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quinta-feira, 12 de outubro de 2023

CRÓNICA (Nº17) DA IIIª GUERRA MUNDIAL: QUALQUER QUE SEJA O SEU RESULTADO ...

 ... NO IMEDIATO, O SISTEMA ECONÓMICO E FINANCEIRO MUNDIAL irá sofrer um grande abalo; o «Cisne Negro» tão falado. 

Embora a situação estivesse a ser incubada desde há alguns anos, com a deriva direitista e fundamentalista do governo de Israel, «punindo» os árabes, fazendo incursões constantes na esplanada das mesquitas, em Jerusalém, incluindo no interior da mais importante, a mesquita de Al-Aqsa

O propósito dos sionistas é (desde o princípio da proclamação do Estado de Israel e mesmo antes) expulsar o máximo de árabes, de forma a que o território da Palestina seja exclusivamente povoado por judeus. Este é o seu objetivo declarado. Porém, o mundo árabe está cada vez mais saturado da arrogância do Estado de Israel e compreende que as nações árabes estão em vantagem, se houver unidade entre elas. Mas, quanto às consequências desta guerra, qualquer que seja o seu desfecho, sempre trágico para as vítimas civis palestinianas e israelitas, estas são totalmente previsíveis:

- Uma subida do preço internacional do petróleo

- O acentuar da fratura do mundo em dois blocos assimétricos: o chamado Ocidente, ainda com a maioria do capital financeiro, mas com uma minoria populacional; e os países do Sul, cada vez mais próximos dos BRICS e do eixo Moscovo-Pequim- Teerão    

          

- Um acentuar da inflação alimentar, sobretudo no Terceiro Mundo, e sua maior dependência das exportações de cereais da Rússia. Um aprofundar das relações recíprocas dos países dos BRICS+ e dos países candidatos, ou com boas relações com aqueles.

- A venda, em maior quantidade, de bonds do Tesouro dos EUA, que funcionam como a forma habitual de armazenamento dos dólares, pelos diversos países (a chamada de-dolarização). Estes bonds acabam por ser adquiridos pelo próprio Tesouro dos EUA e/ou pelo Banco central, a Fed, chegando-se rapidamente a uma situação como no Japão; o banco central japonês é o único comprador de bonds do governo. 

A inflação também vai ser maior nos EUA (e restantes países da OTAN). A capacidade dos EUA exportarem a inflação, como o fizeram até agora, vai estar diminuída.

- Vai haver aceleração das trocas comerciais entre países, não usando o dólar. Até agora estavam estes intercâmbios limitados aos países dos BRICS e a outros, sujeitos a sanções brutais pelos EUA. Agora, vai haver muito mais trocas comerciais usando as divisas dos países respetivos e os défices na balança de transações serão compensados por transferências de ouro.

- A crise será mundial e múltipla (económica, financeira, monetária, política e social): Nenhum país ou conjunto de países, sairá vencedor. No entanto, os países que têm algo de sólido a oferecer, como matérias-primas ou produtos industriais, vão sofrer relativamente menos do que os que se financeirizaram, ao longo dos últimos 30 a 40 anos. Estes (EUA, Europa ocidental) já não são viáveis sem a drenagem constante de energia, matérias-primas e força de trabalho dos países do Terceiro Mundo. 

-Se não houver escalada nesta guerra,  que desembocaria fatalmente no uso de armamento nuclear numa fase ou noutra da mesma, o Mundo irá transitar para nova configuração geopolítica, a multipolaridade, o que não significa igualdade entre as nações, mas abre a possibilidade dos mais fracos jogarem com várias hipóteses de alianças.


terça-feira, 19 de setembro de 2023

IMPLOSÃO MONETÁRIA NO JAPÃO

Praticamente, durante mais de 30 anos, o Japão viveu no marasmo, embora também numa relativa estabilidade de preços. Como é que foi possível este estranho equilíbrio, nos três decénios de marasmo?
É preciso recuar aos anos de 1990 e ao facto do Banco Central do Japão ter inaugurado uma política que - mais tarde - seria batizada de «quantitative easing». Como se sabe, consiste na impressão monetária pelo banco central, que utiliza as notas frescamente impressas (ou seus equivalentes digitais) para comprar Bonds (obrigações) do Tesouro. Assim, financia a dívida estatal (emissões de dívida através de «bonds do Tesouro»), mas também vai aumentar a massa monetária. No caso dos EUA, este aumento fica «diluído», apesar de muitos anos de política inflacionária, porque os EUA são detentores da divisa de reserva mundial. Isso significa que existe sempre procura para os dólares emitidos nos EUA mas - em grande parte - exportados para todo o Mundo.
Quanto ao Japão, tem sido mais ou menos o contrário disso. O ex-Império do Sol Nascente é um país de gentes muito trabalhadoras, disciplinadas, muito  poupadas (exatamente como os chineses e coreanos, nestes aspetos). A taxa de poupança dos japoneses é da ordem dos 40%. Isto significa que o seu próprio povo é o financiador da economia, com a sua poupança, que investe em contas a prazo, bonds do Tesouro, bonds de empresas, ou em ações da bolsa. A somar a isto, no Ocidente, os traders têm jogado com o par Yen/ Dólar, a chamada «Japanese carry trade»: Pedindo emprestado em Yen, obtinham capital para investir em ativos financeiros. Se bem aplicados, estes iriam dar lucro. Ainda por cima, havia o lucro adicional de devolução do empréstimo numa divisa cada vez mais fraca: O Yen desvalorizou-se cerca de 13 % face ao dólar, nos meses desde Janeiro deste ano, até agora. Se alguém obteve um empréstimo em Yen em Janeiro e com ele conseguiu gerar lucro, a devolução da dívida faz-se em Yen, ou seja, numa divisa valendo menos 13%, em relação ao momento do empréstimo*. E não é tudo, pois os juros são mais baixos que noutros países industrializados. Os juros dos bonds estatais japoneses - que dão a bitola para todo o espectro de juros bancários - têm um valor artificial, próximo de zero. Isto é consequência do constante «quantitative easing», ou seja, da compra dos bonds estatais pelo Banco Central do Japão. Este, na verdade, tem sido o único comprador de dívida estatal japonesa desde há muitos anos.
O endividamento deste país é dos mais altos do Mundo, mas mantém-se graças ao referido sistema artificial de auto-compra pelo banco central; assim, conseguem manter a economia a flutuar, apesar de mais de 30 anos de depressão/recessão.
Os trabalhadores são os que sofrem mais com a erosão - ainda mais severa, recentemente - do poder de compra dos salários. São eles que suportam o peso duma economia comatosa, há muitos anos.
              Gráfico: Inflação dos alimentos no Japão de Outubro 22, a Julho 2023

Os preços, apesar da estabilidade relativa no passado, têm recentemente aumentado, porque o Japão está dependente da importação de muitas matérias-primas, desde o petróleo até aos produtos alimentares. A sua economia, frágil por definição, depende de importação destes bens essenciais. Ela precisa de produzir muito, para exportar e gerar excedentes, obtendo assim divisas estrangeiras fortes. O que tem mantido a situação ao longo de décadas, é a produção industrial e a acumulação de dólares ,em mãos privadas ou públicas (Banco Central), nomeadamente sob forma de bonds do tesouro americano. Talvez o montante global de «US Treasuries» na posse do Japão, hoje ultrapasse o da China. A China Popular tem levado a cabo uma política de se desfazer dos bonds americanos, com o objetivo de fazer baixar o dólar. Tudo leva a crer que ela continue a mesma política, para viabilizar uma futura «moeda dos BRICS».
Porém, os japoneses, face ao aumento generalizado dos preços de matérias-primas nos mercados mundiais, têm de se desfazer dos bonds americanos por razões totalmente diversas. A sua subsistência económica está em jogo: Não conseguem exportar bens industriais, neste contexto de recessão mundial, em quantidade suficiente para obterem os dólares necessários para pagar os bens importados.

