Muitas pessoas aceitam a situação de massacres de populações indefesas em Gaza e noutras paragens, porque foram condicionadas durante muito tempo a verem certos povos como "inimigos". Porém, as pessoas de qualquer povo estão sobretudo preocupadas com os seus afazeres quotidianos e , salvo tenham sido também sujeitas a campanhas de ódio pelos seus governos, não nutrem antagonismo por outro povo. Na verdade, os inimigos são as elites governantes e as detentoras das maiores riquezas de qualquer país. São elas que instigam os sentimentos de ódio através da média que controlam.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2020

EM FRANÇA CONTESTAÇÃO DA PROPOSTA DE MACRON SOBRE AS PENSÕES

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Têm estado em grande mobilização todos os sectores da sociedade francesa, perante uma reforma (contra-reforma) do governo que diminuiria inevitavelmente, caso fosse para a frente, a possibilidade dos futuros reformados terem um fim de vida digno. 

A proposta de lei, sob pretexto de uniformizar os regimes e gabando-se de fornecer um enquadramento «mais justo», está na realidade a fazer depender o montante das pensões das entradas futuras no sistema de pensões. Assim, se houver uma grande crise, com uma significativa elevação do nível de desemprego, as somas que entram nos cofres da segurança social vão diminuir substancialmente. 

Presentemente, o montante da pensão é calculado em função dos anos de cotização e dos níveis salariais atingidos nos anos mais recentes. Há portanto uma relação directa entre a soma recebida como pensão e o patamar salarial atingido aquando da aposentação. 
No caso da reforma Macron entrar em vigor, as pensões são função da carreira contributiva e o valor de cada euro descontado ao longo desta carreira é contabilizado... através de pontos: só que, depois, o valor de cada ponto é função do estado da economia durante os restantes anos de vida dos pensionistas. 
Se houver uma diminuição da economia e das entradas de cotizações, como foi dito acima, o valor das pensões vai diminuir na proporção. Isto pode ser particularmente gravoso para as pensões mais baixas, as quais poderão descer abaixo do limiar de sobrevivência. 

De qualquer maneira, os pensionistas não poderão ter segurança quanto à regularidade dos montantes de dinheiro, visto estarem ao longo do tempo que lhes resta de vida na dependência da evolução económica do país. Além disso, a forma como se traduzem os tais pontos em dinheiro das pensões também é injusta, visto que se calcula uma «contribuição média». Porém, muitas pessoas têm uma contribuição nitidamente maior, por terem um maior salário, nas idades mais avançadas. 

Um regime que efectivamente tivesse em conta os descontos em termos reais (ou seja, o valor real do dinheiro, o seu poder aquisitivo) deveria fazer a ponderação, dando um coeficiente para a inflação: 
- Por exemplo, 1000 euros do ano 2001... poderão corresponder a 1500 euros de hoje, do ano de 2020, tendo em conta a inflação cumulada neste intervalo de tempo.

Existe na Internet uma profusão de informação e análises sobre a reforma Macron das pensões. 

. É particularmente interessante o site esclarecendo o conteúdo e o que isso muda em relação ao presente:
 https://reforme-retraite.info/decodeur-macron/

. François Asselineau, dirigente da UPR, é muito claro nas razões por que se deve rejeitar esta reforma:

. A reportagem da manifestação do passado dia 9 em Paris pela RT, traduz a dimensão social do repúdio: 

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