passado. Leia o artigo do jornal israelita Haaretz. 
Citação: «According to a police source, the investigation also indicates that an IDF combat helicopter that arrived to the scene and fired at terrorists there apparently also hit some festival participants.»

14/11/23: O próprio governo israelita admite que o objetivo da operação em Gaza é a «limpeza étnica» (uma «nova Nakba»), o que é aliás um crime, segundo a legalidade internacional. Veja o vídeo seguinte:
https://www.youtube.com/watch?v=Y3C-Pm92sWM
 
08/11/23: Ron Unz apresenta no seu último artigo ,uma extensa lista de factos que demonstram o total desrespeito do governo e exército israelitas pelos direitos mais elementares dos civis palestinianos, no que são cinicamente apoiados pela classe política ocidental. Esta, fica «horrorizada» por alguns apoiantes da causa palestiniana escreverem graffiti ou rasgarem cartazes pró-Israel. Além do ridículo, eles aproveitam o pretexto, para passar leis liberticidas proibindo quaisquer protestos contra Israel e o sionismo, assimilando-os a antissemitismo.
 Leia: https://www.unz.com/runz/war-crimes-and-atrocity-hoaxes-in-the-israel-gaza-conflict/ 

07/11/23: Não deixe de ver a entrevista de George Galloway a Craig Murray: «Porque estamos escravos de Israel»


06/11/23: Protestos ocorrem nos EUA:


Veja também este vídeo: 
https://twitter.com/i/status/1720858518457118761


06/11/23 : Veja e oiça o testemunho de uma israelita, objetora de consciência e que os sionistas prenderam por causa da sua posição: https://www.youtube.com/watch?v=rJZse8sPOn8



06/11/23: Philip Giraldi aponta quem são os monstros que se escondem no seio do establishment dos EUA e que conseguem manipular o poder político para os seus criminosos objetivos: 
https://www.unz.com/pgiraldi/the-gaza-genocide-continues/

04/11/23: É necessário conhecer os dados objetivos sobre os mais de 75 anos do conflito Israel/Palestina. Há, infelizmente, poucos jornalistas/analistas, como Barry Kissin, que nos dão a conhecer esses dados: « Understanding the Background of Israel-Palestine: What Is Israel’s “Final Solution”? Final Solution: "All Palestinians either Expelled or Murdered"»

03/11/23: Jonathan Cook escreve um artigo onde revela aquilo que a BBC não nos diz sobre o 7 de Outubro:
https://www.unz.com/jcook/what-the-bbc-fails-to-tell-you-about-october-7/
 
02/11/23: Leia o artigo de Jonathan Cook: https://www.jonathan-cook.net/2023-11-01/israel-cleanse-gaza/

Os poderes ocidentais viram a cara para o lado, perante a efetivação da limpeza étnica, que tem sido planificada e anunciada, há mais de uma década, por governos de Israel, desde que o Hamas venceu as eleições, em 2007.
A conivência dos EUA, Reino Unido e outros países da OTAN é clara. O resto do mundo olha horrorizado para o genocídio e para o renegar de todos os valores de Direitos humanos, das Convenções da Guerra e outras convenções assinadas pelos mesmos países. 

01/11/23: "Não há pior cego, do que aquele que não quer ver!"
 O provérbio aplica-se a muita gente que segue acriticamente a narrativa da media corporativa. Para se compreender a extensão da «cegueira induzida», é preciso ler o artigo de Mark Crispin Miller «Os DOIS  genocídios de Netanyahu».

31/10/23: Os deserdados da Terra nunca terão acesso a quaisquer considerações humanitárias, já para não falar de liberdade e democracia. Eis a verdadeira face dos genocidas ocidentais. Causam um novo holocausto e chamam «nazis» às vítimas. Leia o artigo de Chris Hedges,  «The Exterminators». 


30/10/23: Fala do obsceno espetáculo do que se passa debaixo dos nossos olhos em Gaza. https://www.youtube.com/watch?v=yxensYM2R40

29/10/23: O artigo de Gareth Porter «The Genocide Moment» coloca a questão pertinente de se abrir um processo contra o governo e Estado de Israel. O que o governo israelita está a fazer em Gaza, preenche os requisitos para ser considerado genocídio segundo a convenção internacional sobre genocídio (da qual Israel é signatário, aliás).

26/10/2023: Dois pesos duas medidas, na Alemanha do chanceler Scholz é proibido mostrar solidariedade pela população palestina de Gaza. Consideram que é «subversivo». Organizações são banidas. Militantes pacifistas são perseguidos. Vejam uma amostra do que se vive, na Alemanha e na Europa dos direitos humanos... (direitos humanos sim, só para alguns).

24/10/2023: Se os meus maiores receios se concretizarem, haverá um massacre/genocídio total em Gaza, enquanto os «ocidentais», muito democraticamente, aplaudem a «única democracia no Médio-Oriente». Também os maiores inimigos de Israel na região, em termos militares (o Hezbollah e o Irão), não vão concretizar suas ameaças, porque Netanayahu os ameaçou com a bomba nuclear: Eles sabem que ele é capaz de concretizar a ameaça.
Temo, portanto, que vá concretizar-se o genocídio - a sangue frio - dumas centenas de milhares de inocentes em Gaza, sob o olhar indiferente, assustado, ou divertido, dos que teriam possibilidade de obrigar o governo de Israel a recuar. Segundo informação credível, já 2000 crianças morreram, em Gaza, sob as bombas israelitas.

