sábado, 13 de abril de 2024
EMBAIXADOR CRAIG MURRAY: O OCIDENTE ESTÁ A DESTRUIR A LEI INTERNACIONAL
quinta-feira, 21 de março de 2024
OPUS. VOL. III 8. O VEREDICTO
quinta-feira, 14 de março de 2024
DISCURSO CORAJOSO E CAMPANHA DE DIFAMAÇÃO CONTRA VENCEDOR DOS ÓSCARES
O tempo que vivemos é realmente de «velhacos». De pessoas sem espinha dorsal. Muito valor têm os corajosos intelectuais (neste caso o realizador Jonathan Glazer) que dizem o que tem de ser dito. Custe o que custar, sem concessões à máquina trituradora das consciências, à censura e à raiva contra os espíritos livres.
Leia a história escrita por Jonathan Cook. Ele retraça a origem da campanha contra Glazer e mostra como a censura sionista é igual à censura fascista.
https://consortiumnews.com/2024/03/13/the-oscars-speech-smear-campaign/
quarta-feira, 13 de março de 2024
ONZE DE SETEMBRO: REVISITADO, EXPOSTO E DESMASCARADO
segunda-feira, 4 de março de 2024
CRÓNICA (Nº24) DA IIIª GUERRA MUNDIAL - Alargamento dos perigos
Nos últimos tempos, no cenário da Ucrânia, a rutura da frente do lado ucraniano, após a queda de Avdiivka veio expor a total incompetência da liderança política e militar da ditadura que governa a Ucrânia. Com efeito, foi devido ao facto de muitas das defesas fortificadas que deviam estar presentes na linha da frente não existirem, que a perda da vila estratégica de Avdiivka se transformou numa retirada desordenada, em pânico. Muitas dessas defesas só existiam no papel; a isso se resumia a aplicação das ajudas ocidentais. As somas colossais que a OTAN tem vertido no caldeirão ucraniano, têm servido sobretudo para enriquecer ainda mais os muito ricos oligarcas que controlam o poder político, sendo este também possuidor de uma insaciável ganância como se pode verificar pelas mansões luxuosas, da Riviera até Miami, compradas por Zelensky. A imprensa ocidental parece estar a «descobrir» isso e muito mais, como as bases secretas da CIA, em território ucraniano, que desde 2014 espiam o território russo. Nada destas coisas é ao acaso. Estão a preparar a opinião pública para a derrota inevitável, que eles - no entanto - quiseram ocultar, depois de terem feito uma guerra de propaganda demente, enaltecendo as capacidades das forças militares ucranianas e diminuindo de forma grotesca as capacidades do lado russo.
Mas, infelizmente, perante uma opinião pública, em larga percentagem," lobotomizada" (castração mental), os sucessos e insucessos da guerra russo-ucraniana irão logo sumir-se no buraco negro de sua não-memória.
Entretanto, na faixa de Gaza e nos restantes Territórios Ocupados, o morticínio dos inocentes, das mulheres e crianças, assim como de não combatentes, prossegue perante a hipócrita atitude dos países ocidentais, em primeiro lugar dos EUA. Seu presidente, embora fale em mitigar os sofrimentos das populações civis, vai fornecendo as bombas e outro material a Israel. No Conselho de Segurança da ONU, os EUA vão chumbando as resoluções (penso que já vai na 4ª, que chumbam) de cessar-fogo, nesta guerra cruel de Israel contra a população de Gaza.
Nos países da Europa, os tais que eram «civilizados», os dirigentes multiplicam os sinais inquietantes de deriva militarista e autoritária: Macron, organiza uma cimeira, no fim da qual e sem dizer cavaco aos participantes, aventa a hipótese de serem colocadas tropas dos países da OTAN no teatro de guerra da Ucrânia, para evitar a derrota total do regime corrupto e fascista de Zelensky. Todos os participantes - numa reviravolta de ópera-bufa - apressaram-se a negar que tenham jamais concordado com tal hipótese.
