quinta-feira, 13 de junho de 2024
Quando a metáfora de " David contra Golias" já não é apropriada
terça-feira, 7 de fevereiro de 2023
GOYA E O SONHO DA RAZÃO, REVISITADOS
As pessoas são alimentadas, ao longo da vida, por narrativas lineares. A ideia de que as sociedades e a tecnologia vão ser «mais isto ou aquilo». É muito divertido observar as publicações de magazines populares, que estimavam há cem anos atrás (ou menos), «como seria o futuro»: É um lugar-comum verem-se automóveis que também voavam, ou pessoas a viverem em apartamentos cheios de gadgets, embora as coisas que eram imaginadas, há várias dezenas de anos, como fazendo parte dos confortos da «modernidade», ou nunca se concretizaram ou, se vieram a existir, são de uma forma substancialmente diferente.
Sociologicamente, também, as projeções do futuro são lineares; há o alargamento - a quase generalização - do modo de vida do tipo «classe média», uma população de engenheiros, doutores, cientistas, profissões de elevado prestígio. É costume as pessoas projetarem os seus desejos no futuro. Mas é singular haver tão fraca imaginação, uma incapacidade, incluindo nos «futurologistas», em decifrar no presente aquilo que serão as linhas de força da próxima década, já para não falar do próximo século.
As pessoas estão muito cientes de «verdades» que lhes foram transmitidas por inúmeros canais, a maior parte, sem relação nenhuma com a realidade das coisas. Mas, mesmo quando fazem um esforço genuíno para projetar as tendências observáveis no presente em direção ao futuro, incluindo o mais próximo, a regra é errarem redondamente.
Assim, deveríamos estar completamente abertos a todos os campos de hipóteses, aquelas que conseguimos vislumbrar e mais ainda aquelas de que não fazemos a mínima ideia, no presente.
Por vezes, tais são as transformações, que as pessoas ficam completamente desnorteadas. A nossa mente é feita para apanhar a tendência dominante, projeta-la no futuro e construir a realidade a partir destas projeções.
Mas, os fenómenos complexos ultrapassam - em muito - as capacidades de os equacionar, mesmo que sejamos «génios». Os fenómenos não se submetem a uma lógica linear. Linearidade ou «lei estatística» é o que a nossa mente gostaria que fosse. O nosso inconsciente está sempre a procurar a conformidade, porque é algo que nos tranquiliza, nos dá uma sensação (ilusória) de continuidade. Não somos feitos para incorporar o insólito, o estranho, o irracional no nosso mundo. Assim, estamos com frequência de pé atrás face à novidade, sobretudo se tal novidade vem contradizer as «certezas», que nós julgávamos eternas.
Os ilusionistas, os demagogos, servem-se sistematicamente do efeito de «normalidade», que está tão arreigado no nosso psiquismo. Este efeito, é uma das principais fontes de equívocos, de avaliação errónea dos dados ao nosso dispor.
Os sentidos podem ser facilmente «iludidos», mas note-se que eles não são a fonte da ilusão, do equívoco, nem tão pouco, a natureza exterior do que eles veiculam: Afinal, as ilusões ditas dos «sentidos», são antes ilusões da interpretação cerebral das imagens ou sons, etc. que nos vêm pelos sentidos. Mesmo a imagem que seja «ambígua» à partida, não o será, de verdade:
- Somos nós que construímos, com aquilo que recebemos dos sentidos, uma certa interpretação ou a descartamos, no momento seguinte, por outra, que nos pareça igualmente coerente. É sempre a reconstrução da imagem que fazemos no cérebro, que desencadeia a interpretação ambígua. A imagem em si mesma, as manchas de cor e de sombra, os contornos, etc., são o que são. Não mudam: É o nosso dispositivo cerebral que é tomado pela interpretação ambígua.
Porque razão continuamos iludidos, sabendo como é fácil nos ilusionarmos, sabendo também que as ilusões ou miragens, resultam de certa visão que nós próprios damos às coisas, não das coisas em si mesmas.
Se fizermos uma reflexão profunda sobre a falibilidade dos sentidos e dos juízos que (conscientemente, ou não), fazemos a partir destes, é possível atingir o primeiro grau da sabedoria:
- A nossa própria psique é que nos engana, na maioria das vezes. Não fazemos a análise adequada das informações que nos chegam pelos sentidos. Assim, somos nós próprios a fonte os enganos.
Se extrapolarmos para o domínio da vida política, económica, etc. verificamos que evoluímos como crianças que se enganam a si mesmas, julgando ver o objeto real no seu mero reflexo, estando convencidas de que a ausência de algo, significa que esse algo não exista realmente, etc.
Temos de reconhecer que, por muito «racionais» que nos consideremos, a maioria das pessoas vive fora da realidade. A realidade é reduzida à imagem distorcida, limitada da mesma.
Por isso, não considero que exista um fosso intransponível entre o «patológico» e o «normal». De facto, as pessoas estão sempre a tomar os seus desejos por realidade. E quanto à pessoa doente mental: Está ela sempre «fora da realidade»? Mas o que é a realidade? Eu tenho impressão que, em vez da realidade inteira, é «entronizada» a ideia comum que as pessoas têm da realidade.