25/10/2023: Os sionistas estão realmente a fazer planos para uma operação de limpeza étnica de Gaza e estão a fazer estimativas dos lucros duma operação imobiliária com os terrenos de Gaza.
https://consortiumnews.com/2023/10/25/zionist-think-tanks-blueprint-for-gaza-ethnic-cleansing/

Consultem: 
https://www.unz.com/article/genocide-unfolding/

https://www.paulcraigroberts.org/2023/10/24/is-a-palestinian-genocide-in-the-making/

 https://caitlinjohnstone.com.au/2023/10/24/if-israel-stops-murdering-thousands-of-children-the-bad-guys-might-win/

Gaza depois de um bombardeamento pela aviação israelita


                             Foto de ataque do exército de Israel em Gaza em 2009

O ponto atual a que chegou o sionismo é o de uma ideologia totalitária, sem qualquer contemplação pela humanidade dos outros. Os palestinianos são constantemente rebaixados ao estatuto de não-humanos. Os sionistas consideram legítimo matar, espoliar, expulsar das suas terras todo um povo. O genocídio é «justificado» pela «animalização» grotesca, tanto do inimigo (movimentos palestinianos armados), como  do povo, dos civis. 



A propaganda penetra tanto mais em camadas do povo de Israel, que este tem sido doutrinado toda a vida como possuindo o estatuto de «povo eleito» e da «superioridade» intelectual e moral dos judeus, sobre todos os outros povos. É um verdadeiro culto «da raça suprema» (supremacismo). Uma visão racializada do mundo e das sociedades é o equivalente da guerra permanente, conflito atrás de conflito. É a antítese dos valores humanistas enformados nos textos da Carta das Nações Unidas, da Declaração Universal dos Direitos Humanos e de toda a arquitetura legal construída desde o fim da IIª Guerra Mundial.

O anti-humanismo de Yuval Harari, professor universitário em Israel e estrela do Fórum Económico Mundial de Davos, está em linha com os interesses de uma elite supranacional, uma elite globalista, que não conhece qualquer obrigação senão à sua busca de cada vez mais poder. Ela despreza os «humanos vulgares», pensa que a população mundial deveria ser reduzida para um oitavo do que é atualmente. Este malthusianismo coincide com a defesa por Harari da «fatalidade» dum mundo dominado por robots, por «híbridos» homens/máquinas, necessários  para servir a «raça» dos senhores. Quanto ao resto do rebanho humano, «há que entretê-lo com drogas e videojogos».

No campo político e humanitário imediato, aquilo a que assistimos em direto, em Gaza, é um genocídio feito com toda a violência, sem consideração alguma pelos seres humanos que lá se encontram. Estou totalmente em sintonia com Jonathan Cook, que vê isso como uma monstruosa operação, tornada possível e apoiada pelas potências Ocidentais. Estas, num instante, esqueceram toda a retórica usada em relação a outros pontos do globo, desmascarando-se naquilo que são, coniventes dos crimes mais horrendos (crime contra a humanidade, genocídio), desde que sejam efetuados pelos seus aliados: Os governantes do Estado que tem mantido o Médio-Oriente a ferro e fogo, desde a sua criação. 

A loucura homicida apoderou-se (ou revelou-se) também de intelectuais de meia-tigela, generais de poltrona e cobardes de toda a espécie, que espezinham quem não se pode defender. Já tínhamos visto este triste espetáculo de degradação do ser humano, mas a escala em que ele agora está a ocorrer no chamado Ocidente, mostra que as pessoas justas e humanistas são silenciadas (espero que não venham a ser «suprimidas» ou «anuladas») pelas cliques mafiosas governantes. 

Quanto ao modo de noticiar, em relação ao suposto «equilíbrio de notícias» sobre crimes de guerra, de um lado e do outro: Enquanto grande parte das notícias sobre os supostos crimes do Hamas está por demonstrar, sendo que algumas dessas notícias já foram demonstradas como falsidades, os crimes dos sionistas são assumidos pelos próprios: Desde a invasão brutal da mesquita de Al-Aqsa, à matança em massa de civis e ao genocídio em direto, diante das câmaras  de TV, da população de Gaza.  Estes crimes , do exército e governo de Israel, são mostrados com orgulho, o que prova que quem os cometeu ou ordenou, considera-se com «legitimidade» para tal. 

Não consigo encontrar - senão recuando ao tempo do IIIº Reich - um exemplo tão flagrante* de  barbárie organizada.

Leia: https://www.globalresearch.ca/israel-palestine-war-blood-gaza-west-hands-much-israel/5836038


Leia o editorial de jornal on-line português https://setentaequatro.pt/noticia/punicao-coletiva-do-povo-palestiniano-e-um-crime-israelita

------------------------

*Depois da IIª Guerra Mundial, os países fazendo parte da ONU estabeleceram que uma ação militar punitiva sobre a população civil era um crime de guerra. 