Porém, dias depois, os serviços secretos russos gravaram e transcreveram uma conversa entre dois generais alemães, em que estes debatem a hipótese de bombardear (eles, alemães, diretamente) a ponte da Crimeia, ou - em alternativa - localidades em território russo, que nem sequer são internacionalmente disputadas. O chanceler Scholz veio confirmar a autenticidade do diálogo interceptado. Porém, a grande preocupação dele não era o seu conteúdo, mas o facto duma tal falha de segurança ter sido possível. Entretanto, é quase certo que os ucranianos já possuam os mísseis alemães Taurus, de longo alcance.
Tudo está a postos, do lado ocidental, para que a guerra russo-ucraniana se estenda às potências europeias da OTAN, já não apenas em fornecimento de material de guerra, o que já se tem feito desde o princípio do conflito, como também agora com tropas especiais no terreno, com competência para manipular armamento sofisticado, que exigiria muito tempo de treino aos militares ucranianos. Esperemos que esses engenhos de morte de longo alcance não estejam disponíveis a tempo de adiar o final desta cruenta guerra.
Os ucranianos, a partir de certo ponto, vão ficar incapazes de colocar no terreno, tropas - em quantidade e qualidade - mínimas para defender as suas posições. Nessa ocasião, não poderão continuar e terão de pedir negociações de paz. Alguns analistas calculam que este desfecho ocorra, o mais tardar, em Agosto deste ano.
Quanto à campanha genocida de Israel, apoiada pelos EUA e países vassalos, será um massacre e uma crueldade sádica completamente inúteis, no que toca aos interesses dos sionistas e vai (indiretamente) colocar em risco Israel, enquanto Estado-nação.
Para avaliar a monstruosidade desta campanha genocida, leia ESTE artigo , de Mike Whitney.
No que toca ao campo imperialista, globalmente, será uma viragem que vai isolar os EUA e países alinhados com eles.
Os BRICS estão cada vez mais sólidos: em termos de prestígio e de simpatia dos muitos países do Sul Global - coisa de que o público ocidental não se apercebe, devido a ocultação e deturpação nos media. Mas, também estão os BRICS em vésperas de lançar o seu novo sistema de moeda internacional, destinado a enterrar definitivamente o dólar.
Entretanto, as entidades financeiras internacionais (FMI, Banco Mundial e o BIS), estão moribundas: Não só estão incapazes de lançar a tão propalada divisa digital emitida pelo banco central (CBCD), como já não conseguem capturar os países fracos. Estes sabem que podem obter empréstimos, em condições muito mais favoráveis, junto do banco dos BRICS e/ou diretamente, em países poderosos (sobretudo, a China).
Alguns têm esperança de que a OTAN se afunde, se desfaça, uma vez que se perceba a sua inútil e antiquada maquinaria militar e a sua ainda mais antiquada doutrina estratégica (na continuidade da 1ª Guerra Fria). Parece-me que o sucesso do campo «multipolar» ultrapassa em muito o domínio militar, pois se verifica ao nível da tecnologia (civil ou militar), da produtividade e inovação, do comércio mundial, da economia (crescimento real do PIB dos seus diversos países) e da diplomacia (cimeiras dos BRICS e da OSX, cada vez mais participadas).
Os estados-maiores do campo imperialista estão - de certeza - bem informados sobre isso. Não podem fazer nada de significativo em relação a muitos dos aspetos acima indicados. Apenas podem desencadear e acirrar guerras regionais. Não o fazem como etapa para uma guerra nuclear, mas estão a tornar cada vez maior a probabilidade desse «armagedão».
Com efeito, os melhores especialistas consideram que uma guerra nuclear tem muitas probabilidades de se desencadear por engano, por deteção errada de um ataque nuclear pelo outro campo, sendo demasiado pouco o tempo para deliberar se tal é um ataque efetivo ou apenas um artefacto.
Estamos assim, neste século tão sofisticado, à mercê de uma falha nos sistemas automáticos de deteção de mísseis balísticos.
terça-feira, 30 de janeiro de 2024
SCOTT RITTER SOBRE EUA-ISRAEL E A GUERRA NO MÉDIO ORIENTE
terça-feira, 21 de novembro de 2023
MERGULHÁMOS NA BARBÁRIE, DE NOVO
Eu uso a expressão no título acima, não em termos metafóricos, mas literalmente.