Nesta situação, todas as saídas são más:
- Se o Japão deixar que a inflação cresça ,isso vai pressionar um aumento dos juros dos seus bonds do Tesouro. Ora, o Japão está já está demasiado sobre-endividado. Um aumento significativo dos juros dos bonds estatais equivaleria a carregar  o orçamento do Estado com o pagamento de juros mais altos. Isso implicaria um aumento de impostos... Mas, os impostos já são muito altos; logo, inibiria a atividade económica, desde a produção, ao consumo, causando menor rendimento em impostos. Um círculo vicioso!
-Porém, se o Japão continuar a travar a inflação com auto- compra dos bonds do Tesouro, como tem feito durante décadas, haverá um efeito dramático na desvalorização do Yen. Ninguém, fora do Japão, quererá ter contas em Yen, pois sofreria perdas demasiado grandes. Seria, também, o fim da «Yen carry trade».

Se a moeda dum país é desvalorizada, escapando ao controlo do governo e do banco central, isto significa que este país está no caminho da hiperinflação.
Os bonds americanos detidos pelo Japão têm sido vendidos em grandes quantidades porque a economia japonesa está num beco sem saída. Só consegue pagar as suas importações à custa das reservas estratégicas em divisas (dólares), que são normalmente armazenadas em «Treasuries». Tais vendas maciças somam-se ao processo em curso de de-dolarização: Conjugam-se com a guerra monetária levada cabo pelos BRICS, em especial pela China, a principal detentora de «US Treasuries».
Não existe qualquer interesse dos países - quer sejam ou não vassalos dos EUA- em serem detentores de dólares/treasuries como reserva. Verifica-se que, agora, um país pode abastecer-se em petróleo no mercado internacional, comprando, quer à Rússia, quer a países do Golfo, quer à Venezuela, ou a outros, simplesmente pagando o petróleo com ouro, ou com sua divisa nacional, ou com produtos que os países petrolíferos vendedores precisem, etc. Estamos perante o ponto final do império do petrodólar. Tudo isto tem acontecido e não pode ser ignorado. O dólar, enquanto moeda de reserva mundial, está realmente no fim. A hegemonia está posta em causa, por duas razões principais:
A questão da estabilidade das cotações, por um lado: sempre existiu grande especulação com a cotação das divisas dos outros países, em relação ao dólar. Devido a este facto, o comércio e investimento tornam-se mais incertos.
Por outro lado, a utilização do dólar como instrumento de guerra na política externa dos EUA, com as suas sanções, embargos, extorsões, chantagens e roubos.
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(*) Uma visão da perda rápida do valor da divisa japonesa é-nos dada pelo gráfico da cotação do ouro em yen. Nestes últimos 5 anos, o valor de um quilo de ouro em yen duplicou: Agora é de 9.180.000 yen/kg; há 5 anos era de 4.500.000 yen/kg.

PS1: A economia do Japão, desde meados dos anos 80, revela-se como um enorme «esquema de Ponzi», que está agora a desmoronar-se. Pode ser a antevisão do que se vai passar com esquemas de Ponzi ainda mais monstruosos, que são as economias americana e da Europa. Veja o documentário seguinte, em francês:


segunda-feira, 22 de agosto de 2022

JAPÃO: A GERAÇÃO PERDIDA


 Este documentário é muito interessante: Mostra como as bolhas especulativas, na bolsa e no imobiliário, uma vez rebentadas, produzem um marasmo duradoiro, que se reflete na demografia do país. 
A ideologia neoliberal, tão forte nos anos 90 e que continua a ser hegemónica ao nível académico e mediático convencionais, varreu para debaixo do tapete o caso das décadas de marasmo na economia mais dinâmica na Ásia e no mundo nas décadas anteriores (anos 60-80). 
Note-se que o conceito de quantative easing foi inventado pelo Banco Central do Japão, para «estimular» o consumo interno com impressão monetária. O resultado pode ser visto neste vídeo. 

sexta-feira, 26 de novembro de 2021

MAIS UMA ONDA DE PÂNICO, A «VARIANTE OMICRON» É O PRETEXTO


Gestão da perceção: A variante «Nu» ou «Omicron», afinal, o que é?

A variante Delta foi considerada misteriosamente «extinta» por si própria, no Japão. Dois ou três dias depois (hoje, 26 de Nov. 2021), surgem notícias sobre uma variante oriunda da África do Sul. Esta teria muitas (32) mutações, em relação à estirpe inicial. Mas, isto não significa nada em si mesmo; a maior transmissibilidade pode ser um facto, mas mesmo isso não significa que esta variante seja mais perigosa, antes pelo contrário: Visto que a estratégia conhecida dos vírus é a de manter o hospedeiro em vida, pois assim este pode disseminar mais o vírus. As estirpes menos agressivas, acabam por dominar o cenário, por um efeito de seleção natural darwiniano, pois as variedades que conseguem melhor disseminar-se são as que vencem a competição.

Além disso, estão constantemente a aparecer novas variantes, o facto de ser amplificada esta em particular, parece-me mais um efeito mediático, com vista a «justificar» um maior número de restrições e lockdowns, a obrigatoriedade vacinal. O que, note-se, não faz sentido neste caso, pois a vacina atual é feita com o ARNm da proteína spike inicial. Ora, se as variantes conseguem evadir as defesas constituídas pelos anticorpos das pessoas vacinadas, é porque estes vírus sofreram muitas mutações que fazem com que a proteína spike deles não seja reconhecida (ou não seja reconhecida tão bem...) pelos referidos anticorpos dos indivíduos vacinados.

Aparecem agora medicamentos (esperando rápida aprovação pela FDA) da Merck e da Pfizer, para combater a doença, coisa que foi negada durante este tempo todo à ivermectina e hidroxicloroquina. A estratégia vacinal a 100% falhou redondamente. Eles querem agora usar moléculas que são derivadas da ivermectina, quando entretanto diabolizaram este medicamento muito banal e sem contraindicações. Também perseguiram os médico/as que a prescreveram aos doentes. O Dr. Robert Kennedy Jr. no seu livro recentemente publicado, «The Real Anthony Fauci», acusa este e os responsáveis da saúde dos EUA de deixarem morrer muitas centenas de milhares (nos EUA) por negarem aos doentes com COVID estes tratamentos, que salvaram imensa gente na Índia e noutras partes do mundo.