PS1: Aquilo que a média mainstream nos oculta, vale a pena ler num excerto de artigo de John Helmer (Australiano, correspondente em Moscovo):´

«The Arab-Israeli conflict is the one in which Israel is destroying the remnants of the Palestine state territories of Gaza, the West Bank, and East Jerusalem, and replaces that two-state solution with a single state; that is the Israeli one in which about 7 million Jews restrict about 2 million Arabs in bantustans administered according to an apartheid regime.   

The rules of this Jewish-based order have been fixed in Israel’s constitutional amendment enacted in 2018 as the “Basic Law: Israel – the Nation State of the Jewish People”,    and ratified by the Israeli Supreme Court in 2021.   This adopts the single- state solution expanding territorially by resettlement of the Palestinian territories “as a national value”; and in parallel, combating international opposition to the process by Israeli state operations to “preserve the cultural, historical and religious heritage of the Jewish People among Jews in the Diaspora.”  

By equating Jewish ethnicity and religious faith with nationality of the Israeli state, this constitution eliminates Palestinian, Arab, and Muslim rights with the formula, “the exercise of the right to national self-determination  in the State of Israel is unique to the Jewish People.” The corollary is that any Palestinian exercise of the right to self-determination on the expanding Jewish national territory is illegal, anti-Semitic, and terrorist. Internationally, it is the policy of Israel and its allies to make support for or discussion of Palestinian right to self-determination a thought and speech crime.»


PS2: Os crimes de Estado e de governo de Israel são defendidos por uma retórica racista, impiedosa relativamente à população palestiniana.  Não escondem que pretendem alcançar a «solução final» do problema palestino. Leia

https://www.aaronmate.net/p/the-roots-of-israels-ethnic-cleansing?

«Justifying what he called the “complete siege” of Gaza, Israeli defense minister Yoav Gallant declared that his government is “fighting against human animals.” According to former Israeli Deputy Foreign minister Danny Ayalon, the Israeli plan is to force Palestinians into the “almost endless space in the Sinai desert, just on the other side of Gaza,” where they can live in “tent cities.” Israeli president Isaac Herzog effectively declared that there are no innocent civilians in Gaza, home to “an entire nation… that is responsible.” Invoking the ethnic cleansing of hundreds of thousands of Palestinians before and after Israel’s founding in May 1948, known as the Nakba (“catastrophe”), Ariel Kallner, an Israeli parliamentarian, said that Israel has “one goal”: a “Nakba that will overshadow the Nakba of ‘48.”»


PS3: O crime massivo da força aérea israelita, a um hospital em Gaza, causando mais de 500 vítimas, tem desencadeado uma onda de protestos mundial ainda mais intensa. 

Vários chefes de Estado do Médio Oriente recusaram encontrar-se com Biden aquando da sua ronda na região, por causa do genocídio em curso em Gaza.


                           Biden subindo a escada para o Air Force One

PS4: O contexto do ataque do Hamas de 7 de Outubro passado, é o que a media mainstream nunca esclarece. Lê o artigo «America Returns to the Tar-Baby Middle East» por JAMES DURSO.

PS5: Estamos em plena era de «falsas bandeiras» e de acontecimentos gerados e geridos para obter a adesão emotiva dum público falsamente informado pela media mainstream. 
É o que vai sobressaindo dos factos, que vêm à tona, sobre o ataque das milícias do Hamas e das respostas do governo israelita. 
Este, estava à procura de pretexto para levar a cabo a operação - longamente planeada - de limpeza étnica definitiva. Há muito que queriam «limpar», o que consideram pertencer a Israel, da presença das populações palestinas. 
É possível que o Hamas tenha caído na armadilha estendida pelas  forças de segurança de Israel (MOSSAD), ou que se tenha auto iludido sobre as suas possibilidades de sucesso da operação. 
Há quem levante a hipótese do ataque ter sido instigado por Israel. É verosímil, sabendo-se a história sobre a origem do movimento Hamas, criado e apoiado para diminuir a força da OLP. Recentemente (2019), Netanyahu confessava a seus partidários, que era preciso apoiar e canalizar dinheiro para o Hamas, para quebrar a unidade da resistência palestina.

PS6: Apesar da constante barragem da media corporativa e dos políticos do sistema, a mentira é desmascarada. O ataque do Hamas não se destinava a matar civis. Os civis mortos foram-no pelo IDF (exército israelense), que costuma atirar a matar indiferentemente «terroristas» e os reféns destes. Existe prova testemunhal de uma sobrevivente.
 Leia: «Al-Aqsa Storm was never about killing civilians. It was originally intended to target IDF border outposts, grab a few (preferably military) hostages, and return to Gaza. When IDF resistance collapsed unexpectedly Hamas opportunistically just kept going, looking for military targets and hostages. There were no massacres of unarmed civilians by Hamas. They were under strict orders not to harm civilians. The only large-scale massacres of civilians were by the IDF, whose doctrine is to use overwhelming firepower to annihilate both hostages and hostage-takers (hostages being a political liability). The majority of Israeli civilian dead were killed by the IDF. See: Israeli forces shot their own civilians, kibbutz survivor says. »
(retirado de: https://www.unz.com/kbarrett/david-rovics-on-the-gaza-ghetto-uprising/)