Com efeito, não há nada mais cruel e bárbaro do que a punição coletiva. É isso que governo e exército israelitas estão a fazer em Gaza e nos Territórios Ocupados, incluindo Jerusalém Este.
Qualquer que seja a avaliação que se faça da ação do Hamas a 7 de Outubro, esta nunca pode ser justificação para o assassínio de mais de 10 mil civis, na sua maioria crianças, mulheres e idosos. O governo de Israel e quem o apoia, é que se colocam à margem da legalidade. Todos nós vemos, horrorizados, que estão a cometer crimes de guerra, «justificando-se» com um tecido de mentiras e de frases bíblicas (usadas fora de contexto, claro).
Se existe culpa coletiva, então o Ocidente é culpado:
A Grã-Bretanha, em primeiro lugar e os vencedores da IIª Guerra Mundial, a França, a União Europeia, os Estados Unidos e Canadá.
A Grã-Bretanha, produziu a declaração Balfour, em 1917: Foi negociada com o movimento sionista. Em troca, este devia exercer pressão para a entrada em guerra dos EUA, na 1ª Guerra Mundial. Durante o período entre as duas Guerras Mundiais, muitos judeus foram encorajados a emigrar para a Palestina, mas os autóctones, os palestinianos, não lhes era reconhecido o direito a terem a sua nação. Grupos terroristas judaicos, como a Irgun, fizeram ataques terroristas contra povoações palestinianas, com o objetivo de as expulsar de suas terras. A limpeza étnica e os atos terroristas continuaram depois da IIª Guerra Mundial e da proclamação do Estado de Israel, em 1948. As grandes potências vencedoras decretaram a «solução» dos Dois Estados, que não tinham real intenção de implementar. Os sucessivos governos israelitas, sabendo isso, continuaram a sua política de apartheid e de roubo de terras palestinianas, sem que houvesse real impedimento da parte da ONU. Israel deve ser o país com maior número de resoluções condenatórias na ONU, talvez com a exceção da África do Sul do tempo do apartheid. As guerras Israelo-Árabes de 67 e 73 foram pretexto para causar ainda mais miséria, com a ocupação dos territórios palestinianos. A população nos territórios ocupados tem sido sujeita a brutalidades, prisões arbitrárias, assassinatos pelo exército israelita ou por colonos, expulsão e arrasamento das suas casas, como «punição» por serem da família de membros da resistência.
A França entregou a Israel a tecnologia necessária para construir bombas nucleares. Israel é uma potência nuclear que - hipocritamente - não o reconhece, só para não ter que se sujeitar a inspeções.
Todos os anos, em quaisquer circunstâncias, Israel recebe ajuda dos EUA no valor de 3,5 biliões de dólares. É uma ajuda incondicional, portanto pode ser usada como eles entenderem. Além disso, na situação presente, Biden fez aprovar pelo congresso dos EUA, uma ajuda extra de 40 biliões de dólares e enviou a frota americana para as costas de Israel.
Se há culpa coletiva para os palestinianos, então também existe para os israelitas e também para todos o países ocidentais que apoiam, ativa ou passivamente, a criminalidade monstruosa do Estado de Israel.
Tenho um profundo desgosto por ver isto tudo. Ajoelho-me diante do povo mártir da Palestina.
Não existe humanidade «A», humanidade «B», ou «C». É trágico e traz consequências de longo prazo, que a legalidade internacional, as leis humanitárias, as convenções de Genebra, etc., estejam a ser espezinhadas, com a conivência das autodesignadas «democracias». Cada vez mais, são vistas pela maioria da humanidade como um clube de ricos, com mentalidade colonialista e racista.
Eu sei que muitas pessoas, nestes países ocidentais, não são egoístas. Estão a lutar para que acabe este horror e se abram vias para uma solução negociada. Porém, se houvesse consciência suficiente e geral das populações no chamado «Ocidente», do grau de criminalidade do governo de Israel e dos governos que apoiam as políticas de Israel, as coisas não teriam chegado ao ponto desta tragédia.
O Estado de Israel não é omnipotente: O que faz, sabe muito bem que pode fazê-lo, porque no Ocidente não existe coragem moral dos dirigentes para os obrigar a parar, muito menos de serem julgados como criminosos que são!
