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segunda-feira, 14 de setembro de 2020

BORIS JOHNSON PÕE EM RISCO ACORDO COM A UNIÃO EUROPEIA

 


A iniciativa partiu do próprio Boris Johnson. Trata-se de uma proposta de lei relativa ao mercado interno, que se destina a garantir que a Irlanda do Norte (parte integrante do Reino Unido) terá acesso ao mercado britânico, sem tarifas aduaneiras e sem controlos fronteiriços, a partir de Janeiro do próximo ano. Os deputados conservadores não parecem estar muito entusiastas com esta proposta de lei. Os nacionalistas escoceses consideram que a lei tem efeitos muito negativos também para a sua autonomia e estão decididamente contra. O aspecto mais controverso desta lei é que, a ser aprovada, ela iria entrar em colisão com o Tratado de Separação do Reino Unido com a União Europeia. Seria um caso inédito dum país, supostamente respeitador das leis internacionais*, quebrar a legalidade internacional, dando o dito por não dito. Isto, porque o tratado estabelece que a ilha da Irlanda estará livre de fronteira interna real, ou seja, com mercadorias a serem sujeitas a tarifas, etc. entre a República da Irlanda e o Ulster (Irlanda do Norte, membro do Reino Unido). Em contrapartida, haveria uma fronteira marítima entre a Irlanda (ilha) e o resto da Grã-Bretanha. Isto poderia levantar o problema da existência de uma fronteira «partindo» a integridade do território do Reino Unido, visto que as mercadorias provenientes de outros lugares do Reino Unido, para a Irlanda do Norte (e vice versa), seriam sujeitas a controlos alfandegários embora circulassem no interior do Reino Unido. 

Boris Johnson justifica a lei como destinada a evitar uma barreira artificial entre duas partes do mesmo país. O suficiente para criar uma tempestade, tanto entre os apoiantes como os opositores do brexit, visto que a aprovação de uma tal lei iria sabotar a conclusão das negociações entre o Reino Unido e a União Europeia. 

Se tudo corresse normalmente, haveria um acordo a entrar em vigor em Janeiro de 2021. A eventualidade de não existir acordo não impressiona os negociadores do lado da UE que pensam que um «divórcio» com o Reino Unido sem acordo, seria bem mais grave para a economia e política britânicas, do que para o Continente. Boris Johnson pensa o contrário: «a UE está a dar um tiro no pé e a Alemanha [grande exportadora para o Reino Unido] um tiro na cabeça»... De facto, um não-acordo trará muitos problemas à economia europeia. Por exemplo, anularia os acordos de pesca do Reino Unido com a UE, envolvendo vastas zonas económicas exclusivas das Ilhas Britânicas e da Irlanda.

Porém, a impressão que recolho das narrativas da imprensa, tanto britânica como europeia continental, é a seguinte: 

- As negociações em torno das questões irlandesas, embora sejam muito relevantes para o Reino Unido e para a República da Irlanda, não são, de facto, a grande questão. 

Aquilo que não se discute - em público - é o acesso ou não da City de Londres ao mercado financeiro continental e vice-versa. Sobretudo, na perspectiva de um controlo eficaz dos movimentos dos capitais europeus. Com a grande finança centrada em Frankfurt, a City de Londres teria de deixar de ser «porto de abrigo» (Safe Haven) para enormes somas, provenientes do continente europeu. É partindo da City - também - que se tem feito a posterior saída destes capitais para outros portos de abrigo, ou seja, para as Caraíbas etc.. Aí, ficam completamente fora do controlo do fisco europeu. Trata-se afinal, da utilização da City de Londres como plataforma para toda a espécie de negócios, viabilizando a fuga legal ao fisco dos países da UE. O volume de capitais europeus envolvidos corresponde a uma fatia muito apreciável do PIB europeu.

 Assim, fazer capotar o acordo geral por causa da questão da fronteira Irlanda-do-Norte e (resto do) Reino Unido, é uma coisa positiva para quem - de um e outro lado do Canal da Mancha - deseja o corte do cordão umbilical financeiro entre a City de Londres e os capitais europeus continentais. Penso que este é o verdadeiro jogo, aquele que se joga por debaixo da mesa. 

O futuro irá confirmar, ou não,  a hipótese que vos apresento.