Pode uma mente genial ver aquilo que as pessoas vulgares não conseguem ver; pode também uma pessoa perturbada mentalmente ver algo que as outras não vêm. Mas, quem decide o que é lúcido e não lúcido? Realmente, é muito difícil estabelecer a fronteira entre o normal e o patológico. A História mostra-nos, vezes sem conta, que pessoas, perfeitamente ajuizadas, emitiram hipóteses, ou teorias, que foram descartadas como extravagantes ou pior, inspiradas pelo demónio. Mas, na verdade, eram perfeitamente racionais e lógicas. A sociedade, ao fim de algum tempo, terá assumido tais «elucubrações» como a coisa mais normal deste mundo.
A nossa neotenia abre-nos a porta dos possíveis. A nossa necessidade de proteção, de segurança, fecha essa mesma porta. A criança que tem medo, tapa os olhos com as mãos, para não ver. A sociedade, ao longo dos tempos, tem feito o mesmo. Tem sido tentada por mundos desconhecidos, que lhe batem à porta; em simultâneo, tem sido afugentada pelo medo do desconhecido, das trevas cheias de monstros, de emanações fantasmagóricas dos nossos próprios medos.
quarta-feira, 25 de maio de 2022
TRANSIÇÃO TOTALITÁRIA E JOGO DOS PODEROSOS
segunda-feira, 18 de abril de 2022
[PROPAGANDA 21, Nº13] ENTREVISTA COM PIERS ROBINSON
Tenho escrito séries de artigos sobre propaganda e seu papel na atualidade da pandemia de COVID, assim como na guerra da Ucrânia.
Para os números passados de ambas as séries, clicar nos links:
https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2022/03/propaganda-21-n12-narrativa-do-poder.html
(NO NÚMERO 12, PODE ENCONTRAR OS LINKS PARA OS ANTERIORES)
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https://manuelbaneteleproprio.blogspot.com/2022/04/cronica-da-iiimundial-guerra-biologica.html
(ESTA CRÓNICA DA IIIª GUERRA MUNDIAL TEM LINKS PARA AS ANTERIORES)
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Hoje, apresento o nº13 da série PROPAGANDA 21, com a entrevista, de Elze Van Hamelen, a Pier Robinson:
Este investigador da propaganda tem realizado estudos sobre fenómenos recentes, respeitantes ao papel dos Estados, dos governos, da media, na gestão da perceção do público. Ele mostra como a democracia, nos países ocidentais (em especial na Europa), tem sido esvaziada de todo o conteúdo.
Pela nossa parte, na primeira das séries acima mencionadas, temos posto em relevo que os grandes Media, Empresas Tecnológicas, Indústria Bélica e Governo, se têm incestuosamente coligado, para levar a cabo a guerra surda contra os seus próprios povos, aqueles que teoricamente eles «representam».
A tomada de controlo pela tecnocracia nas sociedades ocidentais não se passa no futuro distante duma «ScFi» («Ficção Científica»): passa-se aqui e agora.
Mas, com a agudização da crise económica em toda a sociedade ocidental, as formas subtis de propaganda que conseguiram persuadir muitas pessoas (a «fabricação do consenso») podem estar nos seus limites. Começa a despontar a consciência nas pessoas de que têm sido manipuladas. Por isso mesmo, as pessoas deveriam perceber que «a crise do COVID» não desapareceu, continua e pode ser «reativada», sempre que convenha aos poderes.
Se esta consciência se alastra, o reflexo dos poderosos é aumentar o nível da repressão, é criar ataques de falsa bandeira para amedrontar os súbditos e justificar um «estado de exceção permanente». Mas, se isso tudo não chega, irão recorrer à guerra, como é o caso presente, em que querem arrastar toda a Europa para um holocausto coletivo, pra satisfazer a agenda delirante da ínfima oligarquia de bilionários, de banqueiros e de proprietários das grandes indústrias bélicas.
Esta guerra da Ucrânia dá-lhes o pretexto, quer a ganhem ou percam no terreno, para instalarem formas totalitárias de governança nos países da Europa ocidental, tradicionalmente com regimes de «democracia liberal». Os instrumentos necessários para isso já existem: divisas digitais emitidas pelos bancos centrais, obrigatoriedade de passe vacinal para se viajar, ou para ir a múltiplos locais dentro do próprio país, etc. A deriva totalitária é fácil, porque já criaram ou estão a criar as condições para o controlo permanente através de apps, obrigatórias na prática, sem as quais não se poderá fazer nada.
Mas, o melhor é ouvir a entrevista abaixo (ligar legendagem, em inglês, para seguir o diálogo)
PS2: A media faz «black-out» sobre importante estudo, incidindo sobre um número elevado de pessoas, que demonstra que a inflação do coração é mais frequente em pessoas vacinadas com o COVID, do que na população não vacinada. Consulte AQUI.
domingo, 15 de agosto de 2021
PROPAGANDA 21 [Nº 7]: PSICOSE DE MASSAS
Psicose de Massas:
Como uma População se Torna DOENTE MENTAL
“As massas nunca ansiaram pela verdade. Afastam-se de evidências que não sejam a seu gosto, preferindo deificar o erro, se o erro as seduz. Qualquer um que seja capaz de lhes fornecer ilusões é facilmente seu dono e senhor; qualquer um que tente destruir as suas ilusões, acaba sempre como sua vítima. Um indivíduo dentro da multidão é um grão de areia no meio de outros, que o vento remexe com toda a facilidade." ― Gustave Le Bon
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