Finalmente, a estratégia de forçar o passe sanitário a todo o transe, com a vacinação obrigatória para todos os cidadãos (caso da Áustria e em breve doutros países europeus, como a Alemanha e a Dinamarca, para começar), torna-se um primeiro passo claro de afirmação de poder totalitário, visto que é impossível alguém de boa fé considerar que estes passes têm uma função exclusiva de vigilância sanitária: Estão ligados à introdução do dinheiro digital e ao sistema de identificação digital. Este, necessariamente acompanha o passe sanitário e a conta em dinheiro digital. Esta relação está prevista e documentada, não é difícil de encontrar. 
Portanto, isto irá ser exigido a qualquer cidadão. A partir daí, terão um controlo total sobre as nossas vidas, como expliquei neste blog, várias vezes.

PS1: Veja informação que vem reforçar a minha primeira impressão sobre esta história.  É um excerto de um artigo por Rob Verkerk:

Once again, it’s not the virus we should primarily worry about if we can help our immune systems to be the best versions of themselves, and if we can access early treatments that are variant agnostic.

It is the reaction of governments, health authorities, politicians and business leaders who seem hell bent on continuing this failing, ever more risky endeavor of installing synthetic instructions into our bodies, the consequences of which will not be well known to the public for some years.

PS2: 

Como estava previsto, a Alemanha em total coerção em relação à vacina. Já não existem direitos humanos, liberdade de escolha: 

https://www.youtube.com/watch?v=750ASXEo4X8&t=16s

PS3: Os não-vacinados estão MELHOR PROTEGIDOS(*) do Covid; veja porquê neste link: https://www.globalresearch.ca/renowned-virologist-warns-collapse-health-system-due-complications-covid-vaccines/5763796

 (*) “But very, very importantly, all are protected,” he said. “They all are still protected against severe disease and the majority of them will be protected against very mild or moderate disease.”

This is the case, especially, the virologist said, since COVID-19 “is not a disease of healthy people. People who are in good health have a healthy innate immune system that can deal with a number of respiratory viruses without any problem. These people are not only protected against the disease, but they can even in many cases prevent infection.”


PS4: A onda do variante Omicron na África do Sul, está a mostrar-se benigna, em comparação com a onda do Delta. Vejahttps://www.globalresearch.ca/omicron-variant-deliberately-raising-global-state-panic/5764385

terça-feira, 20 de abril de 2021

[D. DiMartino Booth; R. Werner] CRIAÇÃO DO DINHEIRO PELOS BANCOS COMERCIAIS


COMO É QUE OS BANCOS CRIAM O DINHEIRO E DITAM A ECONOMIA

Pode-se accionar o botão de sub-títulos, no próprio vídeo, para visualizar a transcrição automática em inglês; isto ajuda à compreensão da entrevista.

Eu fico espantado com o facto de que aquilo que Richard Werner explica não seja o «pensamento mainstream» em economia. 
Eu estava consciente desde há anos (como se pode ver no meu blog) de que os bancos comerciais criam dinheiro a partir de nada, quando fazem um empréstimo. 
Sabia que este dinheiro contabilístico representava a esmagadora maioria da criação monetária, pelo menos, em tempos «normais». Agora, estamos na era do «QE for ever», em que a criação monetária - pelos bancos centrais -atinge valores astronómicos. 

Existe muito conteúdo neste vídeo, de mais de uma hora. Uma longa entrevista que vale a pena ouvir atentamente. 

sábado, 21 de novembro de 2020

COMO É ALIMENTADA A INDÚSTRIA DOS ARMAMENTOS?

ARTIGO de Cassandra Stimpson e Holly Zhang

Cassandra Stimpson e Holly Zhang, da "Iniciativa para  a Transparência sobre Influência Estrangeira" (Foreign Influence Transparency Initiative (FITI) at the Center for International Policy) apresentam-nos um artigo muito bem documentado sobre o assunto do título. 

Nós sabemos como o complexo militar-industrial nos EUA controla a totalidade das políticas externas deste país. Sabemos os rios de dinheiro que são aprovados nos orçamentos de «defesa» pelo Congresso, Senado e Presidência. Mas, muitos ignoram a importância estratégica dos think tanks - ou seja - grupos organizados de «pensadores», que se distinguem pelo exercício de influência directa sobre quem toma decisões cruciais, seja em relação a despesas militares, seja em relação à designação dos «inimigos» dos EUA e como lidar com eles.

No artigo acima referido, as autoras esclarecem quais as somas dadas pelo Japão, assim como pelos grandes fabricantes de armamento como Lockheed e outros, a alguns think tanks. 

Afinal, a maneira de fazer «pensar» esses «pensadores», é simplesmente através de generosas somas. Assim, eles têm sempre soluções favoráveis aos seus doadores, propondo as soluções convenientes aos legisladores.

Neste pé andam os negócios da guerra e da paz. Muito mais da guerra, do que de outra coisa. A propaganda e o alarido em torno do «perigo da China comunista» ajudam a fazer passar orçamentos militares em tempo de paz, que ultrapassam (em termos absolutos e relativos) os orçamentos dos piores anos da chamada Guerra Fria Nº1.

Agora, o orçamento de defesa dos EUA é o triplo do da China, mas isto não satisfaz os donos das indústrias de armamento, querem um maior esforço. 

Já na administração Trump, conseguiram que este «torcesse o braço» dos aliados/súbditos da NATO, para gastarem mais em equipamento militar (sobretudo fabricado nos EUA, claro!), de forma a atingir, em cada nação, o mínimo de 2% do PIB! 

Tudo isto é extremamente grave também pelo facto das pessoas estarem distraídas com falsas «batalhas»: pelo ambiente, pela igualdade de géneros, de etnias...

Nas campanhas eleitorais pronunciam-se palavras bonitas sobre os referidos tópicos, mas os fundos mais substanciais são - de longe - reservados para fabricar armamentos, cada vez mais sofisticados e mortíferos e distribuí-los, num arco de círculo, em torno das fronteiras do «inimigo». 

As verbas que deveriam estar disponíveis para melhorar os níveis de educação, saúde e bem-estar das populações, como também para descontaminar o ambiente e minorar o impacto das actividades humanas nos ecossistemas,  vão para as indústrias de guerra.

Os «think tanks atlantistas», vivendo no universo mental duma guerra fria permanente, esmeram-se a encontrar sempre motivos para um reforço da compra (e investigação aplicada) de armamentos. Eles estão, obviamente, ao serviço de quem lhes paga... incluindo governos e interesses privados estrangeiros, assim como da indústria de armamentos nacional (dos EUA). Este «conflito de interesses», não só é mantido, como é cultivado e procurado em permanência. São, na realidade, agências de intermediação desses interesses junto dos órgãos legislativo e executivo, com poder de decidir sobre as verbas.