Há uma consequência global, para além do que está a acontecer em Israel/Palestina, neste momento:
Criou-se o precedente de que não existem condenação e medidas eficazes para parar um genocídio. Os Estados mais poderosos não estão preocupados com as resoluções da ONU, sequer.
Amanhã, em qualquer ponto do globo, pode haver outro holocausto, semelhante ao que sofre - agora - o povo palestino. Pode ser no teu país, na tua cidade. Ninguém pode contar com as instâncias internacionais, que tinham o encargo de prevenir, minorar e acabar com as guerras e os desastres humanitários: Nem a ONU e suas agências, nem o TPI ou os governos hipócritas que têm a boca cheia da expressão «direitos humanos», mas o cérebro deles está corrompido.
Identifico-me com os ativistas, que em Nova Iorque, em Seul e noutros pontos, fizeram manifestações pela Palestina Livre e contra o Genocídio e Limpeza Étnica que o governo israelita está a levar a cabo. O vídeo mostra algumas dessas ações:
PS1: Abaixo, um sumário da cimeira virtual de emergência dos BRICS, incluindo os novos membros, sobre o genocídio em Gaza e as medidas a tomar (o texto francês tem tradução em inglês e espanhol)
https://www.voltairenet.org/article220045.html
PS2: Jonathan Cook denuncia a deliberada (e transparente) limpeza étnica do governo israelita em relação à população de Gaza, reproduzindo as táticas criminosas da 1ª Nakba, em 1948. Denuncia igualmente a falsa miopia dos órgãos de informação ocidentais que recusam ver e reconhecer que se está perante um crime hediondo: https://www.jonathan-cook.net/2023-11-21/israel-goals-lies-1948-gaza/
PS3: O Dr. Gabor Maté é sobrevivente do Holocausto judaico, durante a IIª Guerra Mundial. Ele, como verdadeiro humanista, tem palavras justas e severas sobre os dirigentes ocidentais, que apoiam o genocídio e limpeza étnica dos palestinianos, que está realizando o governo e os militares de Israel. Mais uma prova de que ser-se antissionista não tem nada que ver com ser-se antissemita:
quarta-feira, 15 de novembro de 2023
PROPAGANDA 21 (nº20) «A BANALIDADE DA PROPAGANDA*»
Patrick Lawrence, no seu recente artigo «A Banalidade da Propaganda» analisa os mecanismos pelos quais os poderosos transformam as palavras e as usam como instrumentos de ataque contra a inteligência dos seus súbditos, sem qualquer preocupação pela verdade, pela coerência, pela justiça. Os exageros e as inversões lógicas abundam nos discursos propagandísticos do poder.
O exemplo mais recente, é o do poder de Estado de Israel, que nos quer fazer crer que as vítimas (os pobres civis esmagados e desfeitos pelas bombas israelitas) seriam, afinal, os «maus». O Chefe de Estado de Israel, Isaac Herzog, vai ao ponto de fabricar uma história envolvendo uma tradução árabe de «Mein Kampf» de Hitler** como tendo sido encontrada em Gaza, num esconderijo do Hamas!
https://caitlinjohnstone.com.au/2023/11/15/theyre-just-insulting-our-intelligence-at-this-point/
Mas é preferível ler a história no artigo original, com o talento de Patrick Lawrence e os detalhes!
Pessoalmente, o que mais me impressionou, foi a justeza absoluta da reflexão de Hannah Arendt, judia e grande filósofa política, feita numa conversa em 1975, pouco tempo antes de morrer, com Roger Errera, um ativista da liberdade de expressão. As palavras deste diálogo são aplicáveis às situações que enfrentamos hoje, cinquenta anos depois:
“If everybody always lies to you,” she said to Roger Errera, “the consequence is not that you believe the lies, but rather that nobody believe anything any longer.” ***
As circunstâncias e acontecimentos presentes não podiam ser mais ilustrativos do que disse Hannah Arendt, há cinquenta anos!
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*Nota 1: O título do artigo de Lawrence, na revista Consortium News, evoca o célebre livro de Hannah Arendt sobre o processo do nazi Eichmann, «A Banalidade do Mal».