PS7: Chris Hedges tem uma longa experiência como repórter de guerra no Médio-Oriente. O que ele diz sobre a cultura de engano, de falsidade, dos responsáveis políticos de Israel não pode ser descartado:
https://www.unz.com/article/israels-culture-of-deceit/

PS8: Não deixe de ler, se ainda não o fez, a excelente peça por CJ Hopkins, «The War on Horror». Há cerca de 3 anos, considerei que o autor era o maior satírico político da atualidade. Mesmo que não aprecie o seu estilo literário, vale a pena ler, porque esta peça é rica em informação à qual normalmente não teria acesso. 

PS9: A violência criminosa do exército de Israel contra Gaza suscitou muito mais do que indignação nos países árabes e muçulmanos. Desencadeou um movimento de unidade e uma série de apoios concretos à frente de resistência palestina. Uma frota de vários países muçulmanos encontra-se ao largo de Gaza. 
Já imaginaram o que isto significa?
- A estupidez e loucura criminosa dos governantes de Israel é a causa do impensável ainda há um mês atrás: Uma frente de unidade árabe e muçulmana (que inclui um país com arma nuclear, o Paquistão). 
Posted by Manuel Baptista at 14.10.23 10 comentários:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Al-Aqsa, barbárie, direitos humanos, Gaza, genocídio, governo, Hamas, Israel, Jonathan Cook, lei internacional, Ocidente, ONU, sionismo, Yuval Noah Harari

sexta-feira, 29 de setembro de 2023

EM DIRETO COM O PROFESSOR DIDIER RAOULT


Crise do COVID:  Uma crise sanitária, mas também  ética, política e científica

Posted by Manuel Baptista at 29.9.23 1 comentário:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: CHU Méditerranée Infection, França COVID, governo, Idriss Aberkane, impunidade de crimes na ciência, indústria farmacêutica, jornais científicos, Prof Didier Raoult

segunda-feira, 11 de setembro de 2023

ENTREVISTA COM VALÉRIE BUGAULT em «Politique & Eco» n°403 [TVL]

A REPÚBLICA FRANCESA NÃO EXISTE, NA REALIDADE. 

NA ERA GLOBALISTA, OS EUA SUBMETEM AS SUAS COLÓNIAS EUROPEIAS


 https://www.youtube.com/watch?v=fkEhbo2IIZI

Posted by Manuel Baptista at 11.9.23 1 comentário:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: «ciência» económica, Bancos Centrais, corrupção, democracia parlamentar, direito, economia política, EUA, Europa, Globalização, governo, plutocracia, totalitarismo financeiro, TVL, Valérie Bugault

sábado, 3 de junho de 2023

ETAPAS DO GOVERNO MUNDIAL: PRIMEIRO, DESTRUIR A HUMANIDADE (por Todd Hayen)

Steps to World Rule: First, Destroy Humanity

Todd Hayen* 



Publicado inicialmente em: 

https://off-guardian.org/2023/06/03/steps-to-world-rule-first-destroy-humanity/ 


Foi sempre, para mim, um motivo de perplexidade ver que as pessoas - mesmo durante um segundo - pensassem que o seu governo toma decisões para as ajudar, o que nunca foi o caso.

Se a decisão de um governo ajuda alguém, é sempre por um efeito posterior ...  ou por uma decisão corretora da decisão inicial ou por um benefício colateral. A intenção primeira é o poder, o controlo e o dinheiro... para satisfazer objetivos individuais e atingir os fins da elite narcísica/com o «complexo de deus».

Qualquer pessoa (o que é o caso de quase todas as pessoas) que apoie tal visão e pense que o seu governo, ou sua nação está operando no interesse do povo, está a assinar a sua própria sentença de morte.

“Não seja tão negativo, Dr. Todd, também existem coisas boas na vida!”

(continuação em inglês)

Oh my yes, there are: newborn babies, sunsets, oceans, art, music, forests, waterfalls, sex with your lover, dogs…millions of things. But that is not what I am writing about right now. I am writing about the thing, and group of things, that will wipe all of that good stuff off the face of the earth. Sure, sure, sure, it won’t be forever. Good will prevail, but it could be a million years before it all comes back if we let it go now. And I think it is worth the fight to preserve what we’ve got.


Needless to say, people have always followed leaders. I am not an anthropologist, but I would take a guess that even in primitive times there were leaders of tribes, chiefs, kings, queens, or whatever. I would also guess that this arrangement probably worked well more often than not. Societies were close knit; if a leader went bonkers it was probably easier to just push him or her off a cliff somewhere. And considering how different things were back then, there probably was not as much incentive to be selfish, power hungry, wampum hungry, or weird in other ways. I also would guess this complacent sort of culture, if there ever was such a thing, did not last very long.