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Supostamente, pois continuam a manter ilegalmente na sua posse o arquipélago de Chagas (no Oceano Índico), que pertence às Maurícias e que a Assembleia Geral da ONU reconheceu como devendo retornar às ditas Ilhas Maurícias e deu um prazo -já caducado - para o Reino Unido efectuar a devolução.   


terça-feira, 2 de abril de 2019

A UNIÃO EUROPEIA FALIDA E EM DESAGREGAÇÃO QUER IMPOR O «SEU BREXIT»


Em todo este processo conturbado, as classes políticas do Reino Unido e da eurocracia que reina em Bruxelas, saem obviamente chamuscadas no seu prestígio, ao ponto de ser questionável a sua legitimidade formal. Quanto à legitimidade efectiva, nunca a tiveram, visto que esta construção não respeita - de facto - a vontade dos povos, como se verificou no referendo de 2005 e em muitas outras ocasiões.

O que a media «mainstream» não diz, embora encha as primeiras páginas com as peripécias do «brexit», é que o Reino Unido se tornou um elemento chave na geoestratégia dos EUA, em ter um aliado muito submisso, no seio de aliados que (por vezes) se rebelam (como tem sido o caso da Alemanha).

Por isso, existem muitos, que são defensores dum tipo de globalismo, mais amplo ou mais estreito, que consideram que o brexit é um passo bem-vindo.
 Estou a referir-me quer aos defensores de um bloco unido continental, retomando a ideia de De Gaulle, da Europa como terceira potência, capaz de arbitrar rivalidades entre os EUA e a URSS, quer os defensores duma unidade ainda maior no mundo anglo-americano (os «cinco olhos» Reino Unido, EUA, Canadá, Austrália, Nova Zelândia):  em ambos os casos, trata-se de globalistas que correspondem a um conjunto de interesses divergente.

Também não se pode colocar, dum lado as forças pró-capitalistas e as anti-capitalistas do outro. 
Basta olhar para a City de Londres, um conglomerado de bancos e doutras instituições financeiras com imenso poder, ela própria um paraíso fiscal, e o centro coordenador dos diversos paraísos fiscais, sob bandeira britânica ou da Commonwealth. 
Muitos negócios da City - bastião do capitalismo financeiro mundial, com a mesma importância que Wall Street - arriscam-se a ir por água abaixo, pois eles dependem dos capitais do continente europeu que aí se abrigam, segundo estimativas credíveis, seriam da ordem de 60%! Um naco desses capitais continentais acabará por retornar ao continente ou irá para outras paragens. Quanto aos negócios muito lucrativos que se desenrolam, até agora, na City, muitos deles deixam de ter viabilidade.

A ideia de que a saída de um país da União Europeia constitui um avanço para as forças conservadoras, nacionalistas, em todos os países membros, também é falsa.
Esta ideia é propalada por ideológos, particularmente de esquerda, segundo a qual toda e qualquer defesa da ideia de nação, de interesses nacionais, de defesa da soberania, é «reaccionária», «fascista», etc. 
Com efeito, se a União Europeia se transformou numa prisão de povos, num império em construção, onde a vontade dos povos é sempre posta de lado de cada vez que contraria os desígnios da elite eurocrática (seja ela de esquerda, de direita ou de centro), então a ruptura torna-se um passo necessário para construir uma autonomia e que os povos se auto-determinem em relação ao regime político e económico, que desejam adoptar. 

A imposição de uma saída negociada, não é mais do que a salvaguarda do interesse dum grupo de multinacionais, baseadas no continente europeu, assim como de certos bancos continentais realmente globalizados, que, na realidade, têm grande parte do negócio fora do país de origem (pense-se no Deutsche Bank ou no Santander).

Os argumentos relacionados com a Irlanda do Norte ou com lutas internas pelo poder dos Trabalhistas de Jeremy Corbyn e  dos Nacionalistas escoceses contra os Tories, são a mera superfície, são o mero espectáculo,  para entreter as «massas». 
O verdadeiro actor deste imbróglio é o capital internacional, o qual ainda não está tão unificado como parece. Com efeito, nesta situação, em particular, observa-se a entrada em contradição de capitais, já não nacionais, mas antes de facções do capital financeiro globalizado, umas contra as outras. Evidentemente, estas facções nunca aparecem à superfície, quem faz a guerra (num sentido não figurado, por vezes) são os partidos políticos, são as cadeias de media (controladas por grupos capitalistas) e os eleitorados (por ambos aqueles controlados). 
O público julga que isto corresponde ao «exercício da democracia», não se apercebendo que estão a «comer-lhe as papas na cabeça» ou seja, a levá-lo a pensar e agir no interesse dos grandes grupos transnacionais. Ele fica ingenuamente convencido que está a afirmar os seus direitos, a soberania, suas escolhas, etc...