**Nota 2: Livro escrito por Hitler na prisão «Mein Kampf» (A Minha Luta), tornou-se o principal instrumento de propaganda do nazismo.
***Nota 3: " Se toda a gente te mentir, a consequência não é que acredites nas mentiras, mas antes que ninguém acredite jamais em seja o que for."
domingo, 5 de novembro de 2023
OPINIÃO PÚBLICA MUNDIAL CONDENA GENOCÍDIO EM GAZA [CRÓNICA (Nº22) DA IIIª GUERRA MUNDIAL]
A opinião pública, em países muçulmanos e árabes, está tradicionalmente ao lado da resistência palestina. A dos países não submetidos à hegemonia dos EUA, tem recebido informação não filtrada sobre as atrocidades cometidas por Israel. Apenas a ocidental tem sido regada com narrativas horripilantes e falsas, sobre as ações do Hamas, pela media ocidental, no mais puro estilo «propaganda de guerra».
https://www.aljazeera.com/news/2023/10/28/protesters-shut-new-yorks-grand-central-station-demanding-gaza-ceasefire
Na ONU, muito embora esteja, em muitos planos, sujeita ao Ocidente e aos EUA, vozes se levantam que não podem deixar de condenar os crimes patentes do exército de Israel contra populações civis, crimes continuados durante o cerco de mais de 16 anos a Gaza, agravados agora, com uma ofensiva de bombardeamento aéreo, que alveja estruturas civis, hospitais, igrejas, mesquitas, centros de acolhimento de refugiados das Nações Unidas.
Os que erigiram o sionismo em doutrina de Estado estão a ter uma «vitória de Pirro». Como dizia Alexander Mercouris, o tempo joga contra os israelitas. Quanto mais tempo a resistência dos grupos armados dentro de Gaza (não apenas do Hamas, Jihad Islâmica e outros) durar, mais baixas haverá nos soldados israelitas, mais vozes se levantarão em Israel para parar esta guerra, mais o governo sionista de Netanyahu ficará isolado diplomaticamente.
Com efeito, os sionistas, ao escolherem agir de modo genocida, fizeram uma jogada muito arriscada. Ela só se explica pelo seu sentimento de «superioridade racial», sua húbris, e pelo convencimento de que teriam apoio dos ocidentais, fizessem o que fizessem.
A guerra em Gaza e nos territórios ocupados não irá acalmar-se tão cedo, porque os EUA têm sistematicamente vetado na ONU qualquer resolução exigindo um cessar-fogo. Mas, com ano eleitoral próximo, o genocídio apoiado plenamente pelo Presidente e governo dos EUA, não pode agradar ao eleitorado. Há pouco tempo, um numeroso grupo de judeus religiosos manifestou-se em Nova Iorque, ocupando transitoriamente a Estação Central (ver foto acima). Os judeus religiosos são contra a existência do Estado de Israel e têm manifestado solidariedade não fingida com as populações palestinianas.
O governo conservador britânico faz leis decretando a equivalência entre anti-sionismo e anti-semitismo. Porém, a falácia - já patente para quem está bem informado - salta agora à vista de todos.
Os governos ocidentais estão com Israel, numa campanha genocida sem precedentes no século XXI. De qualquer maneira, cidadãos com um mínimo de «decência humana», qualquer que seja a sua posição política, repudiam o castigo coletivo bárbaro e cruel, que se abate sobre mulheres, crianças e velhos. Já morreram mais de 9 mil civis em Gaza, dos quais, pelo menos 3 mil crianças.
Eu temo que judeus e ocidentais inocentes sofram agressões e humilhações em países que não são o «Ocidente», nem alinhados com o Ocidente. Não me surpreenderia. Tudo desemboca no alargamento da intolerância e do fanatismo. Globalmente, aumenta a possibilidade de uma guerra mundial total, em todas as frentes. Até agora, a IIIª Guerra Mundial tem sido «jogada»* em palcos regionais (Ucrânia-Rússia; Israel- Árabes ).
Note-se que o único fator que impede maior inflamar das hostilidades é a existência de arsenais nucleares nas mãos de potências adversas umas das outras. É um paradoxo.