Resta acrescentar que, nesses «think tanks», se sentam políticos, no activo ou reformados, membros do «Estado Profundo», membros e ex-membros da CIA e doutras agências de «inteligência» e «cavaleiros de indústria», CEOs de grandes empresas. É frequente terem, para enfeitar o «ramalhete», um  ou outro «académico», para dar um falso verniz às narrativas destes think tanks. 

O círculo, como o demonstram Cassandra Stimpson e Holly Zhang, funciona na perfeição: 

- O governo dum Estado, súbdito dos EUA, quer que sua política belicista e de rearmamento seja considerada virtuosa. Faz doações generosas a think-tanks, os quais também recebem doações da indústria bélica, entre outras. 

- Estes think tanks produzem «relatórios» e «estudos», que apresentam a China como potência cada vez mais ameaçadora, com ambições imperialistas temíveis: Na realidade, trata-se de projecção de psicopatas, que povoam estes think-tanks. 

- Os estudos referidos «sugerem» quais as respostas apropriadas dos EUA e seus aliados/súbditos. 

- Os legisladores e outros políticos [aliás, subsidiados pelas mesmas indústrias, com doações para as suas campanhas eleitorais], vão receber e seguir os «bons» conselhos, visto que são «patriotas» e gostam de se manter no poder. Votam, portanto, os orçamentos sempre de acordo com os interesses do complexo militar-industrial. 

- Nos países aliados/súbditos, os governos são - de igual modo - «persuadidos» a tomar atitudes firmes contra o inimigo. 

- As indústrias de armamento, as agências do Estado profundo e os governos dos países interessados apoiam e recompensam (com dinheiro, promoção, favorecimento, etc...) os think tanks e seus membros afiliados.

Enquanto houver este circuito de corrupção ao mais alto nível do poder, nunca se poderá ter uma séria e coerente abordagem dos problemas que afligem a humanidade. Não haverá solução para estes problemas, enquanto houver a máquina, muito bem oleada, que tem mantido discretamente o fluxo de dinheiro dos orçamentos (do dinheiro dos impostos, colectados aos cidadãos) em direcção às indústrias de morte, às indústrias bélicas, assim como às agências de espionagem, vigilância global e subversão.



terça-feira, 3 de novembro de 2020

[Manlio Dinucci] Fukushima espalha a pandemia nuclear

                         

 

Não é o Covid, mas a notícia passou quase desapercebida: o Japão descarregará no mar mais de um milhão de toneladas de água radioactiva da central nuclear de Fukushima.


O acidente catastrófico de Fukushima foi provocado pelo tsunami que, em 11 de Março de 2011, atingiu a costa nordeste do Japão, submergindo a central e provocando a fusão dos núcleos de três reactores nucleares. A central foi construída na costa somente a 4 metros acima do nível do mar, com diques de protecção de 5 metros de altura, numa área sujeita a tsunami com ondas de 10-15 metros de altura. Além do mais, houve sérias deficiências no controlo das centrais efectuado pela Tepco, a empresa privada que administra a central: no  momento do tsunami, os dispositivos de segurança não entraram em funcionamento.


Para arrefecer o combustível derretido, foi bombeada água pelos reactores durante anos. A água, que ficou radioactiva, foi armazenada dentro da central em mais de mil tanques enormes, acumulando 1.23 milhões de toneladas. A Tepco está a construir outros tanques mas, em meados de 2022, também estarão cheios.


Devendo continuar a bombear água nos reactores derretidos, a Tepco, de acordo com o governo, decidiu descarregar no mar a água acumulada até agora, depois de tê-la filtrado para torná-la menos radioactiva (porém não se sabe até que ponto) por meio de um processo que durará 30 anos. Também há lodo radioactivo acumulado nos filtros da central de descontaminação e grandes quantidades de solo e outros materiais radioactivos armazenados em milhares de barris de betão.


Como admitiu a própria Tepco, é particularmente grave a fusão ocorrida no reactor 3 carregado com Mox, uma mistura de óxidos de urânio e plutónio, muito mais instável e radioactiva. O Mox para este e outros reactores japoneses foi produzido em França, utilizando escórias nucleares enviadas do Japão.


A organização Greenpeace denunciou os perigos derivados do transporte deste combustível de plutónio ao longo de dezenas de milhares de quilómetros. Denunciou, igualmente, que o Mox favorece a proliferação de armas nucleares, pois o plutónio pode ser extraído com mais facilidade e, no ciclo de exploração do urânio, não há uma linha divisória nítida entre o uso civil e o uso militar do material físsil.


Já se acumularam no mundo (segundo estimativas de 2015), cerca de 240 toneladas de plutónio para uso militar directo e 2.400 toneladas para uso civil com as quais podem ser produzidas armas nucleares, além de cerca de 1.400 toneladas de urânio altamente enriquecido para uso militar.


Bastariam algumas centenas de quilos de plutónio para provocar cancro do pulmão aos 7,7 biliões de habitantes do planeta, e o plutónio permanece letal durante um período correspondente a quase dez mil gerações humanas. Acumulou-se assim um potencial destrutivo capaz de, pela primeira vez na História, fazer desaparecer a espécie humana da face da Terra.


Os bombardeamentos nucleares de Hiroshima e Nagasaki; mais de 2.000 explosões nucleares experimentais na atmosfera, no mar e no subsolo; o fabrico de ogivas nucleares com potência equivalente a mais de um milhão de bombas de Hiroshima; os inúmeros acidentes com armas nucleares e os acidentes ocorridos em centrais nucleares civis e militares, tudo isto provocou uma contaminação radioactiva que afectou centenas de milhões de pessoas.


Uma parte de cerca de 10 milhões de mortes anuais por cancro em todo o mundo - documentadas pela OMS - é atribuída aos efeitos a longo prazo da radiação. Em dez meses - novamente de acordo com dados da Organização Mundial de Saúde - o Covid-19 causou cerca de 1.2 milhões de mortes em todo o mundo. Perigo a não subestimar, mas que não justifica o facto dos meios de comunicação mediática, em especial a televisão, não terem informado que mais de um milhão de toneladas de água radioactiva serão descarregadas no mar da central nuclear de Fukushima, resultando que, ao entrar na cadeia alimentar, aumentará ainda mais as mortes por cancro.


Manlio Dinucci

il manifesto, 03 de Novembro de 2020

quarta-feira, 15 de abril de 2020

QUAL O VERDADEIRO OBJECTIVO DA ESTRATÉGIA DO CONFINAMENTO?

                     Cerca de um terço dos mortos em Portugal eram utentes de lares ou ...

Hesitei muito até produzir esta reflexão publicamente. Certamente, virão alguns com as acusações do costume, mas eu já começo a estar habituado. Na fase da vida em que estou, não dependo de opiniões alheias para o meu sustento e isso dá-me a liberdade de dizer o que me vai na consciência, sem temor de represálias. Sei que esse não é o caso de muito boa gente. 