Se, ao menos, uma corrente anti-capitalista compreendesse o que se está a passar, poderia denunciar e agir autonomamente, no sentido de fazer avançar a sua agenda própria. 
É um paradoxo trágico que, aqueles mais interessados no desmascarar destas manobras, se deixem iludir pela propaganda! 


domingo, 9 de dezembro de 2018

BREXIT, COM OU SEM ACORDO, EIS A QUESTÃO

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Na próxima terça-feira 11 de  Dezembro haverá, em princípio, a votação do acordo negociado por Theresa May com a Comissão Europeia e cuja conclusão originou uma grande celeuma, inclusive nas fileiras do Partido Conservador, causando demissões no próprio gabinete e havendo uma oposição interna nos deputados do partido conservador. 
A votação poderá ser adiada, por manobra dos apoiantes de Theresa May, que assim esperam obter algum semblante de concessão suplementar dos eurocratas de Bruxelas. Mas isto apresenta-se, desde já, como altamente improvável. 
Se não houver adiamento da votação, o mais certo é o acordo ser rejeitado, por votos conjugados da oposição trabalhista, dos deputados Tories rebeldes e do partido unionista (da Irlanda do Norte).  
Com efeito, os trabalhistas terão vantagem em provocar uma eleição geral antecipada, os Tories descontentes não querem arcar com a responsabilidade de um acordo, segundo o qual, muitas prerrogativas do império de Bruxelas e inclusive legislação comunitária, vão continuar por largos anos, na transição... por fim, os unionistas pretendem mostrar que existem e que a fronteira do Ulster será, de novo, a linha de demarcação das duas Irlandas... 

Porém, a conjugação destes interesses parciais está a criar obstáculos à «elite» dos negócios, que se acantona na «City» de Londres, mas com ramificações em todas as praças financeiras da Europa e controlando muitos paraísos fiscais, desde as ilhas do canal (Ilhas Jersey, Man, Wight...), ou Gibraltar, ou ainda, as ilhas e arquipélagos das Caraíbas sob domínio da Coroa Britânica... 
Para esta elite da finança, o fluxo permanente de capital vindo do continente europeu é demasiado importante, vital mesmo. Têm feito tudo o que está em seu poder para conseguirem a manutenção da liberdade total de circulação dos capitais entre a Europa continental e a Grã-Bretanha e todos os seus domínios. 
É este o verdadeiro motivo pelo qual o governo de May se bateu e se bate com tanta energia para fazer aceitar o acordo obtido com a Comissão Europeia. 
Nesta luta há interesses contraditórios, há capitalistas britânicos que pensam que têm mais a perder do que a ganhar, com o arranjo agora conseguido. Haverá forças apostadas num isolacionismo - maior ainda - das ilhas britânicas, convencidos que, havendo uma abertura grande no que toca aos negócios, a Grã-Bretanha terá dificuldade em manter a porta fechada no que respeita à emigração do centro e leste europeu. Não se esqueça ter sido esse o motivo principal pelo qual muitos desses britânicos votaram pelo Brexit. 

Do ponto de vista da estabilidade do poder político, não se poderá esperar uma reviravolta muito ampla, dado que dentro do partido trabalhista existem fortes divisões também e numa eventual eleição antecipada que desse uma maioria ao Labour, haveria forças contraditórias a Jeremy Corbyn, o qual considerou que não se deveria voltar atrás no voto do «Brexit».

Portanto, com ou sem May, a saída da Grã Bretanha será uma realidade, com mais ou menos peripécias de negociação. 

Do lado dos burocratas de Bruxelas, não há dúvida de que querem fazer com que o divórcio seja o mais penoso possível, para dar o exemplo a outras nações tentadas a ir pela mesma via... Mas, no fundo, uma parte deles deve estar muito contente. 
A predominância de Frankfurt como principal praça financeira da Europa, diminuindo o papel da City, será um dos motivos disso. 


quinta-feira, 15 de novembro de 2018

A TRAGI-COMÉDIA DO BREXIT

                        

Conforme eu tinha vaticinado há alguns meses, as forças centrífugas predominam nas fileiras pró-governamentais da Grã-Bretanha. Teresa May conseguiu um acordo de saída da UE que tem tudo para enfurecer uns e outros: uns, que votaram a favor do brexit, porque o acordo mantém em vigor muitas das leis e disposições que estiveram na base do descontentamento que levou ao voto no brexit. Outros, os pró-UE, que vêem que a associação com a UE vai continuar, apenas sem possibilidade dos britânicos terem voz e influência no seio dos órgãos de poder da mesma. 