I’m sure adjacent tribes had some things the neighbors wanted, and sure the all too human trait of wanting power over others did not take too long to appear. Being the Grand Poobah of many people had to have the same allure it has today. Wars broke out, discrimination certainly reared its ugly head (“that tribe over there has longer necks than we do, let’s kill them!”), and of course truly important issues caused conflicts, like need for food, water, etc.


Things were a lot worse back in history than today in a lot of ways. But things along these lines did actually get better, in my humble opinion, during a brief period in the West. The establishment of a new country with fresh ideals was a sight for sore eyes back in the late 1700’s. I don’t think anything like it, on that particular scale, had been attempted in the human experience post antiquity (which we, regardless of what we have been told, know very little about). It indeed was a grand experiment—the new colonies in North America shedding the shackles of the tyranny of King George III of England.


The new fledgling country created a Constitution that was truly inspiring at the time. The checks and balances incorporated in that government was also inspiring, and did hold itself together fairly well for quite some time. Of course there are always problems, as there would be with anything brave and novel. But it all hung together fairly well for a bit of time.


I’ll stop there with the history lesson, which may not be all that accurate anyway, but I think you get the picture. Even if you disagree that the new United States of America was an exciting bit of work, you probably can agree that putting one man, or woman, in charge of a lot of people, has never gone all that well. Before the presidency of the United States, there were of course Kings and Queens. Even the US was concerned about having a single person at the head of the executive branch of government, lest it be too much like a monarchy. Some continue (many actually) to believe that the US form of government is still the best, and if certain things are readjusted, the US will continue to be the greatest country in the world.


I digress.


Wherever you are on that fence, you must agree that things are rather different now than what the founding fathers envisioned. Why? That would take a book, or several, to address. Point here is that we can no longer trust this system to be objective, compassionate, fair, benevolent, and not self-serving and destructive. In fact, it seems that the system itself is selling out to foreign interests, and the actual sovereignty of the nation is threatened, and this threat is largely coming from within.


We see this with other nations as well, basically handing over their sovereign rights as a nation to the likes of the WHO, or the UN, or even the WEF. What we see is much like watching a Sci-Fi motion picture where the bad guys are stripping a nation of everything that makes it the “representation of the people” into a personal self-serving slave to unelected powers.


What does this mean? Well, when you really think about it, there is no way this sort of global take over could ever be in the best interests of other human beings living on the planet. Even if you could have a benevolent world power (which is an oxymoron, in my opinion) you would, just by its nature, have to rule in very broad strokes, i.e., everything you implemented would have to be implemented for the good of the majority. That leaves quite a few people out. The hundreds of diverse cultures and the billions of humans that make them up would have to be reduced down to manageable attributes—becoming more and more like each other.


What does this sound like? If you thought “prison” you win the prize. Look at cultures like North Korea, and you will get some idea of what would be happening. And it is worse than that, because North Korea did not start out as a diverse culture—unlike the diversity of the entire globe.


And all that assuming this world system is benevolent, which it most certainly is not. Of course they present themselves as benevolent, and much like all fictional evil leaders (as well as the real ones throughout history), they may even believe they are benevolent. But any world leader(s) will have to focus on the destruction of humanity before they can accomplish any sort of world control over its inhabitants. That is simply the nature of the beast. I’ll say it again: any world leader(s) will have to focus on the destruction of humanity before they can accomplish any sort of world control over its inhabitants. No two ways about it.


And of course, in our modern age, this destruction of humanity is quite a bit more complex than literally whipping people into compliance like they did in the old days. Right now (and this will probably change) most of the psyop is accomplished either through the carrot enticement and then ruling with the stick, or through fear (stick first, carrot as a reward for compliance.)

It is the same game.

------------------

*Todd Hayen é psicoterapeuta, exercendo em  Toronto, Ontário, Canada. Tem um doutoramento PhD em psicoterapia e um MA em Estudos da Consciência. Está especializado em psicologia arquetípica, junguiana. 

Posted by Manuel Baptista at 3.6.23 1 comentário:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: Canada, globalismo, governo, oligarquias, Todd Hayen

sábado, 29 de outubro de 2022

[Glenn Greenwald] O CONSÓRCIO QUE IMPÕE A CENSURA É FORMADO PELO ESTADO E CORPORAÇÕES



[Citação da Newsletter de Glenn Greenwald: 

Glenn Greenwald <greenwald@substack.com> ]

 Tem havido alguma notícia - por  mim e por outros — sobre a nova e francamente fraudulenta indústria de «desinformação». Esta auto- proclamada peritagem, baseada em pouco mais do que uma ideologia política simplista,  reivindica o direito de ser oficialmente quem decreta o que é «verdadeiro» e «falso», para, entre outras coisas, justificar a censura feita pelo Estado e as corporações, exercida pelos «peritos»  que são quem decreta aquilo que é «desinformação». Estes grupos são financiados por um consórcio de um pequeno grupo de bilionários neoliberais (George Soros e Pierre Omidyar) junto com as agências de serviços secretos dos EUA, Reino Unido e U.E. Tais grupos, financiados pelos bilionários e governos, estão quase sempre disfarçados sob nomes com conotações inócuas, tais como: 

The Institute for Strategic Dialogue, The Atlantic Council's Digital Forensics Research Lab, Bellingcat, the Organized Crime and Corruption Reporting Project. 