A única estratégia que resultou, face ao Covid-19,  foi a de países do Oriente como a Coreia do Sul, Singapura e Japão, em que a população não foi confinada. Foram disponibilizadas máscaras e as pessoas usavam-nas sempre e em todo o lado, nos espaços públicos. Houve uma multiplicação de testes para uma grande parte da população, não apenas as pessoas com sintomas; para se ter direito a um teste (gratuito ou subsidiado) bastava ter estado em contacto esporádico com alguém infectado. Desenvolveram-se as terapias de cura: as pessoas testadas como positivas foram eficazmente isoladas e tratadas. 
Agora, vêm-se os resultados e as diferenças entre esses países e os da União Europeia : Perante a epidemia de coronavírus, de forma muito descoordenada e tardia, a atitude da maioria dos governos europeus foi de adoptar a estratégia do confinamento máximo e indiscriminado da população. Os argumentos a favor desse confinamento são conhecidos e não tenho intenção de os analisar um por um, mas antes de constatar os resultados práticos. 
É invocada a necessidade de «achatar as curvas» de hospitalizações, com vista a não haver um excedente de doentes graves, a necessitar de internamento hospitalar e, nomeadamente, de cuidados intensivos. Muito bem; mas esse objectivo não pode ser invocado como justificando o seguinte:
- Em Portugal e noutros países europeus (conheço casos do Reino Unido, da França e haverá outros) houve situações catastróficas, nos lares de terceira idade, em que grande número de idosos ficaram contaminados, sendo necessário promover a sua transferência para outros locais mais seguros e encerrar os referidos estabelecimentos. Ora, isto passa-se quando a crise sanitária já estava claramente instalada, em que era perfeitamente claro que a população de idosos em lares seria muito frágil e necessitando de medidas especiais para evitar - a todo o custo - a sua contaminação. Nestes lares, não existem, às vezes, condições dignas e mesmo de higiene básica, em tempos normais. Imagine-se, em tempo de pandemia como terá sido, com muitas das pessoas dedicadas ao cuidado destes idosos a faltarem ao serviço, por doença, ou por medo de serem contaminadas. Diga-se que são conhecidos casos em que nenhuns ou demasiado poucos equipamentos (máscaras, luvas, etc) foram fornecidos a este pessoal. 
- Em certas unidades da região de Lisboa, dedicadas ao tratamento de toxicodependentes, tive conhecimento de que estes iam às consultas e eram atendidos sem que lhes fosse fornecida sequer uma máscara para usarem. Esta medida, disponibilizar máscaras gratuitamente, para pessoas com alta probabilidade de serem portadoras do vírus e muitas com um sistema imunitário fragilizado, pareceria absolutamente evidente e necessária, para quaisquer técnicos de saúde. Porém, isso não foi feito, pondo em risco os toxicodependentes, os outros utentes e o pessoal de saúde que os atende.  

Se a medida do confinamento geral fosse acompanhada por cuidados especiais e vigilância acrescida  nos grupos de risco citados (idosos em casas de repouso e toxicodependentes ambulatórios), era defensável a sua legitimidade. Mas estes grupos - claramente definidos como «de risco» - foram deixados ao abandono. 
Então, será que o confinamento forçado de toda a população teve, na verdade, como objectivo minorar as contaminações e mortes devidas ao Covid-19, dado que não foi feito o mínimo em relação aos grupos de risco? 
-Desde já, há um número revelador da incompetência criminosa dos dirigentes políticos e sua «gestão política» da crise sanitária: um terço das mortes de coronavírus em Portugal, são em lares de idosos. Note-se que, entre os dois terços restantes, existirão muitas pessoas da terceira idade que, não estando em lares, deveriam ter recebido maiores e melhores cuidados de saúde.
Cinicamente, alguns dirão que «morram os velhos, não fazem cá falta! »: a esses só espero que aconteça coisa equivalente à morte por Covid-19, de estarem forçadamente confinados, sem cuidados básicos, sem apoio médico nenhum, sofrendo de dores horríveis e numa agonia tão dolorosa, que pior é difícil de imaginar!  Mas os defensores do neo-liberalismo e neo-malthusianos que nos governam, pensam exactamente isso, só que não o dizem: preferem chorar lágrimas de crocodilo perante as mortes que eles sabiam de antemão que esta epidemia iria trazer. 

A história de que os governos ocidentais foram apanhados desprevenidos é uma completa falácia!
Com efeito, em Janeiro, as populações da cidade de Wuhan e da província de Hubei, na China, foram as primeiras atingidas; só em Março, cerca dum mês e meio depois, apareceram os primeiros casos em Portugal. 
Quando a província de Hubei estava no máximo da epidemia, em finais de Janeiro, era perfeitamente possível, aos ministros da saúde dos diversos países, atempadamente tomarem medidas adequadas. Mas fugiram a encarar a realidade de frente. Trata-se de criminosa incompetência. 
Com efeito, eu vi na altura que esta epidemia, pelas suas características, não iria ficar confinada à China. O estado de denegação das pessoas comuns é desculpável pela ignorância. Mas os responsáveis políticos tinham e têm conselheiros especialistas de saúde ao seu serviço; têm agências de saúde, que estão sempre a monitorizar o se passa no país e no estrangeiro;  têm toda a facilidade em obter o parecer de outras entidades.
A media inviabilizou um debate sério. Continuou a fazer o seu papel de alarmismo junto da população, com pseudo-especialistas - que sem vergonha - opinam do alto da sua nulidade, sobre tudo e mais alguma coisa. 
O tipo de sociedade em que vivemos é especialmente permeável ao sensacionalismo e ao aproveitamento pelos media; pior ainda, servem-se do ambiente de medo para a criação de uma psicose colectiva. Os governantes esperam assim que seu papel lamentável seja esquecido, ou até mesmo elogiado.
Na minha opinião, o Covid-19 colocou a nu dois enormes escândalos:

- O escândalo da economia baseada em bolhas especulativas (insufladas pelos bancos centrais, em conluio com toda a finança);

- O escândalo dos Estados governados em função dos interesses muito precisos das oligarquias (o 0,01%), onde a política «mainstream» é vista como operação de PR (Public Relations) e destinada à manutenção do Status Quo. 

----- PS1: Como acima, a 15 de Abril afirmava, a situação em Portugal é de desleixe criminoso e de auto-complacência dos governantes. Veja-se o artigo de um epidemiologista português vivendo em Oxford, Pedro Caetano:
Visão Factual Epidemiológica: Portugal é um dos países mais perigosos do mundo na Covid-19

PS2: Como é que se fabrica uma psicose colectiva mundial...
https://www.youtube.com/watch?v=k1trzdmwR2M

PS2: Um artigo que mostra, com factos, como é que os oligarcas - o 0.01% - está a puxar esta pandemia para fazer avançar a sua agenda globalista: 
https://off-guardian.org/2020/04/20/coronavirus-lockdown-and-what-you-are-not-being-told-part-2/

PS3: Onde se prova que o governo do Reino Unido deu directrizes que tornam completamente incertos os números relativos às mortes por Covid-19.
https://off-guardian.org/2020/05/05/covid-19-is-a-statistical-nonsense/

PS4: Hoje 09/05/2020 é por demais evidente a falácia do confinamento (lockdown) para salvar vidas. Ver gráfico seguinte de Off-Guardian: 
https://off-guardian.org/2020/05/09/who-controls-the-british-government-response-to-covid-19/


sábado, 21 de março de 2020

[MAX PARRY] Será que a pandemia global é um produto da agenda malthusiana da elite e da guerra biológica dos EUA?