Embora haja grande violência em Gaza, nos Territórios da Cisjordânia e na Ucrânia, não se assiste (por enquanto) a novos grandes fogos. Assiste-se, sobretudo, ao inflamar da retórica, às declarações incendiárias, à propaganda de guerra, protagonizada pela media corporativa, etc. Não apenas «numa guerra, a primeira baixa é a verdade», como «na preparação duma guerra em grande escala, a propaganda dos media faz uma barragem de tiro de artilharia pesada para enfraquecer o moral do campo inimigo e - principalmente- forçar a adesão ao seu próprio campo».
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(*) Considero que a IIIª Guerra Mundial já começou há bastante tempo, pois as ações observadas são de natureza mista: militares, subversão de governos, embargos, sanções económicas, diplomáticas, etc.
PS1: A Turquia de Erdogan é provável «baixa» na nova guerra «de proxi» que os países da OTAN estão a levar a cabo, ao lado de Israel. Veja as declarações do presidente turco: https://www.zerohedge.com/geopolitical/turkey-recalls-ambassador-israel-holds-netanyahu-personally-responsible-gaza
PS2: Veja foto de uma das manifestações que têm ocorrido em Washington:
sábado, 14 de outubro de 2023
GENOCÍDIO EM DIRETO
06/11/23: Philip Giraldi aponta quem são os monstros que se escondem no seio do establishment dos EUA e que conseguem manipular o poder político para os seus criminosos objetivos:
O ponto atual a que chegou o sionismo é o de uma ideologia totalitária, sem qualquer contemplação pela humanidade dos outros. Os palestinianos são constantemente rebaixados ao estatuto de não-humanos. Os sionistas consideram legítimo matar, espoliar, expulsar das suas terras todo um povo. O genocídio é «justificado» pela «animalização» grotesca, tanto do inimigo (movimentos palestinianos armados), como do povo, dos civis.
A propaganda penetra tanto mais em camadas do povo de Israel, que este tem sido doutrinado toda a vida como possuindo o estatuto de «povo eleito» e da «superioridade» intelectual e moral dos judeus, sobre todos os outros povos. É um verdadeiro culto «da raça suprema» (supremacismo). Uma visão racializada do mundo e das sociedades é o equivalente da guerra permanente, conflito atrás de conflito. É a antítese dos valores humanistas enformados nos textos da Carta das Nações Unidas, da Declaração Universal dos Direitos Humanos e de toda a arquitetura legal construída desde o fim da IIª Guerra Mundial.
O anti-humanismo de Yuval Harari, professor universitário em Israel e estrela do Fórum Económico Mundial de Davos, está em linha com os interesses de uma elite supranacional, uma elite globalista, que não conhece qualquer obrigação senão à sua busca de cada vez mais poder. Ela despreza os «humanos vulgares», pensa que a população mundial deveria ser reduzida para um oitavo do que é atualmente. Este malthusianismo coincide com a defesa por Harari da «fatalidade» dum mundo dominado por robots, por «híbridos» homens/máquinas, necessários para servir a «raça» dos senhores. Quanto ao resto do rebanho humano, «há que entretê-lo com drogas e videojogos».
No campo político e humanitário imediato, aquilo a que assistimos em direto, em Gaza, é um genocídio feito com toda a violência, sem consideração alguma pelos seres humanos que lá se encontram. Estou totalmente em sintonia com Jonathan Cook, que vê isso como uma monstruosa operação, tornada possível e apoiada pelas potências Ocidentais. Estas, num instante, esqueceram toda a retórica usada em relação a outros pontos do globo, desmascarando-se naquilo que são, coniventes dos crimes mais horrendos (crime contra a humanidade, genocídio), desde que sejam efetuados pelos seus aliados: Os governantes do Estado que tem mantido o Médio-Oriente a ferro e fogo, desde a sua criação.
A loucura homicida apoderou-se (ou revelou-se) também de intelectuais de meia-tigela, generais de poltrona e cobardes de toda a espécie, que espezinham quem não se pode defender. Já tínhamos visto este triste espetáculo de degradação do ser humano, mas a escala em que ele agora está a ocorrer no chamado Ocidente, mostra que as pessoas justas e humanistas são silenciadas (espero que não venham a ser «suprimidas» ou «anuladas») pelas cliques mafiosas governantes.