Estes, estão desenhados para darem uma aparência de serem grupos de estudiosos apolíticos. No entanto, sua finalidade real é a de fornecer o enquadramento justificativo de campanhas para estigmatizar, reprimir e censurar quaisquer pensamentos, opiniões e ideias, em dissidência com a ortodoxia neoliberal dos poderes. Eles existem, por outras palavras, para dar a impressão de que a censura  e outras formas de repressão, têm fundamento científico, em vez de ideológico.

Leia a continuação (em inglês) no link seguinte:

https://greenwald.substack.com/p/the-consortium-imposing-the-growing?utm_source=substack&utm_medium=email


PS1: Greenwald refere o trabalho de Udo Ulfkotte, falecido jornalista alemão. Escreveu um livro, confessando como ele e outros se tornaram «prostitutas» da CIA.


Posted by Manuel Baptista at 29.10.22 5 comentários:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: censura, corporações, desinformação, George Soros, Glenn Greenwald, globalismo, governo, media, neoliberalismo, Pierre Omidyar, Serviços Secretos, think tanks

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

TOTALITARISMOS

 Manifestação no primeiro de Janeiro de 2022, em Kiev, de partidos «nacionalistas» ucranianos. São herdeiros diretos e enaltecem os traidores, que na segunda guerra mundial, alinharam com as SS alemãs e cometeram massacres contra civis judeus, polacos ou ucranianos da resistência. O ódio contra tudo o que seja russo é que os motiva (foto de  https://www.timesofisrael.com/hundreds-of-ukrainian-nationalists-march-in-in-honor-of-nazi-collaborator/ )
 

Muito se tem falado e escrito ultimamente sobre a nova deriva totalitária, a propósito da censura (sobretudo nas redes sociais) e de coação sobre as pessoas impondo uma controversa «vacina», que dá mais resultados em termos de lucros para as grandes empresas farmacêuticas, em vez dum real benefício na saúde das populações. 

Mas, apesar de todos os esforços bem intencionados,  o totalitarismo tem sido principalmente equacionado como fenómeno da psicologia de massas, não como fenómeno político. No entanto, ao nível da teoria e filosofia política, a existência do totalitarismo foi desde cedo equacionada enquanto fenómeno político, com componentes psicológicas, como todos os fenómenos do domínio social. Foi, porém, essencialmente pensado como assunto político. O estudo da teoria política tenta compreender as formas como as sociedades se organizam, ou como delegam sua governação em políticos eleitos ou não, resultantes de processos ditos democráticos, ou em resultado de golpe, da tomada pela força das alavancas do governo (*).  

A sociedade e a sua dinâmica podem ser pensadas segundo o paradigma da luta de classes, o que não se limita às várias tendências do marxismo, pois inclui correntes não- autoritárias e libertárias. Ora, nestas correntes, o totalitarismo surge sempre como a forma extrema de domínio de classe. Não há espaço, num regime totalitário, para a pluralidade de ideias e posições políticas. Tudo tem de se conformar à linha do partido, quer o partido/regime se denomine «nacional-socialista», «união-nacional», «falange», «fascista», «comunista», «revolucionário», etc. 

O que caracteriza o totalitarismo é a imposição brutal de uma visão única, abrangente e totalizante (daí a designação de «totalitarismo»). Que essa visão tenha como discurso a «emancipação do proletariado» ou a «defesa da família, do catolicismo e do Estado» é secundário. O principal, é que um grupo se assenhoreou do poder e o monopolizou, reprimindo duramente tudo o que possa questionar seus dogmas. 

Ora, após mais de 200 anos de democracia liberal, estamos num ponto em que a fronteira entre o Estado de direito e o totalitário, se esbate cada vez mais. Ela esbate-se, ao ponto de nos remeter para vivências - mais ou menos esquecidas - de há um século atrás. No contexto de há cerca de um século, depois da enorme hecatombe e destruição física, social e cultural, da sociedade europeia, que foi a Iª Guerra Mundial, vários Estados no mundo e - em particular - na Europa, entraram numa espiral de gastos excessivos, incapazes de estabilizar a economia básica e onde os especuladores, os tubarões financeiros e toda a parasitagem, ficaram  «à vontade». As pessoas que trabalhavam duramente e viviam pobremente, não tinham hipóteses de melhorar a sua condição. 

Não querendo aqui retraçar a história que pode (deve) ser aprofundada por todos nós,  faço notar que as condições económicas ou materiais são determinantes no posicionamento dos indivíduos. A grande maioria não irá deixar-se fanatizar ("hipnotizar") por discursos e promessas demagógicas, se usufruir dum conforto mínimo ou, pelo menos, se tiver esperança razoável de melhorar suas condições de vida. 