                         

MAX PARRY •16 DE MARÇO DE 2020 

Em 11 de Março, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, oficialmente, o surto em curso da doença de coronavírus (COVID-19) como sendo uma pandemia global, a primeira desde a gripe suína H1N1, em 2009. Referida, inicialmente, na cidade de Wuhan, na China Central, em Dezembro, apenas quatro meses depois, existem agora mais de 150.000 casos em mais de 130 países, que colocaram muitos deles em confinamento total, enquanto a economia mundial foi conduzida a uma paralisação virtual. Embora a República Popular da China tenha sido o primeiro país a anunciar a presença do COVID-19, existe uma suposição generalizada de que o coronavírus (SARS-CoV-2) deve ter surgido na capital da província de Hubei e que não foi objecto de investigação suficiente pela comunicação mediática corporativa ocidental.
A questão de saber se o coronavírus COVID-19 poderia ter resultado do exército dos EUA foi levantada de forma controversa, pelo porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Liljian Zhao, que twittou um artigo do site Center for Research on Globalization que, posteriormente, se espalhou como se fosse um vírus. Ao fingir preocupação com a propagação da “desinformação”, a cobertura da comunicação mediática ocidental evitou uniformemente o fornecimento do artigo que Zhao havia partilhado nas redes sociais, enquanto, previsivelmente, afastava a argumentação como sendo uma “teoria da conspiração”. Entretanto, o Chefe de Defesa Civil do Irão também disse que o coronavírus podia ser um ataque biológico à China e ao Irão, visto que a República Islâmica foi a terceira nação mais abalada, com mais de 12.000 casos, incluindo muitos dos mais altos níveis do seu Governo, com vários altos funcionários infectados. Ao contrário de tal escândalo da comunicação mediática, é completamente razoável e deve ser permitido especular sobre as origens do vírus. O facto da proposta de Zhao ter recebido uma resposta tão hostil do ‘establishment’ americano indica como é delicada a câmara de eco da propaganda desse mesmo ‘establishment’.

Embora se presuma que a doença tenha sido transmitida pela primeira vez através da zoonose, dado que o primeiro agrupamento de casos foi ligado a um mercado de marisco de Wuhan, que vendia animais selvagens exóticos, no final de Dezembro, de facto, o primeiro caso conhecido foi pesquisado até ao início desse mês e pode não ter acontecido, originalmente, através de um animal. Muitos da direita política até sugeriram que o coronavírus é um efeito da guerra biológica chinesa que escapou, inesperadamente, de um laboratório em Wuhan, uma teoria espalhada nas páginas do The Washington Times, um jornal de propaganda da direita, que pertence ao fundador do culto da Igreja da Unificação da Coreia, Sun Myung Moon, e o Epoch Times, da seita religiosa igualmente fascista de exilados chineses, o Falun Gong, ligado à CIA. No entanto, é verdade que o Instituto de Virologia Wuhan tem laços estreitos com o Laboratório Nacional de Galveston, na Universidade do Texas, um dos maiores laboratórios do programa de Defesa Biológica, do Pentágono. Embora não haja nenhuma evidência de que o governo chinês seja responsável pelo COVID-19, nem a República Popular da China tenha antecedentes de se envolver em guerra biológica, há uma abundância de provas de que o governo dos EUA está envolvido, há muito tempo, no fabrico e uso de armas biológicas, desde a guerra da Coreia.

Quando, pela primeira vez, foram feitas acusações pela Coreia do Norte e pela China, de que os EUA estavam a usar micróbios e guerra biológica na Guerra da Coreia, de 1950 a 1953, as mesmas foram totalmente rejeitadas por Washington como um embuste, e repudiadas pela OMS já preparada pelo Ocidente. Nas décadas seguintes, os EUA continuavam a negar esse facto, enquanto se fragmentava o debate académico sobre o assunto. No entanto, um relatório não redigido de 1952 sobre uma investigação patrocinada pelo Conselho Mundial da Paz e conduzida por uma Comissão Científica Internacional, chefiada por Sir Joseph Needham, um bioquímico britânico de alta reputação na sua época, foi descoberta em 2018 e apresenta ampla fundamentação dos argumentos, incluindo testemunhas oculares, provas fotográficas e confissões documentadas de prisioneiros de guerra americanos. O que é mais perturbador ainda, é que a investigação indica ligações directas entre o programa de guerra biológica dos EUA e o programa de guerra microbiana da Unidade 731, uma unidade clandestina de guerra biológica e química do Japão Imperial, durante a Segunda Guerra Mundial. Durante a Guerra Fria, os pesquisadores japoneses receberam secretamente imunidade e foram recrutados pelos EUA, em troca do seu conhecimento em experiências com seres humanos, juntamente com muitos “antigos cientistas” nazis da Operação Paperclip
A Unidade 731 do Exército Imperial Japonês recolheu dados não só através da realização de experiências mortais em seres humanos, mas também de testes ambientais de “bombas de epidemias”, lançando-as nas cidades chinesas para ver se elas poderiam iniciar surtos de doenças. Muitas dessas tácticas foram continuadas pelos EUA, na Guerra da Coreia. De acordo com Stephen Kinzer, jornalista e autor de Poisoner in Chief: Sidney Gottlieb and the CIA Search for Mind Control, o Projecto MK-ULTRA da CIA, que foi coordenado com os Laboratórios de Guerra Biológica do Exército dos EUA, foi:
“... Essencialmente, uma continuação do trabalho que começou nos campos de concentração japoneses e nazis. Não só se baseava, principalmente, nessas experiências, mas a CIA contratou os vivissecionistas e os torturadores que tinham trabalhado no Japão e nos campos de concentração nazis, para explicar o que descobriram, a fim de podermos desenvolver as suas pesquisas.”
Frank Olson, um dos cientistas de guerra biológica e funcionário da CIA no programa, que morreu em circunstâncias misteriosas, em 1953, é o tema da série de documentários e dramas da Netflix Wormwood, dirigida por Errol Morris e com o conhecido jornalista Seymour Hersh, que revela que Olson pode ter sido um potencial denunciante do governo nas actividades da CIA e nos crimes de guerra biológica dos EUA. Vale a pena salientar que o uso de tais agentes na Guerra da Coreia incluía alvos chineses, o último e único grande conflito armado entre os EUA e a China, portanto, se a pandemia do COVID-19 for comprovadamente um produto da guerra biológica dos EUA contra Pequim, não seria a primeira vez.