Consequência imediata, 4 ministros do governo May demitiram-se, incluindo o próprio ministro encarregue do brexit. Se eu compreendi, o que se segue será que Theresa May deverá submeter ao parlamento um novo gabinete, que deverá votar - ou não - a nova composição do mesmo. Em alternativa, Theresa May pede à Rainha a dissolução do parlamento e eleições antecipadas.   
Os negócios em geral, especialmente os novos investimentos, serão afectados, pois este cenário deverá conduzir a um período de incerteza. 
Os EUA, que sempre contaram com o Reino Unido como o «cavalo de Tróia» dentro da UE, serão beneficiados no imediato, em termos de taxas de juro das suas «treasuries» e dum aumento do dólar, visto a instabilidade no continente europeu desencadear sempre um «reflexo de protecção» dos capitais em direcção aos EUA. 
A UE, ou melhor, aquilo que resta da UE, será mais frágil, apesar da Comissão Europeia ter averbado uma vitória parcial nestas negociações. Mas esta vitória pode transformar-se rapidamente em «vitória de Pirro», pois também não vejo este resultado como dissuasor de outros países seguirem as pisadas da Grã-Bretanha. 
A incapacidade da UE se definir como um super-estado federal, devido a razões profundas, não devido a caprichos de seus dirigentes, está na raiz de todos os problemas. 
Se não existe uma moeda comum sólida é porque a Alemanha se  negou sempre a colectivizar as dívidas soberanas europeias, porém tem arrecadado - em anos sucessivos - superávits que apenas são possíveis em face dos défices dos seus parceiros de «união». 
A inoperância das instituições europeias faz com que não existam condições, apesar de múltiplas tentativas, de forças armadas comuns dos países da UE, nem mesmo dentro dum «pilar europeu»  da NATO. Esta aliança militar mantém bases americanas um pouco por todo o continente, sendo um processo de «racket» sobre os destinos políticos e a economia europeias, embora a retórica seja de que os americanos estão no continente europeu para «proteger» os seus aliados. 
As oligarquias do poder e dos negócios que dirigem o continente, querem uma UE assim como está; um colosso em termos de população, de economia, de inovação, ciência e cultura, mas um anão militar e diplomático... É isso que lhes permite melhor controlar as massas, encurraladas nos seus países respectivos, ao contrário dos capitais que fluem livremente, não apenas entre países da UE, como atravessando sem restrições as fronteiras virtuais do espaço europeu.
A City de Londres constituiu-se, desde a adesão da Grã-Bretanha à CEE, como um imenso centro de lavagem de dinheiro, de fuga ao fisco dos países continentais e como coordenador doutros paraísos fiscais nas Caraíbas e também nas ilhas do Canal da Mancha.
Não me admirava que o acordo agora alcançado seja o que preserve ao máximo esse papel da City. 
A questão da existência ou não de uma fronteira física separando a Irlanda do Norte da República da Irlanda, por muito importante que seja para as pessoas e para a economia local, pode considerar-se a questão-pretexto que interessa agitar junto das opiniões públicas, para melhor calar aquilo que estava realmente em jogo: a manutenção dos privilégios exorbitantes e  descontrolo completo dos fluxos de capitais que passam pela City de Londres.

Enquanto não houver uma profunda tomada de consciência das pessoas, elas serão manipuladas, sobretudo usando-se a corda sensível do nacionalismo, para serem levadas a aceitar passivamente a continuação de uma oligarquia política, económica e financeira, ao comando dos seus países respectivos. 
A UE tem proporcionado, no fundo, as condições para a classe no poder exercer uma ditadura disfarçada, com o famoso TINA (There Is No Alternative!) 

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DA SAÍDA NÃO NEGOCIADA DO REINO UNIDO DA UE?