Como é sabido, a História não se repete nunca, mas frequentemente «rima». É preciso perceber que as elites que nos dominam estão a reproduzir - no essencial - o comportamento das oligarquias que empurraram os Estados para situações de rutura: Estão a fazê-lo, para os Estados concederem mais privilégios àqueles que já são ultra- privilegiados, algumas vezes acompanhados por «esmolas» ou «remendos», somente para adiar o colapso.  As razões que essas elites invocam e que os corruptos governantes adotam, como se fossem verdades inquestionáveis, são meras falácias, destinadas a esconder a realidade de que a classe trabalhadora tem sido sacrificada, de que ela tem sido a principal vítima e ela não pode esperar que justiça seja feita, a não ser que tome as coisas em suas mãos.  

Como esta verdade se torna mais aguda, à medida que a crise se desenrola, um maior número de pessoas alcança o patamar de consciência suficiente para perceber como têm sido enganadas e as tornar imunes à narrativa do poder. Nesta fase, intensifica-se a repressão da dissidência, a eliminação de canais de expressão independentes do poder corporativo, etc. A eliminação da liberdade de expressão é a grande tentação da elite. Além disso, se ela se sentir com capacidade para «dar o golpe», quer seja golpe de Estado palaciano ou sangrento, não hesitará. Que fique claro, para quaisquer pessoas com sincero apego à liberdade e direitos humanos: Se os opressores (grande burguesia industrial, financeira, agrária, etc.), virem seu domínio posto em causa, pela crescente agitação social e difusão de ideias revolucionárias, não hesitarão, nem por um instante: Deixando de lado suas divergências ideológicas, irão unir as suas fações, para eliminar a democracia representativa, pois esta já não os serve. 

O modo como o fazem varia, mas o resultado é sempre um regime que oprime e persegue os opositores. Quanto mais amedrontada estiver a oligarquia, mais se vai apoiar na brutalidade da repressão policial (e militar, se necessário), para eliminar fisicamente um certo número de opositores e aterrorizar os restantes, de tal modo que seu poder seja incontestado. 

Um Estado totalitário não é imposto a partir do nada e logo de uma vez. É preciso compreender que as elites são sobretudo movidas pelo desejo de subirem e de se manterem no poder. Querem o poder, sem partilha e sem possibilidade de contestação. Para tal, contribui o tipo de dialética que se instaurou com a chamada democracia representativa, ou seja, com o regime em que os partidos se digladiam para chegar ao poder e para guardarem a maior fatia possível desse poder. Isto não é qualitativamente diferente do que se passa nas organizações totalitárias. 

A vocação de um qualquer partido político é exercer o poder e congregar todos os meios possíveis para isso. Note-se que, embora possam ter declarações de princípio e programas muito democráticos, todos os partidos se constituem para exercer o poder. Por isso, o totalitarismo não pode ser visto como «monstro caído do céu»; é efetivamente monstruoso, mas ele sai das próprias contradições dos regimes burgueses, que legitimam uma luta desenfreada pelo poder. Eles, antes de se atingir o estádio totalitário, têm sido vistos, por todos nós, a esmagar os direitos humanos mais básicos, hipocritamente, em «defesa» do direito, da paz social, dos pobres, etc.

---------------

(*) Pode consultar um vídeo pedagógico sobre o pensamento de Hannah Arendt, em particular, sobre o fenómeno do totalitarismo: "Hannah Arendt on Political Life"

Posted by Manuel Baptista at 15.9.22 3 comentários:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Labels: contradições, democracia liberal, governo, partidos, poder, teoria política, totalitarismo
Mensagens antigas Página inicial
Subscrever: Mensagens (Atom)

Publicação em destaque

ALASDAIR MACLEOD: O PLANO DA CHINA ENVOLVENDO OURO, PARA A ERA PÓS-DÓLAR

Alasdair Macleod descreve, com rara clareza, a realidade dos fracassos de Trump no domínio económico e financeiro.  Anteriormente ao 2º mand...