Oficialmente, diz-se que os EUA abandonaram o programa de armas biológicas em 1969, mas a sua instalação em Fort Detrick, no Maryland, continuou a efectuar pesquisas sobre agentes patogénicos e vírus mortais com o objectivo declarado de defesa biológica, como também de combater surtos de doenças, desenvolver vacinas e outros problemas de saúde pública. No entanto, precisamente no ano passado, as pesquisas sobre vírus fatais e armas biológicas foram suspensas devido à preocupação de que alguns desses vírus poderiam ter escapado, acidentalmente. A última vez que a pesquisa de guerra microbiológica de Fort Detrick foi suspensa, foi em 2009, depois do Pentágono ter encontrado discrepâncias no inventário dos seus agentes infecciosos, no mesmo ano da última pandemia do surto de gripe suína, H1N1.
Fort Detrick está sob restrições mais rígidas desde que os ataques de antrax, em 2001, foram atribuídos a Bruce Ivins, um pesquisador perito em biodefesa dessa instalação. O suposto culpado, biólogo do exército, suicidou-se em 2008, depois de saber que o FBI o acusaria de terrorismo, o que, se fosse provado como verdadeiro, significaria que a própria pesquisa de biodefesa do Pentágono, tinha sido conduzida mais além do que proteger o público americano do bioterrorismo - embora haja muitas provas que sugerem que Ivins foi apanhado numa armadilha montada pelos federais. Como a jornalista Whitney Webb descobriu, o ramo da Pesquisa Médica do Exército dos EUA, com sede em Maryland, cooperou com o Instituto de Virologia Wuhan mencionado antes, durante décadas.
Brincar com organismos que podem produzir doenças é uma prática regular do Pentágono. Em 2005, cientistas dos EUA anunciaram que tinham tornado a criar com sucesso, o vírus da gripe aviária em laboratório, a qual matou, pelo menos, 50 milhões de pessoas em todo o mundo, em 1918, amplamente conhecida como a 'gripe espanhola'. Na verdade, o nome é impróprio, porque foi desproporcionalmente atribuído à Espanha, que era neutra na Primeira Guerra Mundial e não estava sujeita à mesma censura da imprensa em tempo de guerra para manter o moral, como na Alemanha, no Reino Unido, em França e nos EUA, cuja comunicação social, inicialmente, desvalorizou os efeitos da pandemia nos seus respectivos países. A fonte geográfica da gripe espanhola ainda é objecto de muito debate, mas a primeira observação da doença ocorreu numa instalação militar dos EUA em Fort Riley, no Kansas, em 1918. Desnecessário será dizer que os riscos envolvidos na ressurreição de uma doença que exterminou mais de um quarto da população mundial não são insignificantes, mas não impediram o Instituto de Patologia das Forças Armadas dos EUA de extrair o código genético da gripe espanhola, do cadáver exumado de uma mulher nativa do Alasca, congelada no chão onde morreu da doença, numa cidade Inuit, em 1918.
                  
            Soldados doentes com gripe espanhola em Fort Riley, Kansas, em 1918

Não há provas directas que demonstrem que a gripe suína de 2009, referida como sendo originada no México, através da zoonose de porcos, foi qualquer fuga da gripe espanhola restaurada, mas o surto anterior de gripe suína de 1976, começou numa base militar dos EUA, em Fort Dix, Nova Jersey, assim como a gripe espanhola de 1918. Depois da Administração Gerald R. Ford ter agido antes de ser aconselhado e ter anunciado que estava pendente uma epidemia de gripe, após a morte de um único soldado, foi administrado a um número impressionante 45 milhões de pessoas, um programa imediato de imunização em massa sem testes adequados sobre os efeitos colaterais, precisamente um quarto de toda a população dos EUA na época, que acabou por matar mais americanos do que a própria doença. O escândalo semeou para sempre as sementes da desconfiança pública em relação à inoculação, depois de mais de 450 pessoas desenvolveram a Síndrome de Guillain-Barré e 25 terem morrido devido à imunização, antes da mesma ser interrompida.