Quanto ao modo de noticiar, em relação ao suposto «equilíbrio de notícias» sobre crimes de guerra, de um lado e do outro: Enquanto grande parte das notícias sobre os supostos crimes do Hamas está por demonstrar, sendo que algumas dessas notícias já foram demonstradas como falsidades, os crimes dos sionistas são assumidos pelos próprios: Desde a invasão brutal da mesquita de Al-Aqsa, à matança em massa de civis e ao genocídio em direto, diante das câmaras de TV, da população de Gaza. Estes crimes , do exército e governo de Israel, são mostrados com orgulho, o que prova que quem os cometeu ou ordenou, considera-se com «legitimidade» para tal.
Não consigo encontrar - senão recuando ao tempo do IIIº Reich - um exemplo tão flagrante* de barbárie organizada.
Leia: https://www.globalresearch.ca/israel-palestine-war-blood-gaza-west-hands-much-israel/5836038
Leia o editorial de jornal on-line português https://setentaequatro.pt/noticia/punicao-coletiva-do-povo-palestiniano-e-um-crime-israelita
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*Depois da IIª Guerra Mundial, os países fazendo parte da ONU estabeleceram que uma ação militar punitiva sobre a população civil era um crime de guerra.
PS1: Aquilo que a média mainstream nos oculta, vale a pena ler num excerto de artigo de John Helmer (Australiano, correspondente em Moscovo):´
«The Arab-Israeli conflict is the one in which Israel is destroying the remnants of the Palestine state territories of Gaza, the West Bank, and East Jerusalem, and replaces that two-state solution with a single state; that is the Israeli one in which about 7 million Jews restrict about 2 million Arabs in bantustans administered according to an apartheid regime.
The rules of this Jewish-based order have been fixed in Israel’s constitutional amendment enacted in 2018 as the “Basic Law: Israel – the Nation State of the Jewish People”, and ratified by the Israeli Supreme Court in 2021. This adopts the single- state solution expanding territorially by resettlement of the Palestinian territories “as a national value”; and in parallel, combating international opposition to the process by Israeli state operations to “preserve the cultural, historical and religious heritage of the Jewish People among Jews in the Diaspora.”
By equating Jewish ethnicity and religious faith with nationality of the Israeli state, this constitution eliminates Palestinian, Arab, and Muslim rights with the formula, “the exercise of the right to national self-determination in the State of Israel is unique to the Jewish People.” The corollary is that any Palestinian exercise of the right to self-determination on the expanding Jewish national territory is illegal, anti-Semitic, and terrorist. Internationally, it is the policy of Israel and its allies to make support for or discussion of Palestinian right to self-determination a thought and speech crime.»
PS2: Os crimes de Estado e de governo de Israel são defendidos por uma retórica racista, impiedosa relativamente à população palestiniana. Não escondem que pretendem alcançar a «solução final» do problema palestino. Leia
https://www.aaronmate.net/p/the-roots-of-israels-ethnic-cleansing?
«Justifying what he called the “complete siege” of Gaza, Israeli defense minister Yoav Gallant declared that his government is “fighting against human animals.” According to former Israeli Deputy Foreign minister Danny Ayalon, the Israeli plan is to force Palestinians into the “almost endless space in the Sinai desert, just on the other side of Gaza,” where they can live in “tent cities.” Israeli president Isaac Herzog effectively declared that there are no innocent civilians in Gaza, home to “an entire nation… that is responsible.” Invoking the ethnic cleansing of hundreds of thousands of Palestinians before and after Israel’s founding in May 1948, known as the Nakba (“catastrophe”), Ariel Kallner, an Israeli parliamentarian, said that Israel has “one goal”: a “Nakba that will overshadow the Nakba of ‘48.”»
PS3: O crime massivo da força aérea israelita, a um hospital em Gaza, causando mais de 500 vítimas, tem desencadeado uma onda de protestos mundial ainda mais intensa.
Vários chefes de Estado do Médio Oriente recusaram encontrar-se com Biden aquando da sua ronda na região, por causa do genocídio em curso em Gaza.