                         

A cimeira de Salzburgo, na semana passada, para tentar aplanar problemas na negociação entre o governo britânico e a Comissão europeia, saldaram-se por um fracasso. Pior ainda, Theresa May saiu do encontro com a sensação de que a Comissão europeia não está a tomar a sério a posição do seu governo. 
Por outro lado, observadores com diversas inclinações políticas, apontam incoerências ao governo britânico. 
Embora o governo britânico queira fazer passar a mensagem de que a Comissão europeia não deseja verdadeiramente negociar, isso não é verdade
Esta Comissão propôs que a Grã-Bretanha integrasse o grupo da Área Económica Europeia, grupo que inclui a Noruega e a Islândia. 
A reacção da chefe do governo britânico foi de que isso seria trair o voto do Brexit. 
Seis meses depois, o governo britânico rejeitou outra proposta da Comissão, para um acordo de comércio. De novo, o governo da Grã-Bretanha, recusou pois queria apenas uma livre circulação de mercadorias, não dos serviços e muito menos de pessoas. 

No caso de não haver acordo, a saída acontecerá em Março de 2019, sem que se saiba ao certo como é que os muitos europeus continentais continuarão a trabalhar no Reino Unido. Provavelmente precisarão duma autorização de trabalho. 
-Os bens alimentares, importados em grande parte da União Europeia, sofrerão aumentos bruscos, pois serão aplicadas tarifas da ordem dos 22%, o que originará graves perturbações.
- Outros domínios susceptíveis de perturbação, vão do tráfego aéreo, passando pela comercialização de medicamentos, até às normas do manuseamento e transporte de materiais radioactivos.
- Uma fronteira «rígida» (hard border) poderia ser instalada entre a República da Irlanda e a Irlanda do Norte.  
É difícil prever todas as perturbações no sector financeiro, «a City» e como iriam dar continuidade a toda uma série de serviços. 
A ruptura não ordenada iria fazer com que vários negócios, com importante clientela do continente europeu, se retirassem do Reino Unido antes de sofrer (de um e doutro lado) toda uma série de restrições, de impostos e tarifas... 

«Querendo guardar o bolo e comê-lo simultaneamente», ou por outras palavras, querendo que o Reino Unido usufrua de privilégios e não sofra contrapartidas, o governo britânico tem estado a negociar da pior maneira possível, arrastando o seu país para uma crise.

No curto prazo, quem ganhará com isso será o dólar e Wall Street. A libra esterlina e o euro sofrerão inevitavelmente. Em termos de captação de negócios tanto a City, como Frankfurt e outras praças financeiras do continente, ficarão a perder. 

Se o governo britânico der o dito por não dito, desautoriza-se perante a ala mais dura dos Tories e do eleitorado conservador. Se teimar com as mesmas posturas até ao final das negociações, arrisca uma saída sem acordo e todas as consequências acima apontadas. 

 É provável que, perante tão grande inabilidade ou casmurrice, financeiros e grandes industriais do Reino Unido queiram afastar May da chefia do governo.

Se houver eleições antecipadas em Novembro, isso não quer dizer que prevaleceu a vontade de Theresa May, antes o contrário: de que foi pressionada no interior do seu partido e pelo sector dos negócios (sobretudo o sector financeiro) e não lhe deram outra escolha. Assim, isso será a maneira de provocar a saída do desastroso governo Tory.

domingo, 16 de setembro de 2018

A TEIA DE ARANHA - O SEGUNDO IMPÉRIO BRITÂNICO



O termo «Segundo Império Britânico» refere-se à finança internacional. O centro da «Teia de Aranha» encontra-se na City de Londres.

Um interessantíssimo documentário sobre o significado, as origens, as particularidades, no passado e no presente, do mundo da finança e do papel desempenhado pela City de Londres. 
Este grande «buraco negro» é - de facto - o maior paraíso fiscal do mundo, além de supervisionar outros paraísos fiscais, condomínios da coroa britânica, uma série de 14 territórios beneficiando de um estatuto especial.... desde as Ilhas das Caraíbas à Ilhas da Mancha, passando por Gibraltar... 

Legendado em: Francês, Espanhol, Alemão, Italiano, Russo, Arábico, Coreano, Húngaro e Inglês

sábado, 4 de agosto de 2018

DAVID ICKE - VISITA GUIADA A LONDRES, CENTRO DE PODER

Cada um pode aceitar, ou não, a visão de David Icke, porém não se pode negar a existência dum «Estado profundo», que controla o funcionamento do Estado, a um nível muito mais relevante que o poder «visível», que os políticos eleitos, que o governo... 


Vejam atentamente, até ao fim, tem muita informação interessante!!!