Se esse programa obrigatório de vacinação fosse levado a cabo, novamente, nos EUA para o COVID-19, o governo teria de tranquilizar o público sobre a sua negligência anterior e que esses efeitos colaterais não seriam repetidos, um cenário improvável após a quebra de confiança corporativa exposta em Wall Street nos últimos anos envolvendo grandes empresas farmacêuticas. Mesmo assim, a Big Pharma já está em parceria com o exército dos EUA para desenvolver uma vacina para o coronavírus que precisaria de ser testada e avaliada antes do licenciamento pela Food and Drug Administration (FDA) e recomendada para ser usada pelos Centros de Controlo e Prevenção de Doenças ( CDC), ambos parceiros da OMS, cujo maior contribuidor financeiro é o governo dos EUA.
Um dos outros maiores benfeitores da OMS é a Fundação Bill e Melinda Gates, com quem mantém uma parceria sobre vacinação. O bilionário fundador da Microsoft Corporation usou a sua enorme riqueza para evitar pagar impostos sob o disfarce de filantropia, e os seus empreendimentos privados de “caridade” concentraram-se, principalmente, na produção de vacinas para países em desenvolvimento e na suposta luta contra a pobreza global, especialmente em África. À superfície, pode parecer um trabalho bem intencionado, mas, como muitos projectos designados como altruístas, é um esquema que permite às pessoas influentes pela sua enorme riqueza, como Gates, influenciar a política global e obter poder político sem serem responsabilizados pelos seus actos, ao investir para “consertar” problemas sociais causados ​​pelo próprio sistema que os enriqueceu, sendo a sua verdadeira agenda, a expansão do neoliberalismo. As consequências desse procedimento podem ser vistas em projectos de caridade que envolvem Gates no Congo, que forçou o negócio da agricultura local a usar sementes de OGM (Organismos Geneticamente Modificados), que só beneficiaram empresas privadas como a Monsanto.
Ainda mais perturbador é que, no que diz respeito às preocupações ambientais com as mudanças climáticas provocadas pelo Homem, Gates declarou publicamente os seus pontos de vista sobre como impedir o crescimento da população humana. Numa conferência TED de 2010, Gates declarou:
“Primeiro, temos a população. O mundo hoje tem 6.8 biliões de pessoas. Está a encaminhar-se para cerca de 9 biliões. Agora ponderemos: se fizermos um óptimo trabalho nas novas vacinas, nos serviços de saúde e nos serviços de saúde reprodutora, reduziremos essa mesma população talvez 10 ou 15%.”
Por outras palavras, um dos homens mais ricos do mundo admitiu, em público, que acredita que as vacinas devem ser usadas para o despovoamento, assim como ele está a investir financeiramente no desenvolvimento e na entrega das mesmas vacinas aos países do hemisfério sul. O mito misantrópico da ‘superpopulação’ forçado por Gates e pela elite não só sugere que o despovoamento é uma solução para desacelerar o aquecimento do clima, mas mantém a lógica de um componente essencial da eugenia com a ideia implícita de que a qualidade de vida da espécie humana pode ser melhorada, desencorajando a reprodução humana. Como os países em desenvolvimento têm as maiores taxas de mortalidade infantil, as famílias têm mais filhos na esperança de que alguns deles sobrevivam. Portanto, é evidente o racismo e o classismo inerentes a este conceito.
Visto que a grande maioria das emissões de carbono é produzida por uma pequena lista de empresas de combustíveis fósseis e o maior poluidor do mundo é o exército dos EUA, promover esta falácia perigosa é a maneira perfeita para a elite dominante transferir a responsabilidade das mudanças climáticas para o mundo dos pobres. Infelizmente, esta mentira perigosa foi popularizada no movimento ambiental dominante e a pseudo-esquerda, com exemplos como o BirthStrike, um grupo de activistas principalmente mulheres, que protestam contra a falta de regulamentação sobre a crise ecológica, recusando-se a ter filhos que foram irresponsavelmente transmitidos pelos políticos “progressistas” populares, como a congressista dos EUA, Alexandria Ocasio-Cortez (D-NY). O ‘AOC’, também é o rosto do Novo Acordo Verde do Partido Democrata, que tem laços preocupantes com o programa de desenvolvimento sustentável da Agenda 21, das Nações Unidas, que exige “alcançar uma população mais sustentável”.
A falsa noção de “superpopulação” tornou-se a viga mestra do movimento ambiental moderno, graças à publicação do best-seller do cientista americano Paul Ehrlich, The Population Bomb, em 1968, um criticismo alarmista que, desde então, ficou famoso pela sua imprecisão de previsões do dia do juízo final, que resultou da crença equivocada que nunca foi concretizada. Os profetas da desgraça de hoje, em relação ao clima, que é, sem dúvida, um problema sério, repetem, em muitos aspectos, as falsas profecias de Ehrlich, que são consideradas uma renovação moderna do influente economista e filósofo britânico do século XVIII, Thomas Malthus. Nenhum teórico foi mais odiado por Karl Marx e pelo movimento operário do que Malthus, cujas teorias pseudo-científicas sobre demografia foram derrotadas intelectualmente até que encontrassem uma nova vida no eco-fascismo de Ehrlich. Por mais que os “bombardeiros da população” de hoje, como Bill Gates, possam evitar as ideias malthusianas mais explicitamente racistas de que o norte global deve controlar a população dos países em desenvolvimento, eles ainda os defendem tacitamente, argumentando que o tamanho da própria população é uma fonte de pobreza e de mudanças climáticas.
Bill Gates citou o magnata dos negócios John D. Rockefeller, o homem mais rico da História americana que tinha um monopólio ainda maior no sector de petróleo, como Gates já teve na indústria dos computadores, como uma inspiração para usar a sua riqueza para investir na pesquisa médica, como sendo o foco da sua filantropia. No entanto, Gates tem algo em comum com a família Rockefeller nas suas visões sobre a população, pois a Fundação Rockefeller foi o maior doador do movimento eugénico americano nas décadas de 1920 e 1930, e ajudou a estabelecer a sua filial alemã, subsidiando mesmo o Instituto Kaiser Wilhelm de Antropologia, Hereditariedade Humana e Eugenia, no qual o médico nazi, Josef Mengele, trabalhou antes das suas experiências de guerra. Apesar de ser possível traçar uma linha entre o movimento eugénico americano e os programas do regime nazista, que os réus de Nuremberg tentaram usar como justificação em tribunal, das suas atrocidades, o neto de Rockefeller, John Rockefeller III continuou o legado familiar do interesse na demografia com o fundação da ONG do Conselho da População, que efectua pesquisas sobre “saúde reprodutiva” (esterilização) nos países em desenvolvimento. O governo nazi também foi o primeiro a aprovar uma legislação para salvaguarda do meio ambiente que eles equiparam à identidade nacional alemã, outra intersecção inesperada entre a política castanha e a verde.
Numa coincidência surpreendente, a Fundação Gates organizou um evento, precisamente em Outubro passado, conjuntamente com o Centro Johns Hopkins para Segurança da Saúde e o Fórum Económico Mundial, chamado Evento 201, uma simulação de pandemia que reuniu personalidades de elite do governo, de empresas e de especialistas da saúde para planear a possibilidade de um surto mundial. O próprio Gates alerta sobre pandemias há anos e escreveu ameaçadoramente que o mundo deveria “preparar-se para as epidemias da mesma maneira que os militares se preparam para a guerra”. O cenário fictício do Evento 201 foi um coronavírus chamado CAPS de porcos do Brasil, que infectou pessoas em todo o mundo e após um ano e meio de actividade, causou dezenas de milhões de mortes e provocou um colapso financeiro mundial. Desde o início do verdadeiro coronavírus COVID-19, o próprio Gates deixou a Microsoft para se concentrar na sua filantropia enquanto a sua Fundação está ocupada a diligenciar obter uma vacina.
Muitos observaram que algumas características do COVID-19 têm uma semelhança com o HIV, o que não poderia ter acontecido organicamente. O recente documentário Cold Case Hammarskjöld, que ganhou um prémio no Festival de Cinema de Sundance do ano passado, apresenta uma teoria assustadora de que uma organização supremacista branca sul-africana propagou, deliberadamente, o HIV/AIDS entre os negros africanos através de vacinas, nas décadas anteriores. O filme começa como uma investigação do misterioso acidente de avião na Rodésia do Norte, que matou o diplomata sueco e Secretário Geral das Nações Unidas, Dag Hammarskjöld, em 1961. Em 1998, um documento criado por uma organização paramilitar sombria chamada Instituto Sul-Africano de Pesquisa Marítima (SAIMR) foi descoberto pela Assembleia da Justiça da Comissão da Verdade e Reconciliação, na África do Sul do pós-apartheid, que indicou que Hammarskjöld foi vítima de um assassinato. Não só os cineastas descobrem nas suas investigações, a probabilidade distinta de que o avião foi abatido por um mercenário belga empregado pelo SAIMR, que estava a trabalhar sob as ordens do MI6 e da CIA, mas a revelação mais impressionante é uma confissão gravada de um antigo soldado do SAIMR de ter, deliberadamente, espalhado o HIV/AIDS entre negros africanos, através da imunização. Se o que é reivindicado sobre o SAIMR é verdadeiro e se eles estavam ligados aos serviços secretos ocidentais, o facto de que o vírus COVID-19 poderia ser algo deliberadamente espalhado, não está fora do campo de possibilidade.
Talvez isto prove ser o caso de que a versão do coronavírus da imprensa amarela que começa com a transferência zoonótica da doença, depois do consumo de um pangolim ou morcego selvagem por um 'paciente zero', em Wuhan, seja precisa. No entanto, a pandemia deve ser um aviso assustador da agenda eco-fascista da elite e o perigo contínuo em que o complexo industrial-militar coloca a população mundial, ao continuar a efectuar pesquisas perigosas sobre agentes patogénicos mortais, no qual o risco supera amplamente os benefícios. Se o surto levou muitos a suspeitar da narrativa oficial, é exactamente devido à história da guerra biológica dos EUA e da visão de mundo potencialmente genocida e pessimista da elite, de que a única maneira de impedir o desaparecimento da Humanidade é desbastando o rebanho.


Max Parry, jornalista independente e analista geopolítico. Os seus trabalhos literários apareceram amplamente nos sites alternativos. Max pode ser contactado através do email maxrparry@live.com
Tradutora: Maria Luísa de Vasconcellos 
Email: luisavasconcellos2012@gmail.com
Webpage: NO WAR NO NATO