Pesquisar neste blogue

Translate

Arquivo do blogue

  • ▼  2025 (171)
    • ▼  junho (13)
      • OS ÚLTIMOS DIAS DE GAZA (POR CHRIS HEDGES)
      • ALASDAIR MACLEOD: O PLANO DA CHINA ENVOLVENDO OURO...
      • CORONEL MACGREGOR: «A CREDIBILIDADE DE TRUMP ACABOU»
      • JACQUES BAUD: AS BAIXAS RUSSAS E UCRANIANAS
      • A FALSIFICAÇÃO DA HISTÓRIA DOS HEBREUS COM OBJETIV...
      • ÀS PALAVRAS RENUNCIEI [OBRAS DE MANUEL BANET]
      • O OCIDENTE E A SÍNDROMA DE NEGAÇÃO DA REALIDADE
      • U.E DESTRÓI A DEMOCRACIA POR DENTRO
      • «A ORDEM A PARTIR DO CAOS» ?
      • COMENTÁRIO AOS ATAQUES COM DRONES UCRANIANOS, A BA...
      • VILLA-LOBOS e Música da América Latina (Segundas-f...
      • CRÓNICA DA IIIª GUERRA MUNDIAL (Nº44): «Morrer dua...
      • WARWICK POWELL: «PODEM FICAR COM VOSSOS DÓLARES; N...
    • ►  maio (32)
    • ►  abril (31)
    • ►  março (35)
    • ►  fevereiro (28)
    • ►  janeiro (32)
  • ►  2024 (338)
    • ►  dezembro (33)
    • ►  novembro (34)
    • ►  outubro (31)
    • ►  setembro (33)
    • ►  agosto (26)
    • ►  julho (34)
    • ►  junho (29)
    • ►  maio (26)
    • ►  abril (22)
    • ►  março (27)
    • ►  fevereiro (29)
    • ►  janeiro (14)
  • ►  2023 (374)
    • ►  dezembro (23)
    • ►  novembro (40)
    • ►  outubro (34)
    • ►  setembro (30)
    • ►  agosto (33)
    • ►  julho (33)
    • ►  junho (31)
    • ►  maio (27)
    • ►  abril (30)
    • ►  março (32)
    • ►  fevereiro (25)
    • ►  janeiro (36)
  • ►  2022 (358)
    • ►  dezembro (31)
    • ►  novembro (32)
    • ►  outubro (31)
    • ►  setembro (29)
    • ►  agosto (29)
    • ►  julho (22)
    • ►  junho (27)
    • ►  maio (34)
    • ►  abril (30)
    • ►  março (33)
    • ►  fevereiro (29)
    • ►  janeiro (31)
  • ►  2021 (340)
    • ►  dezembro (28)
    • ►  novembro (30)
    • ►  outubro (24)
    • ►  setembro (26)
    • ►  agosto (31)
    • ►  julho (31)
    • ►  junho (35)
    • ►  maio (28)
    • ►  abril (29)
    • ►  março (29)
    • ►  fevereiro (26)
    • ►  janeiro (23)
  • ►  2020 (343)
    • ►  dezembro (29)
    • ►  novembro (28)
    • ►  outubro (23)
    • ►  setembro (27)
    • ►  agosto (22)
    • ►  julho (25)
    • ►  junho (25)
    • ►  maio (35)
    • ►  abril (32)
    • ►  março (38)
    • ►  fevereiro (27)
    • ►  janeiro (32)
  • ►  2019 (340)
    • ►  dezembro (28)
    • ►  novembro (30)
    • ►  outubro (31)
    • ►  setembro (34)
    • ►  agosto (28)
    • ►  julho (22)
    • ►  junho (27)
    • ►  maio (30)
    • ►  abril (28)
    • ►  março (31)
    • ►  fevereiro (24)
    • ►  janeiro (27)
  • ►  2018 (332)
    • ►  dezembro (25)
    • ►  novembro (26)
    • ►  outubro (25)
    • ►  setembro (29)
    • ►  agosto (32)
    • ►  julho (30)
    • ►  junho (30)
    • ►  maio (27)
    • ►  abril (27)
    • ►  março (30)
    • ►  fevereiro (22)
    • ►  janeiro (29)
  • ►  2017 (321)
    • ►  dezembro (29)
    • ►  novembro (25)
    • ►  outubro (26)
    • ►  setembro (22)
    • ►  agosto (19)
    • ►  julho (35)
    • ►  junho (26)
    • ►  maio (31)
    • ►  abril (22)
    • ►  março (26)
    • ►  fevereiro (28)
    • ►  janeiro (32)
  • ►  2016 (160)
    • ►  dezembro (24)
    • ►  novembro (22)
    • ►  outubro (17)
    • ►  setembro (17)
    • ►  agosto (20)
    • ►  julho (16)
    • ►  junho (22)
    • ►  maio (22)

PÁGINAS

  • Aviso ao leitor
  • CRÓNICAS DA IIIª GUERRA MUNDIAL
  • OLHANDO O MUNDO DA MINHA JANELA
  • PROPAGANDA 21 - condicionamento de massas no séc. XXI
  • MITOLOGIAS
  • Segundas-feiras musicais (início: Maio 2024)
  • NO PAÍS DOS SONHOS
  • OPUS VOL. I (2016-2021)
  • OPUS VOL. II. (2022 - 2023)
  • OPUS VOL. III (2024)
  • Postfácio

MÚSICA NO BLOG

  • ATUAÇÕES AO VIVO
  • BACH & VIVALDI
  • HAENDEL
  • FROBERGER
  • JEAN-PHILIPE RAMEAU
  • CARLOS SEIXAS
  • AZNAVOUR
  • CHANSONS DE JACQUES BREL
  • GEORGES BRASSENS
  • FRANÇOISE HARDY - ULTIME HOMMAGE
  • Billie Holiday
  • Sarah Vaughan, the immortal
  • JAZZ SINGERS ANTHOLOGY [1]
  • JAZZ SINGERS ANTHOLOGY [2]
  • MEMÓRIAS - POP & ROCK
  • Dylan Originals
  • Dylan Songs Covers
  • TALENTOS LATINO-AMERICANOS
  • GUITARRA CLÁSSICA

Acerca de mim

A minha foto
Manuel Baptista
Ver o meu perfil completo

Número total de visualizações de páginas

I refuse to join any club that would have me as a member (Groucho Marx)
Tema Viagens. Com tecnologia do Blogger.